Compartilhar:

Cristo, o Descendente, veio na plenitude dos tempos para resgatar seus concidadãos que estavam sob a lei (os judeus), libertando-os da condição de servidão em que se encontravam, comparados a meninos (João 1:11)


Gálatas 4 – A plenitude dos tempos

Gálatas 3 – Os filhos de Abraão

O menino herdeiro é igual ao servo

1 DIGO, pois, que todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo;

O apóstolo Paulo utiliza a figura de um menino na condição de herdeiro para ilustrar a serventia da lei, representada como um aio ou tutor.

O menino herdeiro tem o potencial de se tornar senhor de tudo o que pertence ao pai, mas enquanto não atinge a maioridade, ou seja, a plena capacidade de herdar, ele não se diferencia em nada de um escravo.

Embora o herdeiro tenha direito à totalidade da herança do pai, enquanto está na casa do pai, ele não desfruta de uma condição diferente da do escravo, mesmo que um dia venha a ser senhor de tudo (Gálatas 4:1).

A ilustração do menino herdeiro na condição de aio (tutor) permite compreender a mensagem que o apóstolo Paulo transmitiu aos irmãos de Colossos quando enfatizou que eles eram idôneos para participar da herança dos santos na luz.

“… que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz” (Colossenses 1:12).

 

2 Mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai.

O herdeiro deve resignar-se a esperar pelo tempo estabelecido pelo pai, quando finalmente alcançará a maioridade. Durante sua minoridade, o herdeiro não possui prerrogativas que o diferenciem de um escravo. Apesar de ser o herdeiro de tudo, o menino permanece sob os cuidados de tutores e curadores até que atinja a idoneidade.

O tempo estabelecido pelo Pai é como uma lei, desempenhando um papel semelhante ao da lei que tutelava os israelitas.

 

3 Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo.

O apóstolo Paulo utiliza a alegoria do menino herdeiro para fazer alusão a antiga condição dos cristãos convertidos do judaísmo.

Ele emprega o pronome na primeira pessoa do plural, ‘nós’, ao se referir à sua própria condição e à de outros cristãos que eram originalmente judeus, aplicando a metáfora dos “meninos”. Isso nos leva à declaração em Gálatas 2:15: “Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios.”

Se considerarmos que os judeus seguidores do judaísmo são como meninos herdeiros, então os gentios são comparáveis aos escravos, pois ambos judeus e gentios estão sob o domínio do pecado. Estar sob a tutela de um tutor, que é a lei, não confere superioridade aos judeus sobre os gentios, assim como o menino herdeiro não se distingue do escravo em sua condição.

O apóstolo Paulo ensinava a mesma doutrina de Cristo, que afirmou: “Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado” (João 8:34). Mas por que os seguidores da lei, os judeus, eram escravos do pecado? Porque eram considerados ‘meninos’, ou seja, não tinham direito a herança e, portanto, não se diferenciavam dos outros pecadores (gentios).

Nos casos tanto do herdeiro menino quanto dos escravos, ambos enfrentam obstáculos impostos pela lei. O escravo (representando os gentios) só pode ser considerado “livre” de seu senhor mediante resgate ou morte. Similarmente, o herdeiro judeu, enquanto ainda criança, só poderá receber sua herança no tempo determinado por seu pai.

O apóstolo utiliza a lei como elemento central para ilustrar sua ideia em ambos os casos. Assim como a lei impede o escravo de mudar sua condição, ela também impede que o herdeiro menino exerça sua autoridade plenamente.

A analogia presente no versículo três deriva das premissas estabelecidas nos versículos anteriores: o menino, enquanto ainda sob a tutela de tutores e curadores, não se diferencia do escravo devido ao tempo estipulado por seu pai. Portanto, os judeus, ao permanecerem sob a lei (como um aio), são reduzidos à servidão. Eles recusaram a herança oferecida pelo evangelho, pois não receberam de braços abertos o Descendente enviado na plenitude dos tempos, conforme estabelecido pelo Pai Eterno.

Apenas através deste Descendente os judeus poderiam alcançar a plena filiação (cf. Colossenses 1:12).

 

A plenitude dos tempos

4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,

Na plenitude dos tempos determinada por Deus, foi inaugurado tempo dos gentios, quando Ele enviou o Descendente prometido a Abraão. Este Descendente concede aos nascidos debaixo da lei a idoneidade, mas os judeus continuaram presos aos rudimentos da lei.

Quando chegou o momento designado por Deus, Ele enviou seu Filho, o Verbo encarnado, nascido de uma mulher e sujeito à lei, para salvar os “herdeiros” que, por causa da lei, ainda eram meninos, mas eles não O receberam (João 1:11).

O que era necessário para que os judeus alcançassem o direito à herança? Foi necessário o tempo determinado pelo Pai, que é a plenitude dos tempos (Gálatas 4:4), e a obtenção da idoneidade através da adoção (Gálatas 4:5).

Cristo nasceu de mulher e participou da carne e do sangue para se tornar semelhante em tudo aos seus irmãos, mas sem vínculo com a semente corruptível do homem (Hebreus 2:14 e 17).

Da mesma forma, para ser herdeiro da promessa, o homem precisa participar da carne e do sangue do Descendente, que é Cristo, para alcançar a idoneidade.

“Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.” (João 6:53).

A vinda do Verbo que se fez carne inaugurou a dispensação da plenitude dos tempos, cujo propósito é reunir todas as coisas em Cristo durante este período.

“De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;” (Efésios 1:10).

5 Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.

Para remir aqueles que estavam debaixo da lei, dois elementos foram essenciais: a) a plenitude dos tempos estabelecida pelo Pai; e b) o envio do Filho de Deus, o Verbo encarnado, nascido de mulher e sujeito à lei.

A vinda de Cristo ao mundo marca o momento determinado pelo Pai, tornando possível para aqueles que estavam sob servidão (os judeus) receberem a adoção como filhos, ou seja, tornarem-se idôneos para participar da herança.

Ao se referir à condição em que ele e os cristãos judeus eram ‘meninos’ (ou seja, sob a tutela da lei), o apóstolo Paulo demonstra que estavam sob a supervisão da lei. A lei funcionava como um ‘tutor’ e ‘curador’, estabelecendo o que o ‘menino’ deveria ou não fazer até o tempo determinado pelo pai, quando ele receberia a herança.

A filiação é resultado do nascimento natural, enquanto a adoção mencionada neste versículo se refere ao processo pelo qual o ‘menino’ se torna idôneo para receber a herança do pai.

“Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.” (Romanos 9:3 -5).

A adoção de filhos nas cartas paulinas está relacionada ao processo pelo qual um menino herdeiro se torna idôneo para receber a herança. Sabemos que para ser considerado filho de Deus é essencial possuir a mesma fé que o crente Abraão, o que não é garantido pela descendência física de Abraão (Gálatas 3:7). A filiação divina ocorre exclusivamente através do novo nascimento, não por meio da ascendência carnal.

Assim, enquanto a filiação decorre apenas através do novo nascimento, a adoção de filhos representa o tempo estabelecido pelo pai para o menino receber a herança do pai. Para ser verdadeiramente um filho de Deus, é crucial ser gerado por Ele, pela semente incorruptível. Em contraste, a própria Escritura declara que os filhos de Israel não eram automaticamente considerados filhos de Deus simplesmente por sua linhagem física.

Corromperam-se contra ele; não são seus filhos, mas a sua mancha; geração perversa e distorcida é.” (Deuteronômio 32:5).

O apóstolo Paulo analisa os filhos de Israel sob a tutela da lei no versículo cinco, destacando que eles não eram considerados filhos de Deus e não estavam aptos a receber a herança, pois estavam na condição de meninos em função da lei (Romanos 9:8). Os judeus, apesar de serem descendentes de Abraão, estavam subjugados à escravidão por estarem sob a tutela da lei. Além do mais, como todos os homens, eles foram concebidos em pecado e formados em iniquidade, como expresso no Salmo 51:5.

Cristo, o Descendente, veio na plenitude dos tempos para resgatar seus concidadãos que estavam sob a lei (os judeus), libertando-os da condição de servidão em que se encontravam, comparados a meninos (João 1:11). Aqueles entre os judeus que creram agora pertencem a Cristo como filhos de Abraão e herdeiros da promessa, segundo a fé que o Descendente revelou, pois foram gerados de novo pela palavra do evangelho (Gálatas 3:29; Gálatas 3:23).

Os judeus acreditavam que a herança vinha da observância da lei, mas o apóstolo Paulo demonstra que a herança vem da promessa feita gratuitamente a Abraão, alcançada pela fé revelada (Gálatas 3:18). Quando o Descendente veio na plenitude dos tempos, Ele sendo o detentor da promessa (Gálatas 3:19), redimiu os judeus para que pudessem receber a promessa do Espírito, que é o penhor da herança (Gálatas 3:14; Efésios 1:14).

Assim como Cristo redimiu os judeus, Ele também redimiu os gentios, pois a promessa feita a Abraão através do Descendente se estende a todas as famílias da terra. Para receber a bênção de Abraão, qualquer pessoa precisa apenas crer em Cristo, da mesma forma que Abraão creu na promessa.

Note que o próximo versículo estabelece a distinção na argumentação do apóstolo Paulo entre os gentios, que estavam na condição de escravos, e os judeus, na condição de meninos:

“Ele nos resgatou para que a benção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebêssemos a promessa do Espírito. (Gálatas 3:14).

Nos versículos seguintes, o apóstolo Paulo apresenta pontos importantes sobre a aliança que impede o herdeiro de tomar posse da herança se não for idôneo (Gálatas 3:15 e Gálatas 4:1-2).

 

A adoção de filhos

“Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas;” (Romanos 9:4).

A promessa de Deus a Abraão é um testamento que ninguém pode anular ou modificar (Gálatas 3:15). Esta promessa inclui a garantia de que todas as famílias da terra serão abençoadas através do seu Descendente, que é Cristo (Gálatas 3:8).

Deus prometeu a Abraão que ele se tornaria uma grande nação e que todas as famílias da terra seriam abençoadas através do seu Descendente (Gálatas 3:8). No entanto, havia um tempo específico determinado por Deus para que essa promessa se cumprisse, e isso exigia a vinda do Descendente (Gálatas 4:4).

Os descendentes físicos de Abraão, apesar de possuírem a promessa, não podiam herdá-la até que viesse o Descendente, por meio de quem a adoção como filhos permitiria acessar a herança (Gálatas 4:1-5). Eles estavam sujeitos à servidão, vivendo como meninos sob a lei, e não eram diferentes dos gentios nesse aspecto.

Os gentios, por sua vez, receberam a filiação divina através de Cristo e se tornaram filhos de Abraão pela fé nele. Assim, receberam a mesma bênção prometida a Abraão através do Descendente, Cristo, tornando-se co-herdeiros com Ele (Gálatas 3:14; Efésios 3:6).

O testamento (ou promessa) confirmado a Abraão não faz distinção entre seus descendentes naturais e os gentios, pois a promessa se estende a todas as famílias da terra. Embora os descendentes de Abraão estivessem sob tutores e curadores até o tempo determinado por Deus, eles não se diferenciavam dos gentios, pois Deus não faz acepção de pessoas (Gálatas 3:28).

Para se tornar filhos de Deus, é essencial crer no Descendente por quem vem a promessa e a herança, e nisso não há distinção entre gentios e judeus (Gálatas 3:26). É necessário ser regenerado pela semente incorruptível para alcançar essa filiação divina.

Se os judeus acreditavam que estavam em uma posição privilegiada por serem “meninos” sob a tutela da lei, o apóstolo Paulo demonstra que, na realidade, eles não diferiam em nada dos escravos e não tinham direito à herança (Gálatas 4:1-3).

Todos os que creem em Cristo são regenerados, tornados aptos para participar da herança dos santos na luz. Eles não são mais considerados como meninos que precisam de tutores ou curadores.

Os judeus que possuem a adoção de filhos e a promessa da herança precisam crer em Cristo, o Descendente, para serem resgatados da condição de meninos por estar debaixo da lei, mediante a fé em Cristo. Desta forma, os descendentes de Abraão, que anteriormente estavam em servidão por causa da lei, são agora considerados idôneos, deixando de ser tratados como meninos, e têm pleno direito à herança dos santos na luz.

Dessa forma, não há mais distinção entre gentios e judeus, pois todos são filhos de Abraão e herdeiros conforme a promessa, mediante a fé em Cristo (Gálatas 3:26).

 

6 E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.

Os judeus eram descendentes físicos de Abraão e, por isso, tinham a adoção por causa do Descendente (Cristo), ou seja, eram considerados herdeiros da promessa em termos físicos e legais (herança em testamento). No entanto, isso não garantia a filiação divina verdadeira, pois não tinham em seus corações o espírito do Descendente que clama “Aba, Pai” (Romanos 8:15; Gálatas 4:6).

O homem pode chamar “Aba, Pai” somente por meio da mensagem do evangelho, que é espiritual e vivificante (João 6:63). É essa mesma mensagem que testifica com o espírito do homem que ele é verdadeiramente filho de Deus.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” (Romanos 8:15-17).

Todos os cristãos são de fato filhos de Deus através da fé em Cristo. Segundo a Epístola aos Gálatas, a fé em Cristo remove qualquer distinção baseada em origens carnais, seja judeu ou gentio (Gálatas 3:28). Todos aqueles que creem são unidos a Cristo através do batismo, tornando-se um com ele por serem participantes da Sua carne e sangue. Portanto, os cristãos não apenas são reconhecidos como filhos de Abraão e, consequentemente, filhos de Deus, mas também são herdeiros das promessas divinas. Este vínculo espiritual em Cristo transcende quaisquer barreiras étnicas ou culturais, fundindo todos os crentes numa única família espiritual, cuja herança é a promessa da salvação e vida eterna.

“E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” (Gálatas 3:29).

Como entender a seguinte afirmação: “os que são da fé são filhos de Deus”, isto é, são considerados filhos de Abraão (Gálatas 3:6). Os descendentes naturais de Abraão não são automaticamente filhos de Deus; para eles está reservada a adoção (João 8:37; Romanos 9:4). Assim, a descendência de Abraão não confere aos judeus a filiação divina nem os torna herdeiros por direito próprio. No máximo, através da adoção, eles têm uma expectativa de direito, mas esta não se realiza plenamente por causa da lei.

O substantivo grego υἱοθεσία (huiothesia), traduzido como “adoção de filhos”, é usado no Novo Testamento para descrever a expectativa de herança decorrente da aliança que Deus fez com Abraão. Os descendentes naturais de Abraão carregam essa “adoção” ao longo das gerações, mas a herança plena só será alcançada através do Descendente (Cristo). Hoje, os filhos de Israel podem herdar uma herança celestial conforme a esperança espiritual em Cristo, sendo remanescentes eleitos pela graça (Romanos 11:5). A herança terrena será realizada apenas quando Cristo restaurar o reino a Israel ao receber do Pai os reinos da terra (Salmo 110:1).

Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência. Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.” (Gênesis 17:7-8);

“Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça.” (Romanos 11:5).

A adoção de filhos não confere filiação divina, ou seja, não torna a pessoa participante da natureza divina, o que só é possível através da semente incorruptível (2 Pedro 1:4). Com relação ao instituto da adoção, há duas perspectivas: a) se alguém já é filho, a adoção ocorre na maioridade, quando o indivíduo tem acesso à herança; b) se alguém é estranho (ou não é filho biológico), não se torna filho de fato, mas passa a ter direito à herança.

O termo υἱοθεσία (huiothesia) ocorre cinco vezes no Novo Testamento, três vezes relacionado a questões de Israel:

  1. Romanos 8:15 – “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai!”
  2. Romanos 8:23 – “E não somente ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.”
  3. Gálatas 4:5 – “Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.”

Esses versículos destacam o conceito de “adoção de filho”, não um meio para se tornar filho. Portanto, a ideia de que os crentes em Cristo na “adoção de filhos” são adotados como filhos de Deus é equivocada. A filiação divina é alcançada exclusivamente através da fé em Cristo Jesus, quando Deus cria um novo ser humano em verdadeira justiça e santidade. A “adoção de filhos” não diz respeito à igreja de Cristo, pois os gentios nunca estiveram debaixo da lei, ou seja, nunca receberam o espírito de escravidão (lei), e nem lhes foi dada a adoção, viso que não são israelitas.

Os outros dois versículo que ocorre o uso do termo υἱοθεσία (huiothesia), no contexto os cristãos são tidos como herança (Efésios 1:11; Romanos 8:17).

“E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,” (Efésios 1:5);

“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” (Romanos 8:23).

 

7 Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.

Conforme o que foi exposto anteriormente, o apóstolo Paulo dirige esta conclusão aos cristãos que anteriormente estavam na condição de servos por serem meninos (judeus sob a tutela da lei). Ele os lembra de que já não são mais servos, mas sim filhos e herdeiros por meio de Cristo.

Quando o apóstolo enfatiza que os cristãos são herdeiros, ele quer mostrar a garantia total de que, como filhos pela fé em Cristo, eles são considerados idôneos para receber a herança prometida por meio dele.

 

8 Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses.

O apóstolo Paulo lembra aos cristãos da Galácia da sua condição anterior, quando, por não conhecerem a Deus, eles serviam a seres que não eram verdadeiramente deuses. Ele apela para algo que talvez esses cristãos ainda não tivessem esquecido.

Gálatas 4 – As alegorias das duas alianças

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

3 thoughts on “Gálatas 4 – A plenitude dos tempos

  • Muito bom o ensino…parabéns….gálatas 2:16…3:22 e Romanos 3:22..nesses versículos….lê se …fé DE Jesus…não fé EM Jesus.

    Resposta
  • Muito bom o estudo. Graça e paz de Cristo Jesus

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *