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Tudo aquilo que você pedir a Jesus, será Ele mesmo quem irá se encarregar de realizar, ou seja, é ele que realizará o que você pedir. Ao tornar conhecido dos seus discípulos a sua igualdade com o Pai, mais uma vez Jesus demonstra que deveriam crer nele da mesma forma que criam no Pai, visto que o Pai estava nele. O contexto do capítulo demonstra de maneira clara que a ideia a ser evidenciada é a crença em Cristo da mesma forma que se crê em Deus.


“E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” ( Jo 14:14 )

 

Este versículo apresenta um grande dilema: Tudo quanto o cristão pedir a Deus em nome de Jesus será atendido?

Uma irmã perguntou-me por que a sua oração não era atendida, já que a Bíblia prometia que se ela pedisse alguma coisa conforme a vontade de Deus seria atendida.

Além da questão levantada, ela argumentou: Se é desejo de Deus que todos os homens sejam salvos, por que peço a Deus em nome de Jesus e Ele não salva o meu filho?

Diante deste entrave, convido você, leitor, a pensar comigo este verso de João 14:14.

A pergunta é simples: Tudo que um cristão pedir a Deus em nome de Jesus será concedido? É isto que o versículo expõe?

Para entender este versículo, em primeiro lugar é preciso estudar e compreender o capítulo 14 do evangelho de João.

Estudemos:

 

Creiam em Mim

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” ( Jo 14:1 -3).

Após anunciar que Pedro haveria de traí-lo, Jesus falou aos discípulos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” ( Jo 14:1 ).

Conhecendo as agruras que estavam por vir, e conhecendo a estrutura de seus discípulos, Jesus solicitou aos seus discípulos que não ficassem conturbados com o que estava por vir, e que cressem nele da mesma maneira que criam em Deus.

Por que Jesus solicitou aos seus discípulos que cressem nele da mesma forma que criam em Deus? Porque Jesus conhecia os seus seguidores, e sabia que eles ainda não estavam firmes na fé.

Após o pedido Jesus faz uma promessa: ‘…vou preparar vos lugar…”. Jesus estava para ser tirado da terra dos viventes, e a promessa dele foi interposta como alento aos seus discípulos, por causa das agruras e da ausência de Cristo quando no seio da terra.

A morte de Cristo era para preparar morada aos seus, porém, era preciso que os discípulos cressem piamente nele. Principalmente porque os eventos que haveriam de suceder exigiriam muito dos seus discípulos, e somente a confiança em Cristo livraria os discípulos de ficarem conturbados.

Os versos de 1 a 3 apresenta um pedido e uma promessa para que os discípulos confiassem em Cristo da mesma forma que nutriam confiança em Deus, para livrá-los de turbação diante das agruras que estavam para se revelar.

 

A Falta de Confiança

“Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras” ( Jo 14:4 -11).

Quando Jesus disse que levaria os discípulos para junto dele, completou: “Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho” (v. 4).

Em primeiro lugar: Para onde Jesus estava indo? Ele estava indo para o Pai. Segundo: Todos os discípulos conheciam a Jesus, e, portanto, conheciam o caminho.

Diante da informação de Jesus, Tomé completou: “Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?” (v. 5).

Diante da pergunta de Tomé, Jesus passou a demonstrar novamente que Ele mesmo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Que não há outro caminho de acesso para os homens a Deus.

Além de responder Tomé, Jesus afirmou que o Pai e Ele são um ao afirmar: “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto” ( Jo 14:7 ).

Jesus não deixou dúvidas de que eles conheciam a Deus, uma vez que eles já conheciam a Cristo. A palavra ‘conhecer’ refere-se ao mesmo conhecer dos casais que passam a estar unidos uns ao outro.

Admirado da doutrina exposta por Cristo, Felipe solicitou que fosse mostrado o Pai, o que seria ‘suficiente’ o bastante para todos crerem. Felipe demonstrou de forma CLARA a falta de confiança em Cristo.

Jesus respondeu: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (v. 8).

A pergunta de Cristo é pertinente: Como Filipe ainda podia dizer ‘mostra-nos’ o Pai, se Cristo estava a tanto tempo com Eles? Jesus não esteve o tempo necessário com eles para que confiassem em suas palavras?

Jesus é enfático: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? (…) Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim”, ou seja, Jesus volta a mesma abordagem do verso 1: “…credes em Deus, crede também em mim…” ( Jo 14:1 ).

 

Crede-me, ao menos, pelas mesmas obras

O versículo dez retoma a ideia do versículo primeiro, e neste ponto já é possível delinear o motivo da necessidade de se analisar todo o capítulo para entendermos o verso 14.

Jesus havia alertado os discípulos para que cressem em Deus e cressem da mesma forma nele. Isto porque Jesus não queria que eles ficassem turbados com o que haveria de suceder.

Fica evidente que era preciso aos discípulos crerem em Cristo da mesma forma que criam em Deus quando Jesus falou que o Pai e Ele eram um. Filipe não se contentou e pediu: “Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta”.

Será que as palavras de Jesus não continham os elementos necessários para que eles cressem? A palavra de Jesus não lhes era o bastante?

Diante do que Filipe disse, Jesus argumentou: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” ( Jo 14:9 ).

“Como dizes tu?” Jesus questiona: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim?” ( Jo 14:10 ). Ele é direto e objetivo: “Não crês tu que eu estou no Pai…”.

Para dizer o que Filipe e Tomé disseram, somente não crendo nas palavras ditas pelo Mestre.

 

O Pai e Cristo são um

Jesus não queria que os seus discípulos ficassem turbados, e torna a enfatizar a necessidade de crerem nele (v. 11).

Os discípulos podiam confiar em Cristo uma vez que Ele e o Pai são um. Ou seja, nada do que Cristo estava dizendo era de Si mesmo, antes, o Pai que estava em Cristo é quem faz as obras.

Diante da falta de confiança de seus seguidores Jesus demonstra que as palavras que foram ditas aos discípulos procediam do Pai. Da mesma forma que as obras realizadas por Cristo eram provenientes do Pai, eles podiam confiar na palavra de Cristo, uma vez que Ele pronunciava as palavras do Pai.

Lembre-se que um judeu não podia dar testemunho de si mesmo, pois tal testemunho era tido como mentiroso. Por isso Jesus demonstra que as obras e as palavras ditas por Cristo eram provenientes do Pai (v. 10).

Ou seja, Jesus aponta para as obras realizadas pelo Pai como prova de que as suas palavras eram verdadeiras e dignas de total confiança.

Jesus novamente solicita: “Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim…”. Isto porque se os discípulos ainda não tinham alcançado fé na pessoa de Cristo da mesma forma que criam em Deus, eles ao menos deviam crer em Cristo pelas mesmas obras que Ele e o Pai realizaram.

Se as obras que Cristo realizava eram as mesmas que o Pai realizava, era um sinal evidente que Ele estava no Pai e o Pai nele.

 

Somos um em Cristo

“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai” ( Jo 14:12 ).

Jesus passa a anunciar outra ideia complementar a primeira: Da mesma forma que o Pai estava em Cristo fazendo a sua obra, da mesma forma aqueles que cressem em Cristo haveriam de fazer as mesmas obras do Filho. E Jesus enfatiza: “…as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”.

Isto demonstra que:

a) Da mesma forma que o Pai e o Filho são um, aqueles que creem são um em Cristo (v. 12);

b) Ir ao Pai garantiria aos discípulos fazer obras maiores que as realizadas por Cristo e descanso ao confiar na promessa do Mestre (v. 2).

Desde o versículo dez são demonstradas as garantias advindas do Pai e do Filho, e as palavras que Jesus disse são dignas de total confiança.

Após enfatizar que o Pai é quem faz as obras, Jesus pede que, ao menos, os discípulos cressem por Ele realizar as mesmas obras que o Pai.

É neste contexto que Jesus faz uma promessa aos discípulos e a todos quanto creem em seu nome: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (v. 13).

O que Jesus prometeu? Jesus estava prometendo tudo àquilo que o crente pedisse?

Talvez o leitor ainda esteja se perguntando: “Por que a necessidade de ler o capítulo, se a questão está no versículo quatorze?”

 

Um Exemplo de má Interpretação

O que Jesus realmente prometeu? Ele prometeu conceder tudo aquilo que o crente pedisse?

Talvez você ainda esteja se perguntando: “Por que a necessidade de ler todo o capítulo, se a questão a ser esclarecida está no versículo quatorze?”

Ora, fez-se necessário a leitura e o estudo do capítulo porque no versículo 14 Jesus estava simplesmente enfatizando a necessidade dos discípulos crerem em sua palavra da mesma forma que criam em Deus. Tal confiança poderia livrá-los de uma turbação que estava bem próxima.

Antes da resposta, observe:

Quando João escreveu o seu evangelho, ele tinha em mente especificamente a necessidade de todos os homens: a necessidade de crer em Cristo. Focado nesta necessidade é que João escreveu o seu evangelho, e acabou selecionando e abordando os eventos que demonstram esta necessidade:

“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” ( Jo 20:31 );

O capítulo quatorze do evangelho de João além de selecionar um evento específico, quer demonstrar a necessidade de o homem crer em Cristo, e também encontramos o próprio Mestre argumentando sobre a necessidade dos seus discípulos crerem em sua pessoa;

O capítulo 14 demonstra a maneira como Jesus enfatizou a necessidade dos discípulos crerem em sua palavra ( Jo 14:1 -14). Jesus concita os seus seguidores a crerem por causa da eminente perseguição, sem importarem-se com a aparente ausência de Cristo ( Jo 14:1 ); O Pai eterno está em Cristo e Cristo nele ( Jo 14:11 ); Cristo concede a prerrogativa de seus seguidores fazer as mesmas obras que Ele, e até mesmo maiores;

O contexto de João 14 e o evangelho segundo João se firma na perspectiva de que é preciso crer no Filho de Deus da mesma maneira que se crê em Deus.

Ao observarmos todos estes aspectos, analisemos: Tudo aquilo que os discípulos pedissem, Jesus haveria de realizar? Não! Não é isso que Jesus disse.

Antes de explicarmos o que Jesus realmente disse, leia os versículos seguintes:

“Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será? Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu. Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?” ( Jo 21:21 -23).

Após perguntar pela terceira vez a Pedro se ele realmente amava a Cristo, Jesus apresenta qual devia ser a missão de Pedro: Apascenta as minhas ovelhas.

Após Jesus dizer a Pedro com que tipo de morte ele havia de render glória ao Pai, disse: Segue-me.

Pedro ao observar João, pergunta a Jesus: “Senhor, e deste que será?” ( Jo 21:21 ). A resposta de Cristo criou um boato entre os primeiros cristãos de que João haveria de viver até a segunda volta de Cristo.

Ainda bem que João procurou desmistificar o que estavam divulgando acerca do que Jesus dissera!

Observe as frases acerca do mesmo evento:

Jesus: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha , que te importa. Segue-me tu” (v. 22);

João explicando: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa a ti?” (v. 23).

Qual a diferença entre o que Jesus disse e a explicação de João? Observe que a primeira frase é idêntica a segunda. A única coisa que sabemos é que a primeira frase deu a entender aos seguidores de Cristo que João não haveria de morrer, e a segunda, que Jesus não quis dizer o que estavam acreditando ser.

Graças a Deus que João deu o significado exato da frase. Mas, qual a diferença entre a primeira e a segunda frase, se elas são idênticas? A diferença é visível quando damos ênfase em certo elemento da frase. Observe:

Se levarmos em consideração o fato de Jesus dizer “Se eu quero que ele fique até que eu venha”, estaremos acreditando que João não haveria de morrer até que Cristo voltasse.

Porém, se levarmos em conta a possibilidade “Se” e a reprimenda “…que te importa a ti?”, fica claro que Jesus disse: “…que te importa a ti?” o que será deste!

Não era da conta de Pedro saber o que haveria de ser de João “Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas”.

Jesus estava conversando com Pedro, e ele desviou a conversa para inquirir a respeito de João. Jesus o repreendeu, pois aquele não era o momento adequado para se falar de outra pessoa. Jesus queria tratar diretamente com Pedro e ele resolver mudar repentinamente a conversa, apontando para João.

Alguns passaram a divulgar que João não haveria de morrer porque anteriormente Jesus havia falado acerca da morte de Pedro, o que leva a conclusão de que o que foi dito acerca de João era verdadeiro, e não uma possibilidade “Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras. E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me” ( Jo 21:18 -19).

Jesus havia falado acerca da morte de Pedro, e descartou a necessidade de falar acerca da morte de João ao destacar “Se eu quero que (…) que te importa a ti?”.

O mesmo problema de interpretação que houve em meio aos discípulos acerca do que Jesus falou de João, ocorre também no versículo que trata sobre o que Cristo há de conceder aos que pedirem.

 

“E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” ( Jo 14:13 -14).

Se enfatizarmos ‘tudo quanto pedirdes’, concluiremos que Jesus haveria de conceder tudo e qualquer coisa que o pedissem, porém é sabido que não é assim.

Os seguidores da teologia da prosperidade gostam de enfatizar este tipo de interpretação. Eles enfatizam aspectos que não são apresentados no versículo para oferecer falsas esperanças ao povo.

Distorcem a palavra de Deus da mesma forma que fez a serpente ao falar com Eva. A serpente procurou evidenciar uma proibição desmedida da parte de Deus, e esta enganada, deixou de considerar que em Deus há toda liberdade, pois de todas as árvores do jardim ela podia comer livremente. Todas as árvores eram liberadas para se comer, e apenas uma tinha ordem a respeito para que dela não comessem por causa das conseqüências.

Porém, a liberdade era plena, e Deus deixou livre acesso à árvore do conhecimento do bem e do mal.

Qual é a verdadeira interpretação do versículo 14? O que deve ser evidenciado na leitura do capítulo 14?

“E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” ( Jo 14:13 -14).

Jesus prometeu que faria tudo quanto os discípulos pedissem pro qual motivo? Para que o Pai fosse glorificado.

Para que o Pai fosse glorificado Jesus haveria de fazer tudo que pedissem em Seu nome.

Jesus se compromete a fazer o que os discípulos pedissem.

Jesus não prometeu que faria tudo quanto os discípulos pedissem, antes, Jesus estava demonstrando que tudo aquilo que os discípulos pedissem em seu nome Ele haveria de realizar em pessoa.

“O QUE SEMPRE FOI DA ALÇADA DO PAI REALIZAR, JESUS DEMONSTRA QUE, DAQUELE MOMENTO EM DIANTE, ELE MESMO ESTAVA SE ENCARREGANDO DE REALIZAR TUDO”

O que deve ser evidenciado, ou seja, a ideia que está sendo exposta, não é tudo quanto o homem pedir, mas sim, quem haveria de realizar o que fosse pedido.

“Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, EU O FAREI”, ou seja, da mesma forma que eles sempre creram em Deus e pediam a Pai, agora, se eles pedissem em nome de Jesus, seria Jesus quem haveria de realizar todos os pedidos.

Jesus não se obrigou a fazer tudo o que os discípulos pedissem. Seria um contra-senso, visto que nem sempre sabemos o que havemos de pedir! “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” ( Rm 8:26 ).

O que seria de nós se tudo quanto pedíssemos fosse realizado se nem mesmo sabemos o que pedir, e como convém pedir?

Jesus estava apenas se obrigando em realizar pessoalmente o que pedissem.

O texto demonstra que tudo aquilo que você pedir a Jesus, será Ele quem irá se encarregar de realizar pessoalmente, ou seja, é ele que realizará o que você pedir.

Ao tornar conhecido dos seus discípulos a sua igualdade com o Pai, mais uma vez Jesus demonstra que deveriam crer nele da mesma forma que criam no Pai, visto que o Pai estava nele.

O contexto do capítulo demonstra de maneira clara que a ideia a ser evidenciada é a crença em Cristo da mesma forma que se deveria crer em Deus.

Como eles criam que Deus faz todas as coisas, da mesma forma deveriam crer que Cristo também fez e faz igualmente todas as coisas “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” ( Jo 1:3 ).

Como todas as coisas foram feitas por Cristo, tudo quanto eles pedissem também haveria de ser realizado por Jesus Cristo. Eles não precisavam ficar turbados com nada neste mundo.

Desta maneira é válido o complemento na colocação de Jesus “…para que o Pai seja glorificado no Filho”. O texto demonstra que, quando Jesus realiza os nossos pedidos, é para glória do Pai.

Não são os nossos pedidos que glorifica a Deus, antes a glória de Deus está em Cristo realizar todas as coisas.

“Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra” ( Jo 16:24 ), mas, “…tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho”.

Observe o contraponto: tudo/nada.

Jesus um pouco adiante enfatiza que os discípulos nada haviam pedido em seu nome até aquele momento.

Apesar dos discípulos terem conhecimento da divindade de Cristo, ou seja, que Cristo é o verdadeiro Deus e que nele está a vida eterna, ainda estavam acanhados em pedir alguma coisa em nome de Jesus.

Eles ainda estavam focados na aparência de Cristo e se esqueciam de ver que aquele homem, apesar da aparente fraqueza, foi quem fez o mundo.

Se eles ainda não haviam pedido nada, Jesus demonstra que tudo o que pedissem em seu nome, crendo, haveriam de receber D’Ele. Jesus não prometeu atender tudo o que pedissem, antes prometeu realizar pessoalmente o que pedissem.

 

“Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” ( Lc 22:42 ).

 

Observe que a vontade de Jesus era que o Pai O livrasse daquela hora amarga. Se Jesus homem não desejava passar àquela hora amarga, quais seriam os nossos pedidos, caso Jesus fosse realizar tudo o que pedíssemos?

Quais serão os nossos pedidos?

Devemos ter em mente que, quando pedirmos alguma coisa a Deus, não temos garantia de que seremos atendidos, pois Ele haverá de realizar a sua própria vontade, e não a nossa.

Por quê? “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” ( Mt 7:11 ).

Desta maneira não devemos nos preocupar, pois o nosso Deus é Pai bondoso, e não nos trata segundo os nossos erros.

“Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus. E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos” ( 1Jo 5:13 -15).

Novamente em sua primeira epístola João demonstra que tudo o que foi escrito tem por objetivo a fé no Filho de Deus. Por duas coisas:

A) eles deviam saber que possuíam a vida eterna;

B) e que cressem em seu nome.

E qual a confiança que temos em Cristo? Que ele nos ouve! Ou seja, se pedirmos alguma coisa, devemos crer que ele nos ouve. E se o que pedirmos for segundo a sua vontade, Ele nos concederá.

E, se sabemos que Jesus nos ouve, também devemos crer que já recebemos as nossas petições. Como?

1º Deus é Pai bondoso;

2º Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus.

Haveria como ter alguma dúvida?

Agora que você fez uma releitura do texto, passe a diante e livre alguém das questões acerca deste versículo.

Por que Deus não me ouve? Por que isso, por que aquilo, se ele diz que fará tudo o que eu pedir?

1º Jesus em momento algum se compromissou em fazer tudo o que desejássemos. Deus está compromissado com a nossa salvação, e, quanto às questões pertinentes a está vida, devemos crer conforme Paulo escreveu aos Romanos ( Rm 8:28 ).

2º A palavra de Cristo foi empenhada para que tivéssemos fé em seu nome, e não que Ele estivesse estabelecendo um compromisso em realizar todas as nossas vontades como geralmente lemos em estórias infantis com gênios.

A promessa é sobre ‘quem’ realizará tudo aquilo que o cristão pedir, e não quanto a ter todos os pedidos atendidos.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

4 thoughts on “Tudo quanto pedirmos!

  • Ótimo estudo! Porém, já ainda um versículo ainda mais complexo de entender toda essa questão, que pelo contexto, até hoje, não consegui encontrar uma explicação, que é Mateus 21.21.
    Vocês já tem algum estudo em cima desse texto?

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  • Gostei muito deste conteúdo,foi para mim de um entendimento maravilhoso Deus seja louvado. Obrigado.

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  • Glória a Deus Obrigado
    Pelas explicações e direções da parte do nosso Senhor Jesus Cristo

    Resposta

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