Ora, não pode haver confusão entre parábola e fábula. Cristo veio anunciando o reino dos céus utilizando-se de parábolas porque estava previsto nas Escrituras que o Cristo utilizaria este recurso ao falar ao povo ( Mc 4:34 ; Mt 13:34 ). Jesus mesmo cita o profeta Isaías ao dar justificativa porque falava por parábolas ( Mt 13:13 ), e o evangelista Mateus deixou claro que ele falava por parábolas para que se cumprisse o que fora dito pelo salmista ( Mt 13:35 ).
As fábulas de C. S. Lewis
Após ler um artigo intitulado: ‘Os significados bíblicos em As Crônicas de Nárnia’ disponível na Web < http://bibliacomentada.com.br/index.php/2014/1/1/significados-biblicos-cronicas-narnia > consulta realizada em 04/01/14, não pude deixar de tecer um comentário.
O escritor aos Hebreus deixou claro que, na antiguidade Deus falou de muitas maneiras ao povo de Israel através dos seus profetas e na plenitude dos tempos falou a todos através do seu Filho, Jesus Cristo ( Hb 1:1 ).
Jesus Cristo deixou claro que águas vivas correm apenas do interior (ventre) daqueles que creem n’Ele conforme diz as Escrituras ( Jo 7:38 ), evidenciando que as palavras dos profetas são o testemunho que Deus deu acerca do seu Filho ( Jo 5:37 e 39), e que Ele, Jesus, não aceitava testemunho de homens ( Jo 5:34 ).
O apóstolo Pedro teve o cuidado de enfatizar que não se utilizou de fábulas artificialmente compostas quando notificou aos cristãos da dispersão a virtude e a manifestação de Cristo ( 2Pe 1:16), antes Ele teve por firme a palavra dos profetas ( 2Pe 1:19 ).
Se o apóstolo Pedro não se utilizou de nenhuma fábula para apresentar Cristo aos homens, com que autoridade um defensor de Lewis lança mão do argumento de que Lewis evangelizava crianças através de fábulas?
Quando escreveu a Timóteo, o apóstolo Paulo deixa claro que, desde a infância Timóteo conhecia as Escrituras, e que somente a palavra de Deus notificada pelos seus santos profetas fazem o homem sábio para salvação pela fé que há em Cristo Jesus ( 2Tm 3:15 ).
Alegar que fábulas possibilitam que as crianças percebam Cristo é negar as Escrituras, visto que somente as Escrituras é perfeita e somente ela refrigera a alma ( Sl 19:7 ). Somente a Escritura é pura, verdadeira, justa e permanece para sempre ( Sl 19:9 ).
Se a Escritura não estivesse ao alcance das crianças, Deus não teria ordenado ao povo de Israel que ensinasse aos seus filhos as ordenanças de Deus ( Dt 6:7 ).
As escrituras é Deus se revelando aos homens através da pessoa de Cristo, ou seja, alcançar a compreensão de Deus não deve ficar a cargo da imaginação do homem, seja ela ampla ou restrita, quer seja criança ou adulto, quer seja judeu ou grego, etc.
Somente as Escrituras desvenda o mistério de Deus que pelos séculos esteve oculto, pois ela apresenta riquezas insondáveis ( Ef 3:9 ), visto que é através da igreja, o corpo de Cristo que tornou-se conhecido aos principados e potestades a multiforme sabedoria de Deus ( Ef 3:10 ).
Quem disse que as crianças precisam de fábulas, estórias (crônicas), magia, etc., para compreender o evangelho, sendo que muitos homens, inclusive os doutores da lei, não reconheceram que Jesus era o Cristo, e as criancinhas O reconheceram como aquele que veio em nome do Senhor? ( Mt 21:15 )
Ora, não pode haver confusão entre parábola e fábula. Cristo veio anunciando o reino dos céus utilizando-se de parábolas porque estava previsto nas Escrituras que o Cristo utilizaria este recurso ao falar ao povo ( Mc 4:34 ; Mt 13:34 ). Jesus mesmo cita o profeta Isaías ao dar justificativa porque falava por parábolas ( Mt 13:13 ), e o evangelista Mateus deixou claro que ele falava por parábolas para que se cumprisse o que fora dito pelo salmista ( Mt 13:35 ).
O apóstolo Pedro enfatiza que a Escritura é firme porque não foi produzida pela vontade dos homens, antes eles falaram inspirados por Deus ( 2Pe 1:21 ), anunciando de antemão os sofrimentos de Cristo e a glória que se seguiria ( 1Pe 1:11 ). As escrituras apresenta Cristo aos homens, a base do testemunho dos apóstolos e dos profetas ( Ef 2:20 ).
Toda a Escritura divinamente inspirada possui o fito de fazer que o homem creia que Jesus Cristo é o Filho de Deus que havia de vir ao mundo “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” ( Jo 20:31 ).
Evidenciar a pessoa de Cristo nem sempre é o mesmo que pregar o evangelho. Pregar o evangelho não é dizer que Jesus foi um homem bom, um profeta, um líder, um psicólogo, um marceneiro, um judeu, o filho de Maria, nazareno, etc. Pregar o evangelho é ensinar a doutrina de Cristo, ou seja, ensinar a obedecer tudo o que foi mandado “Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém!” ( Mt 28:20 ).
Estabelecer um arquétipo (Aslam) que transmita as qualidades de Jesus não cumpre o papel de anunciar o evangelho, pois a salvação da humanidade repousa sobre o fato de Jesus ser o servo e o cordeiro de Deus ( Is 49:6 ).
Anunciar o evangelho não é o mesmo que promover uma crença em Deus ou apenas levantar uma bandeira contra o ateísmo, antes é imprescindível anunciar a mensagem imperativa do evangelho, que é crer em Cristo. Quando o homem crê em Cristo é porque verdadeiramente crê em Deus que enviou a Cristo “E Jesus clamou, e disse: Quem crê em mim, crê, não em mim, mas naquele que me enviou” ( Jo 12:44 ). Qualquer que diga que crê em Deus, mas não crê em Cristo, não está salvo, pois não crê no testemunho que Deus deu acerca do seu Filho “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” ( Jo 5:23 -24).
O irmão Tiago abordou esta questão da crença em Deus demonstrando que os demônios também creem em Deus. Ora, os judeus criam em Deus, porém, apesar de terem tal fé, não possuíam a obra “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem” ( Tg 2:19 ).
E qual é a obra que os judeus não possuíam, apesar de dizerem que tinham fé em Deus? Não criam em Cristo, pois está é a obra de Deus “Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou” ( Jo 6:29 ). É por isso que Jesus disse aos seus discípulos: “NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim“ ( Jo 14:1 ).
Para alcançar salvação não adianta crer que Jesus foi um profeta. É necessário crer que Jesus é o descendente prometido a Abraão, o Filho de Davi, o Filho de Deus, como asseguram as Escrituras.
Os judeus criam que Jesus era um dos profetas, mas ao ouvir que Ele é o Eu Sou, e que existia antes mesmo que Abraão, pegaram em pedras para apedreja-Lo “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou” ( Jo 8:58 ); “E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas” ( Mt 16:13 -14); “E a multidão dizia: Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia” ( Mt 21:11 ).
Deus anunciou a Davi que, depois da sua morte, levantaria um da sua descendência cujo reino seria estabelecido para sempre. Este descendente de Davi seria o Filho de Deus, uma flecha na aljava de Deus “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens” ( 2Sm 7:12 -14; Is 49:2 ; Sl 127:5 ).
O evangelho não possui relação alguma com magia, feitiçaria, encantamento, etc., antes é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus que nasceu da descendência de Davi segundo a carne e foi declarado Filho de Deus em poder pela ressurreição dentre os mortos ( Rm 1:2 -4 ; Rm 1:17 ).
Se as Crônicas de Lewis ‘possuem figuras com significados muito mais amplos do que se pode imaginar na primeira leitura’, se as crianças ‘têm imaginação ampla e pronta para mais novidades do que os adultos’, e nos livros de Lewis ‘não é comentado claramente o verdadeiro significado ou a base bíblica de qualquer cena ou personagem’ (Os significados bíblicos em As Crônicas de Nárnia), percebe-se que o trabalho de Lewis não apresenta ao leitor o evangelho de Cristo.
Primeiro que não há paralelo algum entre Deus e o Imperador do Além Mar. Deus não é protetor das crianças do nosso mundo, antes é Ele é o salvador dos que O temem “Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem” ( Sl 103:13 ). Não vemos Deus preservando nenhuma criança da destruição de Sodoma e Gomorra, nem tão pouco do dilúvio. Segundo, que não há com que comparar o Criador, pois Ele mesmo diz: “A quem me assemelhareis, e com quem me igualareis, e me comparareis, para que sejamos semelhantes?” ( Is 46:5 ).
Segundo que não há semelhança entre Cristo e o leão Aslam, pois Cristo morreu em obediência ao Pai. As Escrituras mesmo previam que Deus jamais quis sacrifício, antes a obediência. O sacrifício é caracterizado pela voluntariedade, diferente da obediência, que exige sujeição “E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” ( Mt 26:42 ).
O que ocorreu com Cristo foi obediência, pois um pecou desobedecendo a Deus, e muitos são justificados porque um obedeceu “Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste; Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram. Então disse: Eis aqui venho (No princípio do livro está escrito de mim), Para fazer, ó Deus, a tua vontade. Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo. Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” ( Hb 10:5 -10).
O que atribuem ao sacrifício, na verdade diz de obediência: “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos” ( Rm 5:19 ). Seria um contra senso Deus demonstrar aos homens que o melhor é a obediência, e não exigir do Seu Filho o melhor: obediência “Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” ( 1Sm 15:22 ).
A redenção da humanidade se dá pela obediência, pois o Pai deu o seu único Filho ( Jo 3:16 ), e o Filho em obediência realizou a vontade do Pai: entregou-se a Si mesmo em sacrifício.
É torcer a verdade bíblica afirmar que o tal Aslam é uma figura de Cristo porque nas crônicas de Lewis o leão Aslam morre no lugar de Edmundo para salvá-lo do seu erro: a traição. A base da ideia das fábulas de Lewis remonta ao pensamento filosófico dito cristão dos primeiros sete séculos (Patrística), de que o pecado decorre de questões comportamentais comprometidas por vícios.
Enquanto a Bíblia demonstra que todos pecaram porque um pecou, a ideia que consta da fábula é que cada indivíduo se faz pecador após praticar um delito contrário a moral (platonismo).
Enquanto a Bíblia demonstra que todos são pecadores por causa da ofensa de um só homem, a fábula aponta que as condutas tidas reprováveis do ponto de vista da moral e dos bons costumes é o que separa o homem de Deus.
Se Lewis escrevesse suas fábulas como o fazem Walt Disney, Joanne Rowling, e muitos outros, não caberia a reprimenda acima, pois não induzem as pessoas as pensarem a Bíblia através de suas mistificações. Agora, com relação ao Sr. Clive Staples Lewis fica o alerta do apóstolo Paulo: “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade. Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo” ( 1Co 5:6 -10); “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” ( Cl 2:8 ).
Para saber mais acerca de Lewis, acesse: < http://www.espada.eti.br/narnia.asp > Problemas com Nárnia: O Lado Ocultista de C. S. Lewis, de Mary Ann Collins, acessado em 04/01/14.
Você tá ligado que As Crônicas de Nárnia foi um texto de Lewis para seu amigo também escritor, só que ateu, J. R. R. Tolkien certo? E que não nunca foi desejo de Lewis escrever um texto para se comparar as Escrituras ou mesmo torná-las “mais acessíveis”, certo? Porque sem esse prisma, sua “reprimenda” não passa de uma tentativa de “teologização” de um texto secular.
“Ah, mas escrevi porque tem inspirações bíblicas”.
Então prepara texto ai pra mais uns 10 autores(as) que escreveram fábulas, histórias e mitologias com inspirações nas Escrituras.
Olá, Daniel.. ‘tô ligado’. Sim.. são muitos autores, com estórias igualmente reprováveis..
Att.
Paz do Sr. Tenho muitos amigos ateus, incrédulos, mas quando falo a eles, ou mando uma mensagem, sempre é um texto bíblico, nada menos que isso, pois se não se deixarem convencer pela palavra, de outra maneira não crerão .
Lc 16: 28 a 31. Prega a palavra 2 Tm 4:1 -2.