O ‘santificar a mim mesmo’ de Cristo está vinculado em Ele cumprir a vontade de Deus “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” ( Jo 15:10 ); “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra” ( Jo 4:34 ). Só Jesus pôde cumprir a vontade do Pai, ou seja, santificar-se a si mesmo, pois ele é nascido de Deus, o verdadeiro homem espiritual. Jesus como servo procurou cumprir a vontade de Deus com um único objetivo: que os cristãos fossem santificados na verdade! Ou, santificados através da palavra de Deus.
A Palavra que santifica
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” ( João 17:17 )
O versículo: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” ( Jo 17:17 ) é esclarecedor sobre o tema Santificação.
É a mais ilustre oração de Jesus em favor de seus discípulos, e nela fica claro a extensão do amor e cuidado de Deus para com os homens que creem em seu Filho.
Jesus, num primeiro momento levanta os olhos aos céus e declara: “Pai é chegada a hora” ( Jo 17:1 ). Com estas palavras Cristo estava dando por encerrado o seu ministério como servo, na condição de Filho do homem para ser declarado Filho de Deus em poder, pela ressurreição dentre os mortos! ( Rm 1:4 ).
A glória de Deus é proveniente de suas obras, e não decorre da boca ou de atos humanos. Os homens entoam cânticos em reconhecimento do que Ele fez e faz, porém, a glória de Deus se manifesta naquilo que Ele mesmo realiza.
O cântico que se rende a Deus constitui somente reconhecimento as obras por Ele realizadas “Os céus manifestam a glória de Deus; o firmamento proclama a obra de suas mãos” ( Sl 19:1 ).
O salmo 19 é um exemplo claro desta verdade. Ele é um cântico onde o salmista reconhece a glória de Deus através do firmamento, porém, o verdadeiro louvor à glória de Deus decorre daquilo que Ele criou.
Não é o entoar cânticos (‘louvor’ dos lábios), que constitui, ou que dá forma à glória de Deus, antes são as suas obras que revelam a dimensão da Sua glória. Os céus, obras das mãos de Deus, é uma das manifestações de Sua glória, e louvamos (entoamos cânticos) a Ele por reconhecimento.
Neste diapasão é que se dá a declaração de Jesus: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura os tais que assim o adorem” ( Jo 4:23 ). Se alguém quer realmente adorar a Deus, é necessário aceitar a Cristo, para ser gerado de novo em espírito e em verdade. Esta nova criação é que se constitui em louvor à glória de Deus ( Ef 1:12 ).
Neste capítulo Jesus orou ao Pai da seguinte maneira: “Pai, é chegada a hora. Glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti” ( Jo 17:1 ). O primeiro ‘glorifica’ refere-se à posição que Cristo abdicou antes de vir ao mundo. Ele não poderia, por si mesmo, lançar mão da glória decorrente da posição anterior a sua vinda ao mundo, antes deveria aguardar pela ‘coroação’ do Pai ( Jo 17:5 ).
O segundo ‘glorifica’ refere-se à conclusão da obra magnífica de Cristo: a obra que o Pai O comissionou a cumprir. Concluída a obra de redenção da humanidade, e após ser restabelecido à sua posição inicial, o Pai é glorificado através do Filho por causa da obra que o Pai comissionou o Filho ( Jo 17:4 ). O versículo um é resumo do que se segue nos quatro versículos seguintes.
Jesus continua a oração em prol dos discípulos e nela descreve alguns aspectos de seu ministério:
a) manifestar o nome de Deus aos homens ( Jo 17:6 );
b) dar a conhecer aos homens que tudo que pertence ao Pai, também pertence ao Filho ( Jo 17:10 );
c) o nome que pertence a Deus também pertence a Cristo “…guarda-os em teu nome, o nome que me deste…” ( Jo 17:11 ); Ele demonstrou nesta oração que, embora sejam distintos quanto pessoas, o Pai e o Filho são um em essência ( Jo 17:11 -12);
d) em Cristo os cristãos são guardados “guarda-os em teu nome, o nome que me deste” ( Jo 17:11 ), para que os cristãos sejam perfeitos em unidade com o Pai e o Filho. O cristão é prefeito por causa do vínculo que tem com Cristo. A união com Cristo não está atrelada a essência da divindade em poder e glória (em Cristo o homem não se torna deus), e sim, torna-se participante da natureza de Cristo (semelhantes a Cristo);
e) é santificado por Deus: Cristo orou: “Santifica-os na verdade” ( Jo 17:17 ). O crente é santificado através da verdade, e não através de seus próprios esforços! A verdade é a palavra de Deus, e todos os que creem na palavra de Deus são santificado.
O único homem que pôde santificar-se a si mesmo foi Cristo “Por eles me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade” ( Jo 17:19 ).
O ‘santificar a mim mesmo’ de Cristo está vinculado em Ele cumprir a vontade de Deus “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” ( Jo 15:10 ); “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra” ( Jo 4:34 ).
Só Jesus pôde cumprir a vontade do Pai, ou seja, santificar-se a si mesmo, pois ele é nascido de Deus, o verdadeiro homem espiritual. Jesus como servo procurou cumprir a vontade de Deus com um único objetivo: que os cristãos fossem santificados na verdade! Ou, santificados através da palavra de Deus.
Como ser santificados através da palavra de Deus? A resposta encontra-se na carta de Pedro: “Tendo purificado as vossas almas na obediência à verdade…” ( 1Pe 1:22 ), ou seja, a Santificação decorre da Regeneração, que advém da semente incorruptível, a palavra de Deus.
Somente o nascido da semente incorruptível é Santificado. A palavra de Deus é poder para fazer os que creem filhos Seus. São nascidos do Espírito, e, portanto, espirituais.
Através da Regeneração em Cristo, o homem é criado em verdadeira justiça e santidade, pois a sua palavra é poder e/ou semente incorruptível. A Palavra de Deus é a verdade, e por ela o homem é Santificado, pela fé em Cristo, o Verbo encarnado ( At 26:18 ).