I Coríntios

O uso do véu na Igreja

Ah, o mistério do véu na igreja! Uma questão que tem intrigado muitos fiéis ao longo dos séculos. O que exatamente o apóstolo Paulo ordenou à igreja de Corinto sobre esse assunto?


O uso do véu na Igreja

Introdução

Nos dias de hoje, muitos fiéis cristãos se veem imersos em debates acerca da passagem bíblica de 1 Coríntios 11, indagando se é obrigatório que as mulheres usem véu na igreja.

Em algumas comunidades religiosas, o uso do véu é estritamente exigido durante os ritos litúrgicos, com líderes eclesiásticos argumentando que tal adorno é indispensável para a plena adoração feminina.

Entretanto, em contrapartida, há igrejas que optam por não impor o uso do véu às suas fiéis, deixando-as, por vezes, perplexas diante da lacuna argumentativa.

Essa ambiguidade em relação à recomendação do apóstolo Paulo na carta aos Coríntios surge da ausência de uma interpretação inequívoca do capítulo 11.

Neste artigo, propomos elucidar a proposição do apóstolo Paulo à igreja de Corinto, questionando se as mulheres devem ou não usar véu durante os cultos.

Para facilitar a compreensão do texto bíblico, dividimos o capítulo 11 em diversas cores, destacando os argumentos apresentados por Paulo e promovendo uma análise gradual das ideias que ele compartilha com os irmãos em Corinto.

 

1 Coríntios 11: 1-16

“1- Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. 2- E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei. – Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo. 4- Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. 5- Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. 6- Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. 7- O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. 8- Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. 9- Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. 10- Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. 11- Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR. 12- Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus. 13- Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? 14- Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? 15- Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. 16- Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.” (1 Coríntios 11: 1-16).

Sede meus imitadores

1- Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. 2- E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.

A primeira análise se concentra no pedido do apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores…” (v.1).

Os cristãos são exortados a imitar o apóstolo Paulo da mesma maneira que ele imitou Cristo. Este pedido está correlacionado com os versículos 32 e 33 do capítulo anterior:

“Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar” (1 Coríntios 10:32-33).

Todo o empreendimento dos cristãos deveria ter um único objetivo, a glória de Deus. O apóstolo dos gentios enfatizou anteriormente que ninguém deve impor preceitos que impeçam as pessoas de se aproximarem de Deus com base em ideologias, filosofias ou regras culturais. Questões de origem, nacionalidade e condições sociais não devem ser obstáculos à propagação do evangelho (1 Coríntios 10:31-32).

O apóstolo demonstra que qualquer dissensão entre judeus e gentios não é aceitável no corpo de Cristo! Ele mostra que, em tudo, buscava agradar a todos, com o único objetivo: “… para que assim se possam salvar”  (1 Coríntios 10:33).

Assim, percebe-se que os argumentos do capítulo 10 continuam até o primeiro versículo do capítulo onze.

O segundo versículo do capítulo 11 introduz duas discussões: o uso do véu (1 Coríntios 11:3-16) e o comportamento de alguns cristãos durante a ceia instituída pelo Senhor (1 Coríntios 11:17-34).

Para abordar esses temas, o apóstolo Paulo utiliza um elogio: “Eu vos louvo, irmãos…”. Depois de elogiar, o apóstolo deixa de abordar como deve ser o comportamento dos cristãos entre judeus e gregos ou na igreja e passa a apresentar como deve ser o posicionamento dos cristãos em relação ao uso do véu.

Os cristãos eram elogiados por dois motivos: lembravam-se e guardavam as determinações do apóstolo Paulo, preservando integralmente a mensagem que lhes foi entregue.

Eles mantinham essas determinações em sua memória e as cumpriam conforme foram ensinados.

Questões a serem esclarecidas

3- Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.

A transição de tema do capítulo 10 para o 11 ocorre através de um elogio. No entanto, antes de mergulhar no novo tópico, o apóstolo Paulo instiga seus leitores a considerar algo que talvez desconhecessem.

O novo tema em questão é o uso do véu na igreja, e antes de adentrar nesse assunto, os cristãos de Corinto são convidados a refletir à luz do que o apóstolo Paulo enfatiza no versículo 3, algo que possivelmente não estivesse claro para todos:

“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, e o homem é a cabeça da mulher, e Deus é a cabeça de Cristo” (v. 3).

O apóstolo Paulo sente a necessidade de abordar o uso do véu, porém, antes disso, é crucial que os cristãos compreendam algumas nuances sobre a ascendência de uma autoridade.

Quando ele diz: “…quero que saibais…”, isso sugere que os cristãos em Corinto podiam não estar familiarizados com algumas implicações no quesito autoridade.

Cristo exerce autoridade sobre todo o homem (ἀνδρὸς), pois como todas as coisas foram sujeitadas a Ele pelo Pai, Cristo tem ascendência sobre toda criação.

Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.” (1 Coríntios 15:27).

É importante destacar que Cristo, como o segundo homem, é celestial (1 Coríntios 15:47). Como cabeça de uma nova categoria de seres, Ele é o último Adão, à imagem de quem o homem terreno, o primeiro Adão, foi criado.

“No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.” (Romanos 5:14);

“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante.” (1 Coríntios 15:45).

Muitos consideravam Moisés como a autoridade máxima devido à lei, mas o apóstolo Paulo mostra que, em última instância, Cristo exerce autoridade sobre todos os homens, visto que Ele é o último Adão. Enquanto Cristo é a imagem exata, Adão foi apenas a figura daquele que haveria de vir.

Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.” (Hebreus 3:1-4).

Se havia alguma dúvida ou questão não resolvida quanto a quem possuía autoridade e a quem os cristãos deviam obediência, o apóstolo Paulo esclarece que Cristo é a cabeça (autoridade) de TODO homem.

O apóstolo Paulo aborda esta questão inicial ciente de que alguns cristãos poderiam invocar a “autoridade” da lei para contestar seu ensinamento. Ao ensinar que Cristo é a cabeça de todo homem, Paulo se antecipa e apresenta Cristo como tendo autoridade superior.

O homem, na condição de marido, por sua vez, é a cabeça da mulher, ou seja, o marido exerce autoridade sobre a mulher. Como? Da mesma forma que o homem deve ser submisso a Cristo, a mulher deve ser submissa ao seu marido.

“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.” (Efésios 5:22-24).

A função da mulher é submeter-se ao cuidado do marido, enquanto a função do marido é cuidar da esposa. A concepção de autoridade na Bíblia não se centra na ideia de impor ordem, mas no exercício do cuidado. Quem obedece se sujeita ao cuidado de quem tem autoridade, e quem tem autoridade prescreve ordens visando à segurança e bem-estar de quem se sujeita.

Dessa forma, surge a pergunta: Por que a mulher deve ser submissa ao marido? Ela deve submeter-se ao marido mesmo quando explorada? Não! O ensinamento bíblico não trata da questão de exploração e abusos. A mulher deve submeter-se ao marido porque é dele a responsabilidade de zelar por ela. Cabe ao marido cuidar da mulher, pois ela é agora o seu corpo. A concepção de autoridade relacionada com exploração não advém da Bíblia, pois a cabeça deve zelar pelo corpo; portanto, o marido deve zelar pela mulher, e não explorá-la.

Da mesma forma, todo homem, não importando se judeu ou grego, homem ou mulher, servo ou livre, deve submeter-se a Cristo, visto que é Ele quem zela pela igreja. A submissão não coaduna com a exploração, mas sim com o cuidado e o zelo de quem exerce a autoridade.

Ora, vemos que Deus é a cabeça de Cristo porque exerceu autoridade sobre seu Filho Unigênito na terra com o objetivo de preservá-lo em vida. A autoridade se demonstra no dever de zelo de quem a exerce. Por conseguinte, o Filho reconheceu a autoridade e o cuidado do Pai quando se sujeitou a Ele, sendo obediente em tudo.

Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Filipenses 2:7-8).

A sujeição da igreja a Cristo proporciona salvação, pois está ao abrigo de Seu amor. De igual modo, as mulheres, ao se sujeitarem aos seus maridos, estão sob o cuidado e proteção deles. O apóstolo Paulo apresenta essa questão aos cristãos de Éfeso:

“De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos” (Efésios 5:24).

O versículo 3 de 1 Coríntios 11 introduz a ideia de sujeição, e sob essa ótica devemos analisar a recomendação do apóstolo Paulo quanto ao uso ou não do véu nas igrejas. Ao término da exposição do apóstolo Paulo, veremos o quanto a ideia de sujeição à autoridade é pertinente para o esclarecimento desse assunto.

Observe que, se o apóstolo Paulo queria que eles soubessem que Cristo é a cabeça de todo homem — “Mas quero que saibais que…” (v. 3) — esse conhecimento deve ser levado em consideração na análise do texto.

 

O Que Alguns Entendiam

4- Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. 5- Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. 6- Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.

Após expor o que os cristãos precisavam saber sobre a autoridade para uma correta abordagem do tema (v. 3), o apóstolo Paulo destaca o entendimento de alguns dos seus interlocutores que queriam impor a utilização do véu às mulheres da igreja de Corinto (vs. 4-10).

A exposição de Paulo nos versos 4 a 5 demonstra que ele conhecia bem as alegações dos que desejavam impor o uso do véu, tanto que a abordagem deles dividia a igreja em homens e mulheres. Enquanto no corpo de Cristo todo homem (não importa se judeu ou grego, homem ou mulher, servo ou livre) se sujeita a Cristo, pois Ele é a cabeça de todo homem, o posicionamento de alguns interlocutores do apóstolo Paulo fazia distinção entre homens e mulheres no corpo de Cristo.

Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:26-28).

Quando se lê os versículos 4 e 5 de maneira simplista, como se fosse uma ordem direta do apóstolo Paulo aos cristãos de Corinto, conclui-se que as mulheres deveriam utilizar o véu durante a liturgia. No entanto, ao observarmos a estrutura do texto, verifica-se que não se trata de uma ordenança do apóstolo Paulo, mas sim de um entendimento equivocado de alguns dos cristãos, decorrente de algum costume judaico ou gentílico, o qual o apóstolo passa a tratar à luz do exposto no versículo 3.

O apóstolo Paulo conhecia o entendimento de algumas pessoas da igreja de Corinto de que “todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça” e que “toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça”, e por isso, ele enfatiza que Cristo é a cabeça de todo homem antes de tocar no assunto controverso.

O mesmo ensinamento que considerava desonra para o homem profetizar e orar com a cabeça coberta determinava que a mulher deveria se cobrir com o véu quando orava ou profetizava. Observe que o que seria desonra para o homem seria honra para as mulheres, e vice-versa (vs. 4 e 5). Esse entendimento de algumas pessoas da igreja de Corinto levava à seguinte conclusão acerca das mulheres: “… porque é como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.” 

O termo traduzido por desonra (καταισχύνει) remete à vergonha decorrente da não sujeição a um encargo, ou a uma prática que não é apropriada. Inicialmente, a questão é abordada do ponto de vista da desonra, e ao final do argumento, a questão é vista como indecência (αἰσχρὸν), ou seja, inapropriada.

À luz do ensinamento da introdução do tema, se Cristo é a cabeça de todo homem, como é possível ao homem ou à mulher desonrarem as suas próprias cabeças em razão de uma indumentária?

Se Cristo é a cabeça de todo homem, e a ordem é para que tanto homens quanto mulheres se submetam a Ele, então a questão essencial para o cristão não reside na utilização do véu ou qualquer outro símbolo externo. Nesse sentido, causa estranheza o uso do véu ser uma determinação do apóstolo Paulo, pois não há em nenhum momento uma citação do Antigo Testamento ou uma ordenança estabelecida por Cristo. O único argumento a favor de tal imposição parece ser a ideia que aquelas pessoas defendiam e a proposta de aviltamento por parte da própria mulher.

Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido?” (v. 14);

Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também.” (v. 6).

O argumento do apóstolo Paulo sempre busca o convencimento pela arguição e suporte nas Escrituras, mas esse ensinamento sobre o véu tem por base outra premissa: “se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também”. Como ficar sem cabelos era algo indecoroso para a mulher, apela-se para que ela se cubra com o véu, mas não há nenhum suporte escriturístico para essa prática.

Esses três versículos não são os ensinamentos do apóstolo Paulo à igreja. O que estava sendo transmitido aos cristãos não era uma determinação para adotarem tal prática. Antes, essa era uma forma de abordar o tema e evidenciar que Paulo conhecia o argumento por trás da prática que alguns estavam adotando naquela comunidade.

 

O fundamento para o uso do véu

“O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.” (v. 7).

As bases doutrinárias do uso do véu parecem ter sido tiradas de uma fábula judaica, pois não têm suporte nas Escrituras. Observe as cinco razões que dão suporte a tal ensino:

1. O homem é a imagem e glória de Deus;
2. A mulher é a glória do homem;
3. O homem não veio da mulher;
4. A mulher veio do homem;
5. O homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher foi criada por causa do homem.

As pessoas que criaram a determinação para as mulheres fazerem uso do véu partiram do pressuposto de que, se há regras que se aplicam às mulheres, também há regras que se aplicam aos homens. No entanto, essas regras precisavam ser justificadas, e o argumento utilizado é o de que o homem foi criado à imagem de Deus, enquanto a mulher foi criada à imagem do homem. Eles entendiam que o homem é a imagem e a glória de Deus, e a mulher, por sua vez, a glória do homem.

O fundamento da ordenança de que o homem não deveria utilizar o véu não existe nas Escrituras, e inventaram tal base de má leitura do Gênesis, especificamente da passagem que descreve a criação de Adão.

A passagem que diz: “Eia, façamos o homem conforme a nossa imagem e semelhança” é, na verdade, a expressão da vontade de Deus que, ao criar o homem terreno – Adão, deu início ao Seu projeto de criar homens à Sua expressa imagem e semelhança. Essa vontade se concretizou plenamente quando Cristo ressurgiu dentre os mortos como a expressa imagem do Deus invisível, o primogênito dentre os mortos, conduzindo muitos irmãos semelhantes a Ele à glória de Deus.

Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando tudo o que há pela Palavra do seu poder. Depois de haver realizado a purificação dos pecados, Ele se assentou à direita da Majestade nas alturas,” (Hebreus 1:3);

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito sobre toda a criação;” (Colossenses 1:15).

Há um erro gritante na asserção: “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus”. Na verdade, o homem foi criado à imagem de Cristo-homem, aquele que havia de vir, e além disso, o homem não é a glória de Deus. O apóstolo Paulo contrariaria ele mesmo, que afirmou que Adão é figura do Cristo, portanto, Adão foi criado a imagem do Verbo encarnado, e não a expressa imagem do Deus invisível, como muitos interpretam a passagem do Gênesis.

“No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.” (Romanos 5:14).

O Gênesis apresenta a mulher como adjutora do homem, e não há qualquer passagem bíblica no Antigo Testamento que diga que a mulher é a glória do homem. Se a mulher tem o dever de utilizar um véu por ser a glória do homem, e não há qualquer fundamento nas Escrituras para tal argumento, segue-se que essa obrigação é uma imposição de homens.

No Livro dos Provérbios, a “mulher virtuosa” é descrita como a coroa de seu marido, em contraste com a ideia apresentada por aqueles que desejavam impor o uso do véu, que caracteriza uma mulher genérica, sem o adjetivo “virtuosa”.

“A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que o envergonha é como podridão nos seus ossos.” (Provérbios 12:4).

 

Quem veio primeiro?

8- Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. 9- Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. 10- Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.

Enquanto o apóstolo Paulo apresenta as bases da autoridade do ponto de vista funcional (cabeça) ao introduzir a discussão, dizendo que “Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo”, o argumento daqueles que impunham o uso do véu decorria do argumento da precedência, ou seja, quem veio primeiro.

O apóstolo Paulo enfatiza a estrutura de autoridade estabelecida por Deus, onde cada nível de autoridade é funcional e relacional: Deus é a cabeça de Cristo, Cristo é a cabeça do homem, e o homem é a cabeça da mulher. Esse modelo destaca a interdependência e a responsabilidade mútua em vez de uma hierarquia rígida baseada apenas na ordem de criação. Em contraste, aqueles que defendiam o uso do véu se baseavam na precedência cronológica: o homem foi criado primeiro, e a mulher foi criada a partir do homem para ser a sua glória, papel que não tem relação com ajudadora.

Se analisarmos os eventos da criação, certo é que a mulher foi criada a partir da costela de Adão, e o motivo foi para que o homem não estivesse só.

Gênesis 2:18-24 narra que Deus, ao perceber que não era bom que o homem estivesse só, decidiu criar uma ajudadora que fosse adequada para ele. A mulher foi criada a partir da costela de Adão para ser sua companheira, e não há menção de que ela foi criada como sua glória.

“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” (Gênesis 2:18);

Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.” (Gênesis 2:21-23).

O fato de a mulher ter sido tomada da costela do homem não a tornou a glória do homem; foi apenas o contexto em que Adão nomeou sua adjutora “mulher”. Em nenhum momento o texto destaca a questão de o homem ter vindo antes da mulher como justificativa para a prática.

Diante das razões expostas desde o versículo quatro, o apóstolo Paulo apresenta a conclusão daqueles que queriam impor a utilização do véu na igreja: “Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos” (v. 10). Isso fornece uma pista sobre quem eram essas pessoas que insistiam na prática.

 

“Poderio” por causa do marido ou por causa dos anjos?

10- Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.

Inicialmente, a mulher é apresentada pelas pessoas que queriam impor o uso do véu como sendo a glória do homem, justificando isso pelo fato de ela ter sido criada por último e em função do homem. No entanto, ao final, o argumento dessas pessoas afirma que o sinal de poderio posto sobre a cabeça das mulheres se dá em razão dos anjos. É estranho transferir o sinal da autoridade do marido, que impunha o uso do véu sobre sua esposa, para agora atribuir essa autoridade em função dos anjos.

Esses anjos não se referem a qualquer homem, nem ao marido da mulher. Esses anjos também não se referem aos seres angelicais, pois não foram eles chamados, e sim a descendência de Abraão.

“Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.” (Hebreus 2:16).

Essa observação ao final da argumentação remete ao que foi expresso pelo apóstolo Paulo aos cristãos de Colossos:

“Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão,” (Colossenses 2:18).

O apóstolo Paulo havia alertado os cristãos de Colossos para não se deixarem levar por palavras persuasivas (Colossenses 2:4) ou se deixarem prender por filosofias e tradições de homens (Colossenses 2:8). Ele exorta a não se deixarem julgar por questões de comida e bebida, ou por questões relacionadas a festas, luas novas e sábados (Colossenses 2:16), que nas Escrituras foram apresentadas como sombras das coisas futuras, mas cuja realidade está em Cristo (Colossenses 2:17). Nesse ponto, o apóstolo adverte os cristãos a não se deixarem dominar por ninguém que se utilizasse do pretexto de humildade e culto aos anjos, visto que estas pessoas eram soberbas e presas em sua compreensão carnal (Colossenses 2:18).

Quem promovia o culto aos anjos? Pela exposição paulina, verifica-se que se tratava dos judaizantes, que queriam impor aos cristãos inúmeras ordenanças segundo a tradição de homens, e não segundo Cristo. O apóstolo Paulo, porém, argumenta que, se os cristãos estavam mortos com Cristo para os rudimentos do mundo, por que ainda se deixavam impor ordenanças como se vivessem no mundo, tais como “não toques”, “não proves” e “não manuseies” (Colossenses 2:20-21).

“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne.” (Colossenses 2:16).

O que seria esse culto aos anjos? Na verdade, refere-se a um culto aos profetas. Os profetas, por serem mensageiros de Deus, eram chamados “anjos”, assim como os seres celestiais que desempenham a missão de mensageiros. O termo traduzido por “anjo” no Novo Testamento é ἄγγελος (ággelos), que pode ser utilizado para fazer referência tanto a um mensageiro humano (profeta) quanto a um ser celestial (anjo). Vale destacar que apenas o contexto em que o termo ἄγγελος é empregado determina se o texto se refere a um mensageiro humano (profeta) ou a um ser celestial, pois ambos são mensageiros de Deus.

Considerando o contexto de Colossenses 2:18, é improvável que o apóstolo Paulo estivesse tratando de um possível culto aos seres angelicais, visto que seria um ato de idolatria por parte dos judaizantes cultuar seres angelicais.

Observando o que foi dito por nosso Senhor Jesus Cristo, é possível determinar que o mencionado culto aos anjos refere-se ao culto aos profetas:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos” (Mateus 23:29).
“Ai de vós que edificais os sepulcros dos profetas, e vossos pais os mataram” (Lucas 11:47).
“Bem testificais, pois, que consentis nas obras de vossos pais; porque eles os mataram, e vós edificais os seus sepulcros” (Lucas 11:48).

Os escribas e fariseus alegavam honrar os profetas construindo sepulcros e adornando seus monumentos fúnebres. Alegavam que, se tivessem vivido na época dos profetas, jamais se associariam aos seus pais para matá-los (Mateus 23:30). Nesta reprimenda de Jesus, encontramos um elemento de culto praticado pelos escribas e fariseus, no sentido de reverência aos mensageiros de Deus da Antiga Aliança.

Essa confusão entre profetas e seres celestiais é comum em diversas traduções bíblicas devido ao uso do termo ἄγγελος (ággelos). Observe alguns exemplos:

“Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes.” (Atos 7:53);

“Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.” (1 Timóteo 5:21);

“Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,” (Hebreus 2:2);

“Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar.” (1 Pedro 1:12);

“O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” (Apocalipse 1:20).

Nos versículos destacados acima, o termo ἄγγελος (ággelos) seria melhor traduzido como “mensageiro”, o que permitiria ao leitor, através do contexto, determinar se a passagem se refere a profetas ou a seres angelicais.

O ponto principal dessa abordagem, com destaque ao fato de ter sido sublinhado pelo apostolo Paulo no argumento daqueles que queriam introduzir o uso do véu é que tal sinal tinha em vista os anjos, e não o marido, como inicialmente fora destacado.

“Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.” (v. 10).

A exposição paulina torna-se clara quando se compreende o contexto do “culto aos anjos” e a imposição de preceitos pelos judaizantes. Percebe-se que o apóstolo Paulo estava combatendo a influência desses grupos dentro das comunidades cristãs, tanto em Colossos quanto em Corinto.

“Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão,” (Colossenses 2:18).

No que consiste a “carnal compreensão”? Refere-se à compreensão daqueles que seguem os preceitos do judaísmo, como circuncisão, linhagem, tribo, nacionalidade, observância dos sábados, luas, alimentos, bebidas, entre outros. Aqueles que confiam na carne ostentam-se dessas práticas, como Saulo fazia antes de sua conversão, mas ele abandonou tudo isso para abraçar a fé em Cristo. O “véu” é mais um desses elementos segundo a tradição dos homens e fundamentados em uma compreensão carnal, que foi abolido em Cristo.

“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão; Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne. Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo,” (Gálatas 3:2-8).

A Nova Condição em Cristo

11- Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no SENHOR. 12- Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.

No versículo 11, o apóstolo Paulo ressalta os preceitos que foram entregues, que contrastam com o ensino dos judaizantes. Ele louva os irmãos por lembrarem-se dele em tudo e por manterem os preceitos conforme ele os entregou.

“E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei.” (v. 2).

Enquanto os judaizantes argumentavam que o homem não provém da mulher e que a mulher foi criada por causa do homem, Paulo apresenta uma perspectiva diferente, afirmando que, no Senhor, tanto o homem quanto a mulher são interdependentes. Ele destaca que, embora haja uma ordem estabelecida na criação, em Cristo, essa distinção não implica superioridade ou inferioridade, pois ambos são igualmente necessários e interligados.

“Todavia, …”, no Senhor “… nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem” (v. 11).

Assim, Paulo demonstra que, em Cristo, questões como a origem e a relação entre homem e mulher perdem sua relevância em termos de superioridade ou subordinação, pois ambos são igualmente filhos de Deus pela fé em Cristo.

Em Cristo (no Senhor) “nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem”, assim como “a incircuncisão e a circuncisão não têm valor algum”. Em seguida, o apóstolo Paulo apresenta o motivo:

“Porque, assim como a mulher proveio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus” (1 Coríntios 11:12).

O apóstolo Paulo está enfatizando que, em Cristo, não há distinção de valor ou importância entre homem e mulher, considerando que Cristo é tudo em todos (Colossenses 3:11). Ambos são interdependentes e igualmente importantes, pois a mulher veio do homem, mas o homem nasce da mulher, e ambos, assim como todas as coisas, vêm de Deus. Dessa forma, ele desafia as ideias dos judaizantes, que tentavam impor uma hierarquia rígida baseada na criação, e reforça que, em Cristo, essas distinções perdem a relevância.

“Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.” (Gálatas 5:6);

“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:27-28);

“Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.” (Colossenses 3:11).

Para que não restassem dúvidas quanto à igualdade entre homem e mulher como membros do corpo de Cristo, e para esclarecer que as diferenças apontadas pelos judaizantes advinham de um entendimento equivocado, o apóstolo Paulo reitera que “tudo vem de Deus” (v. 12), tanto o homem quanto a mulher. Como ambos pertencem a um mesmo corpo, que é a igreja, não há distinção entre homens e mulheres, pois tudo vem de Deus. Com essa argumentação, o apóstolo Paulo demonstra que a imposição do uso do véu às mulheres cristãs era inconsistente frente à verdade do evangelho.

“Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.” (1 Coríntios 10:17).

 

Tratando com entendidos

Diante do argumento utilizado, o apóstolo Paulo espera um julgamento por parte de seus leitores: “Julgai entre vós mesmos…” (v. 13), como já era de se esperar do apóstolo. Ele confia na capacidade dos cristãos de discernirem a verdade e aplicarem o ensinamento correto em suas vidas, reconhecendo que, em Cristo, não há distinção entre homem e mulher.

“Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo.” (1 Coríntios 10:15).

O argumento daqueles que se apegavam aos preceitos dos homens era: “o homem não veio da mulher” (v. 8). O argumento do apóstolo Paulo é:

“Pois como a mulher proveio do homem, assim também o homem nasce da mulher, mas tudo provém de Deus” (v. 12).

Para fazer os cristãos pensarem segundo as novas premissas do evangelho, o apóstolo Paulo questiona:

“Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus descoberta?” (v. 13).

Segundo os preceitos dos homens, era obrigatório às mulheres o uso do véu. Porém, à luz do evangelho, o apóstolo Paulo espera um julgamento por parte de seus leitores.

Caso ainda restassem dúvidas sobre a questão, o apóstolo Paulo apresenta outro elemento a ser considerado ao responder a questão formulada anteriormente.

“Ou não vos ensina a própria natureza que é desonroso para o homem ter cabelo crescido?” (v. 14).

Com essa abordagem, Paulo incentiva os cristãos a refletirem e discernirem por si mesmos, considerando os princípios do evangelho e a interdependência entre homem e mulher. Ele quer que seus leitores compreendam que, em Cristo, as práticas externas e os preceitos humanos são secundários em comparação com a verdade fundamental de que tudo vem de Deus e que ambos, homem e mulher, são igualmente valorosos e necessários no corpo de Cristo.

Ao pedir que os cristãos julgassem se é próprio à mulher orar a Deus descoberta, Paulo destaca que a própria natureza demonstra que é desonroso para o homem ter cabelo crescido. Se a natureza evidencia que o homem não deve ter o cabelo crescido, pois é dado à mulher ter cabelo crescido, então o cabelo comprido da mulher, por ser honroso, substitui o véu.

“Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, pois o cabelo foi dado em lugar do véu” (v. 15).

Não havia mais a necessidade do uso do véu pelas mulheres nas igrejas por vários motivos, muitos dos quais foram destacados pelo apóstolo Paulo em suas exposições doutrinárias:

– O cabelo da mulher foi dado em lugar do véu;
– Em Cristo Jesus não há diferença entre homem e mulher;
– Tudo provém de Deus;
– Em Cristo não há macho ou fêmea;
– No evangelho não há distinção entre pessoas.

Mesmo após instruir os cristãos que o uso do véu não era imposto às mulheres, o apóstolo Paulo se antecipa aos dissidentes que queriam impor o uso de tal indumentária:

“Mas, se alguém quiser ser contencioso…”

O apóstolo Paulo esperava um ‘julgamento’ consciente da parte dos cristãos (v. 13), mas, diante da possibilidade de alguém não aceitar os seus argumentos, ele apresenta a sua decisão final:

“… NÓS NÃO TEMOS TAL COSTUME, NEM AS IGREJAS DE DEUS.”

 

Conclusão

Diante da palavra ‘Todavia’ no versículo onze é que conseguimos entender o argumento do apóstolo Paulo contra o uso do véu. Entendemos que do versículo quatro ao dez, o apóstolo Paulo faz referencia aos costumes utilizados por alguns membros da igreja de Corinto, mas que não condizia com os usos e costumes das igrejas primitivas.

A questão do uso do véu imposto às mulheres cristãs não precisaria ser abordada pelo apóstolo Paulo se os cristãos de Corinto entendessem que a igreja de Deus é sujeita a Cristo, sendo Ele a cabeça da igreja e o salvador do corpo, que é composto tanto por homens e mulheres.

Ora, se Cristo é a cabeça, segue-se que nem o homem e nem a mulher são cabeça quando membros do corpo de Cristo. Portanto, nem o homem nem a mulher necessitam de véu ou de cabelo, pois é Cristo a cabeça do corpo. E Cristo não necessita de véu.

Todos os cristãos são membros do corpo de Cristo ( Ef 5:30 ), e através d’Ele todos são um. Este ‘mistério’ alguns de Corinto ainda não entendiam (Cristo e a Igreja) (v. 32), o que influenciou até mesmo o cerimonial da ceia.

Se todos são participantes do corpo de Cristo, não há diferença entre homem e mulher, e, portanto, não é necessário a utilização de qualquer acessório que faça distinção entre os membros do corpo de Cristo.

 

Diante da palavra “Todavia” no versículo 11, conseguimos entender o argumento do apóstolo Paulo contra o uso do véu. Do versículo 4 ao 10, o apóstolo Paulo faz referência aos costumes adotados por alguns membros da igreja de Corinto, mas que não condiziam com os usos e costumes das igrejas primitivas.

A questão do uso do véu imposto às mulheres cristãs não precisaria ser abordada pelo apóstolo Paulo se os cristãos de Corinto compreendessem que a igreja de Deus está sujeita a Cristo, sendo Ele a cabeça da igreja e o salvador do corpo, que é composto tanto por homens quanto por mulheres.

Ora, se Cristo é a cabeça, segue-se que nem o homem nem a mulher são cabeça quando membros do corpo de Cristo. Portanto, nem o homem nem a mulher necessitam de véu ou de cabelo comprido como símbolo de autoridade, pois Cristo é a cabeça do corpo, e Ele é a autoridade estabelecida por Deus.

Todos os cristãos são membros do corpo de Cristo (Efésios 5:30) e, através d’Ele, todos são um. Este “mistério” — a união de Cristo e a Igreja — alguns cristãos em Corinto ainda não compreendiam plenamente, tanto que a falta de entendimento maculava até mesmo o cerimonial da ceia.

Se todos são participantes do corpo de Cristo, não há diferença entre homem e mulher. Portanto, não é necessário utilizar qualquer acessório que faça distinção entre os membros do corpo de Cristo. A igualdade em Cristo elimina a necessidade de símbolos externos que dividam ou distingam os cristãos com base em gênero.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

28 thoughts on “O uso do véu na Igreja

  • Parabéns pelo trabalho. Estou trabalhando com algumas abordagens diferentes sobre 1Co.11:1-16 e o caminho que vc trilhou – no meu entendimento – é bem coerente. Agradeço pela contribuição!

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  • Estou estudando sobre o uso do véu na minha igreja, as irmãs tem por costume o uso do véu mais algumas já intende que o uso do véu não é bíblico, e foi de grande ajuda o seu estudo, agradeço pela contribuição e que o senhor Jesus Cristo te abençoe .

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  • Tenho experiência com uma mulher irmã em Cristo que chegou onde tinha um menino endemoninhado e já na hora q ela colocou o véu pra orar o demônio ficou amarrado. Depois oramos e o demônio saiu. Varios ja tinham tentado expulsar e não tinham conseguido. O véu é sinal de poderio por causa dos anjos.

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    • Olá, Lair… devemos ter em mente a recomendação do apóstolo Pedro: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” (II Pedro 1 : 19).

      Se for a palavra dos profetas, tudo bem, mas experiencias pessoais, como a de Pedro que viu o Cristo glorificado, não pode servir de base para uma questão de doutrina bíblica.

      Pedro viu o Cristo glorificado e, o primeiro pensamento foi montar tendas e passar a morar naquele local, o que não era o objetivo daquela visão grandiosa.

      Expulsar demônios e operar milagres não dá base para afirmar que esse ou aquele costume é o aceito por Deus, pois naquele dia muitos dirão que operaram maravilhas, mas serão rejeitados (Mt 7:22).

      A exposição que o apóstolo Paulo faz em 1 Corintios 11, do verso 4 ao 9 não é prescritivo de costume as igrejas, antes o apóstolo demonstra que conhecia o costume da sociedade. Mas, como ele diz no verso 11: todavia, no Senhor a coisa é diferente, pois o cabelo foi dado em lugar de véu, e a igreja não tinha o costume de colocar o véu.

      Att.

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  • pode n ser conveniente hoje. Mas é biblico sim

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    • Ola, Juarez..

      O uso de véu não é bíblico, e não é uma questão somente de conveniência.

      Att.

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  • Muito bem explicado! Se Cristo nos libertar, seremos verdadeiramente livres! Lembrando q tudo nos é lícito, mas q nem tudo nos convém, não demos ocasião à carne. Louvado seja nosso libertador e Salvador Jesus Cristo.

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  • Muito bem abordado o assunto e a construção do rarcionio bastante intuitiva aos leitores. Parabéns!!

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  • Excelente explicação..
    Ah se todos tivesse uma interpretação eficaz e eficiente igual a esta.
    Deus abençoe!

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  • O uso do véu na Congregação Cristã no Brasil é usado como sendo bíblico. Já que em vários e vários testemunhos das irmãs, em vários e vários casos, por causa do véu teve obras e milagres através do poder de Deus. O véu é um sinal de poderio sobre os anjos, a mulher quando ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a Deus.

    Resposta
    • Olá Vanderlei…

      Argumento falho, pois todas religiões apontam esse elemento.. há ‘milagres’ na igreja católica, no espiritismo, etc.

      Att

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    • QUANDO O DEMONIO FOI EXPULSO N FOI POR CAUSA DO VÉU E SIM PELO O ESPIRITO SANTO DE DEUS .SE VC DIZ Q FOI PELO COLOCA DO VÉU ,VC TA ANULANDO A OBRA DO ESPERITO SANTO.E VC TAMBÉM PODE ESTAR IDOLATRANDO O VÉU EM DIZER Q DEMÕNIO SAIU POR CAUSA DO ACESSORIO.

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  • Estudo muito edificante.
    Se o véu é para a glória do homem, então não tem nada à vê com Deus!
    É doutrina humana.
    Podemos dizer quê, as igrejas adotam seus usos e costumes pra se diferenciar das demais, mais isso não as torne mais santa que as demais.

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  • O irmao esta equivocado porque o irmao esta indo pela cultura daquela epoca falo esta legitimando o uso do véu como defende os originais e argumento para tal coisa esta relacionado ao povo judeu que crê em Jesus pois todos eled tem este custume e ao contrario do que voce citou paulo nao esta indo contra o uso paulo esta defendendo o uso do veu nos cultos amem

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  • Graça e Paz irmãos!! Ensino esclarecedor, mas vou estudar mais ainda, pois há muitas interpretações a cerca desse assunto. Mas com certeza essa sua abordagem foi a mais coerente!! Sou pouco conhecedor da palavra, mas já tinha uma visão bem parecida com a do irmão.

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  • É bíblico pq está na bíblia, porém não é doutrinário.
    Este, é um problema encontrado apenas na igreja de corinto, e para ser doutrina o assunto precisa estar confirmados em pelo menos 3 livros do NT.
    Graça e Paz!

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  • Completamente equivocada essa interpretação, o texto se posiciona bem ao contrário do que nos é colocado pelo articulista, observa-se uma tendência em excluir o uso do véu, conforme estabelece a ordem da criação. Em Corinto, muito pelo contrário, o desejo era não usar o véu,
    Por isso Paulo teve que fudamentar e justificar seu uso, pois na região, entre os gentios e incrédulos, as mulheres nada usavam sobre a cabeça e algumas até raspavam, uma vergonha para as mulheres religiosas. Então, no texto biblico, o uso do véu é um preceito indiscutível adotadoem todas as igrejas. Paulo não usava textos em oposição, ensino novo versus ensino velho, mesmo porque a palavra de Deus é eterna sem sinal de mudança, pois ele era bem claro e objetivo ao colocar as doutrinas.

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  • Olá, Ezequiel:

    O apóstolo Paulo combateu ferozmente os judaizantes que queriam impor seus costumes aos cristãos convertidos dentre os gentios, restando essa recomendação dos apóstolos a todos:

    “Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá.” (Atos 15:28-29).

    Se a recomendação dos apóstolos segundo o Espírito Santo é não impor encargo algum aos gentios, exceto três coisas : coisas sacrificadas a ídolos, sangue e prostituição, e não vejo inclusa a determinação do uso de véu pelas mulheres, o argumento que você apresentou, de que ‘Por isso Paulo teve que fundamentar e justificar seu uso, pois na região, entre os gentios e incrédulos, as mulheres nada usavam sobre a cabeça e algumas até raspavam’ torna-se falacioso.
    Se essa obrigação deveria ser imposta as mulheres, o concílio de Jerusalém deveria ser o momento ideal para abordá-la.

    Att

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  • O NÃO USAR OU USAR O VEU, NÃO VAI DEIXAR AS PESSOAS ( IRMÃS) MENOS OU MAIS FERVOROSAS NA SUA VIDA CRISTÃ. PORQUE USAM O VEU SOMENTE DENTRO DAS IGREJA? A SUA VIDA CRISTÃ É SÓ DENTRO DAS IGREJAS? FORA DAS IGREJAS TEMOS QUE SER TESTEMUNHAS DE CRISTO, TEMOS QUE OBSERVAR BEM O QUE NOS SEPARA DE CRISTO. ESSE COSTUME DE USAR O VEU VEM DOS RAMANOS – CATÓLICOS. AS IRMÃS NÃO PODEM SE LEVAR QUE COM O VEU DEUS OUVE SUAS ORAÇÕES E SEM ELE DEUS NÃO OUVE AS ORAÇÕES. CRISTO VEIO PARA QUE TODOS TENHAM VIDA, VIDA EM ABUNDANCIA. CRISTO NÃO ACEITA COISA ALGUMA PRA INTERMEDIAR ENTRE O HOMEM A ELE. O ESPIRITO SANTO É O NOSSO CONSOLADOR. ESTUDEM A BÍBLIA. CUIDADO COM OS COSTUMES.
    LEIAM COLOSSENSES 2; 6-19

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  • no final do contexto quando o apostolo paulo fala que o cabelo da mulher lhe foi dado em troca do véu, esse véu nao é o mesmo véu que ele ordena o uso no inicio do contexto, esse véu que ele fala era o véu do antigo testamento que as mulheres usavam pra cobrir sua cabeca nas ruas, ou seja esse veu foi abolido no dia a dia das mulheres,pq o cabelo delas ja lhe davam honras, mas dentro das congregacões as mulheres deve sim por o veu, pois como explica o apostolo co começo do contexto defender o uso do veu,e no final falar que o cabelo ja foi dado em troca do veu? ficaria embaraçoso a ordenança dele a igreja de corinthios. ele apenas compara que o homem ter cabelo crescido lhe é desonroso,mas para mulher lhe é honroso,ou seja pq o cabelo serve para cobrir a cabeça fora do templo ou congregaçoes.

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  • Prezado Claudio,

    Antes de mais nada deixo por você pleno respeito e consideração, mas, percebe-se no texto que não existe referência à lei e sim a ordem da criação, ou seja, valores primordiais, ou Deus não é mais a cabeça de Cristo, e nem Cristo a cabeça do homem, se estas permanecem, o homem continua sendo a cabeça da mulher e essa evidencia os anjos ainda precisam observar pelo uso do véu quando a mulher ora ou profetiza.

    Também não seria necessário toda essas considerações se a intensão de Paulo fosse desobrigar o uso do véu, bastaria ele afirmar a igualdade entre homens e mulheres e abolir o véu, sem entrar nessas questões profundas, em resumo, a mulher deve ter os cabelos crescidos em honra ao homem, por sinal de poderio, e a mulher, quando ora ou profetiza, deve ter a cabeça coberta, como sinal de poderio perante os anjos, veja bem, o uso do véu sempre esteve presente nas igreja, até os de 1980/1990, ou seja, durante quase dois mil anos ninguém questionou isso, só ultimamente algumas igrejas querendo se afastar das tradições e das doutrinas que vem desde o principio da criação, desenvolveram argumentos para isso, algumas alegando que o uso do véu era devido apenas pela prostitutas, que raspavam os cabelos, quando se convertiam e você, baseado no “todavia” tenta excluir a ordem da criação estabelecida por Deus. Por favor, analise mais um pouco a questão e veja que esse todavia procura apenas harmonizar a relação homem e mulher e não destruir a história. Grande Abraço na paz de Deus.

    Resposta
  • Que a paz de Deus esteja com todos naonpodemos esquecer que a Bíblia é espiritual e vai além de abtos e costumes o véu foi dado como sinal de poder diante os anjos anjos são espíritos e não carnes porém já se põe em consideração que o nível humano já cai ao sabermos que de alguma forma Deus nos faz chegar ao patamar de anjo passa sim a ser sim mandamento bíblico quando se trata de ser desonra a Deus se não for assim nos homens deixemos nossos cabelos se igualar ao das irmãs e vejamos se teremos o mesmo sinal de poder sendo desonra pra nois homem tal abto apenas uma observação no espiritismo tem sim prodígio apenas isso porque milagre quem faz é só Jesus Cristo não podemos deixa cultos maligno adoração a deuses das trevas serem igualados ao Deus vivo e único a ser adorado e reconhecido como nosso Pai e de nosso único e fiel salvador Jesus Cristo

    Resposta
  • O próprio apostolo retrata que reputou a esterco a sua sabedoria para ganhar e verdadeira sabedoria que vem do céu a biblia não é pra ser interpretada por filosofia humana pois o próprio espírito santo já se encarregou de nós interpretá-la pois está escrito que não averia necessidade que um irmão julgasse oque o outro deveria fazer pois o espírito santo nos guiará em toda verdade assim como Paulo sabia do assunto sobre os costumes do povo de Corinto eu também vos falo como tento conhecimento que no catolicismo é no espiritismo não há milagres pois conheço pois Cristo me tirou de lá e temos que entender Deus não tem parte com quem invoca demônios ou adora imagens feita pela mão do homem

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  • Eu acho que as denominações protestantes deveriam ter uma unidade de interpretação pois é função do Espírito Santo dar a interpretação correta aos crentes. E só existe uma e somente uma sã doutrina. Eu entendo que o uso do véu como mandamento faz parte da Sã Doutrina pois a salvação é fé + graça + boas obras pois fé e graça são aspectos impessoais e nada podem fazer se não tiver a participação do crente que é um ser pessoal logo a participação humana faz parte da salvação.

    Resposta
  • Assim como moiseis que colocava o veu para que o israelita não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório.
    Hoje o veu ainda está no coração pois melhor éa tradição do que o entendimento claro: Que o cabelo foi lhe dado em lugar do véu….. nos não temos tal costume nem as igrejas de Deus. A paz do senhor Jesus Cristo ao qual falou a minha paz vós deixo a minha paz vós dou não como o mundo vós da.

    Resposta
  • Vamos lá!
    Assuntos como este precisa de serem ensinados com verdade é humildade! Não se pode colocar achismos ou discordâncias num tema tão sério afinal é a palavra do Senhor!
    Ah mas sou ” teólogo “!
    Que bom, Maravilha! Mas A palavra tem que ser ensinada com responsabilidade e temor!
    Sou assembleiano porem n dar pra negar com várias “interpretações ” que o uso do véu ñ é bíblico! Acho bonito? N concordo? n Na igreja onde sou o titular as irmãs usam ? N
    Mas dizer que era cultura do povo de corinto? Dizer que só está escrito em 1 coríntios? É blá blá blá? Não da neh?
    Sejamos honesto! Véu salva? N a irmã que orar sem véu vai pro inferno? Creio que n A salvação é pela graça! Glória a Deus
    Existem coisas que agente n cumpre na risca mas estamos nos empenhando para entrar na porta estreita! É mais lindo é honesto usar tal afirmação
    Dizer que Paulo estava tratando sob autoridade em detrimento do homem com a mulher é demais neh!? O assunto em questão é ORAÇÃO E PROFECIA
    Vale lembrar da presença dos ANJOS tbm
    Mas meus parabéns a todos os amados por pelo menos entrar na questão

    Resposta
  • Por: Marcelo Henrique Matos
    VÉU
    Mandamento ou Ensino temporal e cultural?
    Esclarecimento do autor: A nossa intenção ao escrever este conteúdo não está
    relacionada a qualquer instituição religiosa. Pelo contrário, estamos
    comprometidos em buscar uma compreensão mais profunda da Palavra de Deus,
    fazendo uma análise do texto de 1 Coríntios 11 sem influências de fora do texto,
    mas sim buscando entender o significado original da carta.
    INÍCIO:
    Por longo período, o uso do véu tem sido objeto de debate na comunidade cristã.
    Muitos defendem sua relevância atualmente, enquanto outros o consideram mais
    vinculado a um contexto cultural e regional, conforme observado por diversos
    estudiosos da Palavra de Deus. A carta do Apóstolo Paulo em 1 Coríntios 11:1-16
    é de inegável importância, uma vez que faz parte das muitas diretrizes divinas
    presentes no Novo Testamento. Para uma compreensão adequada, é essencial
    examinar o contexto sem preconceitos ou pressuposições preestabelecidas.
    Entendemos que a carta não foi destinada somente a corinto, mas a todas as
    igrejas de Deus, conforme 1 Coríntios 11-16 “Se, no entanto, alguém quiser
    contestar, não temos este costume, nem tampouco as Igrejas de Deus.”
    Texto Original Grego:
    “εἰ δέ τις δοκεῖ φιλόνεικος εἶναι, ἡμεῖς τοιαύτην συνήθειαν οὐκ ἔχομεν, οὐδὲ αἱ
    ἐκκλησίαι τοῦ θεοῦ”
    Na mesma epístola o apóstolo Paulo foi claro ao dizer que “se alguém cuida ser
    profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos
    do Senhor.” I Coríntios 14:37.
    É muito seguro afirmar que o povo de Deus deve fundamentar sua fé nos ensinos
    dos Profetas e Apóstolos.
    Por: Marcelo Henrique Matos
    Sobre o assunto do véu há interpretações que divergem entre si e estas
    discordâncias giram em torno de questões sobre as quais o texto sob análise
    apresenta definições muito claras.
    Da forma como os argumentos do apóstolo Paulo estão dispostos no texto
    bíblico (I Coríntios 11:1-16), não há como imaginar que ele tivesse redigido uma
    carta orientando a respeito do uso obrigatório do véu, e depois concluir que nada
    disso tem valor ou nada disso é preciso.
    Para se chegar a um entendimento sobre este assunto é preciso estar
    descompromissado com quaisquer placas denominacionais e considerar a
    Palavra de Deus como única regra de fé. Igualmente é preciso compreender qual
    é a atitude correta que o homem e a mulher devem adotar quando entrarem em
    comunhão direta com Deus.
    O HOMEM CABEÇA DA MULHER:
    “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o varão, e o varão a cabeça
    da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” I Coríntios 11:3
    Dentro do contexto bíblico, a hierarquia espiritual em que o homem é
    considerado a cabeça da mulher não implica em autoridade tirânica ou ditadora,
    mas sim em responsabilidade de amar, proteger e honrar a esposa. A liderança
    deve ser exercida com amor e cuidado, refletindo o exemplo de Cristo em relação
    à igreja.
    A questão de o homem ser a cabeça da mulher tem sua origem e está
    estreitamente ligada com a narrativa da criação:
    “E da costela que o Senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao
    homem. Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da
    minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto
    deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só
    carne.” Gênesis 2: 22-24.
    Foi com base nesta narrativa é que o apóstolo Paulo iniciou a sua argumentação
    sobre a questão do uso do véu por parte das mulheres. Em seguida ele escreveu:
    Por: Marcelo Henrique Matos
    “Porque o homem não proveio da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o
    homem criado por causa da mulher, mas sim, a mulher por causa do homem.
    Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de poderio, por causa dos
    anjos. Todavia, no Senhor, nem a mulher é independente do homem, nem o
    homem é independente da mulher; pois, assim como a mulher veio do homem,
    assim também o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus.” I Coríntios
    11:8-12.
    Esta é uma prova de que a mulher não está sendo rebaixada, por usar o véu, uma
    vez que o apostolo diz que “a mulher é a glória do homem.” I Coríntios 11:7.
    Ao cobrir-se com o véu nas reuniões de oração e adoração a Deus, a mulher
    assume uma postura de igualdade com o varão, para poder orar ou profetizar.
    “I coríntios 11:4 e 5.”
    O CABELO:
    Talvez esteja aqui uma das partes mais importante deste escrito, onde vamos
    entender o que Paulo queria dizer sobre a sua carta.
    Muitos estudiosos relutam em aceitar as recomendações do apostolo Paulo,
    sobre o uso do véu nas igrejas, por parte das mulheres em Reuniões e encontros
    para adoração a Deus.
    Em seus argumentos, é usado o verso de “I coríntios 11:15”
    “Mas se a mulher tiver o cabelo comprido, é para ela uma glória? Pois o cabelo
    lhe foi dada em lugar de véu.”
    Os que usam esse argumento cometem um sério equívoco, colocando o apóstolo
    Paulo em contradição consigo mesmo, levando em conta a passagem escrita por
    ele mesmo anteriormente.
    Veja:
    I Coríntios 11:6 e 10
    Por: Marcelo Henrique Matos
    “Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também; se, porém, para
    a mulher é vergonhoso ser tosquiada ou rapada, cubra-se com véu. …Portanto, a
    mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de autoridade, por causa dos anjos.”
    veja que não faria sentido algum o apóstolo Paulo dizer em quase toda sua
    explanação que as mulheres cristãs devem usar o véu e no final dispensá-las de
    seu uso. É totalmente incoerente afirmar que o cabelo comprido do verso 15
    substitui o véu do verso 6.
    Para isso precisamos fazer uma análise no texto original grego.
    1 Coríntios 11:06
    O vernáculo grego usado sobre a palavra “véu” nesse verso é “κατακαλύπτω ||
    KATAKALÝPTÕ” e tem o significado de cobrir-se com um véu, um tecido que
    servia para cobrir apenas a cabeça, usado em algumas ocasiões, como reuniões
    de oração e adoração a Deus.
    Texto original grego:
    “γάρ, εἰ γυνή οὐ κατακαλύπτω καί, κείρω δέ, εἰ γυνή αἰσχρόν κείρω ἤ ξυράω
    κατακαλύπτω”.
    1 Coríntios 11:15
    O vernáculo grego usado sobre a palavra “véu” nesse verso é “περιβόλαιον ||
    PERIBÓLAION” e tem o significado de mantilha, uma vestimenta feminina mais
    pesada, usada em lugares públicos, que cobria não só a cabeça, mas também os
    ombros e o dorso.
    Texto original grego:
    “δέ, ἐάν γυνή, ἐστί αὐτός δόξα? ὅτι κόμη αὐτός δίδωμι ἀντί περιβόλαιον.”
    Conforme I Coríntios 11:15, o apóstolo Paulo menciona a substituição da
    “mantilha”, que era parte do vestuário feminino judaico usado em locais públicos.
    Por: Marcelo Henrique Matos
    É importante destacar que o evangelho não se limita apenas aos judeus. Portanto,
    quando Paulo afirma no versículo 15 que “o cabelo lhe foi dado em lugar de
    mantilha”, ele está transmitindo orientações para todas as congregações que são
    constituídas de judeus e gentios. Isso significa que a “mantilha” não é mais
    necessária, evitando divisões entre as mulheres judias e as cristãs de outras
    localidades que não tinham o “costume de usar a mantilha”. Deus determinou o
    cabelo como substituto da “mantilha”. É crucial compreender que Paulo se refere
    à “mantilha” no verso 15, não ao véu no verso 6, ao contrário do que algumas
    instituições ensinam erroneamente.
    É importante enfatizar a importância de buscar o significado original das palavras
    no texto grego original para compreender o contexto. É notável que nas
    traduções da Bíblia do grego para o português, as palavras “κατακαλύπτω ||
    KATAKALÝPTÕ” e “περιβόλαιον || PERIBÓLAION” são frequentemente traduzidas
    como “VÉU”, É importante reconhecer que a palavra “véu” usada nas traduções
    da Bíblia em português pode levar a uma interpretação equivocada e criar a falsa
    impressão de contradição no texto original grego. Pois, a palavra véu significa no
    dicionário português “tecido usado para cobrir”, podendo ser usado como termo
    véu ou mantilha. Portanto, é aconselhável buscar um entendimento mais preciso
    do contexto grego linguístico da época em que o texto foi escrito para evitar
    equívocos na interpretação.
    Depois de elucidar bem o assunto, Paulo fez a seguinte pergunta: “Julgai entre
    vós mesmos: é conveniente que uma mulher com a cabeça descoberta ore a
    Deus?” I Coríntios 11:13. Tomando-se como base os argumentos por ele
    apresentados anteriormente, a resposta logicamente é: NÃO.
    É crucial compreender que as orientações do apóstolo Paulo em sua carta aos
    Coríntios sobre o uso do véu não são limitadas a um contexto cultural específico,
    mas se baseiam em princípios espirituais e na ordem divina que transcende
    qualquer cultura ou época.
    Ao examinar os versículos de I Coríntios 11:6-10, Paulo faz referência ao véu como
    um símbolo de autoridade e respeito nas reuniões de oração e adoração. Esses
    princípios vão além das práticas culturais da época e estão fundamentados em
    uma hierarquia divinamente estabelecida, como indicado em I Coríntios 11:3,
    Por: Marcelo Henrique Matos
    onde Cristo é a cabeça do homem, o homem é a cabeça da mulher, e Deus é a
    cabeça de Cristo.
    Quando Paulo menciona que o cabelo da mulher lhe foi dado em lugar de
    mantilha em I Coríntios 11:15, ele não está contradizendo suas instruções
    anteriores. Em vez disso, ele enfatiza que as mulheres que têm cabelos compridos
    têm uma cobertura natural honrosa e que essa cobertura substitui a necessidade
    de usar a “mantilha”, que era uma peça específica da vestimenta feminina judaica.
    O uso da palavra grega “περιβόλαιον || PERIBÓLAION” destaca que o apóstolo
    não está se referindo a mesma palavra do versículo 6 que é a palavra
    “κατακαλύπτω || KATAKALÝPTÕ” que tem o significado de cobrir-se com um véu,
    um tecido que servia para cobrir apenas a cabeça, usado em algumas ocasiões,
    como reuniões de oração e adoração a Deus.
    CONCLUSÃO:
    Ao analisar o texto original em grego, percebemos que o termo “véu” usado no
    verso 6 do capítulo 11 da Primeira Epístola aos Coríntios é diferente do “véu”
    mencionado no verso 15 do mesmo capítulo. Isso nos leva a concluir que o uso
    do véu ao orar ou profetizar é um mandamento da palavra de Deus. Além disso,
    é importante ressaltar que ter cabelos longos é considerado honroso e pode ser
    dado como substituto ao uso de uma mantilha.
    Que a paz do nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nós, guiando nossos
    corações e iluminando nosso entendimento. Que possamos continuar buscando
    a compreensão das Escrituras e aprofundando nossa fé em Cristo. Que Deus
    abençoe a todos abundantemente. Amém!

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