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Jesus se apresentou como pão, luz, porta, pastor, à multidão e aos escribas e fariseus, já com relação à apresentação: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’, Jesus se declara a uma discípula, Marta, em um dos momentos mais difíceis: a morte de seu irmão Lázaro.


Quem é Jesus?

O testemunho do Pai

Na lei de Moisés, uma pessoa seria apenada com a morte, através do testemunho de duas ou três pessoas, o que torna possível aquilatar o valor de um testemunho.

“Por boca de duas testemunhas ou, de três testemunhas, será morto o que houver de morrer; por boca de uma só testemunha não morrerá.” (Deuteronômio 17:6).

“E na vossa lei está, também, escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo e de mim testifica, também, o Pai que me enviou.” (João 8:17-18).

O evangelista João declara: ‘se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior’, isso porque Deus é verdadeiro, fiel, imutável e todo poderoso.

“Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior; porque o testemunho de Deus é este, que de seu Filho testificou.” (1 João 5:9).

Certa feita, Jesus esclareceu aos judeus que as Escrituras, que eles cuidavam ter nelas a vida eterna, na verdade, testificavam de Cristo.

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;” (João 5:39).

Como o testemunho de duas pessoas deve ser considerado verdadeiro, Jesus testificou de si mesmo e fez menção do testemunho do Pai, porque sabia que contestariam o testemunho, que deu acerca de si mesmo (João 8:13).

“Eu sou o que testifico de mim mesmo e de mim testifica, também, o Pai que me enviou.” (João 8:18).

Mas, além do testemunho que Cristo deu de si mesmo e do testemunho das Escrituras, Jesus apontou que as obras que realizava a mando de Deus, também, testificavam de Cristo, como o enviado de Deus.

“Respondeu-lhes Jesus: Já vos tenho dito e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim.” (João 10:25).

João Batista, também, testificou de Cristo (João 5:33), mas, Cristo não aceitava testemunho de homem (João 5:34), pois, o testemunho do homem não tem a mesma qualidade do testemunho do Pai (Lucas 7:20).

 

As declarações de Jesus

“Eu Sou o pão da vida” (João 6:35).

Jesus não estava se apresentando como solução para o vazio existencial que atinge grande parte da humanidade e nem como solucionador dos problemas sociais dos homens.

Justamente, quando os judeus buscavam Jesus, por causa dos pães que comeram no milagre da multiplicação, Jesus se apresentou como o pão vivo que desceu dos céus.

Para compreender essa declaração de Jesus, temos que nos voltar para as Escrituras, especificamente, para o Salmo 146:

“Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no SENHOR seu Deus. O que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto há neles, e o que guarda a verdade para sempre; O que faz justiça aos oprimidos, o que dá pão aos famintos. O SENHOR solta os encarcerados. O SENHOR abre os olhos aos cegos; o SENHOR levanta os abatidos; o SENHOR ama os justos; O SENHOR guarda os estrangeiros; sustém o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios. O SENHOR reinará eternamente; o teu Deus, ó Sião, de geração em geração. Louvai ao SENHOR.” (Salmo 146:5-10).

Considerando que o Senhor, o qual o Salmo 146 trata, refere-se ao Senhor do Salmista, que ouviu a seguinte ordem: ‘Assenta-te à minha direita’ (Salmo 110:1) e que criou os céus e a terra (Salmo 102:25-27; Hebreus 1:10-12), compreende-se que Cristo é a justiça dos oprimidos e o pão dos famintos.

Os seus concidadãos ficaram indignados e contra argumentaram que Moisés deu aos pais pão dos céus a comer e ainda citaram as Escrituras.

“Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu.” (João 6:31).

Jesus replica, dizendo que não foi Moisés quem deu o pão do céu, antes, é Deus quem dá o verdadeiro pão do céu: Cristo, pois Ele desce e concede vida ao mundo (João 6:33).

Jesus é o pão da vida, o pão que sacia a fome e a sede de justiça dos necessitados.

Quanto ao que representa, Jesus é incisivo:

“Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e quem crê em mim nunca terá sede.” (João 6:35).

Os habitantes de Jerusalém não quiseram aceitar a doutrina de Jesus como verdadeira, porque conheciam a mãe de Jesus, José e seus irmãos (João 6:42), mas Jesus, novamente, enfatiza que todos quantos comeram o maná no deserto morreram, mas que quem se alimentasse d’Ele, da sua carne, viveria. (João 6:49)

Cristo é o pão vivo que desceu dos céus, mas só tem vida aqueles que de Cristo se alimentam (João 6:51).

“Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também, viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.” (João 6:57-58).

Cristo é a palavra que dá vida (1 Coríntios 15:45; João 6:63) e para ter vida é necessário ao homem tornar-se participante de Cristo. O pão que Jesus deu foi a sua carne, para que o mundo tivesse vida (João 6:51), mas, cada homem, em particular, deve se tornar participante desse pão.

“Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade, vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem e se não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne, verdadeiramente, é comida e o meu sangue, verdadeiramente, é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (João 6:53-56).

A importância da oferta do corpo de Cristo é tamanha, que Jesus fez referência à sua morte, momentos antes de ser crucificado e morto.

“E tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.” (1 Coríntios 11:24);

“Na qual vontade temos sido santificados, pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.” (Hebreus 10:10).

Através dessa apresentação de Cristo, têm-se algumas considerações doutrinárias, acerca da salvação.

Quando Jesus se declara ‘o pão da vida, que dá vida ao mundo’, vemos que a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens (Tito 2:11). É por causa dessa afirmação de Jesus, que é dito que Ele morreu por todos os homens, sem exceção.

Sem o Pai ter dado o pão vivo, que desceu dos céus, jamais o homem poderia se salvar. Deus manifestou a sua graça ao conceder aos homens Cristo, o pão vivo (João 3:16). Como nenhum homem é merecedor da salvação, por isso, é dito que o homem é salvo pela graça (Efésios 2:8).

Mas, apesar de os homens serem salvos pela graça, a salvação é por meio de Cristo, ou seja, a fé manifesta (Gálatas 3:23 e 25; Efésios 2:8). Sem Cristo, o dom de Deus, o firme fundamento, não haveria salvação.

Cristo, a fé manifesta, o dom de Deus, na condição de pão que dá vida, é um convite para que o homem, que tem fome e sede, se torne participante e assim, coma da carne e beba do sangue de Cristo.

Mas, alguém pode contestar, dizendo que se é facultado ao homem ser participante ou, não, da carne e do sangue de Cristo, que havia, então, mérito por parte do homem em aceitar o que lhe foi dado, gratuitamente.

Há mérito em lançar mão do que lhe é dado, gratuitamente, para satisfazer as necessidades quando se está faminto, ou sedento?

Por qual motivo a sabedoria clamaria aos simples?

“Quem é simples, volte-se para cá. Aos faltos de senso diz: Vinde, comei do meu pão e bebei do vinho que tenho misturado. Deixai os insensatos e vivei, e andai pelo caminho do entendimento.” (Provérbios 9:4-6).

Que mérito tem os que não têm recursos? Em atender o convite há mérito?

“Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me, atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinai os vossos ouvidos e vinde a mim; ouvi e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi.” (Isaías 55:1-3).

 

A luz do mundo

“Eu Sou a luz do mundo” (João 8:12).

Jesus não é a chamada ‘luz no fundo do túnel’, uma solução para as questões deste mundo como: casamento, família, emprego, saúde, etc.

Para compreender a declaração de Jesus, temos que olhar o predito pelos profetas, como está escrito:

“Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação, até à extremidade da terra.” (Isaías 49:6; Isaías 46:6; Atos 13:14)

Quando Jesus declarou ser a luz do mundo, enfatizou a necessidade de os homens segui-Lo, pra alcançar a luz da vida.

“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12).

Seguir a Cristo é se fazer servo, ou seja, humilhar-se a si mesmo.

“Se alguém me serve, siga-me e onde eu estiver, ali estará, também, o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.” (João 12:26).

E como o homem se faz servo de Cristo? Basta crer em Cristo, como O enviado de Deus ao mundo.

“Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.” (João 12:46).

Mas, alguém pode argumentar ser meritório o homem crer em Cristo, sob pretexto de que ter fé é dom de Deus e, ainda, cita o apóstolo Paulo:

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” (Efésios 2:8-9).

Através da declaração de Jesus, de que Ele é a luz do mundo, e se alguém O serve, que o siga, conclui-se que é impossível alguém se gloriar no fato de se fazer servo. Alguém que se humilha a si mesmo é obediente, portanto, sujeitou-se ao senhorio de Cristo, de modo que exclui qualquer glória, jactância ou altivez.

“Porquanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado e aquele que a si mesmo se humilhar, será exaltado.” (Lucas 14:11).

Jesus, na forma de homem, teve que humilhar-se a si mesmo, ou seja, ser obediente ao Pai; o homem perdido, por sua vez, humilha-se a si mesmo, quando crê que Jesus é o Cristo, ou seja, por obedecer ao mandamento do Pai.

“E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:8).

Em se humilhar, Jesus exaltou-se a si mesmo? Havia glória em ser obediente ao Pai? Não! Pois, em ser obediente ao Pai, Jesus teve que negar-se a si mesmo e beber o cálice dado pelo Pai.

Por Jesus ter sido obediente, Deus o exaltou sobremaneira, dando um nome acima de todos os nomes, porque foi o Pai que o glorificou.

“Por isso, também, Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;” (Filipenses 2:9);

“Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus.” (João 8:54).

Como é possível ao homem sujeitar-se a Deus, obedecendo-O, ou seja, crendo que Jesus é o Cristo, se crer é um ato meritório? A concepção de que há mérito se, em somente ouvir o evangelho, o homem crê em Cristo, é má leitura do verso 8, de Efésios 2.

Entender que crer é o dom de Deus, a fé por meio da qual o homem é salvo, é má leitura, pois, a fé no verso 8 diz de Cristo, o firme fundamento, que é a base da crença do homem. Quando o apóstolo Paulo diz que ‘não vem das obras para que ninguém se glorie’, ele faz referência às obras da lei, pois, nas obras da lei, há jactância.

O evangelista João deu testemunho de que Cristo é a luz verdadeira que ilumina a todo homem que vem ao mundo, ou seja, Jesus morreu por todos os homens, sem exceção.

“Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.” (João 1:9).

Mas, apesar da abrangência da salvação (todo homem), é exigido do homem que creia em Cristo, para que seja filho da luz. Só é irmão, irmã e mãe de Jesus aquele que faz a vontade do Pai e a vontade de Deus é que o homem creia em Cristo para ser filho da luz.

“Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco, por um pouco de tempo. Andai, enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois, quem anda nas trevas, não sabe para onde vai. Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Estas coisas disse Jesus e, retirando-se, escondeu-se deles.” (João 12:35-36);

“Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, irmã e mãe.” (Mateus 12:50).

 

A porta

“Eu Sou a porta” (João 10:7)

Por que Jesus se apresenta como a porta?

Tal prerrogativa deriva do exposto no Salmo 118, verso 20:

“Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão.” (Salmo 118:20).

O Salmo 118 faz referência a várias figuras que remetem à pessoa de Cristo, como: luz, vítima, pedra, destra e porta.

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á e entrará, sairá e achará pastagens.” (João 10:9).

Cristo é o único acesso do homem a Deus e, por isso, se apresenta como a entrada do aprisco das ovelhas. Se alguém entrar por Cristo, salvar-se-á. Mas, como isso é possível? Não haveria mérito por parte do homem se decidir entrar por Cristo? É possível salvar-se a si mesmo?

Entrar ou, não, pela porta estreita, não é escolha entre opções, antes, é decisão que decorre de uma ordem: “Entrai pela porta estreita” (Mateus 7:13). O homem não está em uma situação confortável, que tenha como fazer escolha, antes, é imprescindível que se decida por entrar pela porta estreita, pois, já está em um caminho largo, que o conduz à perdição.

Novamente, a proposta de Jesus demanda uma decisão por parte do homem e dizer que tal decisão, em resposta à ordem de Cristo, é meritória por parte do homem, é desconsiderar a essência da obediência.

Considerando que o amor de Deus é que guardemos os seus mandamentos, compreendemos a natureza do amor descrito pelo apóstolo Paulo:

“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Coríntios 13:4-5);

“Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.” (I João 5:3).

Aquele que guarda os mandamentos de Deus, ou seja, que O ama (João 14:15 e 21), não se ensoberbece e nem procura os seus interesses, antes, submeteu-se à ordem do Seu Senhor, executando a sua obra:

“Jesus respondeu e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” (João 6:29).

 

O Bom Pastor

“Eu Sou o Bom Pastor” (João 10:11)

O profeta Ezequiel, muito tempo após a morte do rei Davi, vaticinou, acerca do pastor que reinaria sobre Israel, e que os filhos de Israel andariam segundo o estabelecido por Deus.

“E meu servo Davi será rei sobre eles e todos eles terão um só pastor;  andarão nos meus juízos e guardarão os meus estatutos e os observarão.” (Ezequiel 37:24);

“E suscitarei sobre elas um só pastor e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor.” (Ezequiel 34:23).

A profecia de Ezequiel foi feita através de uma grande parábola, pois, descreve a apostasia do povo de Israel, na condição de um rebanho de ovelhas, e os líderes de Israel, figurando como pastores.

“Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam.” (Ezequiel 34:5).

Jesus, por sua vez, quando se apresenta como o bom Pastor, também, o faz no contexto de uma parábola, o que nos remete ao verso 2, do Salmo 78:

“Abrirei a minha boca numa parábola; falarei enigmas da antiguidade.” (Salmos 78:2; Mateus 123:35).

Jesus teve compaixão da multidão, porque eles eram como ovelhas sem pastor e, por isso, se pôs a ensiná-los muitas coisas (Marcos 6:34). Ora, o Pregador, no Livro de Eclesiastes, deixou registrado que as palavras dos sábios são como aguilhões, palavras essas, concedidas aos homens, pelo único Pastor.

“As palavras dos sábios são como aguilhões e como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” (Eclesiastes 12:11).

O apóstolo Pedro fez referência a Cristo como o sumo Pastor:

“E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória.” (1 Pedro 5:4);

“Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.” (1 Pedro 2:25).

Jesus propôs uma parábola que diferencia o ‘pastor’, do ‘estranho’, pois, enquanto este ‘entra’ por qualquer parte, para ter acesso às ovelhas no aprisco (João 10:1), aquele entra pela porta (João 10:2). As ovelhas são capazes de diferenciar a voz do pastor, da voz do estranho, pois, elas seguem somente o pastor, que vai adiante das ovelhas e as leva para fora do aprisco (João 10:3-5).

Como os escribas e fariseus não compreenderam a parábola (João 9:41 a João 10:1-6), Jesus se apresenta como a ‘porta das ovelhas’, pois, Ele é a porta pela qual os justos entram (Salmo 118:20).

Jesus classifica todos quantos vieram antes dele como ladrões e salteadores (João 10:8), o que coaduna com o anunciado pelos profetas, visto que os líderes judaicos não tinham o conhecimento de Deus.

“Porque os pastores se embruteceram e não buscaram ao SENHOR; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se espalharam.” (Jeremias 10:21);

“Desviaram-se todos e, juntamente, se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não, nem sequer um. Acaso, não têm conhecimento os que praticam a iniquidade, os quais comem o meu povo, como se comessem pão? Eles não invocaram a Deus.” (Salmo 53:3-4);

“Ovelhas perdidas têm sido o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, para os montes as desviaram; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar do seu repouso.” (Jeremias 50:6);

“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim, diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?” (Ezequiel 34:2);

“Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto, as minhas ovelhas foram entregues à rapina e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos e não apascentaram as minhas ovelhas;” (Ezequiel 34:8).

Jesus Cristo, como o Bom Pastor, veio para que os homens tenham vida (João 10:10), mesmo tendo que dar a Sua vida pelas suas ovelhas (João 10:11), diferentemente, dos mercenários, pois, como as ovelhas não lhes pertencem, quando vê vir o lobo, foge e deixa o rebanho à mercê do lobo, que dispersa as ovelhas (João 10:12).

Acerca do Pastor, há dois aspectos: o Pastor, como o Senhor Deus que virá e o seu braço dominará e será o protetor do seu povo (Isaías 40:11), profecia ainda por se cumprir, e o Pastor ferido, quando as suas ovelhas ficaram dispersas, profecia que já se cumpriu:

“Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam guiará, suavemente.” (Isaías 40:11);

“Ó espada, desperta-te contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos. Fere ao pastor e espalhar-se-ão as ovelhas; mas, volverei a minha mão sobre os pequenos.” (Zacarias 13:7; Mateus 26:31).

 

A ressurreição e a vida

“Eu Sou a ressurreição e a vida” (João 11:25).

Jesus se apresentou como pão, luz, porta, pastor, à multidão e aos escribas e fariseus, já com relação à apresentação: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’, Jesus se declara a uma discípula, Marta, em um dos momentos mais difíceis: a morte de seu irmão Lázaro.

Mesmo após ter perdido o seu irmão, Marta continua confiando em Cristo como o enviado de Deus (João 11:21-22). Diante da confiança de Marta, Jesus afirma: Teu irmão ressurgirá! E ela, lembrando-se dos ensinamentos de Jesus, aquiesce, mas diz que será na ressurreição do último dia (João 11:24).

“Porquanto, a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:40).

Nesse momento, Jesus faz uma declaração: ‘Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá. Crês isto?’ (João 11:25-26).

Marta faz uma confissão: eu creio Senhor, que tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo (João 11:27). Com essa confissão, fica evidente qual o espírito que Marta recebeu (1 João 4:13): as palavras de Cristo (João 6:63; 1 Coríntios 15:45).

 

O caminho, a verdade e a vida

“Eu Sou o caminho, a verdade e a vida.” (João 14:6)

Em outra ocasião, Jesus estava instruindo os seus discípulos e enfatizou que, além de crerem em Deus, era necessário crerem em Cristo (João 14:1).

Após enfatizar que iria para Deus, disse que voltaria para levar os discípulos para permanecerem juntos (João 14:2-3) e que eles conheciam o caminho. Tomé se adiantou e disse não saber o caminho, quando Jesus declarou: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’ (João 14:6).

Jesus é o único acesso do homem a Deus, caminho que consagrou pela sua carne (Hebreus 10:20). Cristo é a verdade, porque é o enviado de Deus, e não há n’Ele injustiça alguma (João 7:18; João 18:37).

“Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” (João 17:17).

Cristo é vida aos que creem, pois ao crer em Cristo, o homem crê em Deus, que O enviou, e assim passa da morte para a vida.

“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” (João 5:24);

“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (João 20:31).

 

A videira verdadeira

“Eu Sou a videira verdadeira.” (João 15:1)

Jesus se declara a videira verdadeira e os seus discípulos, como as varas que produzem fruto. A relação de Jesus, como a videira, com o Pai, o agricultor, é demonstrado no cuidado, pois Ele poda os ramos que produzem frutos e corta os que não produzem e lança no fogo.

A palavra anunciada por Cristo é o que limpou os discípulos (João 15:3), o que demonstra que o cuidado de Deus para com os homens está na sua palavra.

Para um discípulo de Cristo produzir fruto, é imprescindível que permaneça em Cristo, o que se denomina perseverança, Cristo permanecerá no crente (João 15:4-5).

A obra perfeita da crença do indivíduo é a perseverança (Tiago 1:3-4), pois, sem a perseverança, o tal será lançado fora (João 15:6; 2 Timóteo 2:12-13). O crente deve perseverar, crendo que Jesus é o Cristo, para permanecer n’Ele (Hebreus 3:15) e as palavras de Cristo no cristão (João 15:7).

Através da parábola da videira, Jesus reforça a ideia de que só há vida no homem, enquanto tiver comunhão com Cristo.

 

O Alfa e o Ômega

“Eu Sou o Primeiro e o Último” (Apocalipse 1:17).

A declaração ‘Eu sou o primeiro e o último’ foi feita por Jesus ao evangelista João em uma visão na ilha de Patmos (Apocalipse 1:9). Essa mesma declaração foi feita no início e no termo do Livro do Apocalipse:

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.” (Apocalipse 1:8; Apocalipse 22:13).

Alfa e ômega são a primeira e a última letra do alfabeto grego, o mesmo que dizer o primeiro e o último ou, o princípio e o fim (Apocalipse 1:9).

O Senhor Jesus ainda era lembrado por alguns dos seus seguidores como o homem que viveu em Nazaré, mas, o Cristo, através da visão dada ao apóstolo João, se declara o Todo-Poderoso.

O Livro do Apocalipse não trata do Cristo que se fez homem e que, na condição de homem, se humilhou a si mesmo, se fazendo servo (Filipenses 2:8), mas, do Cristo ressurreto e glorificado, que está assentado à destra da Majestade, nas alturas (Salmo 110:1; 2 Coríntios 15:16).

Nesse contexto, Jesus se apresenta como o Deus todo-poderoso, no seu exato esplendor e glória, que possui na eternidade (João 17:5). Cristo se revela o Senhor que é, que era e que virá (João 8:58) e que detém todo poder.

Onipotência (todo-poderoso) e onipresença (é, era e virá) são atributos próprios da divindade, o que demonstra que Jesus não era um ser angelical, ou que fora criado em algum momento da eternidade. Por isso mesmo, Jesus é apresentado como o Pai da eternidade (Isaías 9:6).

Embora Todo-Poderoso, Jesus não nega que viveu entre os homens, sofreu e morreu, o que demonstra a realidade de que Ele viveu entre os homens.

“E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo, para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Apocalipse 1:18).

 

A raiz e a geração de Davi

“Eu Sou a Raiz e o Descendente de Davi” (Apocalipse 22:16).

Antes de fazer essa declaração, Jesus se apresenta e notifica que enviou o seu mensageiro (anjo) para dar testemunho às igrejas, acerca das coisas que foram reveladas.

“Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.” (Apocalipse 22:16).

Jesus se declara a raiz de Jessé, o descendente de Davi, conforme predito nas Escrituras (Isaías 11:1 -2), o sol da justiça para todos os povos (Lucas 1:78-79).

 

Quem é Jesus?

Tendo por base as Escrituras, Jesus era um homem que viveu na cidade de Nazaré, nas regiões da Galileia. Segundo o apóstolo João, os discípulos ouviram, viram e tocaram em Cristo, cujas palavras concedem vida eterna aos que ouvem e creem (1 João 1:1-3).

Jesus teve um corpo constituído de carne, ossos e sangue, como todos os homens, porém, nasceu isento de pecado, pois, veio ao mundo de modo sobrenatural, porque nasceu de uma virgem.

Jesus veio ao mundo, participante de carne e sangue, para que em tudo fosse semelhante aos homens e pudesse, segundo a graça de Deus, ser participante da morte por todos. (Hebreus 2:14 e 17)

“Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.” (Hebreus 2:9).

Esse Jesus que percorreu a Judeia e a Galileia foi morto por mãos de homens ímpios, conforme o previsto nas Escrituras, mas, ao terceiro dia ressurgiu dentre os mortos e está assentado à destra de Deus.

Mas, antes de existir mundo, esse mesmo Jesus já existia, estava no princípio com Deus e era Deus (João 1:1). Todas as coisas foram criadas por meio d’Ele e nenhuma delas, sem Ele, veio à existência (João 1:3; Efésios 3:9).

O Salmista, profetizando acerca desse aspecto de Cristo, assim declarou:

“Desde a antiguidade fundaste a terra e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas, tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás e ficarão mudados. Porém, tu és o mesmo e os teus anos nunca terão fim” (Salmo 102:25-27).

O escritor aos Hebreus faz referência a Cristo, o Filho, através deste Salmo (Hebreus 1:10-12). Ele, também, demonstra que o Salmo 45 refere-se a Cristo, o Filho, e o nomeia Deus (Hebreus 1:8).

“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.” (Salmo 45:6-7).

Ao prometer a Davi um filho, Deus anuncia, de antemão, o que ocorreu na eternidade, um acordo, na qual uma das pessoas da divindade seria Pai e o outro, Filho.

“Este edificará uma casa ao meu nome e confirmarei o trono do seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens e com açoites de filhos de homens.” (2 Samuel 7:13-14).

Uma das pessoas da divindade abriu mão do seu poder e glória e foi introduzido no mundo em um corpo preparado por Deus que, assim, declarou, ao introduzi-Lo no mundo:

“Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.” (Salmos 2:7).

Deus se fez carne e tornou-se semelhante aos homens, mas, na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, fazendo se servo de Deus, sujeitando-se à morte de cruz.

Ao ressurgir dentre os mortos, Jesus recebeu um corpo glorificado, tornando-se, assim, a expressa imagem do Deus invisível (Colossenses 1:15; Hebreus 1:3). Através da pessoa de Cristo ressurreto, o primogênito dentre os mortos, compreende-se o propósito eterno que Deus estabeleceu em si mesmo: a preeminência de Cristo, em todas as coisas (Efésios 3:11).

O propósito de Deus anunciado na criação do homem: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre o gado, sobre toda a terra e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.” (Gênesis 1:26), cumpriu-se no Filho do Homem que, ao ser glorificado, tornou-se a imagem e expressa semelhança de Deus.

É no Cristo glorificado que se cumpre o Salmo 8, quando o Filho do homem passa a ter o domínio sobre as obras da Sua mão:

“Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, pois puseste a tua glória sobre os céus! Tu ordenaste força da boca das crianças e dos que mamam, por causa dos teus inimigos, para fazer calar ao inimigo e ao vingador. Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? Pois, pouco menor o fizeste do que os anjos, de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: Todas as ovelhas e bois, assim, como os animais do campo, as aves dos céus e os peixes do mar e tudo o que passa pelas veredas dos mares. Ó SENHOR, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!” (Salmo 8:1-9).

Muitos se equivocam, achando que o domínio de todas as coisas foi dado ao primeiro homem, Adão, porém, o Salmista corrige essa visão, deixando claro que tal domínio será dado ao Filho do homem, a quem todas as coisas lhe estão sujeitas, embora, ainda não O vejam assim, pela má leitura das Escrituras. (1 Coríntios 15:27)

“Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as obras de tuas mãos; Todas as coisas lhe sujeitaste, debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não esteja sujeito. Mas, agora, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas.” (Hebreus 2:7-8).

Mas, o Cristo glorificado, que é a expressa imagem do Deus invisível, um dia entregará o reino a Deus ao Pai e Ele se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou e Deus será tudo em todos, como no princípio.

“Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus ao Pai e quando houver aniquilado todo o império e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.” (1 Coríntios 15:24-28).

 

Correção ortográfica: Pr. Carlos Gasparotto

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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