Polêmicos

As filhas de Ló

A atitude das duas filhas de Ló resultou na origem de dois povos: os moabitas e os amonitas. Sem os moabitas, não haveria Rute, e sem os amonitas, não teria nascido Roboão, ambos fundamentais na linhagem de Cristo. Sem Roboão, Jesus não seria o Filho de Davi, e sem Rute, Ele não seria o Leão da Tribo de Judá.


As filhas de Ló

“Então a primogênita disse à menor: Nosso pai já é velho, e não há homem na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra;
Vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.” (Gênesis 19:31-33).

Leia também:

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Introdução

Ao analisar a passagem bíblica que menciona as duas filhas de Ló, é natural que o leitor faça um julgamento. Se o julgamento é inevitável, devemos seguir a recomendação de Cristo:

“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (João 7:24).

No caso das filhas de Ló, é necessário ir além das aparências e avaliar suas ações à luz da reta justiça. Ou, se preferir, é preciso evitar uma interpretação anacrônica dos eventos históricos, onde a visão contemporânea é aplicada indevidamente ao contexto do passado.

 

Três justos em Sodoma

Antes de exterminar os povos de Sodoma e Gomorra, Deus informou a Abraão sobre o que estava prestes a fazer (Gênesis 18:17-22). Sabendo que o juízo divino sobre essas cidades já estava decidido, Abraão questionou a Deus se os justos seriam destruídos junto com os ímpios (Gênesis 18:23-25).

Abraão então perguntou a Deus sobre a possibilidade de haver cinquenta justos na cidade e se Ele pouparia Sodoma em função desses cinquenta justos. Deus respondeu que não destruiria a cidade caso esses justos fossem encontrados (Gênesis 18:26). Reconhecendo que a chance de encontrar cinquenta justos era remota, Abraão conseguiu reduzir o número para dez, e Deus foi enfático:

“Não a destruirei por amor dos dez”.

Como não havia dez pessoas justas em Sodoma e Gomorra, dois mensageiros (anjos) foram enviados à cidade de Sodoma, onde Ló residia com sua família, após ter se separado de Abraão.

Os anjos instaram Ló e sua família a deixarem a cidade com urgência. No entanto, como hesitaram, os anjos tomaram os quatro membros da família pelas mãos e os conduziram para fora da cidade (Gênesis 19:16).

Já fora de Sodoma, os anjos ordenaram que a família de Ló fugisse para o monte, evitando permanecer nas planícies de Sodoma e Gomorra e não olhando para trás (Gênesis 19:17). Ló, porém, rogou aos anjos que permitissem que sua família escapasse para uma cidade pequena, que posteriormente recebeu o nome de Zoar.

Ao nascer do sol, fogo e enxofre desceram dos céus, destruindo as cidades de Sodoma e Gomorra, bem como tudo o que nelas havia. Nesse momento, a mulher de Ló olhou para trás e foi transformada em uma estátua de sal (Gênesis 19:26).

Esta passagem bíblica sugere que Ló e suas duas filhas eram justos diante de Deus, pois não foram destruídos junto com Sodoma e Gomorra.

Antes de saírem de Sodoma, Ló tentou persuadir seus genros a deixarem a cidade, mas eles zombaram dele, indicando que as filhas de Ló estavam prometidas àqueles homens (Gênesis 19:8 e 14).

 

As duas filhas de Ló

Com medo de permanecerem na cidade de Zoar, Ló e suas duas filhas decidiram se refugiar em um monte, estabelecendo-se em uma caverna.

Com o passar do tempo, a filha mais velha de Ló discutiu com a irmã mais nova uma grave questão:

  • Nosso pai é idoso;
  • E não havia na terra homem que, segundo o costume, as ‘conhecesse’ (Gênesis 19:31).

Diante dessa situação, a primogênita propôs uma solução:

  • Embriagar o pai com vinho e se deitar com ele (Gênesis 19:32).

O objetivo dessa ação, segundo ela, era claro:

  • Preservar a descendência de Ló (Gênesis 19:32).

Se analisarmos essa questão sob a ótica do homem contemporâneo, o julgamento seria rápido e severo: duas filhas sem pudor! No entanto, ao examinarmos o evento com a mentalidade da época, a interpretação pode ser diferente.

É sabido que, na era patriarcal, era profundamente desonroso para uma mulher não ter filhos, sendo essa condição frequentemente motivo de escárnio e disputas. Um exemplo claro disso é Sara, que, por ser estéril, ofereceu a Abraão sua serva Agar, para que pudesse ter descendentes por meio dela (Gênesis 16:2-3).

A dor e a angústia de uma mulher incapaz de dar descendência ao marido eram indescritíveis, como se observa na súplica de Ana:

“Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque, da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto, tenho falado até agora” (1 Samuel 1:16).

A preocupação das filhas de Ló não era com elas mesmas, mas com a preservação da linhagem de seu pai. Não havia homens na terra que, conforme o costume, pudessem se unir a elas. Os possíveis genros de Ló foram destruídos junto com Sodoma, o que demonstra que não eram justos.

A filha primogênita de Ló, ao perceber que sua mãe havia morrido e que seu pai não tinha um descendente homem, decidiu agir para garantir a continuidade da linhagem de Ló, assim como Tamar tomou medidas para assegurar descendência ao seu falecido marido, Er, ao se deitar com seu sogro Judá.

Hoje, proclamamos que Jesus é o ‘Leão da Tribo de Judá’, uma confissão possível graças à fé da estrangeira Tamar, que não mediu esforços para prover descendência ao seu marido Er, mesmo sabendo que tal ação poderia lhe custar a vida.

A atitude de Tamar foi tão notável que seu nome está registrado na genealogia de Cristo, e as Escrituras a consideram bem-aventurada pela sua contribuição à casa de Perez:

“E seja a tua casa como a casa de Perez (que Tamar deu à luz de Judá), pela descendência que o SENHOR te der desta moça” (Rute 4:12).

“E Judá gerou, de Tamar, a Perez e a Zerá; e Perez gerou a Esrom; e Esrom gerou a Arão” (Mateus 1:3).

Devemos considerar também, que à época de Ló, as regras sociais de coabitação ainda estavam sendo estabelecidas, sendo certo que Caim e Sete tiveram que se relacionar com as suas irmãs para terem descendência, pois, Adão viveu oitocentos anos, após gerar sete e gerou filhos e filhas (Gênesis 5:4).

Além das questões próprias aos primórdios da humanidade, quanto à procriação, há outros exemplos na Bíblia de relações incestuosas, como foram os casos de Jacó e suas duas esposas, que eram irmãs (Gênesis 29:30), e Rubens, que teve relação com a concubina do próprio pai (Gênesis 35:22), isso sem se falar de Judá e Tamar.

 

O incesto

É importante lembrar que, após Adão e Eva, as primeiras famílias da humanidade se formaram a partir de relações incestuosas entre membros da mesma família: irmãos casaram-se com irmãs, tios com sobrinhas, e primos entre si, entre outras combinações semelhantes.

Inicialmente, Deus não criou um clã, uma comunidade, ou uma população de indivíduos compostos por homens e mulheres especificamente para evitar essas relações incestuosas. Adão e Eva não tiveram filhos antes de serem expulsos do Éden, e tampouco havia uma população existente fora do jardim que permitisse o convívio social dos filhos do casal primordial.

A história da humanidade começou com um único casal, que deu origem a uma família, e, a partir daí, surgiram tribos, cidades, comunidades, entre outras estruturas sociais. As regras sociais, morais e, posteriormente, as leis, emergiram das próprias interações humanas (Romanos 2:14). Deus não impôs imediatamente um conjunto de regras, mas os próprios homens estabeleceram leis para si mesmos, baseando-se no que julgavam ser certo ou errado, conforme o conhecimento adquirido ao comer do fruto da árvore do bem e do mal.

No início da história humana, não existiam leis escritas; as regras sociais foram se desenvolvendo ao longo do tempo, a partir das relações e interações entre os indivíduos. Muitas dessas regras sociais, convencionadas pelos homens, foram posteriormente validadas por Deus, como no caso em que Ele providenciou túnicas de peles para Adão e Eva ao perceberem sua nudez (Gênesis 3:21).

As relações entre familiares naquela época eram essencialmente funcionais, visando a propagação da espécie e a preservação da descendência. O conceito de casamento e relações sexuais na sociedade contemporânea, que se baseia em um viés emocional, difere do aspecto funcional da época, que priorizava a continuidade da linhagem humana.

Com a evolução das culturas e o estabelecimento de convenções morais, a humanidade passou a proibir e condenar o incesto. Posteriormente, com a Lei dada ao povo de Israel, as relações incestuosas foram explicitamente proibidas (Levítico 18:6; Levítico 20:12).

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo censurou um cristão da cidade de Corinto por coabitar com a esposa de seu próprio pai, demonstrando a continuidade dessa reprovação nas novas comunidades cristãs e até mesmo nas sociedades gentílicas à época (1 Coríntios 5:1-5).

 

A reta justiça

O apóstolo Paulo, após discutir a liberdade dos cristãos e enfatizar que “nenhuma coisa é imunda em si mesma, a não ser para aquele que a considera imunda” (Romanos 14:14), fez a seguinte afirmação:

“… e tudo o que não é de fé é pecado” (Romanos 14:23).

Ao utilizar o substantivo πίστεως (pisteós), Paulo estava afirmando que tudo o que não provém da verdade, da fidelidade e da lealdade de Deus é pecado. A fé é apresentada não como uma mera convicção pessoal, mas como uma evidência fundamentada na verdade de Deus.

Ora, a palavra de Deus é verdade e fidelidade, sendo por isso chamada de “a palavra da fé” ou “a fé que foi dada aos santos.”

“Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé que pregamos” (Romanos 10:8; Judas 1:3; Filipenses 1:27).

Nos tempos dos patriarcas, a palavra da fé consistia na promessa de que o Messias viria ao mundo. O patriarca Jó, por exemplo, confessou:

“Porque eu sei que o meu Redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19:25).

Todos os santos do Antigo Testamento compartilhavam dessa mesma esperança, conforme a promessa de que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis 3:15). Em resposta a essa esperança, Sete preservou sua linhagem, que culminou em Enoque, Matusalém, Lameque e, finalmente, Noé (Gênesis 5).

Noé gerou Sem, Cão e Jafé. Sem, por sua vez, deu origem a uma linhagem que culminou em Abraão, onde se evidencia a importância da descendência. Mesmo com Sara sendo estéril, Deus prometeu a Abraão que em sua descendência seriam benditas todas as famílias da terra.

Aqueles que abraçaram a esperança de Abraão viveram pela fé, e tudo o que fizeram por causa dessa verdade e fidelidade não foi considerado pecado.

Tamar, por confiar na promessa de Deus, deitou-se com seu sogro Judá para assegurar a descendência. Judá, embora descendente dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, não seguiu os costumes de seus pais e casou seu filho com Tamar, uma cananeia (Gênesis 38:37).

Judá não estava preocupado com a promessa de Deus aos seus antepassados, mas sim em proteger seu filho caçula. Foi somente através da intervenção de Tamar que Judá reconheceu que ela era mais justa que ele:

“Mais justa é ela do que eu, porquanto não a tenho dado a Selá, meu filho” (Gênesis 38:26).

Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo e contemporâneo de Abraão, demonstra que, na época, Deus mantinha testemunhas fiéis sobre a terra (Gênesis 14:19).

 

Ló e as suas duas filhas

Ló, sobrinho de Abraão, foi considerado justo por Deus, sendo resgatado de Sodoma (2 Pedro 2:8).

As filhas de Ló, por sua vez, também eram justas, pois escaparam da destruição de Sodoma e, possivelmente, estavam cientes da promessa de que o Salvador haveria de vir à terra, conforme o anunciado a Adão e Eva. Assim, entenderam a importância de preservar a linhagem sagrada para o cumprimento da profecia.

Essas filhas provavelmente sabiam que a linhagem escolhida por Deus passava por Sete, descendente de Adão, e que Noé, descendente de Sete, preservou essa linhagem durante o dilúvio.

Elas também sabiam que Noé gerou Sem, Cão e Jafé, e que a linhagem de Sem foi abençoada, enquanto a de Cão foi amaldiçoada (Gênesis 9:25-28).

Conviver com Abraão deu a Ló e, possivelmente, a suas filhas, o conhecimento de que Terá, avô de Ló, era da linhagem abençoada de Sem. Assim, Abraão e Ló pertenciam a essa linhagem, algo que as filhas de Ló provavelmente sabiam (Gênesis 11:27).

A filha mais velha de Ló, ao observar que seu pai era velho, sem esposa e com apenas elas como descendentes, considerou que, sem um filho homem, não havia como Ló manter a esperança de ter o Cristo como descendente. Com base nessa compreensão, a filha mais velha concebeu o plano de embebedar o pai para garantir a continuação da linhagem:

“Vem, demos de beber vinho a nosso pai e deitemo-nos com ele, para que, em vida, conservemos a descendência de nosso pai” (Gênesis 19:32).

Na perspectiva da irmã mais velha, o fim justificava os meios: deitar-se com o pai para assegurar a descendência e, assim, a continuidade da promessa divina.

Seria, então, correto acusar as duas filhas de Ló de pecadoras? Infamá-las como desavergonhadas?

Portanto, devemos julgar segundo a reta justiça, ou seja, segundo as Escrituras!

O autor do Livro de Gênesis se limitou a registrar a história, sem emitir juízo de valor sobre o comportamento das filhas de Ló ou de Ló em si, nem fez qualquer alusão a questões de ordem moral. Se o narrador bíblico não emitiu julgamento durante a narrativa, e nem opinou se era certo ou errado, o que se espera do leitor? Que tenha a mesma perspicácia e prudência do autor do Livro de Gênesis!

Jesus nos instruiu: “Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo” (João 8:15) e demonstrou o que ensinou ao encontrar-se com a mulher samaritana. Apesar de ela ter tido cinco maridos e o que tinha não ser dela, Jesus enfatizou que, se ela pedisse, Ele não lhe negaria a água viva:

“Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias e ele te daria água viva” (João 4:10).

O autor de Gênesis, após relatar como as filhas de Ló conceberam do próprio pai, dando-lhe vinho para beber (Gênesis 19:36), apenas destacou que, dessa relação, surgiram dois povos: os moabitas e os amonitas:

“E a primogênita deu à luz um filho, e chamou-lhe Moabe; este é o pai dos moabitas até ao dia de hoje. E a menor também deu à luz um filho, e chamou-lhe Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom até o dia de hoje” (Gênesis 19:37-38).

Alguns afirmam que a origem desses dois povos, por serem gerados de um ato impuro, resultou em povos que não prestavam, visto que se opuseram a Israel. Contudo, isso não é verdade, pois Tamar e Raabe, de quem descende o Cristo (Mateus 1:3, 5), também tiveram histórias controversas: uma se passou por prostituta, e a outra era uma prostituta.

O autor de Gênesis narrou a origem de diversos povos e, em nenhum momento, caracterizou qualquer um deles como impuro ou composto por pessoas indignas.

É importante destacar que, devido à atitude das duas filhas de Ló, vieram à existência duas mulheres: Rute e Orfa, as moabitas que se casaram com os filhos de Noemi (Rute 1:4). Sem as filhas de Ló, não existiriam os moabitas e, consequentemente, não existiriam Rute e Orfa.

Se Rute, a moabita, não tivesse existido, ela não teria se casado com um dos filhos de Noemi, e, por sua vez, não teria sido resgatada por Boaz. Isso teria comprometido a continuidade da linhagem que gerou Obede, pai de Jessé, que foi o pai de Davi (Rute 4:18-22).

“Também tomo por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido sobre a sua herança, para que o nome do falecido não seja desarraigado dentre seus irmãos e da porta do seu lugar; disto sois hoje testemunhas. E todo o povo que estava na porta e os anciãos disseram: Somos testemunhas; o SENHOR faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Lia, que ambas edificaram a casa de Israel; e porta-te valorosamente em Efrata, e faze-te nome afamado em Belém. E seja a tua casa como a casa de Perez (que Tamar deu à luz a Judá), pela descendência que o SENHOR te der desta moça” (Rute 4:10-12).

Se não fosse pela coragem das filhas de Ló, Roboão, filho de Salomão com Naamá, uma amonita, não teria nascido. Se Roboão não tivesse existido, tanto Salomão quanto Roboão e Abias não teriam figurado na linhagem de Cristo.

“E Roboão, filho de Salomão, reinava em Judá; de quarenta e um anos de idade era Roboão quando começou a reinar, e dezessete anos reinou em Jerusalém, na cidade que o SENHOR escolhera de todas as tribos de Israel, para pôr ali o seu nome; e era o nome de sua mãe Naamá, amonita” (1 Reis 14:31);

“E Salomão gerou a Roboão; Roboão gerou a Abias, e Abias gerou a Asa” (Mateus 1:7).

Percebe-se que, ao embriagarem o pai, as filhas de Ló estavam cientes de que ele não consentiria em ter relações sexuais com elas. No entanto, a filha primogênita de Ló entendeu que, dadas as circunstâncias, essa era a única maneira de evitar a extinção da linhagem de Ló.

Por que a linhagem de Ló estaria em risco de extinção? Por dois motivos:

  1. As filhas de Ló eram estrangeiras em uma terra onde não havia parentes com quem pudessem se casar;
  2. Se gerassem filhos com qualquer outro homem daquelas terras, a descendência não seria de Ló, mas do homem que as fecundasse.

Somente os descendentes homens podiam preservar a linhagem do pai. Uma mulher estrangeira podia continuar a linhagem de um homem, pois é através dos homens que a descendência é transmitida. Somente os homens tinham o papel de resgatar uma mulher, conforme a lei do levirato, permitindo assim a continuidade da linhagem.

“Salmom gerou, de Raabe, a Boaz; Boaz gerou, de Rute, a Obede; e Obede gerou a Jessé” (Mateus 1:5).

Muitos questionam por que Ló não procurou maridos para suas filhas junto a seu tio Abraão. Porém, essa é uma questão de foro íntimo, assim como não sabemos o motivo de Judá ter se recusado a dar seu filho mais novo a Tamar para suscitar descendência ao seu irmão Er, mesmo conhecendo a promessa da vinda do Cristo. Da mesma forma, não sabemos por que o rei Ezequias relutou em ter filhos, apesar de ser orientado a colocar sua casa (linhagem) em ordem, demorando três anos para ter um filho.

Embora Ló não tenha se empenhado em buscar casamento para suas filhas entre seus parentes, elas acreditavam na profecia e tomaram providências para garantir a linhagem do pai. Mulheres sábias edificam sua casa (linhagem), e a principal preocupação das filhas de Ló não era encontrar um casamento ou ser mães, mas sim, perpetuar viva a linhagem do pai.

Com base em tudo o que foi exposto, fica claro por que não podemos julgar o comportamento das filhas de Ló pela aparência. Se Cristo é descendente de Abraão e Davi, isso se deve à fé de mulheres como as filhas de Ló, Tamar, Raabe e Rute, que não se preocuparam com suas reputações, mas com a promessa do Messias.

Diante desse contexto, é significativo que Ló e suas filhas tenham decidido habitar em uma caverna nos montes, conforme sugerido inicialmente pelos anjos ao saírem de Sodoma (Gênesis 19:30).

Se tivessem permanecido em Zoar, é possível que as filhas de Ló tivessem coabitado com os homens daquela terra, o que teria comprometido a linhagem de Ló e, consequentemente, a linhagem de Cristo.

Por fim, é importante ressaltar que o incesto não é aceitável para um cristão, pois a regra de ouro, sublinhada pelo apóstolo Paulo, condena tal prática. Paulo censurou severamente o comportamento de um irmão em Corinto que coabitava com a mulher de seu pai, algo que nem entre os gentios era tolerado (1 Coríntios 5:1):

“Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus” (1 Coríntios 10:32).

Correção ortográfica: Pr. Carlos Gasparotto

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

67 thoughts on “As filhas de Ló

  • Creio eu que elas foram faltas de n pedir a Deus essa providecia.se os anjos retirou eles de sodoma e gomorra Deus n iria abandona las.crio que faltou or ate Deus solicitar esse pedido.

    Resposta
    • Me pergunto por que Ló não buscou a ajuda do seu tio Abraão..eles eram muito próximos e por que teria se recusado a ir para Zoar, lá ele poderia se reerguer, encontrar uma esposa e maridos para suas filhas.

      Resposta
      • É Marina..

        a questão de Ló é de foro intima, assim como não sabemos o motivo de Judá não querer suscitar filho para Er, ou Ezequias não queria ter filhos, e mesmo orientado que tinha mais quinze anos para colocar a casa em ordem (linhagem) demorou 03 anos para ter um filho.

        Ló não estava interessado, porém, as filhas acreditavam na profecia e providenciaram linhagem para o pai, pois uma mulher sábia edifica a sua casa.

        https://estudobiblico.org/a-mulher-sabia-edifica-a-sua-casa/

        Att.

        Resposta
  • Comentário coerente e sem sentimentalismo. Parabéns

    Resposta
  • Texto perfeito…penso da mesma maneira. Nao sou dono da verdade e ate posso estar errado mas os fundamentos do meu pensar sobre este assunto sao baseados exatamente nos textos que tambem sao apresentados aqui. Parabens!!

    Resposta
  • Quem somos nós, pra tomar decisões por Deus.

    Resposta
    • Nós não somos nada, e jamais podemos tomar uma decisão por Deus. Entretanto, desde que o homem obedeça as suas ordenanças, vivendo segundo a sua promessa, como é o caso das filhas de Ló, Deus nos recebe por filhos.

      Att.

      Resposta
      • Acredito que as filhas de ló foram inconsequentes e não tiveram a aprovação de Deus.
        No meio desta descendência pecaminosa , alguns escolhem fazer diferente e não importa de onde veio e importa para onde se quer ir.

        Resposta
        • Olá, Marta..

          O que acreditamos não é o mote, mas o que está escrito.. o que elas fizeram, fizeram segundo a promessa de que viria ao mundo o descendente da mulher, assim como fez Tamar ao se deitar com o seu sogro Judá.

          Att.

          Resposta
  • Muito enriquecedor esses estudos,traz uma clareza sobre os temas propostos,muito bem explicado!Deus os abençoe !

    Resposta
  • Artigo muito rico. Tirou as dúvidas e me deu clareza sobre o assunto.

    Resposta
  • ótimo, estava muito confusa.agora entendo,a visão delas!
    Quero saber,se tiveram seus filhos!

    Resposta
      • Ambos, inimigos do povo de Deus. Elas na ansiedade de engravidar para não deixar o nome do pai cair no esquecimento, geraram inimigos do povo de Deus, que triste!

        Resposta
        • Olá Edileusa..

          Segundo esse pensamento, Abraão, o nosso pai na fé acabou por gerar muitos inimigos do povo de Deus, pois dele descendeu os ismaelitas, por causa de Ismael, e e o edomeus, por causa de Esaú.

          “Estas, pois, são as gerações de Esaú, pai dos edomeus, na montanha de Seir.” (Gênesis 36 : 9).

          Se for reprovar as filhas de Ló, terá que reprovar o patriarca Abraão, a quem Deus aprovou.

          Att.

          Resposta
          • Concordo com a Edileusa e vejo que o autor do texto deseja expor alguns aspectos culturais que podem nos trazer maiores entendimentos, porém no caso de Abrão, Sarai e Agar, Ismael foi abençoado em sua descendência. Já os povos moabita e amonita, certamente não foram, ao contrário, perverteram o povo de Deus com idolatria a Baal-peor e Moloque – resultado 24 mil israelitas morreram. Então, a atitude delas não foi abençoada por Deus, tanto que demonstram em suas atitudes a influência de Sodoma e Gomorra.
            Paz do Senhor a todos!

          • Olá, Luciana..

            Sem as filhas de Ló não viria o Cristo ao mundo.

            Observe bem a narrativa e a genealogia de Jesus:

            Sem as filhas de Ló não existiriam os moabitas e, consequentemente, não existiriam Rute e Orfa.
            Se a moabita Rute não viesse à existência, não se casaria com um dos filhos de Noemi, que, por sua vez, não seria resgatada por Boaz e a sua descendência (casa) não seria abençoada, assim como a descendência de Tamar, que gerou de Boaz a Obede, que veio a ser o pai de Jessé, o pai de Davi (Rt 4:18-22).
            Se não fosse pela coragem das duas filhas de Ló, Roboão, filho de Salomão com uma amonita, de nome Naamá, não nasceria. Se Roboão não viesse à existência, tanto Salomão e Roboão, quanto Abias, não figurariam na linhagem de Cristo.

            Att.

  • Deus escreve certo por linhas tortas
    .
    Tudo que vem de Deus tem um Propósito.
    Muito bem esclarecido neste texto.

    Resposta
  • Gostei muito do artigo, não só me respondeu algumas perguntas como também me ensinou algo mais em outros versículos citado neste artigo.
    Deus vos abençoe

    Resposta
  • Fui ricamente abençoado pelo que li nesse estudo, muito proveitoso. Deus continue iluminando a vida de todos os seus servos.

    Resposta
  • Então posso sentir atração e orgasmos sem me sentir culpa, devo ser descendente de ló

    Resposta
    • Olá.

      O texto não aborda a questão apresentada, porém, atração é próprio da natureza humana, e sentir prazer da mesma forma. A culpa não decorre do que é próprio a natureza humana, e sim, quando descumprimos regras estabelecidas na sociedade. Todos nós segundo a carne somos descendentes de Adão e Eva, o que não é possível afirmar com relação a Ló. A questão abordada no artigo não trata de atração e nem de orgasmo, mas da necessidade de se preservar a linhagem de Ló, segundo a promessa de um redentor que viria ao mundo como o descendente da mulher.

      Respeitando regras sociais estabelecidas, não há culpa em sentir atração por uma outra pessoa, pois o homem foi dotado dessa necessidade básica visado a perpetuação da espécie.

      Att.

      Resposta
  • Muito esclarecedor. É a primeira vez que estou fazendo um estudo bíblico e quando li essa passagem eu fiquei com uma revolta, mas fiz questão de entender os motivo delas. Com essa explicação tudo se encaixa pois no meu senso comum de uma estudante de Direito foi um incesto e um estupro de vulnerável já que o pai estava bêbado. Mas saindo da minha bolha social do século XXI e que antigamente tudo era diferente e elas tinham um propósito de manter a linhagem do pai e não apenas em procriar.

    Obg pela explicação.

    Resposta
  • Deus não precisa de ajuda do homem. Ele mesmo acharia uma pessoa para continua a linhagem.

    Resposta
    • Eu julguei a atitude das filhas de Ló. Mas agora ficou esclarecido.

      Resposta
  • Eu li o texto e fiz igual o irmão citou no início, julguei mesmo. Ainda mais por ser mulher, fiquei abismada. Mas agora consegui entender o contexto temporal e cultural. Parabéns pela excelente explicação. A gente tem mania de querer encaixar a Bíblia no nosso tempo, mas esquecemos que ela é atemporal. Seu texto abriu meus olhos.

    Resposta
  • O texto é muito bom mas quanto a dizer que Adão e Eva não tiveram filhos no Edem tenho minhas resalvas. Deus MULTIPLICOU a dor de Eva no parto como castigo. Logo não se pode entender que ela sentia POUCAS dores e com isso concluir que ela já havia tido parto?

    Resposta
    • Maviael..

      Por dois motivos Eva e Adão não tiveram filhos no Éden..

      Se eles tivessem filhos no Éden, esses não seriam sujeitos ao pecado como foram Caim, Abel, Sete.
      A ideia do termo hebraico רבה 07235 rabah não introduz somente a ideia de multiplicar algo existente, mas também expressa a ideia de algo que pode se tornar grande, algo enorme.

      Att.

      Resposta
  • Muito, atual seu comentário e vou guarda-lo no meu acervo. Pois, bem explicado e com as considerações e contextualização bem aplicadas. Não tinha ainda visto comentario a respeito da LEI DO LEVIRATO.

    Resposta
  • Como assim, Deus não impôs nenhuma regra? O Antigo Testamento está cheio de regras, a começar pelos dez mandamentos

    Resposta
    • Olá, Edson..

      acho que você se referiu a esse trecho do artigo:

      “As regras sociais, morais e, até mesmo as leis, foram surgindo das relações sociais, ou seja, Deus não impôs regra alguma aos homens, antes os homens estabeleceram leis para si, guiando-se pelo que entendiam ser certo e errado, segundo o conhecimento que adquiriram da árvore do fruto do bem e do mal.”

      Cito o apóstolo Paulo na questão dos gentios, pois as regras que você se refere veio muito depois através de Moisés por causa da dura cerviz do povo de Israel:

      “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.
      13 Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
      14 Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;
      15 Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” (Romanos 2.12-15).

      Tanto Ló, quanto Abrão, à época eram incircuncisos, e eles não tinha leis divinas quando saíram de Ur dos Caldeus, mas para si mesmos eram leis, como exemplo temos o Código de Hamurábi.

      Att.

      Resposta
  • É um texto convincente e consistente, cabe estudar outras opiniões e entender teologicamente. Porém, sabendo que Deus é soberano e se não cabe ao ser humano julgar outro, muito menos a Deus.

    Resposta
  • Deus abençoe por esse estudo maravilhoso,a palavra de Deus trás vida e luz pra alma do ser humano ,Deus venha levantar homens com conhecimento e intendimento da palavra de Deus,como seria maravilhoso si a palavra de Deus fosse encinada nas escolas como o nosso Brasil cresceriam na graça de Deus

    Resposta
  • As filhas de lo erraram sim, cometeram pecado sim, o fato de terem sido aprovadas por Deus só demonstra a infinita misericórdia do Senhor, Davi foi adúltero, Abrão também pecou e todos foram aprovados por Deus

    Resposta
    • Olá, Cleiton

      Segundo a sua perspectiva, sem supedâneo nas escrituras, tudo é válido.

      Mas, a Bíblia não deve ser vista conforme os nossos parâmetros. Há uma diferença gritante entre o comportamento de Davi e as filhas de Ló.

      Att.

      Resposta
  • Bem, a despeito do cuidado das 2 filhas de Ló, para possibilitarem que o nome se seu pai não ficasse sem descendentes,

    ainda assim, elas erraram na conclusão de que não haveria homens para fecundá_las _ e os filhos serem considerados de Ló

    Resposta
    • Olá, Ivone..

      Elas não erraram. Teria sim homens para fecunda-las, mas não sendo da linhagem de Ló, não seriam descendência de Ló.

      Por isso era aceitável estrangeiras na linhagem, mas nunca homens estrangeiros..

      Temos Tamar, Rute e Raabe, estrangeiras, mas vc não apontará um estrangeiro.

      Reveja alguns conceitos.

      Att.

      Resposta
  • Interessante a tese do escritor, contudo gostaria de pontuar as seguintes indagações:

    PRIMEIRO: Se a relação incestuosa não era repudiada há época, e isso era comum, PORQUE AS FILHAS DE LÓ TIVERAM QUE EMBEBEDÁ-LO PARA QUE ELE ASSIM TIVESSE RELAÇÕES COM ELAS. Se era algo para o bem de seu Pai e para suscitar sua geração, por certo ele consentiria?

    SEGUNDO: Não vejo base bíblica para dizer que as filhas de Ló eram Justas diante de Deus. Se até a mãe delas olhou para trás e foi convertida em uma estátua de Sal, TUDO INDICA QUE ESTAVA APEGADA A SODOMA E GOMORRA.

    TERCEIRO: Se as filhas de Ló foram salvas por Deus da iminente destruição, Deus não as feriu e nem as abandonou, NÃO TERIA DEUS O PODER DE PREPARAR UM VARÃO PARA QUE ENTRASSE A ELAS E SUSCITASSE A DESCENDÊNCIA DE LÓ ?

    QUARTO: Os filhos gerados pelas filhas de Ló, deram origem aos MOABITAS e AMONITAS, duas nações PAGÃS e IDÓLATRAS, que no decorrer do bíblia podemos ver que trouxeram grandes problemas e adversidade ao Povo de ISRAEL. Vejo que o que começa ERRADO fatalmente vai terminar de forma ERRADA.

    Gostaria de simplesmente pontuar essas questões, mas respeito o seu ponto de vista.

    Pr. Sergio

    Resposta
    • Olá, Sergio..

      PRIMEIRO: não pontuei que o incesto não era repudiado ou comum, mas que os primórdios praticavam, tanto que o crescimento populacional se deu da relação entre irmãos filhos de Adão e Eva; certo é que Ló não entrariam as suas filhas, por isso elas o embebedaram.. mas assim o fizeram para dar descendência ao pai, e não para satisfação pessoal; a consideração: “Se era algo para o bem de seu Pai e para suscitar sua geração, por certo ele consentiria?”, não é um argumento válido, pois ele poderia consentir ou não; entretanto, o comportamento das filhas demonstra que ele não consentiria;

      SEGUNDO: o pecado da mãe não se estende as filhas.. Deus livraria a cidade se tivesse 10 justos.. mas como não tinha, Deus tirou os justos que havia.. Jó e as duas filhas… o fato de terem saído ilesas da cidade é evidencia de que eram justas.

      TERCEIRO: não é uma questão de poder de Deus, mas uma questão de possibilidade.. a semente do varão se propaga através do varão, de um filho, e não por uma filha. Se outros homens entrassem as filhas de Ló a descendência seria deles, e não de Ló; uma mulher estrangeira poderia das filhos aos patriarca, mas filhas dos patriarcas não podiam dar linhagem com homens estrangeiros;

      QUARTO: o que o irmão considerou ‘dar errado’ porque começou ‘errado’, esteve ligado a linhagem de Cristo. Sem esses povos não teríamos a linhagem de Cristo.

      Att

      Resposta
  • Não concordo com isso pois se am geração vem do homem, ele o pai poderia ter continuada sua geração com mulher de Zoar, simples assim. Não precisando suas filhas incestuarem. Ora voce não disse que a geração continua pelo homem? Se sim ele poderia bem continuar a geração com uma das filhas de Zoar, Como fez a própria Tamar que para continuar a geração de Judá, sendo ESTRANGEIRA, se deitou com seu sogro, dando continuidadr a sua geração. Portanto sua explanação emboira seja maravilhosa e bem contextuada com a Bíblia não faz jus ao que seria correto aos nossos olhos.

    Resposta
  • Em primeiro lugar se analisarmos a palavra, veremos que Caim quando foi expulso ártiu para as terras de Node. De onde surgiu o povo de Node???? Ora a uma corrrente de estudiosos que explica duas criações dos humanos, uma no jardim do Eden e outra fora dele. Ou antes de Caim matar Abel já havia a população crescido a tal modo que existiam outras terras? Veja não batem os dados. E Caim encontrou lá sua esposa e gerou sua descendencia neste lugar.

    Resposta
    • OLá, Genesio..

      O povo de Node surgiu de Adão e Eva. Não há outra possibilidade!

      Embora haja correntes e correntes, só há uma verdade: Antes de Caim e Abel não houve outros povos ou população.

      Sim. Caim encontrou a sua esposa em Zoar e lá gerou sua descendência, porém, os habitantes de Zoar eram descendentes de Adão e Eva, assim como Caim e Abel.

      Att.

      Resposta
  • Olá, amado..

    discordar faz parte, porém, se vc analisar as Escrituras, a geração pertence ao homem, e não a mulher.. é o homem que gera, embora a mulher dê a luz.

    “E era Noé da idade de quinhentos anos, e gerou Noé a Sem, Cão e Jafé.” (Gênesis 5:32).

    A mulher concebe, o homem gera.

    O segundo ponto:
    Ló poderia ir a qualquer tribo ou entrar a uma mulher estrangeira para constituir linhagem para sim, porém, ele não o fez. Não o fez por disposição interna. Ele não buscou outra mulher, e não saberemos o motivo.

    O que se percebe é que Ló passou a agir como Ezequias que não queria constituir linhagem para si, e só o fez quando Deus mandou por a sua linhagem (casa) em ordem, se não seria tirado do mundo dos viventes.

    O primeiro marido de Tamar foi morto porque nao quis ter filhos, o segundo porque derramava o esperma na terra. Dá para explicar? Não! São questões internas ao indivíduo.

    Judá não quis dar o filho jovem a Tamar para cumprir o levirato, por isso ela deitou-se com o seu sogro.

    Embora Ló não tenha buscado constituir sua linhagem, as filhas dele assim o fizeram, e elas são dignas de louvor, mesmo que aos nossos olhos tal comportamento não seja correto.

    Ela agiram de acordo com a crença delas, de que o Messias viria ao mundo, e por isso elas colocaram a casa do pai delas em ordem, embora ele não se importasse.

    Att.

    Resposta
  • Ou seja desde que os fins sejam justificados pode se cometer tal pecado e esta tudo certo !

    Resposta
    • Olá, Alan..

      se reduzirmos as questões históricas a uma lógica simplista, o seu argumento é válido.

      Mas, se compreendermos que havia uma profecia acerca de um descendente da mulher que haveria de vir ao mundo, e as suas ações fossem regidas por esse princípio, não buscaríamos os fins para justificar os nossos atos, antes viveríamos obedientes a palavra que nos foi revelada.

      As filhas de Ló tinha em vista as profecias, e por isso, buscaram descendência para os seu pai, pois tudo o que não é segundo a palavra de Deus (de fé), ai sim, é pecado.

      “Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado.” (Romanos 14 : 23)

      Att.

      Resposta
  • Achei muito interessante, enriquecedor e bem embasado biblicamente. Parabéns, Claudio Crispim! Seu Artigo merece ser adicionado em arquivos de consulta de qualquer estudioso.
    Apenas querendo ajudar. Para o Artigo ficar isento de críticas superficiais, revise a concordância do texto e certamente já é bênção a qualquer estudioso da palavra de Deus. Um texto tão rico não pode perder absolutamente nada do seu valor por, digamos, erro de digitação:
    “O casamento e as relações sexuais na sociedade contemporânea, fundamentam-se em viés”;
    “foram vedadas aos hebreus as relações incestuosas”;
    “se o narrador não emitiu julgamento,”
    “de Tamar e Raabe, descendem o Cristo”
    “Somente aos homens cabiam resgatar uma mulher”

    Resposta
  • Está claro que isto é mitologia!! Muito semelhantes às relações incestuosas De Zeus da mitologia grega. Trazem muitas lições interessantes, mas não devem ser levadas ao pé da letra.

    Resposta
    • Olá, Ricardo

      Se analisarmos as coisas por semelhança, quase tudo se assemelha a algo nesse mundo. Uma lagartixa se assemelha a um jacaré, e ne, por isso significa que são a mesma coisas. Até as nuvens se encaixa em algo que nos é semelhante.

      Mas, a história das filhas de Ló nos remete a origem de dois povos, e uma relação incestuosa é algo bem humano, ou seja, bem distante das questões mitológicas.

      Att

      Resposta
  • Muito rico esses comentários eu tinha mandado a minha turma pesquisar sobre esse assunto pq nos traz muitas dúvidas mais Deus é justo em tudo que faz e quem somos nós pra questionar. Que Deus abençoe grandemente ao irmão em Cristo Jesus Amém 🙌

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  • Como as filhas de Ló encontraram vinho suficiente para isso?

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    • Olá Airon.. Ló e suas filhas somente habitaram nas montanhas e não na cidade, mas isso não impedia que se deslocassem a cidade para compra e troca de viveres, presumo.

      “E subiu Ló de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas.” (Gênesis 19:30).

      Att.

      Resposta
  • Eu gosto muito de aprender ,e lendo esses textos,quero saber mais e mais,mas tenho uma curiosidade,sei que nunca saberei.eu fico me perguntando: descendência de quem eu seria…. alguém assim como eu..ou só eu que viajo na história da Bliblia

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  • Muito rico esse comentário. Deus abençoe grandemente ao irmão.

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  • Entendo que as filhas de ló tomaram essa atitude para dar prosseguimento a genealogia do seu pai, no meu ver essa atitude delas foi devido elas pensarem que não tinha mas ninguém é que todos foram. Destruído, inclusive Abrao e seus criados, certo que nessa época não existia lei, o que existia era um alto grau moral de hospitalidade, conhecida como “lei do deserto”. Ló criou suas filhas em sodoma, onde lá elas vivenciaram as práticas e rituais da cidade, ló não ensinou os princípios da verdade, na qual ele vivenciava quando ainda andava com Abrão. Veja o pensamento de um pai, quando os Anjos chegou na cidade para destruir e ele deu abrigo aos mesmos, e o povo quando descobriu e foi lá mão-morta dele, ele queria entregar as filhas que ainda eram virgens para aqueles homens fazerem o que quiserem, precisou os anjos cegarem aquele povo para poder tirar lo e sua família. Lembrando que tudo isso só aconteceu por conta de Abrão, pq lo não era justo, e sua esposa virou estátua de sal pq desobedeceu a ordem dos anjos que foi enviada por Deus, olhar para o passado, e tudo o que deixou para trás. E outra ló aceitou a o vinho e se embriagou, mas segundo o Rolo bíblico original também afirma que ele tinha um certo graus de consciência e sabia que estava tendo relação com a filha, tanto é que no segundo dia quando ofereceu a ele novamente a bebida, já sabia o que iria acontecer. Foi uma prática errada e que pagou um alto preço, nasceram duas linhagem moabitas e amonitas, que foram idólatras, adotaram costumes pagãos, só que dessa linhagem nasceu Rute, que conseguiu ser inserida como povo de judar, como tb teve dos amonitas. Enfim deveriam ter algumas correções.

    Resposta
    • Olá, Helena..
      Você afirma: Lembrando que tudo isso só aconteceu por conta de Abrão, pq lo não era justo…
      Ora, tal pensamento não coaduna com as Escrituras, pois se Ló não fosse justo, seria destruído com o povo de Sodoma e Gomorra, ou teria o mesmo fim que a sua esposa.

      “E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio?
      24 Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela?
      25 Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?
      26 Então disse o SENHOR: Se eu em Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a todo o lugar por amor deles.” (Gênesis 18:23-26).

      Observe que Abraão dá testemunho que em Sodoma havia justos, só não tinha a quantidade suficiente para livrar a cidade da destruição.

      Ser justo diante de Deus não decorre da moralidade humana.

      Israel não teve que praticar as ações das filhas de Ló, e nem mesmo adotaram as práticas de Sodoma e Gomorra, porém, a condição da nação de Israel era pior do que as cidades de Sodoma e Gomorra:

      DAI voltas às ruas de Jerusalém, e vede agora; e informai-vos, e buscai pelas suas praças, a ver se achais alguém, ou se há homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei. – Jeremias 5:1

      Bastava um em Jerusalém que fosse justo que a cidade não seria destruída.

      E a época de Jesus também não!

      “E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.” (Mateus 11 : 23)

      Att

      Resposta
  • E quem garante que não foram os homens a cometer incesto? Tudo me parece uma bela maneira de incriminar a mulher, assim como ainda hoje acontece. Um homem alcoolizado a ponto de ter ereção, mas não a ponto de saber que estava sendo molestado?! Mulheres oferecendo suas escravas? Para mim, Deus tinha toda capacidade de povoar a Terra sem “incestos” que recaissem/recairam sobre a mulher. Na Bíblia ( escrita por homens ), acham mesmo que as mulheres seriam aclamadas? São!! Como são hoje, tempos estes que para elas provarem um assédio continua difícil.

    Resposta
  • Olá Alice.
    É bem provável que você não tenha lido o artigo, pois a conduta das duas filhas de Ló não são censuradas nem no artigo e nem no texto bíblico.

    Alice, quando nos debruçamos sobre texto históricos, sejam religiosos ou não, devemos observar os eventos com os olhos do homem (ou mulher) daquela época, e não a partir da visão do homem da atualidade, conforme assevera o professor Werner Jaeger, em seu livro “Paideia, A Formação do homem Grego” ao tratar do emprego de termos gregos.

    “Ao empregar um termo grego para exprimir uma coisa grega, quero dar a entender que essa coisa se contempla, não com os olhos do homem moderno, mas sim com os do homem grego.” (Werner Jaeger. Paidéia).

    Ao analisar a Bíblia, a leitura que você faz do ponto da crítica feminista, é desnecessário, pois você vai encontrar registro de erros comportamentais de vários homens, o que confere autenticidade ao texto.

    Você vai encontrar narrativas de estupro, como foi o caso de Amnom, filho de Davi, que forçou sua irmã, Tamar. Criticar os registros bíblicos sem ao menos ler os livros por completo, fomenta críticas indevidas.

    “Porém ele não quis dar ouvidos à sua voz; antes, sendo mais forte do que ela, a forçou, e se deitou com ela.” II Samuel 13:14.

    Em momento algum o texto bíblico ‘incrimina’ as filhas de Ló, antes se atem a narrar eventos.

    O que acontece hoje, ou todos os dias, não é parâmetro para julgar uma narrativa histórica. Além do mais, o que ocorre hoje são homens que incriminam mulheres, e também, mulheres que incriminam homens. É um erro adotar uma narrativa que considera somente os homens como opressores, sendo que a opressão e os desvios comportamentais não decorre de gênero, e sim, da raça humana.

    Minha cara, e você analisar a Bíblia, muitas mulheres foram aclamadas pela sua crença em Deus ou por seus feitos meritórios. E os méritos concedidos a elas vai desde cuidar da genealogia do seu marido, como é o caso de Sara, até o mulheres que foram sagazes que, faltando um líder, se posicionaram como juíza do povo e os conduziu na guerra, como foi o caso de Debora.

    “E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.” (Juízes 4 : 4)

    E quanto a pergunta: e quem garante…? É complicado, pois em nossos dias ninguém garante coisas simples apesar de vários tipos de controles e relatórios, como é o caso das Americanas, 123Millhas, etc., não haverá evidencias suficientes que lhe seja apresentada que lhe convença da veracidade do texto.

    Att.

    Resposta
  • Que benção essa explicação e se confirma com a palavra.somente estudando temos compreensão.Deus abençoe.

    Resposta
  • Muito profundo esse estudo e nos leva a pensar profundo em todo esse contexto!
    Obrigada!!

    Resposta
  • O autor do texto enfatiza que sem esse ato tenebroso a linhagem de Cristo não viria … Não viria desta forma. Viria de outra, menos danosa, sem as duas tribos INIMIGAS DE Israel. Com certeza o enredo seria mais brando e Cristo viria da mesma forma ! Foi um ato nojento, pecaminoso e gerou danos .

    Resposta
    • Olá Vinicius..

      A linhagem veio especificamente dos descendentes das filhas de Ló.. se poderia vir de outra linhagem, não veio.

      Lembrando que a linhagem era de Ló, um justo resgatado de Sodoma e Gomorra. Se as filhas de Ló tivesse filhos de outros homens, a linhagem não seria de Ló, e sim, desses outros homens.

      Não se esqueça que tanto Ló e suas filhas tem o testemunho das Escrituras de que eram justos, e por isso foram resgatados de Sodoma e Gomorra. O que pensamos e analisamos segundo a moral humana não suplanta o testemunho das Escrituras.

      Lembre-se: se Tamar tivesse se deitado com qualquer outro homem, Cristo não seria o Leão da Tribo de Judá.

      Deus poderia ter dado tantos outros jeitos, mas o jeito que Ele deu foi conceder duas filhas a Ló, e elas por causa da promessa, resolveram providenciar linhagem ao pai.

      Att

      Resposta
  • Acredito que as filhas de Ló não pensaram em profecia ou sobre o q aprenderam com Abraão, pois já estavam corrompidas em Sodoma. Tanto q os seus noivos eram de lá, entao de qualquer forma não teriam descendência direta de Ló, mas como tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, Ele teve misericórdia de algumas pessoas dessa linhagem e continuou o plano da vinda do Messias

    Infelizmente isso mostra q atitudes desesperadas podem trazer sérias consequências, como as filhas de Ló e Sara entregando sua serva para Abraão…

    Resposta

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