O que define o conceito de cristão é a forma, ou seja, o modelo de doutrina estabelecido por Cristo. O apóstolo Paulo, um dos principais seguidores de Cristo, preocupava-se com a conservação do modelo das sãs palavras (ideias) proferidas por Cristo “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus” ( 2Tm 1:13 ). Concordo com Russell quando ele disse: “Não considero cristã qualquer pessoa que tente viver decentemente de acordo com a sua razão” *, pois cristão, em ‘stricto sensus’, é aquele que obedece de coração à forma de doutrina do evangelho de Cristo.
Porque sou cristão
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“Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues” ( Rm 6:17 )
Sou cristão porque obedeci de coração à forma de doutrina proveniente do evangelho de Cristo. Graças a Deus!
Esta é a minha resposta ao palestrante Bertrand Russell, ateu, que em 6 de março de 1927, na prefeitura de Battersea, da Secção do Sul de Londres da National Secular Society, expôs as suas razões no ensaio “Why I Am Not a Christian*” (Porque Não Sou Cristão).
Concordo com Russell quando ele disse: “Não considero cristã qualquer pessoa que tente viver decentemente de acordo com a sua razão” *, pois cristão em ‘stricto sensus’ é aquele que obedece de coração à forma de doutrina do evangelho de Cristo.
Isto posto, é correto afirmar que existem inúmeras pessoas que se intitulam cristãs, mas que não são. Há inúmeras religiões e religiosos que professam serem seguidores de Cristo, mas que não são cristãos. Isto porque não aceitaram e nem entendem a ‘forma’ de doutrina que decorre do evangelho.
O que define o conceito de cristão é a forma, ou seja, o modelo de doutrina estabelecido por Cristo. O apóstolo Paulo, um dos principais seguidores de Cristo, preocupava-se com a conservação do modelo das sãs palavras (ideias) proferidas por Cristo “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus” ( 2Tm 1:13 ).
Não basta alguém reconhecer que Cristo foi o melhor e mais sábio dos homens, ou um espírito iluminado, ou um dos profetas enviados, ou que Jesus era um dos anjos mais sublimes, etc.
Para ser cristão não basta seguir dogmas ou acreditar na existência de Deus, imortalidade, inferno, vida após a morte, etc.
O verdadeiro cristão é aquele que crê em Cristo conforme diz a Escritura “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” ( Jo 7:38 ). A Escritura que Jesus fez referência é definida como sendo o conjunto de livros do Antigo Testamento, onde temos o Pentateuco, os Livros Proféticos e os Livros Poéticos.
No que difere a doutrina do evangelho de Cristo de outras concepções religiosas existentes no mundo?
- Difere quanto ao Julgamento da Humanidade;
- Difere quanto à Justiça de Deus;
- Difere quanto as considerações sobre a moral;
- Difere quanto aos Caminhos;
- Difere da concepção de Justiça dos homens;
- Difere quanto as considerações sobre Deus;
- Difere quanto as considerações sobre a Religião;
- O Melhor e mais Sábios dos Homens;
Difere quanto ao Julgamento da Humanidade
Enquanto as religiões** acreditam que o julgamento da humanidade ocorrerá no futuro, quando os seus deuses trarão a juízo cada homem individualmente, Jesus demonstrou através de seus ensinamentos que a humanidade já foi julgada e está sob condenação.
O julgamento da humanidade se deu no passado e todos os homens já estão condenados em Adão.
Os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos demonstram que todos os homens foram e estão condenados. Da mesma forma, o Antigo Testamento demonstra que houve um julgamento, e que todos os homens estão condenados.
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus (…) E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” ( Jo 3:19 ).
O julgamento da humanidade foi simples: Deus justo e verdadeiro colocou o homem puro em um lugar perfeito. Concedeu ao homem plena liberdade com uma única ressalva. A ressalva era quanto à preservação da natureza do próprio homem. O homem precisava zelar da sua própria natureza que Deus lhe havia concedido obedecendo ao seu Criador.
Isto porque, tudo que há na natureza de Deus (domínio, soberania, justiça, santidade, liberdade) foi dado por semelhança ao homem: livre arbítrio, domínio sobre a terra, soberania sobre a sua própria vontade, garantias quanto ao exercício do seu domínio e soberania, capacidade de procriar, etc.
Porém, da mesma forma que é da natureza de Deus o não realizar certas coisas, ao homem também foi vetado uma coisa.
Da mesma forma que Deus sendo todo-poderoso, justo, verdadeiro, mas não pode mentir, por semelhança, o homem podia comer de todas as árvores do jardim (liberdade), mas não podia comer de uma delas, sob pena de atentar contra a sua própria natureza.
O homem desobedeceu, deixando de confiar na orientação do se Criador, e perdeu a sua essência (natureza). Conforme o estipulado na liberdade da lei, o homem foi julgado, sentenciado, condenado e apenado com a morte “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” ( Gn 2:17 ) .
Ou seja, o homem foi julgado e condenado à morte por não seguir a orientação de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (certamente morrerás). Foi concedido ao homem livre-arbítrio de escolher comer de todas as árvores quando Deus introduziu a ressalva de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Foi permitido comer de todas as árvores, e garantido o acesso a todas elas. Neste ponto foi concedido ao homem o livre-arbítrio, ou a liberdade em escolher comer ou não, sem qualquer pressão externa. Havia liberdade, visto que foi concedida a informação necessária ara orientar a decisão do homem: bastava confiar no seu Criador.
Para o homem exercer a sua liberdade foi garantido o livre acesso a todas as árvores, e após comer, a sua vontade não foi invalidada, visto que o tempo mantém a vontade do homem soberana neste mundo.
Paulo retrata muito bem o julgamento da humanidade, e na sua exposição perceba as diferenças da doutrina cristã com as doutrinas das religiões do mundo “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” ( Rm 5:18 ).
Efetivamente a Bíblia demonstra que a humanidade está julgada e condenada, porém, as religiões apostam em um julgamento final.
Este é um dos primeiros aspectos sobre porque sou cristão, visto que, a doutrina cristã difere nitidamente de todas as outras religiões neste e em todos os outros quesitos.
Difere quanto à Justiça de Deus
Os religiosos e a humanidade acreditam que a justiça de Deus ‘tarda mas não falha’, porém, o evangelho de Cristo demonstra que desde o primeiro homem Deus estabeleceu a sua justiça.
Ao observarem as maldades e a crueldade dos homens questionam: onde está Deus que não vê estas injustiças?
Porém, desconhecem que todos os homens estão debaixo de condenação, que o juízo de Deus não foi estabelecido com base nas ações dos homens, e que Deus não interfere nas ações daqueles aquém foi dado o domínio.
À época de Jesus, Pilatos havia misturado o sangue de alguns galileus em seus próprios sacrifícios. As pessoas acreditavam que alguns dos galileus haviam padecido daquela forma porque eram mais pecadores que todos os outros homens.
Jesus demonstrou que não era assim. Que todos os homens, caso não se arrependam (mudem os seus conceitos), de igual modo haveriam de perecer.
Houve uma catástrofe, e uma torre da cidade de Siloé caiu, matando dezoito pessoas. As pessoas acreditavam que os homens que morreram eram mais culpados diante de Deus do que todos os habitantes de Jerusalém. Jesus novamente demonstrou que, caso todos os homens não mudem os seus conceitos, de igual modo perecerão.
As religiões procuram mudar a conduta de seus seguidores como forma de alcançarem o favor de Deus, mas não importa o que façam, de igual modo estão debaixo de condenação.
As recentes catástrofes naturais que atingiram a Indonésia são atribuídas aos pecados de um povo mergulhado no paganismo. Da mesma forma, atribuem as catástrofes que atingiram os E.U.A. a opressão da política econômica daquele país sobre os demais países menos favorecidos economicamente. Acreditam que Deus faz justiça através das catástrofes, ou dos eventos da natureza.
Porém, Jesus demonstra que todos os homens estão condenados diante de Deus, e caso não se arrependam de igual modo perecerão. Estarão perdidos para sempre.
Deus não leva em conta a culpa, o dolo ou a conduta dos homens, visto que, todos os homens nasceram sob condenação.
A questão levantada por Russell sobre o argumento da prova teológica da existência de Deus, onde ele destaca: “Vós todos conheceis tal argumento: tudo no mundo é feito justamente de modo a que possamos nele viver, e se ele fosse, algum dia, um pouco diferente, não conseguiríamos viver nele” *. Estranho, pois não encontro na Bíblia tal argumento.
Paulo argumentou que: “Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração” ( At 17:27 -28).
Paulo não estava demonstrando a existência de Deus, antes, ele afirmou que Deus não está longe dos homens, pois todos vivem nele, movem-se nele e existem em Deus.
Achar que a Ku-Klux-Klan, o Nazismo, ou o Fascismo depõe contra a justiça de Deus, ou que, as maldades de sistemas políticos, partidários e de organizações são provas de que Deus não existe é fruto de uma falsa argumentação.
A Bíblia demonstra que, como os homens não se importaram em conhecer a Deus, eles foram entregues a um sentimento pervertido ( Rm 1:28 ). Porém, não são as ações reprováveis dos homens que os mantém sob condenação.
Diante de Deus, tanto Hitler quanto os maiores lideres religiosos da humanidade estão em igual condição: caso não se arrependam (mudem os seus conceitos acerca da salvação em Deus), de igual modo perecerão ( Lc 13:1 -5).
Eles perecem (estão condenados) por serem nascidos de Adão! Eles foram julgados em Adão e estão debaixo de condenação, não importando o que faça.
Sobre esta verdade Jesus demonstrou que, através do nascimento natural proveniente do pai Adão todos os homens ao nascerem entram pela porta larga, que dá acesso ao caminho largo que conduz a perdição.
Para ser salvo é necessário ao homem arrepender-se, ou seja, abandonando os seus conceitos de como agradar a Deus, crer em Cristo para nascer de novo de Cristo, o último Adão, para alcançar o direto a vida eterna ( Mt 7:13 -14).
Difere quanto às considerações sobre a moral
Diferente de todas as religiões, o evangelho de Cristo demonstra que não é através da moral e do comportamento que o homem é considerado justo ou injusto diante de Deus.
As religiões do mundo procuram ditar regras para que os seus seguidores vivam uma vida virtuosa. As virtudes humanas são louvadas em todas as religiões. Fazer boas ações confere salvação àqueles que se aplicam em realizá-las em outras religiões.
Como ser justo diante de Deus? O evangelho demonstra que somente Deus pode justificar o homem condenado à perdição.
Enquanto as religiões apresentam a salvação e a perdição como resultante de uma escolha do homem, o evangelho demonstra que, por estarem perdidos, resta ao homem decidir-se (necessidade) por Cristo para ser salvo.
O evangelho demonstra que tanto o homem de moral elevada, quanto o homem de moral reprovável é o mesmo diante de Deus. Ambos, por serem nascidos de Adão, estão condenados e trilham um caminho de perdição.
Jesus demonstrou a Nicodemos, um dos religiosos de conduta impecável, que, apesar dele ser mestres, juiz e fariseu, era preciso nascer de novo.
A mulher samaritana que tinha um dos comportamentos mais reprováveis à época (ela teve 5 maridos e o que agora ela tinha não era dela), de igual modo precisava nascer de novo.
Ou seja, para Jesus, Nicodemos e a samaritana eram reprováveis diante de Deus. Ambos necessitavam nascer de novo para alcançar salvação sem qualquer referência à conduta e a moral de ambos.
Para as religiões basta uma melhora na condição moral do homem que ele estará próximo de Deus. Para algumas delas, o homem precisa aperfeiçoar o seu comportamento para alcançar a perfeição e a salvação.
Para alguns homens nem é necessário a religião para se portarem segundo a moral e os bons costumes.
Para o evangelho, não é a melhora ou a piora moral que torna o homem melhor ou pior diante de Deus.
Da mesma forma que o homem tornou-se culpável e condenável por ser nascido de Adão, para ser justo e inculpável diante de Deus é preciso nascer de novo, de Cristo, o último Adão.
Para as religiões basta ao homem arrepender-se de erros passados e não mais cometê-los no futuro que será salvo. Acerca desse tipo de arrependimento o apóstolo Paulo alerta, pois são arrependimento de obras mortas.
Jesus, ao chamar ao arrependimento, diz de uma mudança de concepção, ou seja, que os homens abandonassem os velhos conceitos de como agradarem a Deus e aceitassem a verdade do evangelho.
Difere quanto aos Caminhos
O evangelho de Cristo demonstra que há somente dois caminhos: o caminho de perdição e o de salvação.
As religiões apontam que existem vários caminhos ou formas de o homem achegar-se a Deus. A humanidade percorre caminhos diversos na sua busca pelo divino.
Alguns entendem que a moral é o melhor caminho; outros tentam o sacrifício; outros buscam o ostracismo ou o isolamento. Há quem busca a Deus pelos seus sentidos através das meditações, orações, etc.
A Bíblia demonstra que há caminhos que ao homem parece perfeito, ou seja, que é possível chegar a Deus por meio deles. Mas, ao final, é um caminho de perdição, pois continuam sob a condenação de Adão.
Enquanto o homem segue vários caminhos segundo o seu coração, não consideram que de nada adianta, visto que os seus corações foram concebidos segundo o mal proveniente da natureza decaída de Adão.
Cristo demonstrou que há um único caminho pelo qual os homens são salvos: a fé na mensagem do evangelho.
Jesus também demonstrou que há um único caminho que conduz a perdição, e que muitos são os que entram por ele. Embora os homens procurem seguir vários caminhos segundo a sua concepção, ao final, seguem o caminho de perdição.
É comum ouvirmos que todas as religiões conduzem a Deus. Jesus não era adepto desta concepção. Ele mesmo demonstrou que há dois caminhos: um para a condenação, e outro para a vida eterna.
Não é o sofrimento que aproxima o homem de Deus, visto que, bons e maus sofrem e tem alegrias.
Não é reparando as injustiças sociais, ou fazendo coisas consideradas justas pela concepção humana que fará o homem salvo diante de Deus.
Difere da concepção de Justiça dos homens
As religiões consideram que a justiça de Deus é idêntica a concepção humana de justiça.
Para os homens o justo decorre da moral, do bom comportamento, do bom caráter, da lei, das regras, etc. As injustiças decorrem da opressão, da maldade, do desregramento, da falsidade, etc.
As religiões pautam a sua concepção do que é justo diante de Deus através do bem e do mal.
Porém, a justiça de Deus não decorre da concepção do bem e do mal, visto que, este entendimento acerca do bem e do mal é proveniente da árvore do conhecimento pela qual o homem provou a morte.
O evangelho demonstra que a justiça de Deus é proveniente da sua natureza. Deus é justo, e tudo que é nascido dele é justo. A natureza do homem proveniente de Adão é segundo a impiedade, não por causa de suas ações, antes por causa da natureza de quem o homem foi gerado.
A justiça de Deus decorre da natureza, diferente da concepção de justiça dos homens, que é proveniente da concepção acerca do bem e do mal.
Deus estabelece a sua justiça através da nova natureza concedida aos homens que creem em Cristo. Todos quantos de Deus são gerados são justos perante Ele. Todos quantos são gerados da carne (Adão), da vontade do varão, e da vontade do homem, são ímpios e vivem impiamente.
Difere quanto às considerações sobre Deus
É bem verdade que Bertrand Russell não era cristão. Primeiro porque ser cristão não é viver decentemente de acordo com suas razões. Segundo, ser cristão não decorre de questões dogmáticas ou de uma mera crença na existência de Deus.
Ser cristão não é ter alguma espécie de crença acerca de Cristo, antes é preciso crer especificamente na forma de doutrina que foi entregue por Cristo.
Quando digo forma, não é a concepção formalista, antes especificamente de toda doutrina do evangelho.
Não é porque alguém é religioso que é cristão, antes somente os que creem na mensagem de Cristo, conforme diz as Escrituras, são verdadeiramente seguidores de Cristo.
Russell declarou que: “A ideia de que as coisas devem ter um começo é devida, realmente, à pobreza de imaginação”, quando falou contra o argumento da causa primária. Concordo plenamente com Russell, pois a pergunta: – “De onde veio Deus?” também é descabida, isto devido a pobreza de análise de alguns.
A lei de causa e efeito não se aplica a Deus, pois ela foi estabelecida por Deus. É certo que a ideia de que tudo precisa ter um começo também é ‘pobreza’ de imaginação.
Diferente de outras religiões, o mundo que a Bíblia descreve não se apoiam em criaturas como elefantes, tartarugas, etc.
Para ser Cristão é preciso acreditar na Escritura que diz: “Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obras de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles como roupa envelhecerão” ( Sl 45:6 -7; Hb 1:10 -11).
Um cristão crê que Jesus Cristo criou todas as coisas, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente! Hb 13: 8. Já quem não é cristão, como é o caso de Russell, basta acreditar que Cristo foi somente um homem com ‘um grau muito elevado de bondade moral’ ou coisa semelhante.
Para Russell as leis naturais são simplesmente ‘médias estatísticas’: “São médias estatísticas como as que surgiram das leis do acaso” , e que elas não podem revelar Deus.
Sabemos e experimentamos no dia-a-dia que as leis naturais não são médias estatísticas, isto porque leis como a gravitacional são absolutas. Comprovadamente não há um único caso em que a lei da gravidade falhou, portanto, é descabido o argumento de que as leis naturais regem-se por ‘médias estatísticas’.
Há alguma lei proveniente do acaso? A mesma lei que regula a gravidade também não regula o ‘aparente’ acaso dos resultados dos dados quando lançada a sorte?
Da mesma forma que o homem sabe que, se lançar os dados o resultado sempre será aleatório, ele sempre lançará a semente no solo certo de que ela irá nascer. Por acaso há algum ‘acaso’ nas leis que regulam o que é aleatório?
Todos os que semeiam creem que irão colher, pois está é a lei na natureza! Quem lança a semente acreditando que não irá colher? Quem fará um sorteio certo de que todos irão ser sorteados? Observe que tanto os resultados dos dados quanto a lei gravitacional partem de um mesmo pressuposto: a certeza do ‘sempre’!
Estas leis são absolutas por natureza, uma vez que o homem não pode influenciá-las ou alterá-las. Como alterar a lei gravitacional? Como alterar o que é aleatório sem viciar os dados?
Para quem se propõe negar a existência de Deus, como foi o caso de Russell, e não compreende que as leis são absolutas por natureza, só resta à pergunta descabida: “Por que Deus lançou justamente essas leis naturais e não outras?”.
Será porque Deus é Deus que estabeleceu justamente as eis que conhecemos? Que parâmetro Russell utilizou para levantar tal questão? A Bíblia diz que Deus fez tudo segundo o conselho de sua própria vontade ( Ef 1:11 ).
Não é porque os argumentos dos homens mudam que as leis naturais sofrerão mutações. Não é porque os argumentos dos religiosos mudam que Deus sofrerá mudança. Tanto Deus quanto as leis naturais permanecem imutáveis independentemente das concepções dos homens.
Os argumentos humanos são falhos da mesma forma que os argumentos de Russell são falhos. Porém, a ‘fabilidade’ das argumentações humanas não depõe contra e nem a favor da existência de Deus.
Se Immanuel Kant e Bertrand Russell conhecessem a origem do bem e do mal conforme ensina a Bíblia, jamais teorizariam a respeito na tentativa de contrariar a existência de Deus ou não.
Quem disse que ações boas e más fazem o homem diferente diante de Deus? Se assim fosse, Nicodemos seria aceito por Deus e a mulher samaritana rechaçada.
Responda: Quando os pecadores vinham a presença de Cristo eram condenados por suas práticas? O que Jesus disse a Maria Madalena? O que Ele disse a Zaqueu?
Os pecadores tinham medo de Cristo? Talvez o medo seja a base de alguma religião, porém, todos os pecadores que encontram com Cristo não foram amedrontados. A mensagem do evangelho alerta aos pecadores que precisão de salvação, livrando-os do medo da morte.
Por que as religiões que alegam serem cristãs se fixam tanto nas questões morais e comportamentais se Cristo as deixou em segundo plano? Como contestar os ensinamentos de Cristo se eles não se apoiam em questões comportamentais e morais?
Quem disse a Russell que o mundo é governado por Deus? A Bíblia é clara: Deus deu aos homens o domínio sobre a terra. Como os dons de Deus são irrevogáveis, não lemos que Ele tenha tomado o domínio da terra das mãos dos homens “Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra, e sujeitai-a; Dominai sobre os peixes do mar, sobre todas as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra” ( Gn 1:28 ).
Quem disse que Deus há de reparar as injustiças humanas? Perceba que as informações de Russell foram colhidas de fontes pouco confiáveis, pois as religiões que se dizem cristãs, na verdade não são.
A Bíblia demonstra que a humanidade foi julgada em Adão, e que todos nascem condenados à perdição. Para estar condenado não depende do que o homem faça. Basta nascer conforme disse o salmista Davi: “Certamente em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” ( Sl 51:5 ).
O que Davi fez antes de nascer para ser concebido em pecado? Este é um dos grandes diferenciais entre a doutrina do cristianismo autêntico e os pensamentos de outras religiões.
A Bíblia demonstra também que, além da condenação em Adão, todos os homens serão conduzidos a um tribunal antes de seguirem para a eternidade. Todos os homens serão julgados por causa de suas ações.
Os salvos terão um tribunal próprio e serão julgados pelas suas condutas após decidirem-se por Cristo. Serão retribuídos segundo as suas ações, conforme o bem e o mal que fizerem.
Os perdidos terão um tribunal chamado ‘O Grande Trono Branco’, e serão julgados pelas suas condutas no decurso da sua vida. Serão retribuídos segundo as suas ações, pois no quesito comportamento Deus não faz acepção de pessoas.
Difere quanto às considerações sobre a Religião
É bem verdade que as Religiões é uma das práticas da humanidade ao longo dos tempos. Além de procurar definir qual o propósito para a existência dos homens através da religião, os que aderem a certas práticas religiosas acabam influenciando o seu estilo de vida em sociedade.
As religiões adotam um conjunto de crenças, preces, sacrifícios, comportamentos, etc, na busca pelo sagrado ou divino.
Por outro lado, a Bíblia demonstra que a verdadeira religião resume-se em uma resignação em cuidados para com o próximo, e isto, quando já livre da condenação pertinente ao mundo: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” ( Tg 1:27 ).
Primeiro é preciso estar livre da condenação do mundo, que é proveniente de Adão, e, então, o homem poderá aplicar-se à caridade. Sobre esta mesma questão disse João: “E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento” ( 1Jo 3:23 ).
Visitar os órfãos e as viúvas equivale a ‘amar uns aos outros’, e o guardar-se da corrupção do mundo equivale a ‘crer no nome de seu Filho Jesus Cristo’.
É correto dizer que os homens consideram que a religião é um freio moral à sociedade, e na verdade o é. Porém, o evangelho de Cristo não foi estabelecido visando a moralidade.
O evangelho de Cristo não se baseia em emoções humanas!
O evangelho de Cristo demonstra que todos os homens são maus diante de Deus. O melhor dos homens diante de Deus é como um espinho, e o pior, uma sebe de espinhos “O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão” ( Mq 7:4 ).
Para a doutrina cristã, todos os que ainda não creram em Cristo, ou todos os homens nascidos de Adão são maus perante Deus. Não é o apego a regras consideradas de ordem cristã que fará o homem bom diante de Deus.
Quando se olha para as organizações que se dizem cristã, é fácil ver a crueldade praticada por elas. Porém, tais organizações não refletem a verdade do evangelho de Cristo.
As maldades de homens que se dizem cristãos nada tem a ver com o evangelho de Cristo, uma vez que, os maus para Deus são os homens em pecado, e os bons, aqueles que creem em Cristo como salvador.
As regras que muitas igrejas impõem aos seus membros, muitas não decorre do ensino de Cristo. Isto, porque a doutrina de Cristo não se apóia sobre a moralidade humana, que varia de época para época, de povo para povo, etc.
Pensar que a doutrina cristã tem as suas bases no medo é fruto do desconhecimento do evangelho.
Com relação aos esforços do homem, para viver melhor neste mundo é preciso que se esforce. O homem depende quase que exclusivamente dos seus esforços para viver neste mundo, aliado com a “sorte” que é deitada ao regaço de todos os homens igualmente.
Deus justamente manda chuva sobre justos e injustos, e a ninguém oprime.
O evangelho trata única e exclusivamente da salvação do homem, revelando o futuro e a liberdade da nova vida em Cristo. A sorte do homem neste mundo nada tem a ver com a vida no mundo vindouro.
O que Russell propõe a final do seu discurso soa mais que um sistema religioso que se apega a elementos como bondade, coragem, sabedoria, etc. Porém, aponta o homem como elemento de devoção, enquanto as religiões apontam a ideia do divino e da moral.
O que propõe o evangelho de Cristo ?
Cristo propõe aos homens que abandonem as suas concepções acerca de como salvarem-se da condenação. Para isso, somente é necessário crer em Cristo conforme a Escritura.
Com relação ao comportamento, o que se pede é que os que seguem a Cristo vivam uma vida pia e honesta, não dando escândalo a gregos ou a judeus.
Jesus não instruiu os seus discípulos a viver uma vida de abstinência, de reclusão, ou celibato para alcançar a vida eterna.
A vida de quem crê na mensagem do evangelho deve ser pautada pela moderação. Não que a vida eterna dependa da moderação, antes, através da moderação, o cristão não trará escândalo a doutrina de Cristo.
O Melhor e mais Sábios dos Homens
O Dr. Russell não concorda que Cristo tenha sido o melhor e mais sábios dos homens, e para isso cita algumas passagens bíblicas.
Quando Cristo disse: “Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses” ( Lc 6:29 ), ele não estava impondo aos seus seguidores este comportamento.
Observe que Jesus estava argumentando com os filhos dos homens que ornavam os túmulos dos profetas ( Lc 6:26 ). Estes religiosos acreditavam que seriam salvos por seguirem as regras decorrentes da lei, e Jesus demonstra que as suas ações não eram melhores do que as dos pecadores por serem moralistas “E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam” ( Lc 6:32 ).
Se os pecadores praticavam as mesmas ações dos que se diziam religiosos, eles também, segundo a regra que os religiosos judeus seguiam, seriam salvos. Desta forma, Jesus demonstra que seria necessário aos judaizantes seguirem preceitos mais rígidos, como o dar a face a quem acintosamente os agredisse.
A fala de Cristo apresenta um gral de raciocínio que as vezes escapa aos mais sábios dos homens. Tal vez este seja o caso de Russell. Ele precisava compreender que, diante da mensagem de Cristo, tanto os judeus, ferrenhos religiosos, quanto os homens que eram designados pecadores, estavam perdidos por tentarem alcançar a salvação por intermédio de sua boas ações.
A mensagem de Cristo nem de longe é semelhante a de Lao-Tse ou de Buda. Dar a outra face a quem faz uma injuria real não torna ninguém cristão, antes, somente pela fé é possível ser cristão.
De igual modo, Russell não entendeu a reprimenda de Jesus aos conceitos errôneos dos judeus, quando disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados”, ou “Dá a quem te pede, e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes”.
Estas as ações eram as mesma que os judeus praticavam, e que pensavam de todos os homens, que eram tidos pelos judeus pecadores. Ao apresentar estas questões, Jesus estava demonstrando que não havia diferença nenhuma entre os judeus e os gentios: todos estavam longe de Deus.
Ao incorporar algumas citações bíblicas ao seu discurso, comparando-as com o comportamento de países e políticos que se dizem cristão, e que na realidade não são (isto, dentro da colocação inicial de Russell de que cristão não é qualquer pessoa), Russell não espera que alguém acredite que os políticos, países e tribunais são, na verdade, seguidores de Cristo conforme apregoa o evangelho:
“Eis ai uma máxima excelente, mas, como digo, não é muito praticada. Todas estas, penso, são boas máximas, embora seja um pouco difícil viver-se de acordo com elas” Russell.
Quando Jesus disse para o Jovem rico que vendesse o que possuía, e que doasse aos pobres, ele estava dando uma resposta a altura da necessidade do jovem. Ele queria fazer algo para ter direito a vida eterna.
O que concederia o direito à vida ao jovem Rico, seria seguir a Cristo, porém, como ele estava focado em seus bens, a riqueza era um empecilho. Porém, é certo que doar os bens não concede salvação, e nem é esta a ideia que o evangelho apresenta.
O Dr. Russell, apesar de confessar que toma ‘a narrativa bíblica tal como ela se nos apresenta’, ou seja, que ele não analisou e nem procurou interpretá-la, procura de pronto desqualificar a pessoa de Cristo.
Por que Jesus disse:
“Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem” ( Mt 10:23 )?
Para alguém que lança dúvidas a integridade dos argumentos de outra pessoa, o mínimo que se espera é um esforço de entendê-la em seu contexto.
Se ele tivesse observado que os discípulos não haveriam de ir aos gentios ( Mt 10:5 ), e que o versículo 23 diz do tratamento que teriam em meio aos gentios (v. 18), veria que o texto é de cunho profético, e que tal evento se daria especificamente naquele momento.
Não é porque se conhece pessoas que se dizem cristãs, que elas são verdadeiramente cristãs. Há pessoas que se dizem cristãs, e que nem mesmo compreendem a mensagem do evangelho.
Uma das das doutrinas do evangelho é o inferno de fogo e enxofre. Para alguns, tal ideia é descabida e cruenta.
Porém, a mensagem de Cristo também difere das religiões, visto que, quem irá para o fogo eterno não será os homens de moral reprovável. Antes, ele demonstra que, todos os nascidos de mulher, que não creem na mensagem do evangelho, haverão de seguir o caminho que dará no inferno. Tanto os amorais, quanto os moralistas.
Pensou Russell que Cristo foi indelicado quando disse: “Raça de víboras!”, porém, ele desconhece que tal fala é uma citação de certo trecho dos profetas, e que os seus ouvintes bem entenderam a argumentação de Cristo ( Is 59:5 ).
As pessoas que pensavam que seriam salvas por causa de suas boas ações, estavam na verdade de posse de trapos de imundície. Estavam a chocar ovos de basilisco, que traia morte a quem comesse do ovo.
As queixas dos homens é produto dos seus pecados, e não do alerta acerca do destino daqueles que estão afastados de Deus.
O que se percebe nas argumentações de Russell, é que ele leu algumas declarações acerca de Cristo e que procurou entende-las com base na concepção humana de justiça.
*Clique no link para ver o ensaio original de Russell.
** Religião – Não há uma definição precisa sobre a palavra ‘religião’, porém, como prática é uma ‘atividade’ inerente a todas as culturas ao longo dos tempos. Através da ‘religião’ as pessoas procuram honrar ou influenciar os seus deuses com preces, sacrifícios ou comportamento.