Parábolas

Quem veio matar, roubar e destruir?

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Os lideres de Israel eram ladrões, salteadores por subtraírem a palavra de Deus que concede vida aos homens. Sob o pretexto de sacrifícios (orações prolongadas, jejuns, festas, dias, luas) extorquiam a casa dos necessitados (viúvas, órfãos) ( Mt 23:14 ). ‘prolongadas orações’ é figura de sacrifícios, e viúvas e órfãos são figuras utilizadas para ilustras os necessitados, os pobres de espíritos.


Quem veio matar, roubar e destruir?

Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador” ( Jo 10:1 )

 

Quem veio matar, roubar e destruir? A resposta é simples e fácil: o ladrão! “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir” ( Jo 10:10 ).

Porém, há quem divulgue que o diabo é quem veio matar, roubar e destruir. Seria o diabo o ladrão que Jesus faz referência?

É comum ouvirmos mensagens enfatizando que o diabo veio para matar, roubar e destruir a saúde, a família e as finanças do homem. Outros alegam que o diabo veio para matar, roubar e destruir a paz, a fé, a esperança, o amor, a salvação, etc., do cristão.

Seria isto verdade?

A bíblia nos garante que Cristo é a nossa paz, fé, esperança, amor e salvação. O diabo seria capaz de roubar, matar e destruir o cristão?

 

As parábolas e a missão de Jesus

Após dizer aos escribas e fariseus qual era a sua missão, Jesus propõe uma parábola a eles.

A missão de Jesus é clara: “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos” ( Jo 9:39 ). O que Jesus quis dizer com estas palavras, se Ele mesmo disse que a ninguém julga ( Jo 8:15 ).

Ora, os textos abordam aspectos diferentes da missão de Jesus. Quando Ele diz que ‘a ninguém julga’, evidência que o mundo já foi julgado e está sob condenação ( Rm 5:18 ; Jo 16:11 ; Jo 3:18 ). E, quando Ele diz que ‘veio ao mundo para juízo’, demonstra que a sua presença neste mundo é cumprimento cabal das Escrituras.

Jesus veio ao mundo conforme o previsto nas Escrituras, de modo que por diversas vezes Ele sinaliza que veio ao mundo em função da sua missão prevista “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” ( Mc 2:17 ); “Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” ( Jo 18:37 ); “E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” ( Jo 12:47 ); “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” ( Jo 12:46 ); “Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora” ( Jo 12:27 ); “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” ( Jo 10:10 ).

Ou seja, todas as vezes que Jesus faz referência ao motivo pelo qual veio, tal motivo vincula-se a salvação dos homens. Como a salvação é promessa exarada nas Escrituras, Cristo veio para salvar cumprindo e sendo o cumprimento das Escrituras, de modo que, os que não veem passam a ver e, os que veem, torna-se cegos ( Sl 146:8 ; Is 29:8 ; Is 42:7 ; Is 43:8 ; Is 56:10 ).

Ao dizer: “Eu vim a este mundo para juízo”, Jesus estava dizendo por parábola que convinha cumprir toda a justiça ( Mt 3:15 ), pois Ele não veio ab-rogar, pois é o cumprimento das Escrituras “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” ( Mt 5:17 -18).

Quando os fariseus ouviram as palavras de Jesus, entenderam que era algo pejorativo ser cego, mas Cristo lhes fala novamente por parábola, segundo o que profetizou o profeta Isaías: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece” ( Jo 9:41 ; Is 56:10 ).

Lembrando que nada Jesus falava aos fariseus sem utilizar parábolas “E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos” ( Mc 4:34 ), propôs um nova parábola “E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam” ( Lc 8:10 ).

 

A parábola

“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos” ( Jo 10:1 -5).

A parábola é um recurso que estabelece um quadro vivo na mente de quem ouve e impede o ouvinte de esquecer a exposição, esse foi o meio previsto nas Escrituras que o Cristo utilizaria para ensinar.

E ainda, as parábolas contêm enigmas, e os enigmas dificultava, para o povo, a compreensão das parábolas, mas aos discípulos Jesus desvendava o enigma de modo que lhes era ensinado abertamente a palavra de Deus “Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; declararei o meu enigma na harpa” ( Sl 49:4 ); “Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem” ( Mt 13:13 ).

Com os fariseus, Jesus só falava por meio de parábolas, como se lê: “E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas” ( Mc 4:11 ); “E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos” ( Mc 4:34 ).

Aos fariseus Jesus diz:

  • Aquele que não entra no curral das ovelhas pela porta, mas que se utiliza de outros artifícios é ladrão, salteador;
  • Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas;
  • O porteiro abre a porta somente para o pastor;
  • As ovelhas ouvem a voz do pastor e o segue para fora do curral, pois conhecem a voz do pastor, e;
  • As ovelhas de modo algum seguem o estranho, pois não conhecem a voz do estranho e fogem do estranho.

Quando Jesus contou a parábola com os elementos elencados acima, os fariseus não compreenderam. Apesar de terem questionado o Senhor Jesus por tê-los chamados de cegos, não perceberam que, pelo fato de não compreenderem o exposto por Cristo, verdadeiramente eram cegos, de modo que a profecia cumpria-se cabalmente neles “Jesus disse-lhes esta parábola; mas eles não entenderam o que era que lhes dizia” ( Jo 10:6 ).

Apesar de lerem nos salmos que só Deus pode abrir os olhos aos cegos, desconsideram o milagre e não compreenderam a parábola de Jesus “O SENHOR abre os olhos aos cegos; o SENHOR levanta os abatidos; o SENHOR ama os justos” ( Sl 146:8 ).

Diante da cegueira dos fariseus em não considerarem o milagre operado, Jesus explica a parábola desvendando o enigma.

Jesus disse estar dizendo a verdade em verdade e lhes expõe que era necessário entrar pela porta do curral das ovelhas para não ser um ladrão, um salteador. Sem a explicação de Jesus a parábola ficaria vaga, pois ela contém enigmas indecifráveis “Abrirei a minha boca numa parábola; falarei enigmas da antiguidade” ( Sl 78:2 ).

Jesus dá o significado da enigmática parábola ao dizer: “Eu sou a porta das ovelhas” (v. 7), ou seja, Jesus identifica-se como a porta. Já o ladrão, o salteador são os que vieram antes de Cristo (v. 8).

Ora, o Bom pastor diz de Cristo, o Servo do Senhor, portanto, um homem. De igual modo, os que vieram antes de Cristo só podem ser homens e não o diabo. Ora, o diabo não é o ladrão, o salteador que a parábola apresenta diz dos lideres de Israel, homens que tinham a função de ‘cuidar das ovelhas do Pai’, porém, prevaricaram nas suas atribuições.

Jesus enfatiza que todos os que vieram antes d’Ele são ladrões, salteadores, mas as ovelhas não os ouviram (v. 8). Novamente Jesus identifica-se como a porta e faz um convite na condição de Bom Pastor: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (v. 9). Diversas vezes os fariseus leram acerca da porta que os justos deveriam entrar, mas diante da porta estavam como que cegos: “Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão” ( Sl 118:20 ).

Por terem nascidos segundo a carne e o sangue de Abraão, consideram que já haviam entrado pela porta dos justos, porém, como não tinha a mesma fé que o crente Abraão que creu que no seu Descendente as famílias da terra seriam bem-aventuradas para ser justificado, ainda continuavam sendo filhos da ira e da desobediência, porque haviam entrado pela porta larga, que é Adão.

Por terem entrado pela porta larga, que é Adão, os fariseus haviam se desviado desde a madre, em iniquidade e em pecado foram formados, de modo que estavam em igual condição a todos os homens ( Sl 58:3 ; Sl 51:5 ; Sl 53:2 -3).

Quando Jesus se apresenta como a porta, apresentou-se na condição de último Adão, a porta dos justos. Os fariseus rejeitaram a pedra de esquina, a vítima, a luz, o bendito que veio em nome do Senhor ( Sl 118:1 -29).

Enquanto os que vieram antes de Cristo somente roubavam, matavam e destruíam, Jesus contrasta a sua missão com a deles “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (v. 10). Por que eles eram ladroes? Porque eles eram obreiros da iniquidade, que se alimentavam do povo como se fosse pão “Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniquidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocaram a Deus” ( Sl 53:4 ).

Os lideres de Israel eram ladrões, salteadores por subtraírem a palavra de Deus que concede vida aos homens. Sob o pretexto de sacrifícios (orações prolongadas, jejuns, festas, dias, luas) extorquiam a casa dos necessitados (viúvas, órfãos) ( Mt 23:14 ). ‘prolongadas orações’ é figura de sacrifícios, e viúvas e órfãos são figuras utilizadas para ilustras os necessitados, os pobres de espíritos.

Quando os fariseus ensinavam que não era necessário aos filhos de Israel dar aos seus pais o que pediam sob o pretexto de que fora oferecido como oferta ao Senhor, criaram um subterfúgio para não observarem a lei que tanto idolatravam ( Mt 15:5 ; ). Além de roubar, as palavras que proferiam eram palavras de morte, pois todos os que ingeriam os seus ‘ovos’, tornavam-se serpentes ( Is 59:5 ). Todos que se tornavam prosélitos, tornavam-se duas vezes mais filhos do inferno ( Mt 23:15 ).

As ovelhas pertencem ao Pastor e o Pastor tem cuidado delas. Já o mercenário, por não ser o pastor, a quem as ovelhas pertencem, vê o perigo e o risco, mas não se interpõe de modo a proteger o rebanho. Diante do perigo, deixa as ovelhas e foge ( Jo 10:12 ).

Os lideres de Israel foram os responsáveis pela dispersão (diáspora) dos filhos de Israel por não acatarem o contido nas Escrituras e a maldição predita por Moisés sobreveio ao povo ( Dt 29:27 -28). Mesmo após terem percorrido o deserto sobre a liderança de Moisés, Deus já protestava contra eles que não lhes foi dado olhos para ver, ou seja, estavam cegos “Porém não vos tem dado o SENHOR um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje” ( Dt 29:4 ).

O peso do Senhor contra os lideres de Israel que fazia o povo desviar-se de cumprir a sua palavra foi reiterado por diversas vezes pelos profetas “Uivai, pastores, e clamai, e revolvei-vos na cinza, principais do rebanho, porque já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e dispersos, e vós então caireis como um vaso precioso” ( Jr 25:34 ).

O povo tornou-se comparável a ovelhas perdidas, pois deixaram o Senhor (lugar de repouso) e passaram a confiar na proteção oferecida pelas nações (montes e outeiros) vizinhas através de alianças “Ovelhas perdidas têm sido o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, para os montes as desviaram; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar do seu repouso” ( Jr 50:6 ; Os 7:1 e 11 ; Sl 50:16 -18).

Da mesma forma que os profetas falavam ao povo por enigmas e parábolas, Jesus retransmite a mesma mensagem demonstrando que haviam transformado a casa de Deus em uma ‘caverna de salteadores’, um ‘covil de ladrões’ “É pois esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o SENHOR” ( Jr 7:11 ); “Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama as peitas, e anda atrás das recompensas; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa da viúva” ( Is 1:23 ); “E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões” ( Mt 21:13 ); “Como as hordas de salteadores que esperam alguns, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho num mesmo consenso; sim, eles cometem abominações” ( Os 6:9 ); “SARANDO eu a Israel, se descobriu a iniquidade de Efraim, como também as maldades de Samaria, porque praticaram a falsidade; e o ladrão entra, e a horda dos salteadores despoja por fora” ( Os 7:1 ).

Como os lideres de Israel prevaricaram em suas atribuições, estavam surrupiavam o povo da Verdade que Deus lhes dissera. Em nenhuma das referências bíblicas do A. T. ha Deus fazendo referência aos demônios como os ladrões, ou salteadores, porque Deus trata na sua palavra com os homens e não com os demônios ou com os animais.

O apóstolo Paulo é claro: Tudo o que a lei diz, diz aos que estão debaixo da lei ( Rm 3:19), de modo que tanto os judeus quanto os gentios são escusáveis diante de Deus. Portanto, quando se lê os profetas, verifica-se que eles protestavam contra o povo de Israel declarando-os como ladrões e salteadores. Enquanto Deus requer o amor, os lideres de Israel impunha ao povo sacrifícios ( Os 6:6 ), de modo que eram transgressores como Adão. Por serem transgressores, as suas mãos são descritas figurativamente como ‘manchadas de sangue’, ou seja, eram homicidas ( Os 6:8 ).

Por terem as mãos manchadas de sangue, são descritos também como uma horda de salteadores, pois há violência em suas mãos ( Os 6:9 ). Isto não quer dizer que o povo de Israel e os seus sacerdotes eram reprováveis moralmente por cometerem homicídios, antes os profetas apresentam uma figura que representam o povo como transgressores mesmo quando aplicavam os seus corações nos sacrifícios e nas guarda de dias sagrados ( Is 1:13 -15).

Tudo que não for segundo a palavra de Deus (pelo meu espírito) é denominado ‘violência’, ‘homicídio’, ‘mãos manchadas de sangue’ ( Zc 4:6 ; Is 59:2 -10). Isaias, ao descrever este quadro demonstra que, por o povo de Israel ‘possuir’ uma justiça própria, ou seja, não reconhecendo a Cristo como Senhor, são descritos profeticamente como cegos: “Por isso o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão. Apalpamos as paredes como cegos, e como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas, e nos lugares escuros como mortos” ( IS 59: 9 -10).

Esperavam o juízo “Todos nós bramamos como ursos, e continuamente gememos como pombas; esperamos pelo juízo, e não o há; pela salvação, e está longe de nós” ( Is 59:11 ), e quando o Juízo disse: “Eu vim a este mundo para juízo” ( Jo 9:39 ), estavam completamente cegos!

Como o Salmo 118 apresenta a porta, a pedra de esquina e a destra do Senhor que faz proezas, Jesus também se apresenta como a vítima do altar. Quando Jesus identifica-se como o Bom Pastor, apresentou-se como o Senhor que mostrou a luz e, ao mesmo tempo o cordeiro que foi morto, pois Ele deixa claro que o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas (v. 11) “Deus é o SENHOR que nos mostrou a luz; atai o sacrifício da festa com cordas, até às pontas do altar” ( Sl 118:27 ). O mesmo Senhor que veio mostrar a luz para os que jaziam em trevas, tornou-se o sacrifício da festa.

Jesus complementa a parábola inicial ao destacar que os mercenários ou o que não é o pastor, se evadem e deixam as ovelhas à mercê da sanha dos lobos (v. 12). O motivo pelo qual o mercenário foge é porque é mercenário, ou seja, não é comprometido com as ovelhas (v. 13 ).

Novamente Jesus destaca que é o Bom Pastor, sendo que Ele ‘conhece’ as suas ovelhas e delas é ‘conhecido’. A palavra conhecer neste verso não é o mesmo que ‘saber acerca de’, antes diz de comunhão íntima. Jesus tornou-se um só corpo com as suas ovelhas, de modo que passaram a ter comunhão íntima, porque as ovelhas são os membros do corpo de Cristo, que é a igreja (v. 14).

Do mesmo modo que o Pai conhece o Filho de modo que ambos são um, a igreja conhece o Pai e o Filho, pois em Cristo são um só corpo “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” ( Jo 17:22 ). ‘Conhecer’ é o mesmo que tornar-se um (v. 15).

Jesus foi enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel “E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” ( Mt 15:24 ), mas não ouviram aquele que se apresentou como descanso e refrigério ao cansado. Como não deram ouvido, o Bom Pastor lançou mão de ovelhas tiradas dentre os gentios.

As ‘ovelhas que não são deste aprisco’ é uma referencia aos gentios que, após ouvirem a mensagem do evangelho, tornaram-se coerdeiros da mesma promessa (v. 16).

Quando Jesus declarou que ‘Deus o amava’ em virtude de dispor da sua vida e que lhe foi dado autoridade para tornar a toma-la, os judeus nada compreenderam e houve dissensão entre eles por causa destas palavras (v. 19). Uns passaram a dizer que Jesus tinha demônio e estava louco, enquanto outros consideravam que tais palavras não podiam ser de um endemoninhado, pois tinha poder de dar vista aos cegos (v. 21).

Novamente outra profecia cumpriu-se neles: “O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão. Não creiais no amigo, nem confieis no vosso guia; daquela que repousa no teu seio, guarda as portas da tua boca. Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa” ( Mq 7:4 -6).

 

O diabo não pode roubar, matar ou destruir o corpo de Cristo

Em primeiro lugar, vale destacar que é impossível ao diabo roubar o cristão, pois o cristão está escondido com Cristo em Deus, e esta é a certeza do cristão: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” ( Rm 8:38 -39); “Mas fiel é o SENHOR, que vos confirmará, e guardará do maligno” ( 2Ts 3:3 ).

Em segundo, lugar é impossível o diabo roubar a paz, a esperança, o amor, etc., pois as ‘qualidades’ enumeradas referem-se ao ‘fruto’ do Espírito, e não do cristão, de modo que é impossível ao diabo roubar a Deus “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” ( Gl 5:22 ).

É o Espirito que produz amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança naqueles que estão ligados à Videira verdadeira ( Jo 15:5 ). Ou seja, sem Cristo é impossível ao homem produzir fruto, pois Deus diz: “…de mim é achado o teu fruto” ( Os 14:8 ).

Em terceiro lugar, quem veio matar, roubar e destruir não foi o diabo, como já demonstramos. Como o diabo roubaria aquele que está escondido com Cristo em Deus?

Em quarto lugar, mesmo que o cristão sofra algumas contingências em relação aos bens materiais ou em relação à sua existência neste mundo, não é o diabo que provoca, pois tais contingências às vezes decorrem dos desatinos dos homens entenebrecidos no entendimento, que andam segundo o curso deste mundo e estão separados de Deus pela ignorância que há neles ou, por decisões equivocadas que tomamos.

A parábola faz referência aos líderes de Israel quando fala do ladrão, portanto, é um erro aplicar a passagem de João 10, verso 10 como sendo o diabo o ladrão que consta na parábola.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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