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A planta que o Pai celestial não plantou é proveniente da semente corruptível de Adão e, por isso, será arrancada. Sobre esse juízo, João Batista profetizou que o machado já está posto à raiz das árvores (Mateus 3:10).


A planta que o Pai não plantou

“Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.” (Mateus 15:13).

Introdução

Certa vez, Jesus foi a uma sinagoga na cidade de Nazaré e lhe entregaram o livro do profeta Isaías. Ao abri-lo, Ele encontrou e leu o texto que dizia:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pois Ele me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, a pregar liberdade aos cativos e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor…” (Lucas 4:18-19).

Em seguida, Jesus declarou ao povo:

“Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.” (Lucas 4:21).

Enquanto esteve entre os homens, a palavra (espírito) de Deus esteve sobre Jesus (João 10:30). Sua missão foi trazer “boas novas” aos pobres de espírito (Mateus 5:3). Jesus foi enviado para consolar os contritos de coração e proclamar liberdade aos cativos do pecado. Ele inaugurou o tempo (ano) em que os homens são aceitáveis diante de Deus (2 Coríntios 6:2).

Isaías profetizou que, após o Messias cumprir sua missão, os homens seriam chamados de árvores de justiça, plantação do Senhor, para que Deus fosse glorificado.

“E todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado.” (Isaías 60:21);

“… a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, veste de louvor por espírito angustiado, a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado.” (Isaías 61:3).

Através da obra realizada por Cristo, os homens seriam “renovos” plantados por Deus, ou seja, “plantas que o Pai celestial plantou”, de modo que seriam árvores de justiça, plantação de Deus.

Entretanto, Jesus destacou aos seus discípulos que também existe a “planta que o Pai celestial não plantou”, e o objetivo deste artigo é identificar qual é essa planta e por que ela será arrancada.

 

Duas sementes: a corruptível e a incorruptível

“… pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada.” (1 Pedro 1:23-25).

O apóstolo Pedro cita o profeta Isaías ao falar do novo nascimento, destacando que os cristãos foram gerados de novo em Cristo através da palavra de Deus, a semente incorruptível.

Uma voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o Espírito do Senhor. Na verdade o povo é erva. Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.” (Isaías 40:6-8).

A semente incorruptível refere-se à verdade do evangelho, que em essência, é o Verbo encarnado, que vive e permanece para sempre. Qualquer que nasce da palavra de Deus é livre do pecado, pois constitui-se um dos filhos de Deus.

“Qualquer que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” (1 João 3:9);

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1:12-13).

O novo nascimento se dá por intermédio de Cristo, o último Adão, que trás à existência homens espirituais, nascidos da vontade de Deus e que permanecerão para sempre.

“E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:17);

“Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:40).

Agora, todos aqueles que são nascidos do sangue, da vontade da carne e da vontade do homem, nasceram de uma semente corruptível, a semente de Adão, e como a erva, secam e caem. A semente de Adão produz homens naturais e terrenos, e conforme a determinação divina, estão fadados a retornarem ao pó (1 Coríntios 15:46-47; Gênesis 2:19).

Através dessa análise, é possível concluir que existem duas sementes, a corruptível e a incorruptível. A semente corruptível refere-se a semente de Adão, e a incorruptível, refere-se à palavra de Deus, na pessoa de Cristo, o último Adão (1 Coríntios 15:45).

 

Árvore boa e árvore má

“Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons.” (Mateus 7:17-20).

O que determina se uma árvore é boa ou má é a semente da qual ela nasceu. Se a semente é má, a árvore será má; se a semente for boa, a árvore será boa. A natureza da árvore está vinculada à semente. Esse mesmo princípio se aplica aos homens: aqueles que são nascidos segundo a semente corruptível de Adão estão fadados à morte, mas aqueles que são gerados de novo pela palavra de Deus, a semente incorruptível, permanecerão para sempre.

Como é impossível identificar quais homens são bons e quais são maus pela aparência, é necessário considerar o que Jesus e os profetas disseram. Mesmo o mais reto dos homens é pior que o espinhal, e o melhor é como um espinho.

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.” (Mateus 7:15)

“O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que o espinhal; veio o dia dos teus vigias, veio a tua visitação; agora será a sua confusão.” (Miqueias 7:4)

Jesus deixa claro que o único modo de identificar se uma árvore é boa ou má é pelo fruto, e o fruto é aquilo que sai da boca do homem.

Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? (Mateus 7:16);

Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. (1 João 4:1).

João Batista, ao receber os escribas e fariseus que vinham ao batismo, prontamente os identificou como raça de víboras. Por que? Como? Por aquilo que eles diziam, ou seja, o fruto dos lábios, que não condizia com uma mudança de entendimento (metanoia). Eles vinham ao batismo professando que eram salvos por descenderem de Abraão, sendo que o fruto exigido era a confissão de que seriam salvos por causa de Cristo, o reino dos céus em meio aos homens.

Toda pessoa que nega que Jesus veio em carne, que diz que Jesus de Nazaré não é o Cristo, ou que nega que Jesus é o Filho de Davi, portanto, o Filho de Deus, produz fruto mau e não é uma planta que o Pai celeste plantou.

“A todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne, procede de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus, não procede de Deus. Este é o espírito do anticristo, acerca do qual tendes ouvido que vem, e presentemente já está no mundo.” (1 João 4:2-3)

“Aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido.” (1 João 5:1)

“Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho.” (1 João 2:22)

Portanto, negar essas verdades fundamentais sobre Jesus revela um coração que não foi transformado pela semente incorruptível da palavra de Deus. Os que negam essas verdades não produzem o fruto que contém a semente incorruptível e não são renovos plantados pelo Pai celeste.

 

A palavra de Deus

A palavra de Deus (evangelho) é a semente que dá origem às ‘árvores de justiça’.

“Esta é, pois, a parábola: A semente é a palavra de Deus” (Lucas 8:11).

As plantas que o Pai celestial plantou têm origem na semente incorruptível, que é a palavra de Deus (1 Pedro 1:23).

Cristo é o semeador, assim como todos aqueles que anunciam as boas novas do evangelho.

“O que semeia, semeia a palavra” (Marcos 4:14).

Mas, para semear a palavra, é preciso ser nascido da vontade de Deus, ser uma árvore de justiça, plantação do Senhor. É necessário ter recebido o poder para ser feito filho de Deus, ou seja, ter recebido o evangelho, a semente incorruptível (João 1:12-13; Romanos 1:16).

Não há como uma pessoa anunciar a palavra do evangelho se não é nascida dela. Em outras palavras, só é possível anunciar o evangelho quando se é ramo da videira verdadeira, estando ligado a Cristo. Quando alguém está ligado à videira verdadeira, produz muito fruto: o fruto dos lábios que professam a Cristo (Hebreus 13:15; João 15:5,8).

Por isso, o apóstolo Paulo apresenta o evangelho como o poder de Deus para a salvação, pois ele concede vida eterna (1 Coríntios 1:18; 1 Coríntios 2:5; Romanos 1:16; Efésios 1:13).

 

Os religiosos fariseus

E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?” (Mateus 15:10-12).

Jesus veio para “restaurar a vista aos cegos”, mas os fariseus e escribas acreditavam que tinham perfeita visão acerca das coisas celestiais. Ele veio para os doentes, mas os religiosos acreditavam que eram sãos. A missão de Jesus não foi realizada naqueles que acreditavam possuir uma visão perfeita.

“E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem, vejam, e os que veem sejam cegos. E aqueles dos fariseus que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece” (João 9:39-41);

“E Jesus, tendo ouvido isto, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento” (Marcos 2:17).

Mas, por que os fariseus e escribas consideravam que eram sãos? Um dos motivos era porque acreditavam ser filhos de Deus por serem descendentes de Abraão.

“Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. (…) Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus” (João 8:39 e 41).

Outro motivo era porque esses religiosos tinham um comportamento ilibado perante a sociedade, vez que seguiam mandamentos de homens e confiavam em si mesmos.

“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:” (Lucas 18:9);

“Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” (Mateus 23:28).

Os fariseus e escribas estavam corretos? Eles eram filhos de Deus por serem descendentes de Abraão? Não! Os filhos de Deus têm origem na mesma fé que teve o crente Abraão e não na semente corruptível da descendência segundo a carne do patriarca.

Os fariseus e escribas estavam equivocados. Eles não eram filhos de Deus apenas por serem descendentes de Abraão. Os verdadeiros filhos de Deus têm origem na mesma fé que Abraão teve, e não na semente corruptível da descendência carnal do patriarca.

“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do espírito é espírito.” (João 3:6).

A filiação divina não se baseia na linhagem sanguínea, mas na fé genuína em Deus. É a fé, como a de Abraão, que nos torna filhos de Deus, não simplesmente a herança física. Assim, os que creem em Deus, conforme Abraão creu, são os verdadeiros herdeiros de suas bênçãos segundo a promessa divina.

“De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão” (Gálatas 3:9).

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Para ser abençoado como o crente Abraão e tornar-se um dos filhos do Altíssimo, é necessário crer na palavra de Deus, assim como Abraão creu, e isso será considerado como justiça. Deus não faz distinção de pessoas; todos os que creem, como Abraão creu, são justificados por Sua maravilhosa graça.

Quando Abraão creu em Deus, ele se tornou uma árvore de justiça, uma planta que o Senhor cultivou. No entanto, seus descendentes de sangue não alcançaram a mesma condição diante de Deus. Por serem descendentes carnais de Abraão, a condenação de Adão ainda pesava sobre os filhos de Jacó.

Para ser considerado filho de Abraão, é preciso praticar as obras de Abraão, ou seja, crer na palavra de Deus. A obra de Deus é crer naquele que Ele enviou – Cristo – o Descendente prometido a Abraão (Jo 8:39; Jo 6:29). Crer no Descendente de Abraão traz a bem-aventurança anunciada por Deus, que é ser gerado de novo através da semente incorruptível. Abraão cumpriu a obra de Deus ao crer em Sua palavra, mas seus descendentes carnais confiaram que eram salvos apenas por serem descendentes de carne de Abraão. Eles preferiram acreditar que tinham Abraão como pai e rejeitaram crer naquele que Deus enviou, e assim, não creram em Deus.

Os fariseus e escribas eram descendentes de Abraão (João 8:37), mas não eram filhos de Deus. Eles pensavam que bastava nascer da carne de Abraão e professar serem seus descendentes para alcançar a filiação divina (Mateus 3:9).

Os fariseus e escribas não eram plantas plantadas por Deus porque não creram em Cristo e, por isso, seriam arrancados, ou seja, sujeitos ao juízo de Deus.

“Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18).

 

A tradição dos anciões

“ENTÃO chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos quando comem pão.” (Mateus 15:1-2).

Antes de afirmar aos seus discípulos que a planta que o Pai celestial não plantou seria arrancada, Jesus foi confrontado por escribas e fariseus que questionaram por que seus seguidores não guardavam a tradição dos anciãos. Uma dessas tradições era lavar as mãos antes das refeições.

Jesus rebateu seus interlocutores, demonstrando que, por causa dessas tradições, eles invalidavam a lei de Moisés, deixando de honrar pai e mãe sob o pretexto de uma tradição (Mateus 15:5-6).

Em seguida, Jesus cita o profeta Isaías, que acusava os filhos de Israel de honrarem a Deus com a boca, mas seguirem mandamentos de homens, destacando a hipocrisia de seus interlocutores.

Por causa desse questionamento, Jesus chama o povo e faz um pronunciamento:

“E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi e entendei: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem.” (Mateus 15:10-11).

Os discípulos cercaram o Mestre e alertaram: “Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?” (Mateus 15:12).

Foi quando Jesus disse:

“Ele, porém, respondendo, disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos condutores de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.” (Mateus 15:13-14).

Neste ponto, fica evidente que os escribas e fariseus, por seguirem as tradições que receberam dos pais, não eram “renovos” plantados por Deus. Se não eram plantados por Deus, não eram justos. Os discípulos ficaram preocupados ao ver que os escribas e fariseus se escandalizaram com a doutrina de Cristo, mas Jesus os tranquiliza dizendo: eles são cegos e condutores cegos, uma referência implícita às Escrituras!

“E todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado” (Isaías 60:21);

“Trazei o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que têm ouvidos.” (Isaías 43:8);

“Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhai, para que possais ver.” (Isaías 42:18);

“Condutores cegos! Que coais um mosquito e engolis um camelo.” (Mateus 23:24);

“E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,” (Romanos 2:19).

Para ser justo, é imprescindível ser plantado por Deus (renovo por mim plantado). O reclamo do profeta Isaías revela que os filhos de Israel não eram justos. Somente através do novo nascimento, obra exclusiva das mãos de Deus, seria possível aos ouvintes de Jesus serem renovos plantados por Deus.

Para os ouvintes de Jesus serem plantados pelo Pai, é necessário crer na palavra de Deus, que diz:

“Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro” (Isaías 45:22).

Aquele que olha para o autor e consumador da fé, que é Cristo, de fato crê em Deus. Não há outro modo de crer em Deus senão por meio de Cristo.

“E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus;” (1 Pedro 1:21).

Quem não crê no unigênito Filho de Deus deixa de olhar para o Autor e consumador da fé, e sofrerá as consequências do pecado, assim como os israelitas picados pelas serpentes no deserto que não olharam para a serpente de metal sofreram.

“E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:14-15).

 

O machado à raiz das árvores

Sabemos que todos os que rejeitam a Cristo são plantas que não foram plantadas pelo Pai celestial. Em contrapartida, aqueles que creem em Cristo são árvores de justiça, plantas pertencentes ao Pai.

Considerando que todo homem é como a erva, as árvores que não foram plantadas pelo Pai celestial se originam da humanidade decaída, descendente de Adão. Desde Adão, todos nascemos na condição de pecadores. A verdadeira plantação do Pai celestial ocorre através da fé em Cristo, que nos transforma em árvores de justiça.

Os judeus acreditavam que eram filhos de Deus simplesmente por serem descendentes carnais de Abraão. No entanto, não compreenderam que Abraão recebeu a filiação divina somente quando creu em Deus. Como todos os outros gentios, Abraão também era descendente de Adão, o pai da humanidade.

“Ele recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando ainda estava incircunciso, para que fosse pai de todos os que creem, estando eles também incircuncisos; a fim de que a justiça lhes seja imputada” (Romanos 4:11).

Embora os judeus fossem descendentes carnais de Abraão, continuavam sendo filhos de Adão, pois a filiação divina só é possível através da fé na promessa de Deus.

Desde a saída do Egito, o veredicto de Deus sobre os filhos de Jacó demonstrava que não eram justos.

“Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o SENHOR teu Deus te dá esta boa terra para possuí-la, pois tu és povo obstinado” (Deuteronômio 9:6).

A origem das plantas não plantadas pelo Pai celestial remonta a Adão, o pai da humanidade, que deu origem tanto a judeus quanto a gentios. A diferença entre judeus e gentios reside no sinal da aliança estabelecida entre Deus e a descendência de Abraão: a circuncisão. Na aliança, Deus prometeu à descendência de Abraão toda a terra de Canaã como possessão perpétua, e a circuncisão tornou-se um sinal dessa aliança (Gênesis 17:8-11).

O sinal da circuncisão lembrava os descendentes de Abraão de que eram herdeiros da terra prometida, mas não os transformava em filhos de Deus. Abraão, sendo descendente de Adão segundo a carne, gerava filhos carnais. Seus descendentes eram concebidos em pecado, assim como todos os homens.

“Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmos 51:5).

Por meio da fé, Abraão tornou-se uma planta que o Pai plantou, pois foi justificado por Deus. No entanto, seus descendentes continuavam a ser gerados segundo a carne de Abraão, vinculando-os à condição herdada de Adão.

Embora Abraão tenha alcançado a condição de homem espiritual por confiar na promessa de Deus, ele continuava a gerar filhos segundo a carne, participantes da semente corruptível de Adão. Somente os nascidos de Deus são criados de novo como homens espirituais. Abraão era filho de Deus pela fé, e apenas aqueles que creem em Deus, conforme Abraão creu, são gerados de novo por Ele.

A humanidade é uma plantação proveniente de uma semente corruptível, a semente de Adão, que não permanecerá para sempre. Todos os homens que vêm ao mundo são plantas que o Pai não plantou, e é por isso que a Bíblia diz que todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. Em outras palavras, todos os homens nascidos em Adão são plantas que o Pai não plantou. Não são árvores de justiça e, portanto, não são a plantação do Senhor!

Por nascerem da vontade da carne, da vontade do varão e do sangue, os homens vêm ao mundo sob condenação. Somente após nascerem de novo, segundo a vontade de Deus (Espírito) e da semente incorruptível (água), o homem torna-se uma plantação do Senhor.

A planta que o Pai não plantou provém da semente corruptível de Adão. Esta semente não é sujeita à vontade de Deus. É uma semente de inimizade, e todos que dela são nascidos não podem ver o reino de Deus.

“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Romanos 8:7).

As plantas que não foram plantadas por Deus serão arrancadas, pois não subsistirão ao juízo:

“Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos” (Salmos 1:5).

Sobre este aspecto, João Batista vaticinou:

“E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo” (Mateus 3:10).

Enquanto os fariseus e escribas continuassem afirmando que eram filhos de Deus por serem descendentes de Abraão, estavam produzindo maus frutos, o que indicava que eles não eram plantas que o Pai plantou e, portanto, estavam sujeitos à ira de Deus.

“Afirmou-lhes Jesus: ‘Se vós fôsseis cegos, não seríeis culpados; mas uma vez que alegais: ‘Nós vemos!’, por essa razão, o pecado persiste dentro de vós.” (João 9:41).

Somente as árvores que produzem bons frutos, ou seja, que professam a proximidade do reino dos céus (Cristo), permanecerão para sempre (Hebreus 13:15). Essas árvores não serão cortadas, pois Deus mesmo as plantou, e serão para sempre obras das mãos de Deus, renovos plantados por Ele.

O “machado posto à raiz das árvores”, a “planta que o Pai celeste não plantou” ou o “ramo que não permanecer ligado à videira” têm um único desfecho: permanecer condenado, ou seja, ser cortado e lançado no fogo.

Jesus afirmou:

“Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.” (João 15:2);

“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:18);

“Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7:17-20).

“Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados.” (João 15:6).

Essas passagens deixam claro que aqueles que não produzem frutos dignos de arrependimento, que não são plantados pelo Pai celeste, ou que não permanecem em Cristo, estão destinados a ira e serão lançados no fogo, simbolizando a condenação eterna.

“Aquele que não está comigo é contra mim; e aquele que comigo não ajunta espalha.” (Mateus 12:30)

Portanto, é fundamental permanecer em Cristo e produzir o bom fruto, que é anunciar as virtudes de Cristo, segundo a transformação de entendimento (metanoia) de quem é uma planta plantada pelo Pai celestial (1 Pedro 2:25).

“E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.” (Mateus 3:10).

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Veja o que comentário

  • Palavra maravilhosa, edificante. Deus o abençoe no ministério do ensino.

  • Que Deus em Cristo Jesus continue abençoando a sua vida pastor Claudio Crispim, seu ministério e sua família!

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