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Ao apresentar o espírito inalcançável da Lei, Jesus direcionou-se à multidão, composta majoritariamente por judeus, e os confrontou com a realidade de que suas ações em nada se diferenciavam das dos gentios e cobradores de impostos (Mateus 5:46-47). Através do Sermão do Monte, Jesus desmascarou a falsa crença de que a mera obediência às tradições baseadas na Lei os tornava superiores ou mais justos que os gentios. Ao demonstrar que os gentios, mesmo sem conhecer a Lei, agiam de maneira similar aos judeus observantes, Jesus evidenciou a superficialidade da religiosidade baseada apenas no cumprimento de mandamentos de homens.


Obediência sem legalismo

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mateus 5:17).

Introdução

Obediência e legalismo aparecem lado a lado em muitas discussões, mas nem sempre se confundem. Na verdade, reside entre elas uma distinção crucial, com implicações profundas na vida de quem busca seguir os ensinamentos de Cristo. Compreender essa diferença é fundamental para entender a essência do evangelho em contraste com a lei.

Para compreender o significado de obediência e legalismo, analisaremos alguns aspectos da doutrina de Cristo e o objetivo da lei.

 

A Verdadeira Essência da Lei: Descanso ou Fardo?

Em meio a uma multidão ávida por respostas, Jesus se depara com questionamentos sobre a relação de sua doutrina com a Lei e os Profetas. Temendo uma ruptura com os ensinamentos tradicionais, muitos na multidão se questionavam: “Será que Jesus veio para abolir a Lei e os Profetas?” Diante dessa dúvida, Jesus proclama com firmeza:

Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. (Mateus 5:17).

As Escrituras revelam a face compassiva de Deus, que se apresenta ao povo de Israel como fonte de descanso e refrigério. Desde os primórdios da humanidade, com Abel, até os nossos dias, a palavra divina tem demonstrado o poder dar refrigério e revigorar a alma daqueles que confiam no Senhor (Isaías 28:12).

No entanto, os líderes religiosos da época deturpavam a mensagem original, apresentando a Lei e os Profetas como um rígido sistema de “regras sobre regras”. Ao ignorarem a essência da palavra divina como fonte de descanso, pregavam uma visão distorcida, repleta de tradições e obrigações (Isaías 28:10).

Em sua essência, a fé em Deus é o caminho para o alívio e a restauração. Na Nova Aliança, bastava ouvir e crer na palavra do Senhor Jesus para encontrar descanso e refrigério. Mas, ao rejeitarem essa verdade, as pessoas se submeteram a um jugo e se sobrecarregam com um fardo de regras e obrigações que as aprisionavam e as impediam de alcançar a verdadeira liberdade (Isaías 28:13).

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. (Mateus 11:29).

Ao compreendermos que a palavra de Deus é, antes de tudo, fonte de descanso e não um conjunto de regras a serem cumpridas, desvendamos uma verdade profunda e libertadora. Essa compreensão nos permite transcender a visão limitada da Lei como um fardo e abraçar a fé em Cristo, que é o caminho de paz que proporciona a restauração da comunhão com Deus.

Servir a Deus não está atrelado a um sistema de normas positivadas, mas sim a confiar em Sua palavra, a exemplo de Abraão. Antes da lei, Deus comunicou ao povo de Israel que, ao “estarem quietos”, alcançariam a vitória.

“Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do SENHOR, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver” (Êxodo 14:13);

“Porque o Egito os ajudará em vão, e para nenhum fim; por isso clamei acerca disto: No estarem quietos será a sua força” (Isaías 30:7).

Observe que a mensagem da lei e dos profetas é única: estai quietos (descansar, confiar), mas o povo de Israel não quiseram ouvir!

“Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis.” (Salmos 81:11).

 

Jesus, o cumprimento da lei e dos profetas

Jesus demonstrou que Sua missão estava intimamente ligada à lei e às mensagens dos profetas. Ele não veio revogar ou anular a lei, nem o que foi dito pelos profetas, mas veio cumprir o que estava estabelecido.

Cristo veio dar cumprimento à Lei e aos Profetas, pois Ele é a materialização dos bens futuros que Deus anunciou na lei e nos profetas.

Em essência, Cristo é a realidade da lei e dos profetas, que eram sombras dos bens futuros.

“Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas…” (Hebreus 10:1);

“Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” (Colossenses 2:17).

Quando se lê que Jesus veio cumprir a lei, entenda-se que Ele veio cumprir perfeitamente as promessas tanto da lei quanto dos profetas que dizem:

“…em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3).

Este foi o tema da mensagem dos profetas:

“Assim diz o Senhor DEUS: Eis que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os povos arvorarei a minha bandeira…” (Isaías 49:22).

De igual modo, a lei expressa:

“Regozijai-vos, ó gentios, com o seu povo…” (Deuteronômio 32:43);

“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (Atos 2:39).

Cristo é o cumprimento da palavra que diz: “a virgem conceberá” (Isaías 7:14). Ele é o cumprimento da palavra que diz: “E tu, Belém, Efrata…” (Miquéias 5:2), e muitas outras.

Guardar o sábado não é o cumprimento da lei. Observar dias, festas e luas também não é o cumprimento da lei. Não tocar, não provar e não manusear, na verdade, não passa de tradições dos anciões. Abster-se de alimentos não passa de mandamentos de homens, conforme assevera o apóstolo Paulo. Além do mais, se considerarmos o princípio da lei, que diz:Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.” (Tiago 2:10-11), torna-se evidente que ela foi dada para evidenciar que os filhos de Deus eram transgressores. 

Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;” (Colossenses 2:20-22).

Em Cristo, é possível cumprir a lei da liberdade, que não faz acepção de pessoas, onde tanto o natural (judeus) quanto o estrangeiro (gentios) são justificados por Deus (Tiago 2:12). Deus é um só, que justifica a todos, judeus e gentios, que creem em Cristo.

 

A exposição do Sermão do Monte

Há aqueles que afirmam não serem legalistas, mas que apontam a necessidade de normas e leis morais. Apontam o Antigo Testamento como sendo um conjunto de regras válidas à vida e práticas cristãs. Por que pensam assim? Porque além de não compreender o que Jesus disse acerca de cumprir a lei e os profetas, não compreendem o objetivo do Sermão do Monte.

No Sermão do Monte Jesus expôs a lei? Por certo que não!

Observe que após demonstrar a bem-aventurança dos seus discípulos ( Mt 5:11 -12), Jesus apresenta aos seguidores de Moisés o inatingível espírito da lei. O povo estava acostumado a ouvir a lei no seguinte tom: “Não matarás”, Jesus, porém lhes disse: “…qualquer que sem motivo, se encolerizar contra o seu irmão, estará sujeito a julgamento…” ( Mt 5:21 -22).

Jesus estava estabelecendo um novo sistema de normas e regras? Não! Ele estava demonstrando que jamais o povo seria bem-aventurado através da lei mosaica, pois os seus maiores seguidores, os escribas e fariseus, estavam aquém do exigido por Deus.

Se os fariseus e escribas, homens que o povo consideravam cumpridores da lei, não haviam alcançado a justiça de Deus, como o povo alcançaria justiça superior a dos religiosos mais severos? ( Mt 5:20 ).

Ao apresentar o espírito inatingível da lei, Jesus demonstrou ao povo que eles não faziam nada de mais quando seguiam as regras da lei, pois os gentios e os cobradores de impostos faziam as mesmas coisas ( Mt 5:46 -47).

Ou seja, Jesus demonstrou através do Sermão do Monte que aquilo que buscavam na lei, que tanto veneravam, nada lhes acrescentou, visto que, tudo que faziam, os demais homens também faziam o mesmo “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei” ( Rm 2:14 ).

Enquanto os judeus precisavam da lei para fazer o bem e amar o próximo, os gentios e pecadores faziam o mesmo sem as regras formais de um código. Naturalmente os publicanos e pecadores faziam as coisas prescritas na lei: amavam e faziam o bem aos seus semelhantes ( Lc 6:33 ).

Qual a jactância dos judeus em apoiarem-se na lei como sendo melhores que os outros povos? Por certo, para serem melhores deveriam fazer algo de diferente, como o dar a outra face a quem ferir uma das faces. Por certo seriam melhores, caso deixassem levar a túnica aquele que pedisse a capa “E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo” ( Lc 33:34 ).

Se nem mesmo eles (religiosos judeus) cumpriram a lei, pois temos o testemunho que diz “E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé” ( Gl 3:11 ), que dirá perseguirem o espírito da lei? “Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeças em um só ponto, torna-se culpado de todos” ( Tg 2:10 ).

No final do Sermão do Monte Jesus aponta o caminho sobre modo excelente: “Entrai pela porta estreita” ( Mt 7:13 ); “Está é a porta do Senhor pela qual os justos entrarão” ( Sl 118:20 ).

Através do Sermão do Monte Jesus contesta o sistema religioso dos escribas e fariseus, a falibilidade de suas pretensões na lei e apresentou-se como a porta pela qual os homens devem entrar.

Todos que ouvissem as palavras de Jesus e as praticassem, seriam semelhantes ao homem que construiu a sua casa sobre a rocha ( Mt 7:24 ).

Agora, é preciso comparar a exigência da lei e a exigência de Cristo:

“Portanto os meus estatutos e os meus juízos guardareis, pois o homem que os cumprir, por eles viverá” ( Lv 18:5 );

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” ( Mt 7:24 ).

 

Obediência sem Legalismo

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”
( Jo 14:21 )

 

Quais são as regras ou quesitos dos mandamentos de Cristo? Como servir e obedecer a Cristo?

Quando se fala em obediência, a primeira relação que se faz é com regras, mandamentos, ordenanças, etc.

Jesus declarou: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama” ( Jo 14:21 ). Mas, quais são os seus mandamentos?

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Ao falar dos mandamentos de Cristo, João disse: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos” ( 1Jo 5:3 ).

Percebe-se através deste versículo que o amor de Deus é expresso em seus mandamentos. Que os seus mandamentos não são penosos, ou seja, que não envolve trabalho.

Ora, se o amor de Deus é expresso em seus mandamentos, e Cristo é o amor de Deus revelado aos homens, segue-se que cumprir os mandamentos de Deus é crer no nome do seu Filho “Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome do seu Filho Jesus Cristo…” ( 1Jo 3:23 ).

Quem ouve a mensagem de Cristo e crê, cumpre cabalmente o mandamento de Deus. De igual modo, crer em Cristo, ou cumprir o mandamento de Deus é designado também de obediência: “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade…” ( 1Pe 1:22 ).

O que é obediência à verdade se não a fé na ‘fé que uma vez foi dada aos santos’? Por intermédio da semente incorruptível, que é a palavra de Deus, o homem é de novo criado, e passa a ser uma nova criatura, em verdadeira justiça e santidade. A nova criatura gerada em Cristo é eleita na santificação do Espírito para a obediência ( 1Pe 1:2 ).

A falta de fé caracteriza a desobediência “Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência” ( Hb 4:6 ).

Qualquer ideia contra o evangelho de Cristo deve ser combatido, levando o homem a obediência, que é crer “Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; E estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência” ( 2Co 10:5 -6).

A obediência da fé é o mesmo que crer no evangelho. Somente pela fé (obediência) é possível cumprir o mandamento do Deus Eterno “Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé” ( Rm 16:26 ); “Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome” ( Rm 1:5 ).

A obediência a Cristo remove todo e qualquer fardo, pois não demanda esforços ou realizações pessoais. Comparado as ordenanças dos homens os mandamentos de Deus são suaves e leves ( Mt 11:30 ).

Por que o homem não entrará no reino dos céus? “Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu mando?” ( Lc 6:46 ). É preciso guardar algum dia da semana (sábado ou domingo) para fazer o que Jesus manda? Há algum tipo de comida que torna o homem aceitável diante de Deus? É preciso ir a escola dominical? Etc.

Sabemos que nem o sábado e nem o domingo é o dia do Senhor, visto que o dia do Senhor refere-se ao dia do juízo ( Jl 2:31 ). Que tipo de comida é agradável? “Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus; se comemos, nada temos de mais, e se não comemos, nada nos falta” ( 1Co 8:8 ).

Se o que Jesus manda não refere-se a dias, comidas, festas, etc, qual é o seu mandamento? Por que muitos que dizem Senhor, Senhor não entrarão no reino dos céus? Porque não fizeram o que Jesus ordenou, que é: “NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” ( Jo 14:1 ).

Uma multidão que seguia a Cristo perguntou: “Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus?” (João 6: 28). Todos os pretensiosos que procuram algo para fazer, como fizeram os ouvintes da lei e a multidão que seguiam a Cristo, não encontrarão descanso “Tudo o que o Senhor falou, faremos” ( Ex 19:8 ).

O jovem rico também queria fazer algo para ter direito a salvação, porém, não conseguiu realizar.

A resposta de Jesus para quem quer executar a obra de Deus é: “A obra de Deus é esta: Crede naquele que Ele enviou” ( Jo 6: 29 ).

Aquele que crê cumpre os mandamentos de Deus, conforme alertou o apóstolo João: “E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento” ( 1Jo 3:23 ).

Em primeiro lugar é preciso ao homem crer em Cristo, e, então, o amor ao próximo será eficaz, pois o amor deve ser segundo o mandamento que diz: creia no nome de seu Filho Jesus.

Quando o homem crê em Cristo, Deus realiza a Sua obra, criando o novo homem em verdadeira justiça e santidade. A obra de Deus somente Ele pode realizar, pois refere-se a nova criação em Cristo.

A obra de Deus é a circuncisão não feita por mãos, a circuncisão de Cristo, que é o despojar da carne, ou seja, no despojar do velho homem ( Cl 2:11 ). É possível ao homem despojar-se do corpo da carne, se tal circuncisão é feita sem o auxilio de mãos?

De igual modo, o que Deus pediu ao povo através da lei foi que circuncidassem o coração. De que modo é possível circuncidar o coração, senão pela fé? As exigências da lei são idênticas as exigências do evangelho, como se lê: “Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR teu Deus pede de ti, senão que temas o SENHOR teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, Que guardes os mandamentos do SENHOR, e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem? (…) Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz” ( Dt 10:12 -16).

Aqueles que ouviam a lei e buscaram justificar-se por meio das obras da lei pereceram, porém, aqueles que ouviram a lei, e creram que somente através da circuncisão do prepúcio do coração, obra realizável somente por Deus pela fé, estes alcançaram um novo coração e um novo espírito (nova vida) ( Sl 51:10 ).

Aqueles que obedeceram o mandamento do Senhor, que é: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração”, fizeram o que o Senhor pediu! Estes são os que temem ao Senhor! Estes passaram a andar os caminhos de Deus! Através do novo coração alcançado após a circuncisão passaram a amar e servir o Senhor de todo o coração, e com toda a sua alma, visto que, com o coração herdado de Adão é impossível amar a Deus, pois amar a Deus é cumprir os seus mandamentos.

Todos os mandamentos da lei seriam cumpridos quando os homens circuncidassem os seus corações pela fé.

Os mandamento de Deus é para o bem do homem e revelam o seu amor! Os mandamentos não são penosos, pois a obra pertence ao Senhor! “… os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem? (…) Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração…” ( Dt 10:12 -16). Compare: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos” ( 1Jo 5:3 ).

O amor de Deus é expresso em seus mandamentos, para o bem do homem. Sem realizações, obras, serviços, trabalhos penosos, pois é Deus quem fará para o homem todas as suas obras através da circuncisão “SENHOR, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras” ( Is 26:12 ).

Se a obediência é fé na palavra de Deus, qual a utilidade da legalidade? Quem busca salvar-se por intermédio das obras da lei, que é o caso dos legalistas (alguém que usa a lei de forma a ter direito à salvação), fadado está à perdição.

Os puritanos discursam condenando os pensadores legalistas, porém, por não compreenderem que a obediência equivale a fé, alegam que é preciso aos cristãos seguirem quesitos morais da lei a título de praticar os mandamentos de Deus.

Os puritanos compreendem que ‘praticar seus mandamentos’ esta relacionado as escolhas morais norteadas pela lei. Isto porque há mais de um mandamento a se cumprir. Mas, que diz o verso seguinte: “Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” ( Mt 22:14 ). Quem terá direito a vida, se não os que crerem?

Os escritores falam de ‘mandamentos’ no plural porque é preciso crer em Cristo e amar, segundo o seu mandamento, ou seja, é preciso guardar os seus mandamentos “E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele. E nisto conhecemos que ele está em nós, pelo Espírito que nos tem dado” ( 1Jo 3:23 -24).

Os mandamentos equivalem a crer em Cristo e amar, segundo a fé do evangelho.

Os puritanos dizem que não utilizam a lei para serem salvos, porém, alegam que necessitam da lei porque ela os faz consciente das suas necessidades. O que ainda falta a quem recebeu a Cristo?

Dizem guardar a lei de modo que, mostram a si mesmos que já são salvos. Guardam a Lei para serem obedientes a Cristo, demonstrando o quanto o amam. Esquecem que amar é obedecer! Esquecem que obedecer é crer! Não compreendem o que é obedecer.

Para os puritanos obediência é expressar o amor de Cristo a Cristo guardando a Lei, pois entendem que através do estudar e observar a lei o cristão é levado a boas obras. Não compreendem que o novo homem é criado para as boas obras, porém, é Deus quem as preparou e faz ( Ef 2:10 ; Is 26:12 ).

Eles entendem que o Sermão do Monte é uma nova roupagem dos Dez Mandamentos de Deus. Pecam em dizer que é preciso ao homem ‘… esforçar para guardar a Lei de uma maneira santa por meio de Cristo’.

“Nós devemos nos esforçar para guardar a Lei de uma maneira santa por meio de Cristo” Qual a diferença entre legalismo e obediência, C. Matthew McMahon, tradução de Josias Cardoso, coletado no Site Monergismo.

Enquanto a Bíblia demonstra que o pecado decorre da natureza de Adão, visto que, bem antes da lei estava o pecado no mundo, e por ele a morte, consideram que só é possível saber o que é pecado através da lei.

“Nós precisamos da Lei para mostrar o nosso pecado. Nós precisamos da Lei para nos dirigir à justiça. Nós precisamos dos mandamentos de Cristo que estão distribuídos por toda a Escritura para alcançar nossa santificação e santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12:14). Salvação não depende de guardar a Lei, pelo contrário, nossa salvação é vista em nós quando guardamos a Lei” Qual a diferença entre legalismo e obediência, C. Matthew McMahon, tradução de Josias Cardoso, coletado no Site Monergismo.

O que percebe-se através das declarações de McMahon é que ele desconhece o que é pecado. Se ele soubesse que o pecado decorre da natureza decaída de Adão, por certo veria que a lei somente realça a impossibilidade do homem de salvar-se a si mesmo através de boas ações.

Se ele soubesse que é Cristo que livra o homem da natureza (pecado) de Adão, e que quem está em Cristo é livre do pecado, não estaria a procura do que é pecado. É Cristo que nos justifica, e não a lei! Como é possível a lei dirigir alguém à justiça?

Cristo é a paz e a santificação daqueles que creem, e por isso, quem segue a paz, que é Cristo, e quem segue a santificação, que também é Cristo, verá a Deus. O mandamento para a santificação, ou o seguir a Cristo é crer naquele que Deus enviou ( Hb 12:14) “Foge também dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” ( 2Tm 2:22 ).

Quem quer mostrar a salvação através da lei esquece que os nascidos do Espírito são como os caminhos do vento e como os ossos que formam no ventre da grávida, pois a salvação é obra de Deus, que faz todas as coisas ( Ec 11:2 ; Jo 3:8 ; Is 26:12 ).

Os puritanos esquecem o protesto de Paulo: “Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado” ( Rm 14:23 ).

Quem creu em Cristo e ama o próximo cumpriu a lei, pois o cumprimento da lei é o amor ( Rm 13:8 -10 ; 1Jo 3:23 -24). Para os que querem guia-se pela lei, Paulo fala para rejeitar as obras das trevas, pois os que são filhos da luz, deve vestir-se das armas da luz, que é o amor ( Rm 13:12 ).

Revesti-vos de Cristo, sem o cuidado das obras da lei que é segundo a carne e as suas concupiscências. Tudo o que o velho homem criado em Adão faz é pecado, pois é segundo a carne. Mas, tudo o que o novo homem, criado em Cristo (último Adão) faz é segundo a justiça, pois o novo homem existe por fé ( Rm 14:23 ).

O justo viverá da fé, e tudo aquilo que o justo faz é de fé! Ou seja, se viveis em Espírito, andai também em Espírito ( Gl 5:25 ), pois contra você não há lei ( Gl 5:23 ).

 

 


 

Cristo, ‘Luz para os gentios’, é o cumprimento da lei e dos profetas, a materialização da palavra de Deus que vai além de cumprir “regras sobre regras”, a compreensão dos religiosos da época. Cristo cumpriu a lei e os profetas por ser o evangelho da paz “a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto”, e por meio de Cristo, ambos (judeus e gentios) obtiveram acesso ao Pai em um mesmo Espírito, por meio da fé.

 

pois o cumprimento da lei é Cristo, que Deus estabeleceu como o único elemento de acesso à justiça de Deus.

Cristo, ‘Luz para os gentios’ é o cumprimento da lei e dos profetas, cumprimento que vai além de ‘regras sobre regras’, compreensão dos religiosos à época. Cristo cumpriu a lei e os profetas por ser o evangelho da paz “a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto”, e por Cristo ambos (judeus e gentios) obtiveram acesso ao Pai em um mesmo Espírito, por meio da fé.

eu), destruindo a parede de separação, a barreira de inimizade, ao reconciliar ambos (judeus e gentios) em um só corpo ( Ef 2:13 -18).

 

porém o cumprir a lei não se vincula a um sistema legalista ou formalista, e sim, ao refrigério e descanso prometido por Deus segundo as Escrituras.

Em nossos dias, ainda há muitos que pensam que Cristo veio cumprir os ritos e cerimoniais presentes na lei mosaica. É certo que Cristo, como judeu, cumpria os preceitos da lei, porém, vale salientar que a sua missão foi além de ‘regras sobre regras’.

 

Cristo, “Luz para os gentios”, é o cumprimento da lei e dos profetas, um cumprimento que vai além de “regras sobre regras”, a compreensão dos religiosos da época. Cristo cumpriu a lei e os profetas por ser o evangelho da paz “a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto”, e por meio de Cristo, ambos (judeus e gentios) obtiveram acesso ao Pai em um mesmo Espírito, por meio da fé.

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