O dízimo entregue por Abraão demonstra que dar o dízimo não é entregar dinheiro ao sacerdote ou deixar a cargo dos servidores do templo a décima parte do salário, antes era uma oferta que o dizimista e o sacerdote comiam diante de Deus.
Abraão e o dízimo
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“E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” (Gênesis 14.20).
Quatro reis contra cinco
Antes de abordar a questão de Abraão dar o dízimo, analisaremos o contexto no qual Abraão esteve envolvido e que lhe rendeu um bom despojo de guerra.
À época do patriarca Abraão, haviam quatro reis: Anrafel, Arioque, Quedorlaomer e Tidal, respectivamente reis de Sinar, Elasas, Elão e Goim, que estavam em guerra com cinco reis: Bera, Birsa, Sinabe, Semeber e o rei de Belá, respectivamente reis das cidades de Sodoma, Gomorra, Admá, Zaboim e Zoar (Gêneses 14:1-2).
O escritor do Livro de Gênesis destacou que os cinco reis serviram ao rei Quedorlaomer por doze anos, e ao se rebelarem, o rei de Elão, juntamente com outros três reis, entraram em guerra na região do Mar Salgado (Mar Morto), no vale de Sidim.
Primeiro, os quatro reis venceram os refains, em Asterote-Carnaim, os zuzins, em Hã, os emins, em Savé-Quiriataim, e os horeus, desde o monte Seir até El-Parã, que fica junto ao deserto. Depois se deslocaram a En-Mispate (que é Cades), e derrotaram os amalequitas, e os amorreus, que ficavam em Hazazom-Tamar.
Percebendo o movimento de conquista do rei Quedorlaomer, os reis de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e de Belá se puseram em linha de batalha no vale de Sidim, que tinha vários poços de betume, contra Quedorlaomer, e os reis de Sinar, Elasas e Goim (Gêneses 14:3-9).
Os reis de Sodoma e Gomorra foram derrotados e fugiram, e os outros reis fugiram para um monte, e os bens das cidades de Sodoma e Gomorra foram confiscados, bem como todo o mantimento, e se foram (Gênesis 14.11).
Como Ló, filho do irmão de Abraão morava em Sodoma, acabou sendo levado cativo pelo rei Quedorlaomer, bem como os seus bens. Uma pessoa que escapou, veio a Abraão, que estava morando próximo aos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e Aner, confederados de Abraão.
Ao saber que seu sobrinho foi levado cativo, Abraão reuniu os seus criados, que nasceram em sua casa, um total de trezentos e dezoito homens, e perseguiu os quatro reis até Dã. Durante a noite, Abraão e seus servos feriram os quatro reis e os perseguiram até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.
Quando retornava com os despojos de guerra e com as pessoas que foram resgatadas, o rei de Sodoma, Bera, saiu ao encontro de Abraão, no Vale de Savé, que é o Vale do Rei. Bera não estava interessado nos despojos, mas nas pessoas que Abraão resgatou, e propôs a Abraão: – “Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti.” (Gênesis 14.22).
Abraão, por sua vez, respondeu:
– “Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;” (Gênesis 14.23-24).
Antes de sair a guerra, Abraão tinha jurado que jamais lançaria mão do que pertencia ao rei de Sodoma, pois ele sabia que, no futuro, alguém diria que quem enriqueceu o patriarca foi o rei de Sodoma, e não o Deus Altíssimo.
Somente foi tomado do que o rei de Sodoma possuía o que os trezentos e dezoito jovens de Abraão comeram, e a parte que cabia aos homens que foram com Abraão: Aner, Escol e Manre.
Melquisedeque, o sacerdote do Deus Altíssimo
“E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” (Gênesis 14.18-20).
Ao fazer referência a essa passagem bíblica do Antigo Testamento, o escritor aos Hebreus estava destacando que Jesus Cristo é sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, e não segundo a ordem de Arão.
“PORQUE este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão. Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.” (Hebreus 7.1-4).
Abraão regressavam da vitória contra os quatro reis, quando Melquisedeque saiu ao encontro de Abraão, e o abençoou.
O escritor aos Hebreus destaca que, nada se sabe sobre a genealogia de Melquisedeque, algo que os seguidores do judaísmo valorizam tanto, porém, Melquisedeque tomou dízimos de Abraão e abençoou aquele que detinha as promessas de Deus.
Abraão deu o dízimo de tudo, ou seja, dos despojos de guerra, ao rei e sacerdote Melquisedeque, que significa rei de justiça, e também, rei de Salém, que é rei de paz.
Nenhum juiz ou rei em Israel, até mesmo o rei Davi, acumulou as duas funções: rei e sacerdócio, atribuição que caberá somente ao Messias.
“Jurou o SENHOR, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.” (Salmos 110.4);
“Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião.” (Salmos 2.6);
“Também o farei meu primogênito mais elevado do que os reis da terra.” (Salmos 89. 27).
Os seguidores do judaísmo consideravam Abraão grande, mas o escritor destaca a condição de Melquisedeque, quão grande, que recebeu dízimo de Abraão e abençoou aquele a quem Deus fez as promessas.
A grandeza de Melquisedeque é tamanha que, o sacerdócio Levítico, da ordem de Arão, pela lei podia recolher o dízimo dos seus próprios irmãos segundo a carne, demonstrando a honra do sacerdócio levítico. No entanto, mesmo não tendo vínculo de carne e sangue com Abraão, Melquisedeque teve a honra de tomar dízimo do patriarca e abençoá-lo, por conseguinte, o sacerdócio levítico com meio de Abraão deu dizimo a Melquisedeque.
“E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.” (Hebreus 7.10).
Através do sacerdócio de Melquisedeque é possível demonstrar que:
- Se há mudança de sacerdócio, também há mudança de lei (Hebreus 7.12);
- A ordem de Melquisedeque é superior a ordem de Arão (Hebreus 7.8-9);
- Da tribo de Judá não se tem sacerdócio, porém, à semelhança de Melquisedeque Deus levantou outro sacerdote (Hebreus 7.15);
- A ordem de Melquisedeque não decorre de uma lei segundo mandamento carnal (genealogia), antes decorre do poder de uma vida incorruptível (Hebreus 7.17);
- A lei de Moisés constituiu homens fracos como sacerdotes, mas a palavra de Deus sob juramento constitui o próprio Filho de Deus, que é perfeito para sempre (Hebreus 7.28).
Abraão e a promessa
O patriarca Abraão era da cidade de Ur dos Caldeus, um gentio incircunciso, quando foi chamado por Deus.
“ORA, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gênesis 12.1-3);
“Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão. Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão. E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada; E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.” (Romanos 4.9-12).
Os seguidores do judaísmo tinham como indispensável a adoração a Deus a circuncisão, a genealogia, a lei, os dias de festas, etc., porém, o apóstolo dos gentios demonstra que o pai Abraão creu em Deus quando ainda estava na incircuncisão, para ser pai de todos os que creem.
Deus prometeu que faria de Abraão uma grande nação, e o abençoaria e engrandeceria, de modo que Abraão seria uma bênção. Por causa da bênção de Deus, aqueles que abençoassem Abraão seriam abençoados, e os que o amaldiçoassem seriam amaldiçoados por Deus. E, através de Abraão, Deus tornaria todas as famílias da terra benditas.
E o que Deus requereu de Abraão? Somente obediência!
Bastava Abraão sair da sua terra natal, Ur dos Caldeus, sair do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, Terá, e sair em direção de uma terra desconhecida, que ainda seria revelada, que Deus cumpriria tudo o que havia prometido.
Se Abraão tivesse dito: – ‘Eu acredito em Deus’, mas não tivesse saído de sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, teria uma fé sem obras, portanto, uma fé morta. Deus não mandou Abraão crer em milagres, no impossível, antes determinou que saísse da sua terra para uma terra que seria mostrada.
Deus não exigiu de Abraão sacrifícios, votos, ofertas, etc., antes determinou que saísse da casa de Terá, seu pai, e se tornasse peregrino e forasteiro em terras desconhecidas.
Ao sair da sua terra, do meio dos seus parentes e deixar a casa de seu pai, Abraão efetivamente demonstrou que cria em Deus, ou seja, que Deus era poderoso para cumprir a sua promessa e que recompensa aqueles que O obedecem.
“Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hebreus 11.6).
Embora esperasse a bênção e ainda não tivesse visto a terra prometida quando saiu da casa de seu pai, Abraão teve a palavra de Deus como firme fundamento da bênção que esperava, e como prova da terra que não tinha visto.
“ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.” (Hebreus 11.1).
Essa fé é o dom de Deus, promessa graciosa, que não veio de Abraão, de modo que pudesse se gloriar, antes Deus a deu quando Abraão estava em Ur dos Caldeus e na incircuncisão, para que a sua esperança estivesse em Deus.
“Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós, (Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem. O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer. Assim isso lhe foi também imputado como justiça.” (Romanos 4.16-22).
A convicção de Abraão de que Deus era poderoso para fazer o que prometeu, de que Deus vivificava os mortos e chama as coisas que não são como se já fossem, veio por intermédio da promessa que Deus fez. Não foi a convicção de Abraão que deu sustentação a promessas, antes a promessa, o firme fundamento e a prova, que deu base a convicção de Abraão.
De igual modo hoje, o crente em Cristo não pode se desviar da esperança do evangelho que foi anunciado por Cristo e os apóstolos, ou seja, deve permanecer fundado e firmes na fé: o firme fundamento dos apóstolos e dos profetas, prova do que se espera, a salvação da perdição eterna (Efésios 2.20; Hebreus 11.1).
“Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.” (Colossenses 1.23).
A promessa feita a Abraão foi de que ele se tornaria uma grande nação e, em Abraão seriam benditas todas as famílias da terra. A promessa feita aos que creem em Cristo é de vida eterna (1 João 2.25), pois através de Cristo, o descendente de Abraão, qualquer pessoa da face da terra que crê que Jesus é o Filho de Deus, é bendito.
Abraão e o dízimo
“E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” (Gênesis 14.18-20).
Quando Abraão venceu os quatro reis, e voltava para os carvalhais de Manre com os despojos de guerra, Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, saiu ao encontro de Abraão e trouxe pão e vinho.
Na condição de sacerdote do Deus Altíssimo, Melquisedeque abençoou Abraão, dizendo:
“Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.” (Gênesis 14.19-20).
Melquisedeque não disse: – ‘Eu te abençoo!’, antes disse: – ‘Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo!’. Melquisedeque não fez imprecações de bênção, ou profetizou bênção sobre Abraão. Quem abençoa é Deus, de modo que ao abençoar, Melquisedeque se resignou a dizer: – ‘Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo’.
Quem abençoou Abraão foi o Deus Altíssimo, o proprietário (Possuidor, Dono, Senhor) dos céus e da terra. Melquisedeque somente reconheceu que a bênção de Deus estava sobre Abraão, ou seja, o sacerdote não pode inventar bênçãos, ou estabelecer condições para abençoar.
Um crente em Cristo hoje é bendito como o crente Abraão, portanto, qualquer pastor, reverendo, ministro, evangelista, diácono, etc., não pode se arrogar a posição de ‘abençoador’, antes tem que se resignar ao que fez Melquisedeque: – ‘Bendito seja você pelo Deus Altíssimo’.
Quem creu em Cristo como seu salvador é bem-aventurado, portanto, não cabe a quem quer que seja impor condições para abençoar os benditos do Senhor, ou estabelecer condições para abençoar, ou inventar bênçãos que Deus não estabeleceu.
A qualquer que preside uma reunião composta por membros do corpo de Cristo, cabe tão somente falar bem de Deus (bendizer), assim como fez Melquisedeque:
– “E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos.” (Gênesis 14.20).
Melquisedeque não tinha como abençoar Deus, pois é impossível o menor abençoar o maior, antes bendisse ao Senhor pela vitória que concedeu ao seu servo, Abraão.
“Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.” (Hebreus 7.7).
Como Melquisedeque era sacerdote e saiu ao encontro de Abraão com pão e vinho, após ser abençoado, Abraão deu o dízimo de tudo. Abraão deu a décima parte dos despojos que conquistou dos quatro reis na batalha.
“Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.” (Hebreus 7.14).
O que tinha nos despojos que Abraão deu o dízimo? Bens e alimentos!
“E tomaram todos os bens de Sodoma, e de Gomorra, e todo o seu mantimento e foram-se.” (Gênesis 14.11);
“E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os seus bens, e também as mulheres, e o povo.” (Gênesis 14.11);
“E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti.” (Gênesis 14.21).
Abraão deu o dizimo de bens? Não!
“Jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;” (Gênesis 14.23).
Se Abraão não tomou para si nem mesmo um fio, ou uma correia de um calçado, dos despojos do que pertenceu ao rei de Sodoma, certo é que Abraão não fez menção desses bens diante de Deus.
Se não deu o dízimo dos bens, do que Abraão deu o dízimo? Alimentos!
A única coisa que Abraão tomou dos despojos do que pertencia ao rei de Sodoma foi o que os trezentos e dezoito jovens, que foram à batalha, comeram.
“Salvo tão-somente o que os jovens comeram, e a parte que toca aos homens que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte.” (Gênesis 14.24).
Através do dízimo de Abraão, quatrocentos anos antes da lei mosaica, verifica-se que dar o dízimo estava atrelado a um momento de alegria, resultado de uma conquista ou de uma colheita. O dízimo não podia ser dado durante o luto.
“Mas os comerás perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher o SENHOR teu Deus, tu, e teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que está dentro das tuas portas; e perante o SENHOR teu Deus te alegrarás em tudo em que puseres a tua mão.” (Deuteronômio 12.18);
“Dos dízimos não comi no meu luto, nem delas nada tirei quando imundo, nem delas dei para os mortos; obedeci à voz do SENHOR meu Deus; conforme a tudo o que me ordenaste, tenho feito.” (Deuteronômio 26.14).
Abraão deu o dízimo dos despojos perante Melquisedeque porque não estava em sua casa, ou no espaço sob o seu domínio, exceção somente aos dízimos do terceiro ano, que os dízimos se destinavam aos pobres, viúvas e aos levitas.
“Dentro das tuas portas não poderás comer o dízimo do teu grão, nem do teu mosto, nem do teu azeite, nem os primogênitos das tuas vacas, nem das tuas ovelhas; nem nenhum dos teus votos, que houveres prometido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da tua mão.” (Deuteronômio 12.17);
“Quando acabares de separar todos os dízimos da tua colheita no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem;” (Deuteronômio 26.12).
Através do dízimo de Abraão verifica-se que o dízimo não envolve bens ou moeda, antes o dízimo é oferta de alimentos, como grãos, frutos, azeite, vinho, etc.
“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo.” (Deuteronômio 14.22);
“E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias.” (Deuteronômio 14.23).
Como o dízimo não era em bens ou dinheiro, caso fosse longe o local de se fazer a oferta, deveria ser convertida a colheita de alimentos em dinheiro, e no local onde fosse dar o dízimo, comprar com o dinheiro tudo em alimento, e só então fazer menção diante de Deus.
“E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa.” (Deuteronômio 14.24-26).
O dízimo de Abraão demonstra que não era uma oferta que o ofertante levava até o sacerdote e deixava a cargo dos servidores do templo, ou do sacerdote, antes era uma oferta que deveria ser degustada tanto pelo sacerdote, quanto pelo dizimista.
“E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias (…) come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa.” (Deuteronômio 14.23 e 26);
“Dentro das tuas portas não poderás comer o dízimo do teu grão, nem do teu mosto, nem do teu azeite, nem os primogênitos das tuas vacas, nem das tuas ovelhas; nem nenhum dos teus votos, que houveres prometido, nem as tuas ofertas voluntárias, nem a oferta alçada da tua mão.” (Deuteronômio 12.17).
Percebe-se através das Escrituras que o dízimo não era uma contribuição própria aos assalariados, pobres e servos, antes era feita por reis, latifundiários, ricos, nobres, etc.
“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo.” (Deuteronômio 14.22);
“Quando acabares de separar todos os dízimos da tua colheita no ano terceiro, que é o ano dos dízimos, então os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem;” (Deuteronômio 26.12).
Com o auxílio da lei, que foi dada quatrocentos anos depois da morte do patriarca Abraão, é possível afirmar com plena certeza que, ao dizimar, Abraão se assentou com Melquisedeque, o sacerdote do Deus Altíssimo, juntamente com os seus trezentos e dezoito jovens, bem como Aner, Escol e Manre, e todos comeram o dízimo dos alimentos que obtiveram na batalha como despojos de guerra.
Ao dizimar, Abraão compartilhou com os seus servos os alimentos que conquistaram na guerra com os quatro reis Anrafel, Arioque, Quedorlaomer e Tidal, respectivamente, reis de Sinar, Elasas, Elão e Goim, sem falar que na mesa posta perante todos também tinha pão e vinho, que Melquisedeque, como rei de Salém, trouxe a Abraão.
No momento que deu o dízimo, Abraão não estava esperando se abençoado, antes já era abençoado, pois era detentor da promessa. Ao dizimar, Abraão não estava barganhando com Deus uma conquista de uma vitória, antes estava se alegando pela vitória alcançada.
Se Abraão tivesse dado o dízimo para ser abençoado, como muitos argumentam ser o propósito do dízimo, teria considerado que a oferta do rei de Sodoma já era Deus operando milagres e maravilhas.
“E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti.” (Gênesis 14.20-21);
“E ali comereis perante o SENHOR vosso Deus, e vos alegrareis em tudo em que puserdes a vossa mão, vós e as vossas casas, no que abençoar o SENHOR vosso Deus.” (Deuteronômio 12.7).
Como Abrão não tomou para si nada que era do rei de Sodoma, veio a palavra de Deus a Abraão, enfatizando que Deus era o escudo (proteção) e o grandioso galardão (bênção) de Abraão.
“DEPOIS destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.” (Gênesis 15.1).
Graça e paz.
Existe uma diferença entre o dízimo praticado por Abraão e o levítico. O primeiro foi voluntário e uma forma de agradecimento, o segundo era obrigatório, apesar de ser parte do culto e forma de gratidão também. Concordo com o irmão quando fala sobre ser abençoado e buscar a bênção.
Nossa pratica hoje do dízimo está baseada na lei e é colocado como obrigação, essa forma está erada. Alguns fazem diferença entre dízimo e oferta, porém, na própria lei e mostrado que ele é apenas mai um tipo de de oferta, diga-se de passagem, são varias. Bem observado pelo irmão o uso do dizimo pelo dizimista e o sacerdote, e ao terceiro ano o qual era dado aos levita, pobres, viúvas, órfãos e o estrangeiro. Esta ultima parte não no é ensinada e nem praticada por nossa liderança. So existe três textos neotestamentarios que falam sobre o dizimo, em dois deles, falsos por Jesus, eles não são o centro da discursão, o outro e o texto citado de hebreu que por sua vez desqualifica a prática na forma da lei, tira do Estes texto, podemos perceber que esta pratica não fazia parte da vida da igreja e muito menos do ensino apostólico. O que se vê é a pratica da oferta, e por sua vez de forma voluntária e para ajuda aos o obreiros e irmãos pobres, em dificuldades. Podemos praticar o dízimo hoje? Sim, mas não da forma prevalente na igreja de hoje. Assim como Abraão, ele deve ser fruto da gratidão pelo que Deus é e faz, ou já fez (nos salvou em Cristo Jesus) e não por barganha, afinal, não temos nada para dar a Deus.
Paz do Sr. Jesus, desde minha conversão, já a mais de 40 anos, sou dizimista na minha congregação, não dizimo para ser abençoado, pois creio na palavra de Deus que diz que somos abençoados com toda sorte de benção em Cristo (Ef 1:3-14), dizimo com alegria por ter sido alcançado por tão poderosa salvação, dizimo para manter a casa de oração, dizimo baseado no texto de Hb 7, onde, por figura, Melquisedeque representa Cristo e Abraão a igreja, pois somos somos filhos de Deus pela fé como Abraão e abençoados como ele. por fim não creio que o texto do profeta Malaquias, comumente usado para forçar as pessoas a dizimar, seja para a igreja, mas para Israel.