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Categorias: I Coríntios

O uso do véu na Igreja

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As mulheres devem ou não usarem véu na igreja? O que o apóstolo Paulo ordenou à igreja de Corinto?


O uso do véu na Igreja

Muitos cristãos em nossos dias por causa da passagem bíblica de 1 Coríntios 11 questionam se é obrigatório às mulheres usarem véu na igreja

Há igrejas que impõem o uso deste acessório às mulheres durante a liturgia dos cultos, e seus lideres alegam que tal indumentária é essencial à adoração da mulher.

Por outro lado, as igrejas que não impõem o uso do véu às mulheres, acabam não apresentando argumentos plausíveis aos seus fiéis, deixando-os em suspeição.

Tal indefinição em demonstrar qual foi a recomendação do apóstolo Paulo se deve a falta de uma interpretação segura do capítulo 11 da carta aos Corinto.

Esta é a proposta deste artigo: evidenciar qual a proposta do apóstolo Paulo à igreja de Corinto, afinal, devem ou não as mulheres usarem véu na igreja?

Para auxiliar na interpretação do texto bíblico, o capítulo 11 foi fracionado em várias cores para realçar os argumentos utilizados pelo apóstolo Paulo. Desta forma destacamos gradativamente as ideias que o apóstolo apresenta aos irmãos em Corintos.

1 Coríntios 11: 1- 16

1- Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.

2- E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.

3- Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem,

e o homem a cabeça da mulher;

e Deus a cabeça de Cristo.

4- Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.

5- Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.

6- Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.

7- O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.

8- Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.

9- Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.

10- Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.

11- Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR.

12- Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.

13- Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?

14- Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?

15- Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.

16- Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.

Introdução

1- Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.

2- E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.

A primeira análise recai sobre o pedido do apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores…” (v.1).

Os cristãos deveriam imitar o apóstolo Paulo da mesma forma que o apóstolo imitou Cristo, ou seja, este pedido está relacionado com os versículos 32 e 33 do capítulo anterior “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar” ( 1Co 10:32 -33).

Tudo que os cristãos realizassem deveria ser realizado para a glória de Deus. O apóstolo Paulo demonstrou anteriormente que ninguém devia impor preceitos que impedisse o acesso das pessoas a Deus com base em suas ideologias, filosofias ou conhecimento cultural. Questões de origens, nacionalidade e condições sociais não pode ser um entrave a propagação do evangelho ( 1Co 10:31 -32).

O apóstolo Paulo demonstra que qualquer dissensão entre judeus e gentios não é um comportamento aceitável no corpo de Cristo! Por fim, ele demonstra que em tudo buscava agradar a todos, com um único objetivo: “… para que assim se possam salvar” ( 1Co 10:33 ).

Desta forma, verifica-se que os argumentos do capítulo 10 encerram somente no versículo um do capítulo onze. Ou seja, o verso 1 do capítulo primeiro pertence ao capítulo anterior.

O verso dois do capítulo 11 introduz duas discussões: o uso do véu ( 1Co 11:3 -16) e o comportamento de alguns cristãos durante a ceia instituída pelo Senhor ( 1Co 11:17 -34).

Para abordar estes dois temas, o apóstolo Paulo se utiliza de um elogio “Eu vos louvo, irmãos…”. Após elogiar, o apóstolo Paulo deixa de abordar como deve ser o comportamento dos cristãos, e passa a apresentar como deve ser o posicionamento dos cristãos quanto ao uso do véu.

Os cristãos estavam sendo elogiados por dois motivos: em tudo lembravam e guardavam as determinações do apóstolo Paulo preservando a na integra a mensagem que lhes foi entregue.

Os cristãos guardavam na lembrança as determinações do apóstolo, e cumpriam as determinações conforme foram ensinados.

Questões a serem esclarecidas

3- Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem,

e o homem a cabeça da mulher;

e Deus a cabeça de Cristo.

A transição de assunto do capítulo 10 para o 11 se dá por intermédio de um elogio. Porém, antes de ser apresentado o assunto, o apóstolo Paulo insta os seus leitores a conhecer algo que possivelmente desconheciam.

O tema: ‘O uso do véu na igreja’, deveria ser apreciado pelos cristãos de Corinto à luz do que o apóstolo Paulo evidencia no versículo 3 e, que, talvez, muitos deles desconheciam: “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo” (v. 3).

O apóstolo Paulo precisava falar sobre o uso do véu, porém, antes de tal abordagem era necessário que os cristãos conhecessem algumas peculiaridades concernente a autoridade.

Quando o apóstolo Paulo diz: “…quero que saibais…”, isto nos faz compreender que os cristãos de Corinto desconheciam algumas nuances pertinentes as relações que a autoridade apresenta.

Cristo tem autoridade sobre todos os homens, ou seja, Cristo é a cabeça de todo o homem. Isto porque, Cristo é o último Adão, do qual o primeiro Adão foi feito imagem ( Rm 5:14 ; 1Co 15:45 ).

Muitos tinham Moisés como autoridade máxima por causa da lei, porém, o apóstolo Paulo demonstra que Cristo, em última instância, exerce autoridade sobre todos os homens, visto que Ele é o último Adão. Enquanto Cristo é a imagem exata, Adão foi figura daquele que havia de vir.

Se havia alguma dúvida ou alguma questão não resolvida quanto a quem possuía autoridade, e a quem os cristãos deviam obediência, o apóstolo Paulo demonstra que Cristo é a cabeça (autoridade) de TODO homem.

O apóstolo Paulo faz esta abordagem inicial por saber que alguns cristãos haveriam de invocar a ‘autoridade’ da lei para tentar rebater o seu ensinamento. Ao ensinar que Cristo é a cabeça de todo homem, o apóstolo Paulo se antecipa, e apresenta Cristo com autoridade superior.

O homem, por sua vez, é a cabeça da mulher, ou seja, o homem exerce autoridade sobre a mulher. Como? Da mesma forma que o homem deve ser submisso a Cristo, a mulher deve ser submissa ao homem.

A função da mulher é submeter-se ao cuidado do homem em obediência. A concepção de autoridade na Bíblia refere-se aquele que exerce cuidado, de modo que quem obedece sujeita-se ao cuidado da cabeça.

Dai surge a pergunta: Porque a mulher deve ser submissa ao homem? Ela deve submeter-se ao homem mesmo quando explorada? Não! Não é este o ensinamento bíblico. A mulher deve submeter-se ao homem porque é dele a responsabilidade de zelar pela mulher. Cabe a ele cuidar da mulher. A concepção de autoridade relacionado com exploração não advém da Bíblia, pois é dado a cabeça zelar do seu corpo, portanto o homem deve zelar da mulher, e não explorá-la.

Da mesma forma que o homem deve submeter-se a Cristo, visto que é Ele que tem zelo da igreja. A submissão não coaduna com a exploração, antes com o cuidado, com o zelo de quem exerce autoridade.

Ora, vemos que Deus é a cabeça de Cristo, porque Deus exerceu autoridade sobre o seu Filho Unigênito aqui na terra com o fito de preservá-lo em vida. A autoridade se demonstra no dever de zelo de quem esta a exercê-la. Por conseguinte, o Filho reconheceu a autoridade e o cuidado do Pai quando se sujeitou a Ele sendo obediente em tudo.

Este versículo, em última instância, introduz a ideia de sujeição aos cuidados do Senhor, da mesma forma que o apóstolo Paulo apresenta esta questão aos cristãos de Éfeso: “De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos” ( Ef 5:24 ).

O versículo 3 introduz a ideia de sujeição, e sob está óptica devemos analisar a recomendação do apóstolo Paulo quanto ao uso ou não do véu nas igrejas. Ao termino da exposição do apóstolo Paulo, veremos o quanto é pertinente para o esclarecimento do assunto (uso do véu) a ideia da sujeição à autoridade.

Observe que, se o apóstolo Paulo queria que eles soubessem que Cristo é a cabeça do homem “Mas quero que saibais que…” (v. 3), este conhecimento deve ser levado em consideração na análise do restante do texto.

 

O Que Muitos Entendiam

4- Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.

5- Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.

6- Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.

Após expor o que era necessário os cristãos saberem para uma correta abordagem do tema (v. 3), o apóstolo Paulo demonstra que também conhecia as alegações dos que queriam impor a utilização do véu às mulheres da igreja de Corinto (vs. 4- 10).

Ou seja, a exposição do apóstolo Paulo dos versos 4 ao 10 demonstra que ele conhecia muito bem as alegações dos que queriam impor a utilização do véu. Tal abordagem demonstra que o apóstolo dos gentios tinha conhecimento de causa para tratar do assunto.

Quando se lê o verso 4 e 5 como sendo uma ordenança do apóstolo Paulo aos cristãos, chega-se ao entendimento de que as mulheres devem utilizar o véu durante a liturgia. Porém, se observarmos a estrutura de texto, verifica-se que não se trata de uma ordenança do apóstolo Paulo, e sim, de um conhecimento comum a alguns dos cristãos, e que o apóstolo passa a tratar à luz do exposto no versículo 3.

Ou seja, o apóstolo Paulo queria que eles soubessem que Cristo é a cabeça de todo homem, uma vez que ele sabia que o conhecimento deles era que ‘todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça’.

Este era o conhecimento deles: ‘Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça’ (v. 4), e o apóstolo Paulo ao citar o que conheciam, demonstra ter o conhecimento necessário para debater o assunto.

O mesmo ensinamento que aponta que é desonra para o homem profetizar e orar com a cabeça coberta, é o que determina que a mulher deve cobrir-se com o véu quando ora ou profetiza.

O que seria desonra para o homem seria honra para as mulheres, e vice-versa (vs. 4 e 5).

Com base neste conhecimento que alguns da igreja de Corinto possuíam, eles chegariam a seguinte conclusão: Se a mulher não se cobre com o véu quando ora ou profetiza, desonra a sua própria cabeça, e seria como se a sua cabeça estivesse raspada. Portanto, se a mulher não se cobre com o véu, deveria tosquiar o seu cabelo. Mas, se era vergonha para ela raspar a cabeça, que se cobrisse com o véu, para evitar a desonra da sua própria cabeça.

Observe que na lei, se a mulher fosse desonrada, ela estava desonrando também o seu marido, que exercia autoridade sobre ela.

Do ensinamento que estava se propagando na igreja de Corinto decorre que, se a mulher não se cobrisse com o véu, estava a desonrar-se, e desonrando o seu marido.

Ficar sem o véu era o mesmo que estar contrariando a natureza: considerava-se que a mulher estava desprovida dos cabelos (careca). Após apresentar o conhecimento de alguns da igreja de Corinto (vs. 4 e 5), o apóstolo Paulo apresenta as regras pertinentes a este ensinamento, ou seja: “Se a mulher não se cobre com o véu…” (v. 6).

Estas eram as implicações daquele ensinamento: o homem não devia cobrir-se com o véu, para não trazer desonra sobre si. Por outro lado, a mulher devia cobrir-se com o véu ao orar e profetizar. Caso a mulher não quisesse utilizar o véu, precisava estar plenamente esclarecida que a sua atitude de não usar o véu implicaria no mesmo que estar com a cabeça raspada.

Como era vergonha para as mulheres ficar com a cabeça raspada, que colocassem o véu. Para os observadores da lei, se uma mulher não utilizasse o véu, era o mesmo que ela estivesse com a cabeça raspada.

Os versículo 4 e 5 são premissas que levam a uma conclusão, e não uma determinação, como muitos entendem: “Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também”.

Estes três versículos não são os ensinamentos do apóstolo Paulo à igreja, e o que estava sendo transmitindo aos cristãos não era uma determinação para adotarem tal prática. Antes, esta era uma forma de abordar um tema, demonstrando que aquele que estava instruindo estava inteirado das práticas que alguns adotavam.

O apóstolo Paulo procurou demonstrar como expositor do evangelho que conhecia plenamente o tema a ser tratado. Desta maneira, ele expôs as ordenanças que impunham a utilização do véu na igreja (v. 4 e 6) e a conclusão que decorre destas ordenanças (v. 6).

Mas, qual era o fundamento de tais ordenanças? Qual foi a base utilizada para apresentarem tais regras ao povo? A resposta vem dos versículos 7 a 9:

7- O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.

8- Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.

9- Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.

Se há regras que se aplicam às mulheres, também há regras que se aplicam aos homens. Porém, estas regras precisam ser motivadas. Qual o motivo do homem não utilizar o véu, e o motivo da mulher ter que utilizá-lo?

O apóstolo Paulo apresenta os argumentos onde se fundamentava a ordenança do homem não utilizar o véu: o homem não podia utilizar o véu porque ele é a imagem e glória de Deus. Por outro lado, a mulher deveria utilizar o véu por ser a glória do homem.

Observe as razões deste ensinamento:

1º) A mulher é a glória do homem;

2º) O homem não veio da mulher, e;

3º) A mulher foi criada por causa do homem, e não o homem por causa da mulher.

Observe a argumentação que deu origem a utilização do véu: a mulher foi criada por causa do homem, e não o homem por causa da mulher. Da mesma maneira que o homem não veio da mulher, mais a mulher do homem. Para eles, o homem foi criado à imagem Deus, e a mulher à imagem do homem. Entendiam que o homem é a imagem e a glória de Deus, e a mulher a glória do homem.

10- Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.

Diante das razões expostas desde o versículo quatro, o apóstolo Paulo apresenta a conclusão dos que queriam impor a utilização do véu na igreja: a mulher deveria usar o véu, como sinal de autoridade, por causa dos anjos (v. 10).

Do versículo quatro ao versículo dez, o apóstolo Paulo só estava descrevendo algo que já era do conhecimento dos irmãos em Corinto. Exceto o versículo 3, todos os outros versículos até o 10 tratam de ensinamentos que decorrem da lei e dos preceitos dos judeus.

A explicação máxima dos que queriam impor o uso do véu era: “Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade, por causa dos anjos” (v. 10).

 

A Nova Condição em Cristo

11- Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR.

12- Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.

A partir do versículo 11, o apóstolo Paulo apresenta os seus ‘preceitos’ (v. 2), que contrapõe ao que foi exposto anteriormente.

O apóstolo Paulo aponta uma alternativa aquele pensamento: “Todavia,…” (v. 11).

Enquanto os que queriam impor o uso do véu argumentavam que a mulher veio do homem, ou que a mulher foi criada por causa do homem, o apóstolo Paulo demonstra que o homem não é sem a mulher, e nem a mulher sem o homem em Cristo.

Ou seja, em Cristo (no Senhor) ‘nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem’. Em seguida o apóstolo Paulo apresenta o motivo: “Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus” (v. 12).

O apóstolo Paulo demonstra que a argumentação dos que queriam impor o uso do véu era inconsistente frente a verdade do evangelho.

À parte de Cristo as diferenças entre homem e mulher eram ‘evidentes’. ‘Todavia’, em Cristo é totalmente diferente: não há distinção entre homens e mulheres, pois tudo vem de Deus.

As distinções que a lei evidenciavam, tais como: sexo, raça e religião, no Senhor elas não se aplicam.

O argumento do apóstolo Paulo contraria a ideia anterior (v. 4 a 10). Em Cristo, tanto homem quanto mulher, são um. Pertencem a um mesmo corpo, que é a igreja. Os cristãos deveriam observar que, da mesma forma que a mulher veio do homem, o homem também provém da mulher.

Para que não restassem dúvidas quanto à procedência do homem e da mulher e das diferenças que poderiam advir de um entendimento equivocado, o apóstolo Paulo reitera que “tudo vem de Deus” (v. 12), tanto homem, quanto a mulher.

Diante do argumento utilizado, o apóstolo Paulo espera um julgamento da partes dos seus leitores: “Julgai entre vós mesmos…” (v. 13), como já era de se esperar do apóstolo “Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo” ( 1Co 10:15 ).

O argumento daqueles que se apegavam a lei era: o homem não veio da mulher (v. 8). O argumento do apóstolo Paulo é: “Pois como a mulher proveio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo provém de Deus” (v. 12).

Para fazer os cristãos pensarem segundo as novas premissas do evangelho, o apóstolo Paulo questiona: “É próprio que a mulher ore a Deus com a cabeça descoberta?” (v. 13).

Segundo as ordenanças decorrente da lei era obrigatório às mulheres o uso do véu, porém, à luz do evangelho, o apóstolo Paulo espera um julgamento dos seus leitores.

Caso ainda restassem dúvidas sobre a questão, o apóstolo Paulo apresenta outro elemento a se considerar quando da resposta à questão formulada anteriormente: “Ou não vos ensina a própria natureza que é desonroso para o homem ter cabelo crescido?” (v. 14).

O ensinamento sobre o homem é que dava sustentabilidade à ordenança a respeito da mulher: o homem não deveria ter cabelo crescido, da mesma forma que a mulher não deveria orar com a cabeça descoberta.

Diante do que foi exposto o apóstolo Paulo conclui: “Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, pois o cabelo foi dado em lugar do véu” (v. 15).

Não havia mais a necessidade do uso do véu pelas mulheres nas igrejas diante dos vários motivos que o apóstolo Paulo apresenta em suas exposições doutrinárias:

  • O cabelo da mulher foi dado em lugar do véu;
  • Em Cristo Jesus não há diferença entre o homem e a mulher;
  • Tudo provém de Deus;
  • Em Cristo não há macho ou fêmea ( Gl 3:28 );
  • No evangelho não há distinção entre pessoas.

Mesmo após instruir os cristãos que o uso do véu não era imposto às mulheres, o apóstolo Paulo se antecipa aos dissidentes que queriam impor o uso de tal indumentária:

“Mas, se alguém quiser ser contencioso…”

O apóstolo Paulo esperava um ‘julgamento’ consciente da parte dos cristãos (v. 13), mas, diante da possibilidade de alguém não aceitar os seus argumentos, ele apresenta a sua decisão: “… NOS NÃO TEMOS TAL COSTUME, NEM AS IGREJAS DE DEUS”.

 

Conclusão

Diante da palavra ‘Todavia’ no versículo onze é que conseguimos entender o argumento do apóstolo Paulo contra o uso do véu. Entendemos que do versículo quatro ao dez, o apóstolo Paulo faz referencia aos costumes utilizados por alguns membros da igreja de Corinto, mas que não condizia com os usos e costumes das igrejas primitivas.

A questão do uso do véu imposto às mulheres cristãs não precisaria ser abordada pelo apóstolo Paulo se os cristãos de Corinto entendessem que a igreja de Deus é sujeita a Cristo, sendo Ele a cabeça da igreja e o salvador do corpo, que é composto tanto por homens e mulheres.

Ora, se Cristo é a cabeça, segue-se que nem o homem e nem a mulher são cabeça quando membros do corpo de Cristo. Portanto, nem o homem nem a mulher necessitam de véu ou de cabelo, pois é Cristo a cabeça do corpo. E Cristo não necessita de véu.

Todos os cristãos são membros do corpo de Cristo ( Ef 5:30 ), e através d’Ele todos são um. Este ‘mistério’ alguns de Corinto ainda não entendiam (Cristo e a Igreja) (v. 32), o que influenciou até mesmo o cerimonial da ceia.

Se todos são participantes do corpo de Cristo, não há diferença entre homem e mulher, e, portanto, não é necessário a utilização de qualquer acessório que faça distinção entre os membros do corpo de Cristo.

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Veja o que comentário

  • Parabéns pelo trabalho. Estou trabalhando com algumas abordagens diferentes sobre 1Co.11:1-16 e o caminho que vc trilhou – no meu entendimento – é bem coerente. Agradeço pela contribuição!

  • Estou estudando sobre o uso do véu na minha igreja, as irmãs tem por costume o uso do véu mais algumas já intende que o uso do véu não é bíblico, e foi de grande ajuda o seu estudo, agradeço pela contribuição e que o senhor Jesus Cristo te abençoe .

  • Tenho experiência com uma mulher irmã em Cristo que chegou onde tinha um menino endemoninhado e já na hora q ela colocou o véu pra orar o demônio ficou amarrado. Depois oramos e o demônio saiu. Varios ja tinham tentado expulsar e não tinham conseguido. O véu é sinal de poderio por causa dos anjos.

    • Olá, Lair… devemos ter em mente a recomendação do apóstolo Pedro: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” (II Pedro 1 : 19).

      Se for a palavra dos profetas, tudo bem, mas experiencias pessoais, como a de Pedro que viu o Cristo glorificado, não pode servir de base para uma questão de doutrina bíblica.

      Pedro viu o Cristo glorificado e, o primeiro pensamento foi montar tendas e passar a morar naquele local, o que não era o objetivo daquela visão grandiosa.

      Expulsar demônios e operar milagres não dá base para afirmar que esse ou aquele costume é o aceito por Deus, pois naquele dia muitos dirão que operaram maravilhas, mas serão rejeitados (Mt 7:22).

      A exposição que o apóstolo Paulo faz em 1 Corintios 11, do verso 4 ao 9 não é prescritivo de costume as igrejas, antes o apóstolo demonstra que conhecia o costume da sociedade. Mas, como ele diz no verso 11: todavia, no Senhor a coisa é diferente, pois o cabelo foi dado em lugar de véu, e a igreja não tinha o costume de colocar o véu.

      Att.

    • Ola, Juarez..

      O uso de véu não é bíblico, e não é uma questão somente de conveniência.

      Att.

  • Muito bem explicado! Se Cristo nos libertar, seremos verdadeiramente livres! Lembrando q tudo nos é lícito, mas q nem tudo nos convém, não demos ocasião à carne. Louvado seja nosso libertador e Salvador Jesus Cristo.

  • Muito bem abordado o assunto e a construção do rarcionio bastante intuitiva aos leitores. Parabéns!!

  • Excelente explicação..
    Ah se todos tivesse uma interpretação eficaz e eficiente igual a esta.
    Deus abençoe!

  • O uso do véu na Congregação Cristã no Brasil é usado como sendo bíblico. Já que em vários e vários testemunhos das irmãs, em vários e vários casos, por causa do véu teve obras e milagres através do poder de Deus. O véu é um sinal de poderio sobre os anjos, a mulher quando ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a Deus.

    • Olá Vanderlei...

      Argumento falho, pois todas religiões apontam esse elemento.. há 'milagres' na igreja católica, no espiritismo, etc.

      Att

    • QUANDO O DEMONIO FOI EXPULSO N FOI POR CAUSA DO VÉU E SIM PELO O ESPIRITO SANTO DE DEUS .SE VC DIZ Q FOI PELO COLOCA DO VÉU ,VC TA ANULANDO A OBRA DO ESPERITO SANTO.E VC TAMBÉM PODE ESTAR IDOLATRANDO O VÉU EM DIZER Q DEMÕNIO SAIU POR CAUSA DO ACESSORIO.

  • Estudo muito edificante.
    Se o véu é para a glória do homem, então não tem nada à vê com Deus!
    É doutrina humana.
    Podemos dizer quê, as igrejas adotam seus usos e costumes pra se diferenciar das demais, mais isso não as torne mais santa que as demais.

  • O irmao esta equivocado porque o irmao esta indo pela cultura daquela epoca falo esta legitimando o uso do véu como defende os originais e argumento para tal coisa esta relacionado ao povo judeu que crê em Jesus pois todos eled tem este custume e ao contrario do que voce citou paulo nao esta indo contra o uso paulo esta defendendo o uso do veu nos cultos amem

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