Enquanto a ordem de Deus enfatizava plena liberdade, pois ao homem era permitido comer livremente de toda a árvore do jardim, a serpente enfatizou uma proibição total, o que embotou os olhos da mulher e de muitos que até hoje leem as Escrituras .
O que Deus disse?
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Observe a seguinte discussão:
John Lennox é um matemático, filósofo da ciência, apologista cristão e professor de matemática da Universidade de Oxford e foi questionado em um debate acerca do Pecado Original.
A resposta de Lennox arranca aplauso da plateia, que por estar envolta pela sagacidade dos debatedores, vê na resposta uma ‘tirada’ magistral, pois atribui ao oponente a pecha de ‘serpente’, uma alusão ao tentador no Éden (Gênesis 3:1).
Enquanto as pessoas continuam absortas com a pergunta formulada pelo ateu e com a resposta dada por Lennox, algo escapa à plateia e aos debatedores: Deus realmente proibiu o homem comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal?
A pergunta formulada à mulher pela serpente até hoje continua turvando a compreensão das pessoas! Como quem não queria nada e não sabia de nada, a serpente perguntou para Eva:
“ORA, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gênesis 3:1).
Eva respondeu à serpente a partir das premissas contidas na pergunta, e não considerou o que realmente Deus disse!
“E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.” (Gênesis 3:2-3).
Mas o que Deus disse?
“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente…” (Gênesis 2:16).
Novamente: o que Deus disse ao homem? De toda árvore do jardim comerás livremente! Frise: De toda árvore, ou seja, não há exceção! O homem podia comer livremente de todas as árvores!
De onde saiu o pensamento que atribui a Deus a proibição de comer da árvore do conhecimento? Não foi a pergunta aparentemente inocente da serpente à mulher, como que evidenciando que desconhecia o que fora dito por Deus, que introduziu a premissa da proibição na narrativa?
Enquanto a ordem de Deus enfatizava plena liberdade, pois ao homem era permitido comer livremente de toda árvore do jardim, a serpente introduziu com a pergunta uma proibição total, o que embotou os olhos da mulher e continua afetando o entendimento de muitos que leem as Escrituras até hoje.
O correto ao lermos a narrativa da criação é considerarmos o que foi dito pelo apóstolo Paulo:
“Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” (2 Coríntios 3:17).
Liberdade plena, depois o alerta
A resposta do Dr. Lennox deveria apontar para as Escrituras, evidenciando que a leitura do seu inquiridor era equivocada, pois Deus jamais proibiu o homem de comer do fruto do conhecimento do bem e do mal.
Ao enfatizar que a pergunta era boa, pois foi feita pela ‘serpente’, Lennox calou o inquiridor e arrancou aplausos da plateia, e todos permaneceram ouvindo o debate sem entender a essência da palavra de Deus. O veneno inoculado pela serpente continuou surtindo efeito sobre todos!
Voltando a narrativa do Gênesis, ao estabelecer que o homem podia comer de toda a árvore do jardim, Deus evidenciou que Adão possuía plena liberdade! Mas, o que é liberdade sem a perspectiva e/ou possibilidade de prisão? Se não houvesse um risco à liberdade, o conceito de liberdade seria inócuo.
O conceito de liberdade ainda abriga uma relação ímpar entre os envolvidos. Quando é dito que Adão era livre, significa que ele desfrutava da comunhão com o Criador, diferente do conceito de independência, que a relação entre as partes é interrompida. Exemplificando, o solteiro tem liberdade na casa do pai, mas ao casar, torna-se independente e a liberdade é tolhida.
Ao plantar a árvore do conhecimento do bem e do mal no meio do jardim, Deus deu meios para que o homem exercesse a sua liberdade, e como não havia obstáculos entre o homem e a árvore, o acesso à árvore estava garantido.
Enquanto a serpente aponta para a árvore do conhecimento como proibição, e que Deus não queria que o homem fosse como Deus, na verdade, a árvore do conhecimento evidenciava que o homem desfrutava de plena liberdade.
“Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gênesis 3:4-5).
Em que o homem como criatura era semelhante ao Criador? O homem possuía autonomia plena para tomar uma decisão segundo o que a sua natureza humana permitia! Assim como o Criador é livre, a introdução da árvore do fruto do conhecimento no Éden tornou o homem livre à semelhança do Criador.
Outro aspecto da criatura ser criada à semelhante ao Criador, além da liberdade, é o fato de que é próprio a todos os seres algumas coisas que não pode fazer. Assim como Deus não pode atentar contra a sua própria natureza, mesmo sendo todo poderoso, a introdução da árvore do fruto do conhecimento trouxe ao homem algo que atentava contra a sua natureza.
Apesar de Deus ser livre, soberano e detentor de todo poder, Ele não pode mentir, ou negar a Si mesmo, e através da árvore do fruto conhecimento do bem e do mal o homem tinha algo que, por semelhança a natureza divina, também não poderia fazer , pois afetaria a sua própria natureza!
É daí que vem o alerta:
“… mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:17).
Assim como Deus todo poderoso e soberano não pode fazer algumas coisas, como por exemplo mudar, mentir, não cumprir a sua palavra, etc., ao homem criado à semelhança de Deus foi dado o alerta de que não poderia atentar contra si mesmo comendo do fruto da árvore do conhecimento, e o motivo era claro: pois certamente morreria no dia que comesse.
Um alerta expressa cuidado, diferente de proibição, que pode ser por mero capricho. Competia ao homem, detentor de plena liberdade exercer o seu livre-arbítrio segundo a sua consciência e conhecimento, e o aviso solene para não comer do fruto da árvore do conhecimento era um guia, o que evidencia que Adão nunca foi inocente. Bastava Adão confiar na palavra de Deus, que deu o aviso e apontou as consequências de se tornar participante do fruto da árvore do conhecimento, resignação que evitaria Adão fazer uso da consciência e do parco conhecimento que detinha.
O problema do homem não foi o fruto da árvore do conhecimento, e sim, a ofensa decorrente da incredulidade (Hebreus 3:12). A ofensa do homem em não crer na palavra de Deus resultou em morte, condição que afetou todos os descendentes de Adão, e por isso é dito que todos pecaram (Romanos 3:23; 5:12). Todos pecaram porque a morte passou a todos os homens, e não porque todos os homens adquiriram conhecimento do bem e do mal. O conhecimento adquirido após a ofensa somente tornou o homem como Deus, conhecedor do bem e do mal, já a condição de pecador deriva da ofensa de um só homem que pecou – Adão.
“Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,” (Gênesis 3:22);
“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” (Romanos 5:18).
Um alerta
Jesus nos deixou uma lição:
“E sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o como o Pai mo tem dito.” (João 12:50).
O próprio Cristo tinha o cuidado de falar o mandamento ordenado pelo Pai conforme o Pai havia prescrito, evidenciando que não cabe ao mensageiro transmitir o que bem entender.
Desde o Éden, o mandamento de Deus é para a vida eterna, e rejeitar a sua palavra é sujeitar-se à morte, o aguilhão do pecado.
O debate no qual o Dr. Lennox estava envolvido era sobre a existência de Deus, algo que a Bíblia não procurar enfatizar ou dar prova da sua existência.
Na verdade, a temática da Bíblia é evidenciar o Cristo como salvador do mundo, e o mandamento de Deus contido nela é para que os homens creiam que Jesus de Nazaré é o Filho de Deus.
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna.” (João 6:47).
Convencer alguém da existência de Deus não o torna salvo, pois a promessa de salvação está em que se creia no Messias prometido nas Escrituras.
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3).
Os judeus acreditavam na existência de Deus, mas só creriam de fato em Deus se cressem que Jesus de Nazaré era o Filho de Deus, pois esse era o testemunho das Escrituras.
“NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.” (João 14:1).
Só reconhecem a Deus como verdadeiro e a Jesus Cristo como o Seu enviado, aqueles que creem no testemunho das Escrituras anunciadas pelos profetas.
“Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” (1 João 5:10).
Que a nossa temática como cristãos seja anunciar aos homens Jesus Cristo, de modo que os homens creiam no testemunho que Deus deu nas Escrituras.
Para saber mais sobre os eventos do Éden, acesse:
Por que Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal no meio do Jardim?
Olá boa noite, vcs tem muita literatura boa mas neste aqui vcs deu muito muita bola pra a serpente: primeiro Deus não disse pra Eva e sim pra Adão, depois foi para um homem e não aos homens pq os que vieram depois já veio mortos. Se Deus tinha dito Adão todas as árvores entraram uma contradição com sua colocação. Deus disse a Adão não a Eva e que não ouviu de Deus e deu espaço a serpente… o homem nunca teve livri árbitrio. Pq sempre teve uma lei a ser cumprida. Deus dá o livre árbitrio e depois condena o sujeito….
Olá, Jorge..
A existência de uma lei é prova suficiente de que o homem teve livre-arbítrio.. Se o homem não tinha livre-arbítrio, não haveria necessidade de lei.
Att.