Maria, chamada Madalena, não é a irmã de Lázaro. A única informação que temos acerca de Maria Madalena, é que ela foi liberta de espíritos malignos e que estava presente na hora da crucificação e da ressurreição de Jesus, acompanhando sua mãe, Maria.
Qual Maria derramou perfume nos pés de Jesus?
Conteúdo do artigo
Salmo 91 – Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo
Narrativa do evangelista João
Essa é a mesma Maria que permanecia aos pés de Jesus, para ouvir os seus ensinos, enquanto Marta cuidava dos afazeres domésticos (Jo 11:2; Lc 10:42).
O evangelista João narra que, seis dias antes da festa da Páscoa, Jesus foi à cidade de Betânia, onde Lázaro, que havia sido ressuscitado por Jesus após estar morto por quatro dias, residia (João 12:1).
Foi oferecido um jantar, e como de costume, Marta servia a mesa, onde estavam Jesus, Lázaro, e outros presentes (Lucas 10:40; João 12:2).
Durante a ceia, na presença dos discípulos, Maria pegou um arrátel[1] de unguento de nardo puro, de grande valor, e ungiu os pés de Jesus. Em seguida, enxugou-os com seus cabelos, enchendo a casa com o aroma do unguento (João 12:3).
Essa Maria é a irmão de Lázaro que permanecia aos pés de Jesus para ouvir seus ensinamentos, enquanto Marta, sua irmã, cuidava dos afazeres domésticos (João 11:2; Lucas 10:42).
Narrativas dos evangelistas Mateus e Marcos
Os evangelistas Mateus e Marcos narram um evento semelhante, onde uma mulher derramou um perfume, ato parecido com o realizado por Maria, irmã de Lázaro. No entanto, essa mulher derramou o nardo puro sobre a cabeça de Jesus e não utilizou seu cabelo para secá-lo.
O evangelista Marcos situa o evento dois dias antes da Páscoa, e ambos, Mateus e Marcos, localizam o episódio na casa de Simão, o leproso (Marcos 14:1-3; Mateus 26:6-7).
Diferentemente de João, os evangelistas Mateus e Marcos não registraram o nome da mulher que derramou o nardo puro sobre a cabeça de Jesus, indicando que ela era desconhecida no círculo dos apóstolos, já que todos conheciam Lázaro e suas duas irmãs, Marta e Maria.
Conhecer a identidade de uma pessoa ou sua relação com alguém conhecido geralmente leva os narradores a registrar o nome da pessoa. Por exemplo, o evangelista João não menciona o nome da mulher samaritana, pois ela era de um povo que não se comunicava com os judeus. Além disso, o fato de ser uma mulher e estrangeira evidencia que os discípulos não tiveram nenhuma proximidade com ela. O que marcou a mulher samaritana foi sua origem, Samaria, e a desavença entre samaritanos e judeus, questões suficientemente importantes para a narrativa (João 4:7).
Narrativa do evangelista Lucas
Lucas narra outro evento envolvendo Jesus e uma mulher, quando um fariseu o convidou para comer. Enquanto Jesus estava assentado à mesa na casa de um fariseu, aproximou-se uma mulher da cidade que, chorando, lavava os pés de Jesus com lágrimas e os enxugava com seus cabelos; em seguida, ela beijava e ungia os pés de Jesus com o unguento que estava no vaso (Lucas 7:37-38).
O fariseu, ao ver essa cena, murmurou, dizendo: “Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora” (Lucas 7:39). O fariseu conhecia a mulher por ela ser da cidade e a rotulou como pecadora, mas o evangelista Lucas não a conhecia e nem considerou relevante mencionar seu nome para destacar o encontro de Jesus com aquele fariseu. Como Lucas não menciona o nome da mulher, fica evidente que ela não tinha relação alguma com outros personagens conhecidos do Novo Testamento.
Evangelhos sinóticos
O que se percebe da leitura dos evangelhos sinóticos é que, seis dias antes da festa da Páscoa, Maria, irmã de Lázaro, na cidade de Betânia, durante um jantar, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. Posteriormente, outra mulher, cujo nome não é revelado, na casa de Simão, o leproso, derramou o mesmo perfume sobre a cabeça de Jesus, ungindo, assim, seu corpo (Mateus 26:7 e 12; Marcos 14:3 e 8).
Nas narrativas dos evangelistas Mateus e Marcos, Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso, quando uma mulher derramou sobre sua cabeça um frasco de perfume caro. A ação da mulher provocou indignação nos discípulos, que alegaram que o perfume era caríssimo e que podia ser vendido para ajudar os pobres. Jesus, por sua vez, repreendeu os discípulos, destacando a lei (Deuteronômio 15:11) e afirmando que o ato daquela mulher era um prenúncio de sua morte e sepultura, e que aquele evento seria relatado onde quer que o evangelho fosse anunciado (Mateus 26:10-13; Marcos 14:6-9).
João, no seu Evangelho, conta que o fato aconteceu em Betânia, seis dias antes da Páscoa, e que Lázaro estava presente. Ele destaca que Maria pegou o perfume e ungiu os pés de Jesus, enxugando-os com seus cabelos, enquanto Marta servia à mesa, sugerindo que o jantar se deu na casa de Lázaro (João 12:1-3).
Maria, chamada Madalena, não é a irmã de Lázaro. A única informação que temos acerca de Maria Madalena é que ela foi liberta de espíritos malignos e estava presente na hora da crucificação e da ressurreição, acompanhando a mãe de Jesus, Maria.
“E algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades, Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios” (Lucas 8:2).
Maria Madalena também não era a mulher pecadora que lavou os pés de Jesus com suas lágrimas na casa do fariseu, conforme relatado pelo evangelista Lucas. Não há qualquer fundamento bíblico para considerar Maria Madalena como prostituta ou pecadora, ou como sendo a irmã de Lázaro.
Foi São Gregório Magno, que viveu há quase 1500 anos, quem identificou erroneamente Maria Madalena como a “pecadora” de Lucas 8:2 e como a mesma Maria de Betânia, irmã de Lázaro.
As Marias
O evangelista João esclarece que a mulher que ungiu os pés de Cristo e os secou com seus cabelos em Betânia, durante um jantar, era Maria, a irmã de Lázaro. É improvável que o apóstolo amado tenha se equivocado quanto à identidade dessa mulher, já que ele conhecia tanto Maria, irmã de Lázaro, quanto Maria Madalena. Portanto, podemos concluir que a mulher que ungiu os pés de Cristo e os secou com seus cabelos não era Maria Madalena.
“ESTAVA, porém, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo.” (João 11:1-2);
“E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.” (João 19:25-26).
O evangelista Lucas, após relatar o episódio da mulher que, na casa de um fariseu, lavou os pés de Jesus com lágrimas e os enxugou com seus cabelos, menciona Maria Madalena como uma seguidora de Jesus, junto com outras mulheres. Isso indica que Lucas conhecia Maria Madalena, e não há razão para que ele omitisse seu nome se a mulher que lavou os pés de Jesus com lágrimas fosse de fato Maria Madalena.
É importante notar que o evento narrado por Lucas ocorreu nas cercanias da Galileia, em uma época diferente da Páscoa dos Judeus, especificamente antes da Páscoa que antecedeu a morte de Cristo. A última Páscoa só é relatada no capítulo 22, enquanto a história da mulher que lavou os pés de Jesus é contada no capítulo 7 do evangelho de Lucas.
Apesar das semelhanças entre as histórias narradas pelos evangelistas, as narrativas de Mateus e Marcos referem-se à mesma mulher, que não é Maria, irmã de Lázaro, nem a pecadora relatada por Lucas.
As diferenças entre as histórias narradas por Mateus e Marcos e as narradas por Lucas e João sugerem que Mateus e Marcos escrevem sobre uma mulher desconhecida pelos apóstolos. Ela derramou um precioso bálsamo sobre a cabeça de Cristo, enquanto Maria, irmã de Lázaro, e a pecadora ungiram os pés de Cristo.
Mateus e Marcos não mencionam Lázaro, apesar de sua importância histórica, nem Maria, irmã de Lázaro, uma mulher bem conhecida dos discípulos.
Embora Jesus estivesse em Betânia, onde moravam Maria e Marta, ele estava jantando na casa de Simão, o leproso, dois dias antes da Páscoa, e não seis dias antes, como narra o evangelista João.
De acordo com as narrativas bíblicas de Mateus e Marcos, a mulher que derramou perfume nos pés de Jesus não foi identificada como Maria, irmã de Lázaro, nem como Maria Madalena, que era amplamente conhecida pelos discípulos. Ao contrário das representações populares, essa mulher específica não usou seus cabelos para secar os pés de Jesus, mas sim apenas derramou o precioso perfume. Isso indica que ela não era Maria, irmã de Lázaro, nem Maria Madalena, que era muito conhecida dos discípulos.
Correção ortográfica: Carlos Gasparotto
[1] Vaso de alabastro (um tipo de cerâmica usada na Antiguidade para armazenar óleo e perfume), com um arrátel (unidade de base de peso do antigo sistema Português de Medidas) de unguento de nardo puro, no valor aproximado a 300 dias de trabalho de um jornaleiro.
Obrigado , gostei muito e muito edificante
Deus continue aben¢oando grandemente
Marta
É muito glorioso quem busca o conhecimento e o passa adiante que o Senhor Deus continue te abençoando varão…
Qual foi o primeiro sacrifício q Maria Madalena fez ao encontrar Jesus? Como é o nome do primeiro perfume q ela derramou em Jesus?
Excelente explicação com detalhes e muita clareza, parabéns pelo belo trabalho.
Muito bom, com bastante riquezas de detalhes.
Parabéns amado irmão, que o Senhor Jesus continue lhe abençoando grandemente com o conhecimento das escrituras!
Jesus ficou irritadíssimo com seus discípulos: ora, se vocês gostam deles fiquem com eles e tratem deles.
Gostei muito da tradução.
Tem muitas pessoas que pensar, que Maria a irmã de Lázaro era prostituta.
E isso não e verdade.
E também maria Madalena não era prostituta, e sim uma endemoniada.
Afinal de conta, maria Madalena era de uma família nobre.
ola boa tarde ou boa noite ou bom dia,,paz do Senhor Jesus pra todos!eu li o estudo relacionado a mulher que ungiu Jesus,de acordo com evang, João cp12.a segui eu acho que não está na casa de lazaro pq diz que Lázaro foi convidado.. como alguém é convidado na própria casa??
Eu tive a interpretação que Jesus foi ungido mais de uma vez! Poderia ter sido ungido 3 vezes? Ou duas vezes? O Evangelho é simplesmente incrível! Deus abençoe grandemente!
Graça e paz, gostei do comentário, inclusive já preguei dizendo que a mulher que ungiu os pés de Jesus era irmã de Lázaro, meu pastor na ocasião me chamou atenção, não aceitei, por falta de conhecimento , agora minha dúvida foi sanada, era duas Marias, uma está escrito em João 11:37-38 essa foi a irmã de Lázaro ungiu a cabeça. A outra está em LUCAS 7:36-37, NÃO SE SABE O NOME DELA CON HECIDA COMO MULHER PECADORA. Obrigada por esclarecer. Att. Terezinha Mendes.
Graça e paz queridos! Maria era um nome muito comum na época causando as dúvidas, mas com estudos e os detalhes nos ajudam a entender que se trata de 3 mulheres distintas: Maria (irmã de Lázaro e Marta), Maria a prostituta(que chorando molhou os pés de Jesus, os secou com os cabelos e teve seus pecados perdoados) e Maria Madalena que era nobre/rica e o ungiu com unguento.. Creio assim…
Parabéns, ótima explicação.