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O cristão deve ter muito cuidado, pois, não é porque alguém diz: – ‘Senhor, Senhor!’, que estará apta para entrar no reino dos céus (Mt 7:21). Não é porque alguém profetiza em nome de Deus, que verdadeiramente é profeta de Deus (Mt 7:22). Não é porque alguém expulsa demônios, que o faz através do poder de Deus (Mt 7:22). Não é porque alguém realiza sinais, que tais sinais são de Deus.


Laço do passarinheiro

“Pois, ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa” (Sl 91:3).

Armadilhas dos passarinheiros

Quem é o ‘passarinheiro’ que o Salmo 91 faz referência? Que tipo de ‘laço’ o passarinheiro utiliza?

Basta uma pesquisa na internet, que inúmeras respostas estarão disponíveis, mas recomenda-se cautela, pois a maioria não possui fundamento bíblico.

Há pregadores que, a pretexto de explicar o laço do passarinheiro, descrevem as mais variadas armadilhas utilizadas para capturar pássaros, como: gaiolas, alçapões, laços, visgos, etc. Muitos deles se detêm em descrever o funcionamento dessas armadilhas, como são construídas, como se dá a camuflagem, etc. Outros descrevem como o caçador de pássaros tem de ser ardiloso na sua empreitada.

Há aqueles que dizem que um empréstimo bancário com juros abusivos é laço. Outros dizem que uma apólice de seguro que não cobre totalmente o sinistro é uma armadinha do passarinheiro. Tem aqueles que alegam que um convite para um evento, onde você não será bem recebido, será maltratado e até mesmo humilhado, é um laço. Há até quem diga que certos casamentos são um laço!

Para esses pregadores, o laço pode advir da inveja dos vizinhos, das relações interpessoais no trabalho, das ideologias de governo, das escolas dos filhos, das religiões afro-brasileiras, das associações espíritas, etc.

Não! Mil vezes não! Nenhuma das questões levantadas acima, se referem ao laço do passarinheiro. Por desconhecerem a essência do Salmo 91,e que o laço do passarinheiro é uma figura, os pregadores, na sua grande maioria, desconhecem quem é o ‘passarinheiro’ e qual é o ‘laço’ que ele utiliza.

O Salmo 91 é messiânico, ou seja, é uma profecia que descreve o ministério de Cristo e a oposição dos pecadores, bem como o seu sofrimento, morte e ressurreição. Como o Salmo é uma profecia sobre alguém especifico, não cabe ao leitor estabelecer, segundo a sua própria concepção, quem é o ‘passarinheiro’ e nem o que é ‘laço’.

‘Passarinheiro’ e ‘laço’ são figuras bíblicas para tratar de questões específicas e evidenciar verdades ao leitor, que estão além de qualquer questão financeira, trabalhista, familiar, politica, etc.

Essas figuras foram estabelecidas por Deus, ao comunicar uma mensagem aos seus santos profetas, e é na Bíblia que o significado de tais figurasse encontra.

O profeta Oseias ao apresentar o juízo de Deus, pela apostasia de Israel e deixar expresso que a tribo de Efraim voltaria ao Egito e sucumbiria ali, deixou registrado que Deus sondou os profetas de Efraim e os achou em falta, comparando as suas palavras com o laço que compunha as armadilhas dos caçadores de pássaros:

“Efraim era o vigia[1] com o meu Deus, mas o profeta é como um laço de caçador de aves, em todos os seus caminhos, e ódio na casa do seu Deus” (Os 9:8)[2] ACF.

O profeta Jeremias também fez uso da figura do ‘laço’:

“Porque ímpios se acham entre o meu povo; andam espiando, como quem arma laços; põem armadilhas, com que prendem os homens. Como uma gaiola, está cheia de pássaros, assim as suas casas estão cheias de engano; por isso se engrandeceram e enriqueceram” (Jr 5:26-27).

Ao fazer uso da figura do laço, Jeremias descreveu a nação de Israel, como composta por homens injustos (Jr 5:1). Tanto os homens comuns (do povo), quanto os príncipes, estavam em igual condição: desconheciam a palavra de Deus (Jr 5:4-5). Os profetas, que tinham a incumbência de serem atalaias, avisando o povo, segundo o que Deus ordenava, eram prevaricadores, não desempenhavam o seu papel.

Os ímpios se instalaram em Israel e andavam à espreita, observando, como quem arma armadilhas, ou seja, laços.  As armadilhas dos ímpios não visam prender pássaros, mas, homens. Da mesma forma que uma gaiola fica repleta de pássaros, o ajuntamento dos ímpios fica cheia de ‘enganados’. O ajuntamento de ímpios não se dava entre os gentios, mas, sim, no meio ao povo de Israel.

É por isso que os profetas de Deus alertavam os filhos de Israel a não confiarem no amigo, nem nos lideres da nação, muito menos nos próprios irmãos: “Não creiais no amigo, nem confieis no vosso guia; daquela que repousa no teu seio, guarda as portas da tua boca” (Mq 7:5: Jr 6:21; Jr 9:4-5).

O Salmo 49 faz referência aos ímpios que ‘armam laços’ e que se ‘enriquecem’:

“Por que temerei eu, nos dias maus, quando me cercar a iniquidade dos que me armam ciladas? Aqueles que confiam na sua fazenda e se gloriam na multidão das suas riquezas…” (Sl 49:5 -6).

Os que armam ciladas e se gloriam na multidão das suas riquezas, refere-se aos filhos de Israel, pois eles eram os ‘loucos’ que se gloriavam da carne, dizendo: ‘Temos por pai a Abraão’ (Mt 3:9), ou seja, eles faziam da carne o seu braço (força, salvação), conforme profetizou Jeremias: “Maldito o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!” (Jr 17:5), sendo eles comparados à perdiz: “Como a perdiz, que choca ovos que não pôs, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará, e no seu fim será um insensato” (Jr 17:11).

O apóstolo Paulo alerta que o que a lei diz, diz aos que estavam debaixo da lei e os Salmos não são exceção (Rm 3:19). Os néscios (loucos) que dizem que não há Deus e que não invocavam a Deus, eram os lideres de Israel, obreiros da iniquidade, homens que se alimentavam do povo, como se fosse pão (Sl 53:1-4).

Os homens descritos no Salmo 5, com garganta como sepulcro aberto, com línguas que tratavam enganosamente, com veneno de víboras debaixo da língua, etc. (Sl 5:9; Rm 3:13), eram os filhos de Israel, por isso que o apóstolo Paulo conclui que tudo o que a lei diz, diz aos judeus, pois eles estavam debaixo da lei (Rm 3:19).

Os Salmos 10 e 37 também fazem referência a tais armadilhas:

“Os ímpios, na sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam apanhados nas ciladas que maquinaram” (Sl 10:2).

“O ímpio espreita ao justo e procura matá-lo” (Sl37:32).

O Pregador descreve aqueles que armam laços, como pessoas que colocam armadilhas contra os seus próprios irmãos, ou seja, enganando e sendo enganados: “No entanto, estes armam ciladas contra o seu próprio sangue; e espreitam suas próprias vidas” (Pv 1:18).

Mas, que tipo de armadilhas os ímpios arquitetam? Seriam armadilhas nos negócios desta vida? Armadilhas para quem deseja casar? Laço para quem quer comprar um carro? Cilada para quem quer contratar um serviço?

O Pregador nos dá o significado do laço, da armadilha, ou, da cilada, que os ímpios constroem:

“As palavras dos ímpios são ciladas para derramar sangue, mas a boca dos retos os livrará” (Pv 12:6).

Temos uma definição: as palavras dos ímpios são ciladas! O profeta Jeremias faz a mesma observação:

“Uma flecha mortífera é a língua deles; fala engano; com a sua boca fala cada um de paz com o seu próximo, mas no seu coração, arma-lhe ciladas” (Jr 9:8; Sl 5:9; Rm3:13-18).

‘Derramar sangue’ não diz dos crimes contra a existência humana, antes, é uma figura que remete à morte espiritual. A língua dos ímpios é comparada a uma flecha mortífera, pois fala engano. Embora os discursos dos ímpios sejam de paz, na verdade, armam ciladas contra o próximo.

Embora os irreligiosos, também, sejam ímpios, os ímpios da qual as escrituras fazem referência, são os religiosos que tem um discurso de servos de Deus, porém, são pessoas que seguem suas próprias concepções.

Por exemplo: um convite ao sacrifício parece uma palavra de paz de alguém que serve a Deus, mas, para aqueles que conhecem a palavra de Deus, tal convite não passa de laço. Deus deixa claro que obedecer é melhor que sacrificar e que atender é superior à gordura de carneiros, e que Ele não requer sacrifícios:

“Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos” (Sl 51:16).

“Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios” (Jr 7:22).

“Porém, Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (1Sm 15:22).

Quem se dá ao sacrifício e não obedece a Deus, não passa de um assassino, blasfemo e idólatra, como se lê:

“Quem mata um boi é como o que tira a vida a um homem; quem sacrifica um cordeiro é como o que degola um cão; quem oferece uma oblação é como o que oferece sangue de porco; quem queima incenso em memorial, é como o que bendiz a um ídolo; também estes escolhem os seus próprios caminhos e a sua alma se deleita nas suas abominações” (Is 66:3).

‘Passarinheiro’ é uma figura utilizada por Deus para fazer referência a qualquer descrente em Israel, que tinha a lei de Deus em seus lábios, mas longe do coração (Jr 12:2; Is 29:13). Diz de qualquer que afirmasse: – “O Senhor vive”!, mas não honravam a Deus, obedecendo a sua palavra: “E, ainda, que digam: Vive o SENHOR, de certo falsamente juram” (Jr 5:2).

O ‘passarinheiro’ poderia ser qualquer um do povo de Israel que não obedecesse a Deus. Podia ser sacerdote, escriba, profeta, rei, príncipe, pobre, rico, grande, pequeno, etc., que recitavam as Escrituras, mas não a punham por obra: “Mas, ao ímpio diz Deus: Que fazes tu, em recitar os meus estatutos e em tomar a minha aliança na tua boca?” (Sl50:16).

O profeta Isaías tem uma descrição precisa das ações de um ímpio:

“Como o prevaricar e mentir contra o SENHOR, e o desviarmo-nos do nosso Deus, o falar de opressão e rebelião, o conceber e proferir do coração palavras de falsidade” (Is 59:13).

Conceber e proferir palavras de falsidade, acerca do que Deus exige do homem, é o mesmo que prevaricar, é mentir, é desviar-se, é propor opressão e rebelião. Deus exige do homem obediência ao Seu mandamento, mas o coração enganoso do homem faz com que conceba inúmeros mandamentos, que não agradam a Deus.

Muitos em Israel pensavam estar servindo a Deus, mas pela falta de conhecimento, eram levados a cumprir mandamentos de homens (Is 29:13), e quando ensinavam os seus semelhantes, a língua deles era como uma flecha mortífera.

O ‘laço’ é uma figura para fazer referência a tudo que o ímpio diz, com dolo ou não, que possa induzir o crente a desviar-se da obediência a Deus:

“Os ímpios me armaram laço; contudo não me desviei dos teus preceitos” (Sl 119:110).

O objetivo do laço, da armadilha do passarinheiro, é desviar o homem dos preceitos de Deus.

Os profetas de Israel eram comparados às raposas do deserto: “Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e que nada viram! Os teus profetas, ó Israel, são como raposas nos desertos” (Ez 13:3-4) e as filhas de Israel, na sua dedicação, em fazerem almofadas para apoiar axilas e véus para as cabeças de todas as estaturas, na verdade, buscavam capturar almas, simplesmente, por que queriam um punhado de cevada e um pedaço de pão (Ez 13:17-20).

 

O Cristo e o laço do passarinheiro

O verso: “Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa” (v. 3), é uma promessa que Deus deixou registrada nas Escrituras para o Cristo, porque, quando na carne, Jesus enfrentaria a oposição de homens ímpios (passarinheiros) que tentariam desviá-Lo de cumprir a vontade de Deus (laços).

Quando os principais dos sacerdotes e os escribas enviaram algumas pessoas, se fingindo de justas, a perguntarem a Cristo se era lícito dar tributo a César (Lc 20:23), tal pergunta é um exemplo de ‘laço’ engendrado por homens ímpios (passarinheiros).

A questão que envolvia a lei do Levirato e a ressurreição dentre os mortos, era um cilada (Mt 22:28). A questão acerca da autoridade de Jesus, outro laço (Lc 20:2).

Vários Salmos alertam o Cristo, quanto à ação dos ímpios, que queriam enlaçá-Lo e prendê-Lo:

“Pois, eis que põem ciladas à minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, não por transgressão minha ou por pecado meu, ó SENHOR” (Sl 59:3).

“Também, os que buscam a minha vida, me armam laços, e os que procuram o meu mal, falam coisas que danificam e imaginam astúcias, todo o dia” (Sl 38:12).

“Firmam-se em mau intento; falam de armar laços, secretamente, e dizem: Quem os verá?” (Sl 64:5).

“Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam a rede ao lado do caminho; armaram-me laços corrediços. (Selá.)” (Sl 140:5).

“Quando o meu espírito estava angustiado em mim, então conheceste a minha vereda. No caminho em que eu andava, esconderam-me um laço” (Sl 142:3).

Na tentação, o diabo utilizou alguns laços (Mt 4:3-9). Quando os endemoninhados anunciavam que Jesus era o Santo de Deus, tais tentativas de revelá-Lo, eram laços (Lc 4:34; Mc 1:24). Quando Pedro rogou ao Mestre que tivesse dó de Si mesmo, era uma cilada (Mt 16:22). A oposição dos pecadores, para que Jesus descesse da cruz, era outra cilada.

 

Ciladas

O cristão deve ter muito cuidado, pois, não é porque alguém diz: – ‘Senhor, Senhor!’, que estará apta para entrar no reino dos céus (Mt 7:21). Não é porque alguém profetiza em nome de Deus, que verdadeiramente é profeta de Deus (Mt 7:22). Não é porque alguém expulsa demônios, que o faz através do poder de Deus (Mt 7:22). Não é porque alguém realiza sinais, que tais sinais são de Deus.

Não é pela aparência, ou, pelas realizações, que se identifica um falso profeta, antes pelas suas palavras (frutos). Quando Jesus disse que ‘pelos seus frutos os conhecereis’, Ele se referia ao fruto dos lábios: “Cada um se fartará do fruto da sua boca e, da obra das suas mãos, o homem receberá a recompensa” (Pv 12:14); “Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios, ficará satisfeito” (Pv 18:20).

Convites às campanhas, jejuns, orações, contribuições, doações, votos, etc., são utilizados por muitos falsos apóstolos, como verdadeiras armadilhas, para enlaçar incautos. Reiteradas vezes, apontam os templos, edificados com cimento e areia, como local de adoração, como lugar da benção, da unção, das dádivas, etc.

Tal argumento já era utilizado pelos lideres judeus, quando enganavam os filhos de Israel, dizendo: templo do Senhor! Por causa dessas palavras falsas, o templo foi destruído, e o povo deportado para a Babilônia: “Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este” (Jr 7:4).

O apóstolo Paulo instrui os cristãos de Éfeso, em como se defender das ciladas do diabo: revestindo-se de toda a armadura de Deus, que é a palavra de Deus.

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6:11).

A Bíblia deixa claro que a adoração não está vinculada a um lugar (quer seja casa, templo, monte, vale, etc.), pois a adoração se dá em espírito e em verdade, ou seja, basta crer em Cristo para ser um verdadeiro adorador (Jo 4:21-23). Os que creem constituem templo, casa, habitação de Deus em espírito, portanto, podem adorar a Deus, plenamente, em qualquer lugar que estiverem (1Co 3:16-17).

Os ‘passarinheiros’ utilizam os seus templos como verdadeiras arapucas, quando anunciam: “Aqui é o lugar da benção”!; “Aqui é o lugar do milagre!”; “A mão de Deus está neste templo”!; Deus faz maravilhas neste monte!”; “É nessa vigila que você será abençoado!”, etc.

Além de omitirem o fato de que o cristão é casa espiritual construída sobre o fundamento dos apóstolos e profetas (Ef 2:22), os ‘passarinheiros’ anunciam que o crente carece de bênção, contrariando as Escrituras, que afirmam, que  os que creem, já foram abençoados, com todas as bênçãos espirituais, em Cristo Jesus (Ef 1:3), portanto, nenhuma dádiva falta (1Co 1:7; 2Pe 1:3).

A ação dos falsos apóstolos é negar a eficácia do evangelho, envolto na aparência de piedosos: “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes, afasta-te” (2Tm 3:5).

Através do evangelho, os que creem, são constituídos, efetivamente, filhos de Deus: santos, amados, irrepreensíveis, justificados, inculpáveis, novas criaturas, pedras vivas, abençoados, enriquecidos, coerdeiros de Cristo, tal qual Cristo é neste mundo, etc. (1Jo 4:17; 1Co 1:5; Rm 8:1; Rm 8:17, etc. ).

A tática dos ‘passarinheiros’ é apontar para as coisas terrenas (Fl 3:19), a mesma utilizada pelo diabo, ao tentar o Cristo. Cristo é o herdeiro de Deus, pois o Pai lhe prometeu todos os reinos da terra (Sl 2:8 -9), e o diabo apresentou uma facilidade para alcançar o que lhe era de direito: – “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”.

Enquanto a Bíblia apresenta os que creem, como sacerdotes reais, com amplo acesso ao trono de Deus (1Pe 2:9; Hb 10:19), para apresentarem sacrifícios agradáveis (1Pe 2:5; Hb 3:15; Rm 12:1), os falsos apóstolos se interpõem como mediadores da bênção de Deus, exigindo sacrifícios e aguçando o desejo dos incautos, para não se contentarem com o que possuem:

“Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13:5).

Vemos hoje uma horda de cristãos necessitados de libertação, bênçãos, unção, poder, etc., enquanto as Escrituras garantem que, quem crê, é liberto do Senhor (Gl 5:1), está de posse de todas as bênçãos (Ef 1:3), tem a unção (1Jo 2:20 e 27) e tem poder (Ef 1:19; Lc 10:19).

A água que os passarinheiros dão a beber aos seus cativos é de uma cisterna rota, pois é diferente da água que Cristo dá, uma vez, que quem bebe de Cristo, nunca mais terá sede.

 


[1] Figurativamente, os profetas eram os ‘sentinelas’ de Israel, entretanto, aqueles que eram ‘sentinelas’ em Efraim, foram ‘vigiados’ e o veredito foi: ‘o profeta é um insensato, o homem de espírito é um louco’, pois armam laços em todos os caminhos do povo.

[2]Esse verso é mal traduzido e possui inúmeras vertentes. Ex: ‘O profeta é a sentinela de Efraim, o povo do meu Deus; contudo um laço de caçador de aves se acha em todos os seus caminhos e inimizade na casa do seu Deus’, cf. Oseias 9:8 (A. R.); ‘O profeta, junto ao meu Deus, é a sentinela que vigia Efraim, contudo, laços o aguardam em todas as suas veredas e a hostilidade no templo do seu Deus’, cf. Oseias 9:8 (NVI); ‘Efraim, o povo de meu Deus, espreita o profeta, arma-lhe ciladas em todos os caminhos e persegue-o até na casa de seu Deus’, cf. Oseias 9:8 (Versão Católica). A ideia que se depreende do contexto é que os profetas foram provados e achados em falta, pois armavam laços aos filhos de Israel.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

10 thoughts on “Laço do passarinheiro

  • Adorei! Muito precioso o ensino quando é esclarecedor da verdade.

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  • Muita sabedoria num só artigo!
    Essse estudo é como um tesouro escondido que foi revelado
    Pra descrevê-lo tem que necessariamente ter o Espírito de Sabedoria! Parabéns !
    Através deste é possível até uma aula na Igreja destes últimos dias, pois está tem sido vítima do assunto abordado aqui!
    Deus abençoe grandemente!

    Resposta
  • Passarinheiro : diabo
    Laço : pensamento
    Isca para atrair : sexo,drogas,vaidade, adrenalina do próprio corpo.
    Somos herdeiros da morte por Adão e Eva e temos em nossa genética todos os mecanismos que nos leva a perdição, mais com o poder de Jesus Cristo herdamos o poder de manipular os mecanismos levando a nossa alma para o caminho da vida.

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    • Olá, Anderson..

      O que você fez é uma espiritualização das figuras. Se você verificar o artigo, o diabo não é o passarinheiro, o laço não é o pensamento e nem a isca são elementos como sexo, drogas, vaidade, etc.

      Lembremos que tudo é vaidade, conforme descreveu o Pregador.

      Att.

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  • É simplesmente maravilhoso esse estudo bíblico, é de fato comprovado que somos perseguidos a cada segundo de nossas vidas pelas forças do mal.mas Deus seja louvado para todo sempre amém!

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  • Parabéns pelo estudo. Muito bom. Deus o abençoe

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    • Nossa!! Eu adorei o estudo e gostaria de receber mais. A luz da Bíblia conseguimos pregar,ensinar o verdadeiro evangelho.Muito bom!
      Deus abençoe.

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  • Laço, passarinheiro, representa toda ação de alguém, e intenção, essa aplicação serve tanto para uma tipologia aplicada, a armadores de laços, seres humanos, tanto quanto ao ser espiritual, satanás.
    Mateus CP.4.3 – Se tu és filho de Deus, ordena que estas pedras transformam e pães.
    Aí estar o laço e o Passarinheiro.

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  • Passarinheiro=são os escribas fariseu e outros que tentarão pegar Jesus na palavra como o laço do passarinheiro
    Ou seja o laço e uma forma que satanás tem para nós pegar no mundo mas eu e vc estamos na sombra do onipotente estamos e temos Jesus como nosso único e suficiente salvador o laço foi desfeito na cruz Jesus morel por mim e por vc mas temos que ficar vigilante até sua Vouta…

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    • Correto, Jefferson ..

      o passarinheiro era os escribas que, com palavras, tentaram pegar Jesus em alguma contradição.

      Já a morte de Jesus na cruz nos livra da condenação decorrente da ofensa de Adão, e leituras equivocadas e pensamento humanos são os laços que no dia a dia tentam tirar os crentes do evangelho.

      A vigilância é permanecer firme na palavra do evangelho, e apagar os dardos inflamados (setas) com o escudo da fé.

      Att

      Resposta

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