O evangelho de Cristo conclama os homens a se arrependerem diante da chegada do reino dos céus. O evangelho é a fé manifestada aos homens, por meio da qual se crê no testemunho que Deus deu acerca do Seu Filho nas Escrituras.
O evangelho de Cristo: o chamado e o poder de Deus para salvação
Conteúdo do artigo
“Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” (Efésios 1:13).
Nova Aliança do povo e luz dos gentios
Em um mundo envolto nas trevas do pecado e carente do conhecimento de Deus, o profeta Isaías anunciou que um povo veria uma luz radiante:
“O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz” (Isaías 9:2).
Com a vinda de Cristo, hoje entendemos que esse povo que andava em trevas se refere aos gentios, que habitavam uma terra desprezada, mas que seria enobrecida, “junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galileia das nações” (Isaías 9:1; Mateus 10:5-6).
Sobre Jesus, o profeta Isaías declarou que Ele seria dado como aliança para o povo e como luz para os gentios, com a missão de abrir os olhos dos cegos, libertar os presos e tirar da escuridão aqueles que jazem nas trevas.
“Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios. Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas.” (Isaias 42:6-7).
O povo que andava em trevas viu a luz de Deus revelada na pessoa de Cristo, iluminando aqueles que residiam na região da sombra da morte, ou seja, os gentios. Para os gentios, Cristo foi dado como luz, e para o povo de Israel, como aliança.
“Eis que dias vêm”, diz o SENHOR, “em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jeremias 31:31-33).
Ao explicar essa passagem do profeta Jeremias, o escritor aos Hebreus aplica-a ao povo de Israel, demonstrando que a Velha Aliança seria substituída por uma nova (Hebreus 8:6-13).
Vale frisar que o povo que habitava a região da sombra da morte, uma referência ao mundo dos homens, contemplou a luz quando esta se manifestou. No entanto, o povo que tinha uma aliança com Deus estabelecida no deserto, os filhos de Israel, são descritos como cegos, pois rejeitaram a luz.
“Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 9-11).
Os profetas e Jesus sempre censuraram os filhos de Israel por não darem ouvidos a voz de Deus e de não reconhecerem as suas maravilhas.
“Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhai, para que possais ver.” (Isaías 42:18);
“Trazei o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que têm ouvidos.” (Isaías 43:8);
“Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar, que santifica a oferta?” (Mateus 23:19).
Os religiosos judeus não reconheciam sua condição de cegueira espiritual e, por isso, permaneceram cegos, embora Cristo fosse a luz de Deus, brilhando intensamente como o sol ao meio-dia.
“E aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece.” (João 9:40-41).
A vinda de Cristo ao mundo cumpriu a boa palavra que Deus anunciou a Abraão, trazendo bem-aventurança a todas as famílias da terra. Dessa forma, aqueles que não viam (gentios) puderam ver, enquanto os que diziam ver (judeus) permaneceram cegos.
“E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem sejam cegos.” (João 9:39);
“Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Estas coisas disse Jesus e, retirando-se, escondeu-se deles.” (João 12:35).
Os filhos de Israel, assim como os gentios, podiam ver a luz que brilhou na escuridão. No entanto, os judeus tinham o coração endurecido, ouviram de má vontade e fecharam os olhos. Embora não fossem cegos, como fecharam os olhos, são descritos como cegos.
O evangelista João explica essa profecia de Isaías, esclarecendo que, apesar de Jesus operar diversos milagres diante dos filhos de Israel, eles não criam, cumprindo assim a palavra do profeta Isaías: “Senhor, quem creu na nossa pregação?” e “A quem foi revelado o braço do Senhor?”. A pregação é direcionada aos ouvidos, e a revelação do braço do Senhor, o Cristo, é direcionada aos olhos.
Como os judeus rejeitaram a pregação e se recusaram a reconhecer a Cristo como Senhor, o evangelista João sublinha que, em outro lugar, Isaías disse: “Cegou-lhes os olhos”.
“Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.” (Mateus 13:15).
“E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele; Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure.” (João 12:37-40).
Jesus, a luz que ilumina os homens, esteve no mundo, mas foi rejeitado pelos seus concidadãos. Eles tropeçaram ao meio-dia como se estivessem nas trevas, e em lugares escuros, como mortos (Mateus 10:5-6). Os gentios, por sua vez, O receberam de bom grado.
“Apalpamos as paredes como cegos, e como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas, e nos lugares escuros como mortos.” (Isaías 59:10);
“Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados, e gostam do sono.” (Isaías 56:10);
“E apalparás ao meio-dia, como o cego apalpa na escuridão, e não prosperarás nos teus caminhos; porém somente serás oprimido e roubado todos os dias, e não haverá quem te salve.” (Deuteronômio 28:29).
Mas, apesar de os filhos de Israel terem rejeitado a Cristo, está previsto um dia em que eles ouvirão as palavras das Escrituras, e, dentre a escuridão, os olhos dos cegos, ou seja, dos judeus, O verão.
“E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e dentre a escuridão e dentre as trevas os olhos dos cegos as verão.” (Isaías 29:18).
Vale destacar que o povo de Israel não era incapacitado de ver, assim como os gentios também não eram. Tanto que Deus declara que eles ouviam e viam, mas como se faziam tardios em ouvir, Deus determinou que seus ouvidos ficassem pesados e seus olhos fechados.
Observe que essa condição dos filhos de Israel, de cegueira e surdez, não decorre da ofensa de Adão no Éden. Essa cegueira e surdez não deve ser entendida como depravação total, conforme alardeado pelos adeptos do calvinismo.
O que o apóstolo Paulo sublinha como um ato de Deus – a cegueira e surdez do povo de Israel para incitá-los à emulação – o calvinismo interpreta como uma evidência da chamada depravação total. Esta interpretação sugere que é impossível ao homem natural ouvir e responder ao evangelho de Cristo por estar morto. No entanto, os textos bíblicos dos profetas demonstram que, mesmo aqueles que estão mortos em delitos e pecados e habitam as regiões das trevas, podem ver a luz de Cristo.
“Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado.” (Isaias 6:9-10).
“Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje. E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, E em tropeço, por sua retribuição; Escureçam-se-lhes os olhos para não verem, E encurvem-se-lhes continuamente as costas. Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação.” (Romanos 11:8-11).
A atração da cruz de Cristo
Após Jesus realizar o milagre da multiplicação dos pães e alimentar a multidão até ficarem satisfeitos, as pessoas começaram a reconhecê-Lo como o profeta esperado e até tentaram coroá-Lo como rei, o que o levou a se retirar para o outro lado do mar (João 6:14-15). No dia seguinte, a multidão procurou por Jesus em Cafarnaum e o encontrou. Ao ser questionado sobre como tinha chegado ali, Jesus repreendeu-os, indicando que estavam buscando-O não por reconhecê-Lo como o Cristo, mas porque haviam comido pão até se saciarem (João 6:26).
Jesus então instruiu a multidão a buscar não apenas o alimento perecível, mas o alimento que permanece para a vida eterna, o qual o Filho do Homem daria, pois Ele fora enviado pelo Pai com essa missão (João 6:27). O povo perguntou o que deveriam fazer para agradar a Deus, e Jesus respondeu que a obra de Deus é crer naquele que Ele enviou.
Apesar de terem acabado de presenciar o milagre dos pães, a multidão pediu a Jesus para realizar mais sinais miraculosos para que pudessem crer, referindo-se a Moisés como aquele que deu pão do céu aos antepassados. Jesus então corrigiu-os, explicando que é Deus quem dá o verdadeiro pão dos céus, pois este é aquele que dá vida ao mundo (João 6:32).
Após a multidão pedir a Jesus que lhes desse sempre aquele pão, Ele respondeu por meio de parábolas, pois não podia revelar abertamente que era o Cristo (João 6:34; Mateus 13:34). Então, Jesus declarou:
“Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim nunca terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede.” (João 6:35).
Com essas palavras, Jesus deixou claro que Ele próprio era o pão vivo que oferece vida eterna. No entanto, Ele escolheu uma linguagem figurada para comunicar Sua identidade e missão, de modo que apenas aqueles que examinassem as Escrituras profundamente poderiam compreender plenamente Suas palavras. Apesar das maravilhas que presenciaram, muitos ainda não creram.
Em seguida, Jesus assegurou:
“Todo aquele que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37). Essas palavras ecoam a profecia de Isaías, que declarou: “Eis-me aqui, com os filhos que me deu o Senhor, por sinais e por maravilhas em Israel, da parte do Senhor dos Exércitos, que habita no monte de Sião” (Isaías 8:18).
Quem são, então, esses filhos que o Pai concede ao Filho? Segundo o contexto de Isaías 8, são aqueles que não seguem cegamente as tradições do povo de Israel nem se submetem às suas práticas. São aqueles que santificam Cristo como Senhor em seus corações (Isaías 8:12-13; 1 Pedro 3:15-17).
Na Sua vinda, o Verbo que se fez carne é apresentado tanto como santuário ao povo de Israel quanto como pedra de tropeço para as duas casas de Israel (Isaías 8:14-15). No entanto, para aqueles que esperam pelo enviado de Deus, Cristo se revela como o Senhor que escondeu o Seu rosto da casa de Israel, sendo esses os filhos que Deus concederia a Cristo (Isaías 54:8 compare com Isaias 8:17).
Jesus destaca a vontade de Deus: que nenhum de todos aqueles que fossem concedidos a Cristo se perdesse, mas que alcançassem a ressurreição. O versículo seguinte apresenta quem seriam essas pessoas: todos os que vissem a Cristo e cressem nele obteriam a vida eterna (se perca) e seriam ressuscitados no último dia (João 6:40).
Diante da murmuração dos judeus que questionavam o que Jesus queria dizer com “Eu sou o pão que desceu do céu”, e perguntarem uns aos outros sobre a filiação de Jesus, pois como ele poderia dizer “desci do céu”, se ele era filhos de José e Maria.
Diante da murmuração dos judeus, Jesus reitera o que foi dito anteriormente:
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.”.
Jesus já havia dito a mensagem acima? Sim! Essa foi a terceira vez. Compare:
“Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.” (v. 35);
“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” (v. 37);
“Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.” (v. 39);
“Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (v. 40);
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” (v. 44).
Considerando os cinco versículos, quem vai a Cristo ou quem crê em Cristo é o mesmo que quem vê o Filho e crê nele, consequentemente, jamais terá fome e sede e terá vida eterna, porque será ressuscitado por Cristo no último dia.
Ser ressuscitado no último dia são premissas fixas de quatro versículos, que é determinado ao ver e crer em Cristo, e que essas pessoas são aquelas que foram dadas pelo Pai ao Filho, ou ainda, que o Pai trouxe a Cristo.
Não ter sede ou fome é algo pertinente a quem alcanço vida eterna, ou seja, que foi ressuscitado no último dia.
Com essa análise, verifica-se que foi do agrado de Deus conceder a Cristo todos os que cressem nele. É impossível alguém se achegar a Cristo sem satisfazer a condição estabelecida pelo Pai, que é realizar a sua obra (crer naquele que ele enviou), pois são esses que o Pai trouxe ao Filho.
Como muitos dos discípulos de Jesus acharam duro o discurso e murmuravam, Jesus questiona: O que eu disse escandaliza? E se vissem o Filho do homem subir para onde primeiro estava? E em seguida, argumenta que as palavras que se escandalizavam, na verdade eram espírito e vida (v. 63).
Mesmo as palavras de Cristo sendo espírito e vida, alguns não creram, e Jesus explica porque disse que “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer;”, de modo explicito:
“Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.” (v. 65).
E por que Jesus disse quem ninguém poderia se achegar a ele sem o Pai trazer? (v. 44).
O motivo é especifico: o que estava previsto nos profetas:
“Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” (v. 45).
Somente os que aprendem de Deus podem ir a Cristo, ou seja, só é concedido pelo Pai a alguém se achegar a Cristo se aprender de Deus.
É por isso que em outro lugar Jesus convida:
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:28-29).
As pessoas que são conduzidas pelo Pai até Cristo, ou que são concedidas pelo Pai a Cristo, são todas aquelas que, diante do convite de Cristo, se reconhecem cansadas e oprimidas, e que se direcionam a Cristo para se sujeitarem (jugo) a Ele.
Mesmo que a pessoa esteja morta em delitos e pecados em função da ofensa de Adão, caso ouça a voz de Cristo, alcançará vida. Se a pessoa trabalhar pela comida que permanece para a vida eterna, que é Cristo, o pão da vida, adquirirá sem dinheiro e sem preço, vinho e leite (João 6:35 compare com Isaías 55:1).
“Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi.” (Isaías 55:3).
Se alguém atende o chamado (inclina os ouvidos) e vai a Cristo, ainda que esteja morto, viverá. Isso significa que o homem morto em decorrência da ofensa de Adão pode ouvir o chamado de Cristo e responder crendo.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” (João 11:25).
A iniciativa divina no processo da salvação está em Deus conceder os seu Filho unigênito aos homens como cordeiro. Sem essa iniciativa, não haveria salvação e não haveria evangelho. O evangelho nada mais é do que boas novas aos homens anunciando Cristo como salvador do mundo.
Através do evangelho o homem é atraído a Cristo que os reconcilia com Deus. O evangelho da cruz contém em si o poder de atrair os homens a Cristo, e por isso, o apóstolo Paulo apregoava a cruz de Cristo (1 Coríntios 1:17; Filipenses 3:18).
“E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.” (João 12:32).
Evidências da força contida no evangelho
O apóstolo Paulo refere-se ao evangelho como o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, seja judeu ou grego (Romanos 1:16). O que atrai os homens a Cristo é a mensagem da cruz, que revela as virtudes de Cristo. No evangelho, o homem pode conhecer a fidelidade, o poder e a imutabilidade de Deus, que prometeu bem-aventurança a todas as famílias da terra através de Seu descendente.
“Esta palavra é fiel: Se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” (2 Timóteo 2:11-13).
A prova da fidelidade de Deus é o fato de Ele não ter poupado Seu próprio Filho para resgatar a humanidade, cumprindo Sua boa palavra anunciada ao casal no Éden e a Abraão.
“Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, mas o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas?” (Romanos 8:32).
Sendo a palavra fiel e digna de toda aceitação, é a virtude de quem é o autor e consumador da fé que torna a mensagem atraente. O mérito está na virtude de quem providenciou a salvação e anuncia a todos os homens que são aceitáveis a Deus por intermédio de Cristo. Quem aceita a salvação em Cristo não tem mérito próprio; o mérito está na mensagem, que por si só é digna de aceitação.
“Esta palavra é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (1 Timóteo 1:15).
Como a palavra de Deus é digna de toda aceitação, Ele envia Seus ministros para que roguem aos homens, em nome de Cristo, que se reconciliem com Deus.
“Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo seu apelo por nosso intermédio. Rogamos a vocês, em nome de Cristo, que se reconciliem com Deus.” (2 Coríntios 5:20).
Esses versículos evidenciam que Deus não força ninguém à salvação, pois onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade (2 Coríntios 3:17). Nesse sentido, o evangelho de Cristo é apresentado por Tiago como a lei da liberdade (Tiago 1:25; Salmos 119:45).
Sem a revelação de Deus em Cristo, o homem natural jamais conseguiria se aproximar de Deus. Todas as suas tentativas de agradar a Deus são inúteis. Mesmo os judeus, apesar de terem a lei para guiá-los a Cristo, não conseguiram se aproximar de Deus porque rejeitaram a instrução divina (Salmo 53:1-5).
Os gentios, por sua vez, careciam do conhecimento necessário para se aproximar de Deus, e mesmo a criação que proclama a glória de Deus não era suficiente para revelar o que Deus exige do homem. Os judeus, embora tivessem recebido a revelação divina através de Abraão e soubessem que bastava confiar em Deus para serem como o patriarca, procuraram agradar a Deus através de mandamentos humanos.
Isso mostra que o homem natural, na maioria das vezes, busca o divino, mas seus pensamentos estão aquém do que Deus exige. Os judeus tinham corações endurecidos, pois Deus se revelou a eles por meio dos profetas, e mesmo assim, não creram. Os gentios, por outro lado, eram sem Deus no mundo e não podem ser acusados de terem corações endurecidos da mesma maneira.
É temeroso aplicar o versículo “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9) aos gentios, pois ele se aplica aos judeus que confiavam em si mesmos e na força da carne, afastando-se de Deus.
“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” (Jeremias 17:5).
Sabemos que tudo o que a lei e os profetas disseram refere-se aos que estavam debaixo da lei (judeus), e os gentios não tinham como confiar na carne, algo possível apenas para um descendente carnal de Abraão (Romanos 3:19).
A Bíblia diz que todo homem é mentiroso, vil e baixo, em contraste com Deus, que é verdadeiro e nobre (Salmo 116:11). Todo homem, por natureza, é vil e mentiroso, contrapondo-se à verdade e nobreza de Deus. O homem com o coração enganoso é vil e baixo, mas, devido à sua carne, considera-se nobre, ou seja, filho de Abraão.
Usar Jeremias 17:9 para justificar a “depravação total” como elemento essencial da doutrina da eleição calvinista é utilizar o versículo fora de contexto. O homem natural percebe a existência de Deus através da criação, mas acreditar apenas na existência de Deus não traz recompensa alguma. Por isso, é impossível ao homem natural se achegar a Deus sem a revelação do que é agradável a Ele.
Eliú revela essa verdade a Jó e seus três amigos:
“Se com ele houver um mensageiro, um intérprete, um entre mil, para declarar ao homem a sua retidão, então terá misericórdia dele, e lhe dirá: Livra-o, para que não desça à cova; já achei resgate. Sua carne se reverdecerá mais do que na juventude, e tornará aos dias da sua mocidade. Orará a Deus, que se agradará dele, e verá a sua face com júbilo, e restituirá ao homem a sua justiça.” (Jó 33:23-26).
Sem um mensageiro que declare ao homem o que é justo diante de Deus, é impossível ao homem natural alcançar a misericórdia divina. Não importa se o homem descende da carne de Abraão; se não obedecer ao que Deus estabelece como justiça, tudo que fizer será mera confiança em si mesmo.
No mandamento para crer em Cristo, há uma recompensa: a salvação. Crer em Deus, por si só, não oferece essa mesma recompensa, pois Deus não deu um mandamento específico para que os homens simplesmente creiam n’Ele. Em vez disso, Ele sempre apresentou a pessoa do descendente de Abraão como o foco da fé.
Essa distinção é crucial. A fé em Cristo é apresentada como o caminho para a salvação, e essa crença é acompanhada por uma promessa clara de vida eterna (1 João 2:25). Deus, ao longo das Escrituras, direcionou a fé dos homens para o descendente de Abraão, que é Cristo, como o objeto central de confiança e obediência.
Os judeus tinham a Lei e os profetas que apontavam para o Messias, mas muitos não reconheceram a instrução divina e se afastaram da verdadeira essência da fé. Da mesma forma, os gentios, sem o conhecimento revelado, estavam distantes de Deus, incapazes de compreender o que Ele realmente exigia.
A fé em Cristo, conforme revelada no evangelho, é onde reside a verdadeira recompensa. A mensagem da cruz, que proclama as virtudes de Cristo, é a revelação necessária para que o homem natural se aproxime de Deus. Essa mensagem destaca a fidelidade, o poder e a imutabilidade de Deus, cumprindo Sua promessa de bem-aventurança a todas as famílias da terra através de Seu descendente.
Portanto, a salvação é concedida àqueles que obedecem ao mandamento de crer em Cristo, o Filho de Deus, enviado como Redentor. Sem essa fé específica em Cristo, as tentativas de se aproximar de Deus permanecem inócuas e sem a recompensa prometida por Deus.
A chamada geral e a chamada eficaz
O calvinismo, ao introduzir a doutrina da eleição para a salvação, também trouxe conceitos como a depravação total e o chamado eficaz, que são igualmente controversos. Enquanto a eleição bíblica se refere a uma bênção concedida aos salvos – a santificação e a irrepreensibilidade – os calvinistas interpretaram a eleição como a causa da salvação.
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Pois nos escolheu nele antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor,” (Efésios 1:3-4)
Os salvos, por estarem em Cristo e serem novas criaturas, não têm condenação, sendo santos e irrepreensíveis diante de Deus (Romanos 8:1; 2 Coríntios 5:17). Por serem gerados novamente da semente incorruptível, os cristãos fazem parte da geração eleita, escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo. Antes de todas as coisas serem criadas, Deus elegeu os descendentes de Deus através da fé em Cristo para serem santos e irrepreensíveis, ao contrário dos nascidos da semente corruptível de Adão, que são ímpios e culpáveis diante de Deus.
A salvação é concedida àqueles que estão mortos em delitos e pecados, e ao crerem no evangelho, morrem com Cristo e ressurgem como novas criaturas, eleitas em Cristo para serem santas e irrepreensíveis. Os mortos em delitos e pecados não podem ser eleitos para serem santos e irrepreensíveis, pois precisam ser crucificados com Cristo e sepultados com Ele. O velho homem, ou paga pelo pecado com a morte, ou morre na cruz com Cristo (Romanos 6:6-7 e 23).
A revelação natural na criação manifesta a glória de Deus, mas não constitui um chamado. Saber da existência de Deus não equivale a um chamado à salvação. No entanto, conhecer que Deus deu testemunho de que o Verbo encarnado, Jesus de Nazaré, é o Filho de Deus, Criador de todas as coisas, e Senhor e Cristo, constitui um chamado universal, que é eficaz para todos que crerem no testemunho que Deus deu de Seu Filho.
A obra da criação não é um chamado, mas uma manifestação da grandeza de Deus. Qualquer tentativa humana de alcançar a Deus sem a revelação específica resulta em idolatria e falsos deuses. O Salmo 19, após afirmar que “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Salmo 19:1), estabelece que é a lei do Senhor que é perfeita e refrigera a alma (Salmo 19:7-14). Somente ao se submeter ao mandamento de Deus o homem encontrará refrigério.
O apóstolo Paulo destaca que “as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que foram criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1:20), mas declara que é no evangelho que se descobre a justiça de Deus (Romanos 1:17). Isso não é possível através da observação da criação.
A interpretação calvinista de Romanos 1:18-32 muitas vezes aplica-se erroneamente aos gentios, quando na verdade o apóstolo Paulo se refere aos judeus. Paulo deixa claro que a ira de Deus é efetiva contra toda impiedade e injustiça dos homens (judeus e gentios), mas aqui se sublinha aqueles que detêm a verdade em injustiça, que são os judeus (Efésios 5:6).
O que de Deus se pode conhecer foi manifesto nos homens que detêm a verdade em injustiça, especificamente os judeus, e não os gentios. Eles conheciam a Deus, mas não O glorificaram como Deus, nem deram graças, antes se desvaneceram em seus discursos, e seus corações enganosos se obscureceram.
“Ouvi agora isto, ó povo insensato, e sem coração, que tendes olhos e não vedes, que tendes ouvidos e não ouvis.” (Jeremias 5:21)
O apóstolo Paulo descreve a condição dos filhos de Israel, que detiveram a verdade de Deus em injustiça e negaram a Deus:
“DAI voltas às ruas de Jerusalém, e vede agora; e informai-vos, e buscai pelas suas praças, a ver se achais alguém, ou se há homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei. (…) Negaram ao SENHOR, e disseram: Não é ele; nem mal nos sobrevirá, nem veremos espada nem fome.” (Jeremias 5:1 e 12).
Os gentios eram sem Deus no mundo (Efésios 2:12), mas os judeus conheceram as maravilhas de Deus, e não O glorificaram, antes seguiram seus próprios conselhos.
“Mas isto lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; e andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem. Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos, mas andaram nos seus próprios conselhos, no propósito do seu coração malvado; e andaram para trás, e não para diante.” (Jeremias 7:23-24);
“Ai dos filhos rebeldes, diz o SENHOR, que tomam conselho, mas não de mim; e que se cobrem com uma cobertura, mas não do meu espírito, para acrescentarem pecado sobre pecado;” (Isaías 30:1).
Somente os judeus se diziam sábios por causa da lei de Moisés, mas se tornaram loucos, mudando a glória de Deus incorruptível em imagens corruptíveis, tornando-se idólatras.
O apóstolo Paulo censura os judeus:
“Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis. Portanto eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram nos seus próprios conselhos.” (Salmos 81:11-12);
“Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;” (Romanos 1:24).
Paulo resume essa censura:
“Cantai alegres, vós, ó céus, porque o SENHOR o fez; exultai vós, as partes mais baixas da terra; vós, montes, retumbai com júbilo; também vós, bosques, e todas as suas árvores; porque o SENHOR remiu a Jacó, e glorificou-se em Israel. Assim diz o SENHOR, teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o SENHOR que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim mesmo; Que desfaço os sinais dos inventores de mentiras, e enlouqueço os adivinhos; que faço tornar atrás os sábios, e converto em loucura o conhecimento deles;” (Isaías 44:23-25).
Os judeus detiveram a verdade em injustiça, mudando a verdade de Deus em mentira e servindo a criatura em lugar do Criador (Romanos 1:25), por isso foram abandonados por Deus, como descrito por Estêvão:
“Dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a esse Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. E naqueles dias fizeram o bezerro, e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos. Mas Deus se afastou, e os abandonou a que servissem ao exército do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios No deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Antes tomastes o tabernáculo de Moloque, E a estrela do vosso deus Renfã, Figuras que vós fizestes para as adorar. Transportar-vos-ei, pois, para além da Babilônia.” (Atos 7:40-43).
Como estavam cheios de iniquidades, Deus lhes concedeu a lei de Moisés, e mesmo assim não fizeram uso legítimo da lei.
“Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.” (Romanos 1:29-32);
“Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.” (Gálatas 3:19);
“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente; Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, Para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina,” (1 Timóteo 1:8-10).
A má interpretação de Romanos 1 e do Salmo 19 pelos calvinistas cria pretexto para a ideia de uma chamada geral e de uma revelação natural, mas as Escrituras demonstram que a única revelação válida de Deus está em Cristo, que veio manifestar o Pai aos homens.
O chamado de Deus para a salvação está no evangelho de Cristo, que é eficaz para operar a salvação de todos os que creem. O evangelho conclama os homens a se arrependerem diante da chegada do reino dos céus. O evangelho é a fé manifestada aos homens, por meio da qual se crê no testemunho que Deus deu acerca do Seu Filho nas Escrituras.
A fé é única (Efésios 4:13), e ela foi manifestada (Gálatas 3:23). Portanto, não há uma graça comum e uma graça especial, como alegam os mestres do calvinismo. A graça de Deus é única, e ela foi manifestada, trazendo salvação a todos os homens (Tito 2:11). Cristo é a fé e também a graça, que, conforme predito a Abraão, trouxe bem-aventurança a todas as famílias da terra.
Quando Paulo diz que o crente é salvo por meio da fé, refere-se a Cristo, a fé manifestada, e/ou a graça manifesta. Por isso, a fé é um dom de Deus, e todos que creem em Cristo são salvos.
A falácia da graça irresistível não subsiste diante da parábola do semeador, pois a semente é lançada em diferentes solos (corações), mas só prospera quando cai em terra boa, ou seja, quando a pessoa compreende.
“Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.” (Mateus 13:23).
O sinal de conversão: o fruto dos lábios
O único sinal bíblico de conversão é o fruto dos lábios: a confissão. Muitas vezes, as pessoas buscam evidências de conversão a Deus na mudança comportamental do indivíduo, mas a verdadeira evidência está no fruto.
“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15:5).
O fruto é único e sai da boca de todos os que verdadeiramente creem em Cristo:
“Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Hebreus 13:15).
Os nascidos da semente incorruptível são plantações do Senhor para que Ele seja glorificado, e, ao dar muito fruto, Deus é glorificado.
“Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” (João 15:8);
“A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado.” (Isaías 61:3).
Quando a pessoa crê com o coração e confessa com a boca, produz o fruto dos lábios proveniente de um coração novo e bom.
“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.” (Romanos 10:9-11).
Ao ouvir a mensagem do evangelho, que versa sobre a cruz de Cristo, a pessoa será atraída por Cristo, e o Espírito Santo convencerá o ouvinte do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). Cristo, como mediador entre Deus e os homens, atrai os homens para que se acheguem a Deus.
Havia uma barreira de separação entre Deus e os homens, mas quando Deus envia o Seu Filho como mensageiro e mediador, nada impede o homem de se achegar a Cristo. Nesse sentido, não existe uma vocação eficaz ou graça irresistível que torne a graça divina irresistível para algumas pessoas específicas. Deus não infunde um dom que permita ao homem se arrepender e crer. Antes, Ele dá Sua palavra, que é firme e fiel, e, por ser digna de aceitação pelas virtudes daquele que prometeu, é que o homem crê no evangelho (1 Pedro 2:9; 2 Pedro 1:3).
O convite à salvação
O chamado de Deus para a salvação não é uma imposição baseada em Sua soberania. Em vez disso, Cristo comissionou seus embaixadores para implorar aos homens que se reconciliem com Deus. Nada é imposto ou irresistível.
“Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo seu apelo por nosso intermédio. Rogamos a vocês, em nome de Cristo, que se reconciliem com Deus.” (2 Coríntios 5:20).
O ato de Deus ao entregar Seu Filho unigênito foi uma expressão de amor, demonstrando Sua fidelidade e imutabilidade. Todos aqueles que atendem ao convite do evangelho, reconhecendo sua própria condição de perdidos e necessitados, são socorridos, pois este é o tempo oportuno e aceitável (2 Coríntios 6:2).
Se você ouvir esse chamado, a mensagem do evangelho, não a ignore. Responda ao amor de Deus acreditando que Jesus é o Cristo, e você receberá a salvação eterna. Deus transformará sua vida, criando um novo ser em verdadeira justiça e santidade, participante da natureza divina (Efésios 4:24; 2 Pedro 1:4). Resta apenas que você permaneça firme até o fim, crendo na verdade do evangelho.
Gloria a Deus pelo evangelho de Cristo pelo qual podemos ser salvos.