Romanos

Romanos 2 – O homem cujo sobrenome é judeu

O apóstolo destaca que não há diferenças entre judeus e gentios diante da retribuição divina, pois tanto judeus quanto gentios são pecadores. Além de cada um ser recompensado segundo as suas obras (Romanos 2:6), os gentios perecerão mesmo não tendo lei, e os judeus, por estarem debaixo da lei, por ela serão julgados.


Romanos 2 – O homem cujo sobrenome é judeu

“Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus.” (Romanos 2:17).

Romanos 2 – Os que ouvem a lei não são justos diante de Deus

Pelo seus frutos os conhecereis

Anteriormente, discutimos alguns elementos fundamentais da lógica e abordamos certas questões doutrinárias. Agora, vamos explorar como aplicar esses princípios lógicos durante uma leitura bíblica, garantindo que permaneçamos alinhados às questões doutrinárias.

Para nossa análise, selecionamos um trecho da obra de Myer Pearlman, especificamente no tópico “Falsos Profetas”, onde ele interpreta Mateus 10:16:

“É possível ao homem de falso coração fazer certas coisas boas. Pode-se até receber edificação pela sua mensagem, porque Deus honra a sua Palavra. Mas a pregação não o salvará da sentença do Juiz: ‘Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade!'” Pearlman, Myer, Mateus, o Evangelho do Grande Rei, 1. edição, Rj, Ed. CPAD, pág. 44.

Considerando que realizar “coisas boas” é possível a todos os homens, mesmo aos que são maus, e que fazer “o bem” é uma prerrogativa exclusiva dos nascidos de novo, pois “não há quem faça o bem” sem estar ligado a Cristo (Salmo 53:1-4; Romanos 3:12; Lucas 11:13), percebemos uma distinção importante. Para os religiosos judeus, é típico limpar o exterior do copo ou do prato, mas é impossível purificar o interior (Mateus 23:25). Diante disso, ao afirmar que “Há maldade nos melhores, e bondade nos piores” (Pearlman, p. 39), Myer não distingue entre “fazer coisas boas” e “fazer o bem”, levando à conclusão de que um homem de coração “falso” pode realizar “certas coisas boas”.

Os falsos profetas, por sua vez, tendem a realizar boas ações externas para se apresentarem como ovelhas, embora seu interior seja comparado a lobos devoradores (Mateus 7:15). As religiões que negam Cristo como Senhor frequentemente se dedicam a praticar boas ações para com seus semelhantes, mas a mensagem que propagam não aproxima o homem de Deus.

Fazer o bem não é uma questão de vontade, mas de natureza. Não basta desejar fazer o bem; é necessário obter uma nova natureza, conforme a semente incorruptível que é a palavra de Deus, para que o homem possa realmente produzir o bem (1 Pedro 1:23). Somente aqueles que são nascidos de Deus fazem o bem (João 3:21). As boas obras foram preparadas por Deus para que os vivificados em Cristo possam andar nelas, algo impossível para os não crentes (Efésios 2:9).

Observe o que Jesus disse:

“Não pode a árvore boa produzir maus frutos, nem a árvore má produzir frutos bons” (Mateus 7:18).

Se é impossível que uma árvore má produza bons frutos, isso implica que, mesmo sendo possível ao homem de coração falso (falso profeta) produzir “certas coisas boas”, os seus frutos são, na verdade, maus. A análise de Myer Pearlman não está em consonância com o que Jesus ensinou (Mateus 7:18 e Mateus 12:33-35). Ao afirmar que é possível ao homem de coração falso fazer “certas coisas boas”, Pearlman desconsidera a passagem de Mateus 7:18. Se ele usou “certas coisas boas” como sinônimo de “bons frutos” ou “fazer o bem”, contrariou diretamente o que Jesus disse: “…nem a árvore má produzir bons frutos” (Mateus 7:18).

Realizar boas ações está ligado à vontade do homem, independentemente de ele estar em Deus ou não. Se desejar, ele poderá realizar boas ações para com seus semelhantes, o que não necessariamente reflete sua sujeição ao pecado. No entanto, fazer o bem só é possível quando se está em Deus, pois isso está vinculado à natureza do novo homem e não à vontade, como no caso das boas ações (João 3:21).

É plenamente possível a um falso profeta realizar certas coisas boas aos olhos da sociedade, mas é impossível para eles fazerem o bem. Primeiramente, porque a Bíblia afirma que “não há quem faça o bem” (Romanos 3:12) e que uma árvore má não pode dar frutos bons (Mateus 7:18). Um falso profeta não pode, de modo algum, fazer o bem, pois não estão em Deus. Realizar ações humanitárias ou boas ações é uma estratégia para que as pessoas acreditem que eles são “ovelhas”, enquanto na realidade, devoram seus seguidores (2 Timóteo 4:1-4).

A segunda declaração que complementa a primeira é ainda mais grave: “Pode-se até receber edificação pela sua mensagem, porque Deus honra a sua Palavra.” Idem. Isso levanta a pergunta: é possível receber edificação por meio da mensagem de um falso profeta?

A premissa utilizada para sustentar essa argumentação é verdadeira, pois “Deus honra a sua palavra”, e isso está de acordo com a ideia bíblica: “E disse-me o SENHOR: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jeremias 1:12). No entanto, afirmar que é possível receber edificação através das palavras de um falso profeta é incorreto, pois a palavra de um falso profeta não corresponde à palavra de Deus.

Há um erro na argumentação do Sr. Myer, visto que:

  1. Incoerência com a Escritura: A Bíblia é clara ao afirmar que uma árvore má não pode produzir frutos bons (Mateus 7:18). Portanto, um falso profeta, comparado a uma árvore má, não pode produzir palavras que tragam verdadeira edificação, pois suas palavras não são originadas de Deus.
  2. Fonte da Mensagem: A verdadeira edificação vem da palavra de Deus. Falsos profetas, por definição, não transmitem a palavra de Deus, mas distorções ou enganos. Assim, qualquer aparente edificação seria superficial e não verdadeira.
  3. Cuidado com a Doutrina: A Bíblia adverte sobre o cuidado com o que os falsos profetas dizem (doutrina), não especificamente com o que fazem. A doutrina errada leva ao desvio da verdade e a queda espiritual.
  4. Natureza dos Falsos Profetas: Falsos profetas são descritos como lobos em pele de ovelha, que enganam e desviam as pessoas da verdade (Mateus 7:15, 2 Timóteo 4:3-4). Suas mensagens, mesmo que aparentemente boas, têm a intenção de enganar, não de edificar genuinamente.

Portanto, a afirmação de que é possível receber edificação por meio da mensagem de um falso profeta é falaciosa e não se alinha com o ensino bíblico. Se Deus vela sobre a palavra de alguém, esse alguém não é um falso profeta. É essencial discernir a verdade da falsidade através do exame cuidadoso da doutrina ensinada.

“E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.” (2 Pedro 2:1).

Não há como receber edificação por meio de uma mensagem de um falso profeta. Primeiro, porque a mensagem de um falso profeta não provém de Deus; segundo, essa mensagem não é a semente incorruptível; o fruto que um falso profeta produz é conforme seu coração corrupto (Mateus 12:34-35).

Elementos humanos como comportamento, moral, caráter e sacrifícios são usados pelos falsos profetas como vestimentas para se disfarçarem de ovelhas. Esses elementos são manipuláveis pelos homens, pois dizem respeito a aspectos externos, como o exterior do copo e dos sepulcros. O que não podem manipular é o interior, onde somente Deus tem acesso e pode mudar. Aspectos humanos como caráter, comportamento e moral não são fatores determinantes para identificar se alguém é ou não um falso profeta.

Paulo, ao escrever a Timóteo, alerta dizendo:

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e tem cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, e ordenam a abstinência de alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças…” (1 Timóteo 4:1 -3).

Deus não honra a palavra de um falso profeta, pois a palavra de um falso profeta não é a palavra de Deus. A Bíblia é clara: quem pratica a iniquidade são os falsos profetas, que se apresentam disfarçados de ovelhas, mas são lobos devoradores.

Somente é possível identificar os falsos profetas pelos seus frutos. Quais são os frutos de um falso profeta? O que um falso profeta produz? Mensagens que não têm origem em Deus! Este é o fruto dos falsos profetas: mensagens que não estão em conformidade com a verdade do evangelho!

Por outro lado, o fruto de alguém que é profeta de Deus é o fruto dos lábios que professam que Cristo é o Filho de Deus (Hebreus 13:15; 1 João 4:1-3).

A mensagem de Cristo visa transformar a natureza do homem, e a conduta é transformada gradativamente pela renovação do entendimento. A mensagem do evangelho não tem a finalidade primária de transformar concepções de mundo, caráter, ou conduta. Se assim fosse, Paulo não pediria aos cristãos que vivessem de modo digno do evangelho de Cristo (Efésios 4:1).

Myer Pearlman cita um argumento de Agostinho para dar peso a sua argumentação:

“O que faz com que o caminho seja estreito? perguntou Agostinho. Ele mesmo responde: ‘O caminho não é estreito por si mesmo, mas nós o fazemos assim, mediante o insuflar do nosso orgulho…” (Idem, p. 42, grifo nosso).

A premissa “estreita é a porta, e apertado o caminho” foi anunciada por Jesus. Esta premissa é verdadeira! Conforme Pearlman, Agostinho declara que “o caminho não é estreito”, o que torna a declaração de Agostinho uma premissa falsa. A premissa de Agostinho contraria completamente a ideia anunciada por Cristo.

Cristo disse ser o caminho e que o caminho é estreito. Quando se afirma que o caminho não é estreito por si mesmo, estamos negando a veracidade da declaração de Jesus e a natureza do que Ele disse sobre si mesmo.

A Bíblia demonstra que o caminho é apertado, mas Agostinho argumenta que o caminho é “feito” estreito. A Bíblia ensina que Jesus é o caminho, mas Agostinho declara que “nós o fazemos assim”. Observe que as alegações de Agostinho contrariam completamente as premissas bíblicas, pois o caminho é estreito, e não é o homem que o faz desta maneira. Cristo é o caminho, e não é pertinente aos homens determinar a largura do caminho.

Esses erros que apontamos decorrem da seguinte análise equivocada de Myer Pearlman:

“…mas um exame mais profundo do caráter humano mostrará que a classificação de Cristo é verdadeira.”  (Idem, p. 38).

A mensagem de Cristo é a verdade e independe de comprovação pautada em questões humanas. Não é uma análise do comportamento humano que nos permitirá compreender as declarações de Cristo.

Não é a filosofia ou a sociologia que nos fará dimensionar as verdades do evangelho. Só é possível entendermos as declarações de Cristo “comparando as coisas espirituais com as espirituais” (1 Coríntios 2:13-14).

Myer Pearlman declara que Jesus disse que devemos optar por um dos caminhos: “Cristo, no entanto, ensinou haver dois caminhos, que levam a direções opostas, e por um dos quais devemos optar” (Pág. 40). Mas o que diz a Bíblia?

“Entrai pela porta estreita. Pois larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. Mas estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que a encontram” (Mateus 7:13-14).

Jesus ordenou aos seus ouvintes que entrassem pela porta estreita. É uma determinação que não comporta opções: “Entrai pela porta estreita…”. Jesus não apresentou opções aos seus ouvintes como se eles estivessem em um ‘limbo’. Cristo ensinou haver dois caminhos, mas não apresentou duas opções.

Cristo se apresenta como a única opção à condição em que seus ouvintes estavam. Cristo é a única opção para os perdidos! Não há, portanto, a ideia de duas opções para os homens perdidos.

 

Judeus e gentios sob o pecado

12 Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.

A estratégia argumentativa de não afrontar os judeus logo de início na defesa do evangelho, que teve início no capítulo 1, verso 18, da epístola aos Romanos, muda a partir do verso 12 do capítulo 2. Nesse ponto, o apóstolo Paulo deixa as referências implícitas de lado e começa a ser direto na abordagem.

Da mesma forma que os evangelhos de Mateus e Marcos não têm o mesmo início do evangelho de João, pois este é direcionado às comunidades cristãs e aqueles visam à propagação do evangelho entre os judeus, Paulo adota uma estratégia similar. Mateus e Marcos evitam afirmar certas verdades de maneira contundente no início, para evitar repulsa e rejeição imediata por parte dos judeus. Assim, o apóstolo Paulo segue essa mesma abordagem.

Tudo o que o apóstolo Paulo diz aos judeus, inicialmente parece se aplicar aos gentios. Ao introduzir a questão da lei, percebe-se que o objetivo do apóstolo era demonstrar que os judeus são inescusáveis apesar da lei.

A questão abordada no verso 12 não são as práticas inconvenientes dos homens segundo a moral humana, mas o fato de a morte ter passado a todos os homens. O motivo de todos terem pecado está na morte que passou a todos. Até porque um só homem pecou, e como a consequência do ato dele passou a todos, tendo ou não lei, todos pecaram. No entanto, a leitura que muitos fazem é que todos que fizeram coisas inconvenientes sem a lei, sem a lei perecerão. O verbo grego ἁμαρτάνω (hamartanó) no contexto está ligado ao fato da humanidade estar sujeita ao pecado como senhor, e não à prática de ações inconvenientes.

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” (Romanos 5:12).

A abordagem do verso 12 complementa a perspectiva de que Deus recompensa cada um conforme as suas obras, independentemente de o homem estar ou não debaixo da lei.

O apóstolo Paulo continua a demonstrar que Deus não faz acepção de pessoas quando retribui os homens segundo as suas obras (Romanos 2:11). O apóstolo destaca que não há diferenças entre judeus e gentios diante da retribuição divina, pois tanto judeus quanto gentios são pecadores. Além de cada um ser recompensado segundo as suas obras (Romanos 2:6), os gentios perecerão mesmo não tendo lei, e os judeus, por estarem debaixo da lei, por ela serão julgados. Isso significa que os judeus estão em melhor condição por estarem debaixo da lei? Não! Assim como os gentios, eles perecerão, pois a lei foi dada por causa das transgressões, e não porque eram justos (Gálatas 3:19).

Os gentios foram concebidos em pecado e, por isso, pecaram. Eles pecaram não por falta de uma lei, mas por causa da condenação em Adão. O pecado aqui não decorre da transgressão da lei, visto que não havia lei para os gentios. Porém, mesmo não havendo lei para os gentios, eles pecaram. Mesmo sem lei, eles estão condenados.

Não é um alívio para o judeu ser levado a julgamento estando sob a tutela da lei. Todos os que pecaram, mesmo tendo uma lei, serão julgados com relação as obras pela lei que receberam. Da mesma forma que os gentios, os judeus pecaram porque foram concebidos em pecado e sobre eles pesa a condenação.

 

13 Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.

Os judeus, pretensos seguidores da lei, na verdade eram somente ouvintes. Os ouvintes da lei não eram justos diante de Deus porque não a praticavam. A lei é bem clara:

“Portanto os meus estatutos e os meus juízos guardareis, pois o homem que os cumprir por eles viverá.” (Levítico 18:5; Romanos 10:5).

Jesus também declara acerca dos judeus que eles não cumpriam a lei:

“Não vos deu Moisés a lei? e nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me?” (João 7:19).

Há como ser justificado pela lei, se ao tropeçar em um único quesito da lei, o indivíduo é culpado de toda a lei?

“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tiago 2:10).

Comparecer ao templo somente para ouvir a lei e não a colocar em prática não torna os ouvintes justos, como bem destaca os profetas:

“E eles vêm a ti, como o povo costumava vir, e se assentam diante de ti, como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza. E eis que tu és para eles como uma canção de amores, de quem tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra.” (Ezequiel 33:31-32);

“Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos, como um povo que pratica justiça, e não deixa o direito do seu Deus; perguntam-me pelos direitos da justiça, e têm prazer em se chegarem a Deus,” (Isaías 58:2).

Com relação ao evangelho a recomendação é idêntica:

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.” (Tiago 1:22-24).

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;” (Mateus 7:24).

 

Os pecadores e os publicanos fazem o mesmo que os judeus

14 Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; 15 Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;

Os judeus se consideravam melhores que os gentios por terem uma lei dada por Deus por intermédio de Moisés, e o apóstolo Paulo apresenta argumentos que desmistificam essa ideia. Ele argumenta que, apesar de os gentios não terem uma lei semelhante à dos judeus, mesmo assim faziam naturalmente as “coisas” que eram da lei mosaica. Mesmo não tendo a lei dada por Moisés, os gentios criavam leis para disciplinar suas ações em sociedade.

Desde o primeiro código de leis que se tem registro na história da humanidade, o Código de Hamurabi, os gentios têm evidenciado que há em seus corações as práticas da lei, e a consciência dos gentios, bem como os seus pensamentos, os acusa e os defende em relação às suas ações.

No Sermão do Monte, Jesus também destaca essa peculiaridade concernente aos gentios que os judeus pareciam ignorar. Ao apontar o espírito inatingível da lei agravando as condutas proibidas nela, Jesus apresenta um motivo contundente aos seus ouvintes:

“Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? (…) E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.” (Mateus 5:46-47; 6:7-8).

O Sermão do Monte constitui uma grande parábola para evidenciar aos judeus que tudo o que faziam alegando que tinham uma lei não os tornava melhores que os publicanos, que eles consideravam pecadores e em igual condição que os gentios. Através do Sermão, Jesus concita seus ouvintes a terem uma conduta superior à estabelecida pela lei e melhor que a dos seus líderes religiosos, se quisessem ser melhores que os publicanos (Mateus 5:20).

A abordagem do apóstolo Paulo é semelhante à de Jesus, mas com uma argumentação diferente. Jesus demonstra que os publicanos faziam tudo o que os judeus alegavam que os tornava melhores que os gentios, e o apóstolo Paulo destaca que os gentios faziam naturalmente o que a lei estabelecia.

O apóstolo Paulo demonstra que Deus trará a juízo as ações dos gentios, visto que eles têm uma lei interna, em seus corações. Aliado a essa lei interna, há a consciência e os pensamentos deles, que os acusam ou defendem com relação as suas ações.

Perceba que nem todos os homens são depravados e que muitos fazem naturalmente o que preceitua a lei. Observe que os homens constituem leis para regular suas ações.

 

16 No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

Deus recompensará a cada um segundo as suas obras no dia em que Ele julgar os segredos dos homens (judeus e gentios), por intermédio de Cristo Jesus, conforme estabelecido no evangelho.

Não se deve confundir as vicissitudes da vida com o juízo de Deus. Muitas pessoas consideram que Deus pune os homens diariamente, esquecendo-se das premissas da lei da semeadura, que afirma que o homem colhe o que planta e que a colheita é sempre mais abundante que a semeadura. A chamada lei do retorno é uma consequência das ações humanas e não representa o juízo de Deus.

O dia do julgamento dos segredos dos homens ocorrerá no Tribunal do Trono Branco, quando todos os perdidos ressurgirão em corpos ignominiosos e serão julgados segundo as suas obras (Apocalipse 20:11-12).

Antes do julgamento final, haverá o julgamento das nações, quando Cristo se assentará no trono de Davi, seu pai, para reger as nações com vara de ferro (Salmo 2; Mateus 19:28; 25:31-33).

Com relação aos salvos em Cristo, haverá o Tribunal de Cristo, onde os membros do corpo de Cristo, após o arrebatamento da igreja, serão premiados por tudo o que fizeram por meio do corpo, seja bem ou mal (Romanos 14:10; 2 Coríntios 5:10).

 

Os homens cujo sobrenome é judeu

17 Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; 18 E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; 19 E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, 20 Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;

Após demonstrar que:

  1. Deus não faz acepção de pessoas (Romanos 2:11);
  2. Deus retribuirá a cada um segundo as suas obras, tanto judeus quanto gregos (Romanos 2:6-10);
  3. A lei não faz os judeus melhores que os gentios (Romanos 2:12), visto que tanto judeus quanto gentios foram julgados em Adão e nasceram sob a égide do pecado; e
  4. Não há distinção entre judeus e gentios quanto ao julgamento das obras, visto que todos os homens serão julgados (Romanos 2:6).

No versículo 17 do capítulo 2 da epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo não deixa dúvidas sobre a identidade do homem que ele mencionou em Romanos 1:21. Em Romanos 1:18, Paulo menciona que esse homem detém a verdade em injustiça; em Romanos 1:21, descreve-o como aquele que conheceu a Deus, mas não o glorificou como Deus; em Romanos 1:22, refere-se a esses homens como aqueles que, proclamando-se sábios, tornaram-se loucos; em Romanos 1:25, relata que mudaram a verdade de Deus em mentira; e em Romanos 1:32, aponta que, embora conheçam o juízo de Deus, agem contrariamente à lei e aprovam aqueles que fazem o mesmo.

Em Romanos 2:1 e 3, Paulo denuncia a hipocrisia desses indivíduos, que se posicionam como juízes dos outros, mas praticam as mesmas ações contrárias à lei, acreditando que escaparão ao juízo divino. Agora, o apóstolo identifica claramente esse homem com o sobrenome “judeu”.

O judeu é descrito como alguém que se apoia na lei e se orgulha de sua relação com Deus, presumindo conhecer a vontade divina e autenticando coisas superiores. Por ser instruído na lei, ele se vê como guia dos cegos, luz para os que estão em trevas, instrutor dos insensatos e mestre de crianças, considerando a lei como a fonte de conhecimento e verdade.

Os versículos 17 e 18 de Romanos 2 destacam a autopercepção dos judeus, e o versículo 19 revela como eles viam sua posição em relação aos gentios.

Paulo, no entanto, deixa claro que, apesar do sobrenome “judeu”, o primeiro nome ainda é “homem”, indicando que não há distinção fundamental entre os homens, exceto pelo sobrenome que adotaram. Ao se referir aos judeus, Paulo procura evidenciar que, perante o evangelho, não há diferença entre judeus e gentios, pois todos são homens.

Os pontos abaixo ilustram que adotar o sobrenome “judeu” não torna os judeus superiores aos outros homens:

  1. Adotar o sobrenome judeu;
  2. Apoiar-se na lei de Moisés para questões de salvação;
  3. Sentir orgulho por terem sido escolhidos como povo de Deus;
  4. Conhecer a vontade de Deus, mas não praticá-la;
  5. Acreditar que aprovam o que é melhor;
  6. Ser instruídos na lei;
  7. Confiar que estão em melhor condição que os outros homens, posicionando-se como guias, instrutores e mestres;
  8. Considerar a lei como ciência e verdade.

 

21 Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? 22 Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? 23 Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? 24 Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.

O apóstolo Paulo coloca em xeque o posicionamento dos judeus como instrutores, já que, embora se propusessem a ensinar os outros, não aprendiam a própria lição. Eles pregavam que não se deve furtar, mas furtavam; diziam que não se deve adulterar, mas adulteravam; proclamavam que os ídolos eram abomináveis, mas cometiam sacrilégio. Em resumo, se gloriavam na lei, mas desonravam a Deus por não obedecê-la.

Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam.” (Mateus 23:2-3).

Os judeus poderiam argumentar contra as acusações de Paulo, alegando que nada do que ele descreveu era verdade. No entanto, Paulo fundamenta suas argumentações nas Escrituras:

“Agora, que farei eu aqui, diz o Senhor, visto ter sido o meu povo levado sem preço? Os seus tiranos sobre ele dão uivos, diz o Senhor; e o meu nome é blasfemado incessantemente todo dia” (Isaías 52:5).

A essência da argumentação paulina é sustentada pelas Escrituras e pelo princípio apresentado por Tiago:

“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.” (Tiago 2:10-11).

Paulo não cita o versículo “ipsis litteris”, mas faz uma aplicação: por causa dos judeus, o nome de Deus estava sendo blasfemado entre os outros povos. Como os filhos de Israel eram infiéis, Deus precisava corrigi-los e puni-los. Os povos ao redor, desconhecendo essa verdade, ao ver a nação sofrer os reveses da ira divina em decorrência da rebeldia do povo, consideravam que Deus não tinha o poder necessário para cuidar da nação que escolhera.

Qualquer citação das Escrituras por um cristão deve seguir o exemplo de Paulo: considerar o contexto da mensagem a ser citada e preservar a ideia no contexto apropriado. Como Deus disse que Seu nome era blasfemado entre os gentios por causa dos judeus, qualquer citação que contrarie essa ideia deve ser considerada anátema.

Os judeus não teriam um argumento válido para rebater as Escrituras. Isaías mostra que o próprio Deus declarou que Seu nome era blasfemado entre os gentios por causa deles.

 

A circuncisão é proveitosa aos transgressores?

25 Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.

Os judeus se gloriavam na circuncisão, considerando-a uma marca de aceitação na comunidade de Israel e imprescindível para serem aceitos por Deus. No entanto, o apóstolo Paulo destaca que a circuncisão só teria valor se eles guardassem a lei. Se as Escrituras os denunciavam como transgressores, então a circuncisão física se tornava uma formalidade vazia, equivalente à incircuncisão.

Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor. Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todo o circuncidado com o incircunciso.(Jeremias 9:23-25).

Deus fez uma aliança com Abraão, prometendo que ele seria pai de muitas nações (Gênesis 17:4). Além disso, Deus estabeleceu um pacto perpétuo com Abraão e sua descendência, declarando que seria o Deus deles para sempre (Gênesis 17:7). Todas as gerações posteriores deveriam guardar essa aliança.

Por causa dessa aliança, os judeus acreditavam que eram salvos por serem descendentes de Abraão e por cumprirem o ritual da circuncisão. No entanto, para serem verdadeiramente filhos de Deus como o crente Abraão, era necessário que circuncidassem o coração.

“Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz.” (Deuteronômio 10:16);

“Circuncidai-vos ao Senhor, e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que o meu furor não venha a sair como fogo, e arda de modo que não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras.” (Jeremias 4:4).

Os judeus desconsideravam que Deus fez uma nova aliança com eles ao lhes dar a lei, e que, portanto, deveriam cumprir seus estatutos. A aliança feita com Abraão, por si só, não lhes concederia a justiça exigida por Deus.

E chamou Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Ouve, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos; e aprendê-los-eis, e guardá-los-eis, para os cumprir. O Senhor nosso Deus fez conosco aliança em Horebe. Não com nossos pais fez o Senhor esta aliança, mas conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos.” (Deuteronômio 5:1-3).

Paulo contesta a crença dos judeus, demonstrando que a circuncisão só é proveitosa se estiver acompanhada do cumprimento da lei que juraram observar. A condição estabelecida por Deus era a obediência plena à lei, e não apenas a prática da circuncisão.

“Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do povo.” (Êxodo 19:8).

Após demonstrar a condição para que a circuncisão fosse válida diante de Deus, Paulo se dirige aos transgressores da lei, afirmando que a circuncisão deles sem cumprir cabalmente a lei não tinha valor algum.

 

26 Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?

O apóstolo Paulo destaca que, quando os gentios cumprem os preceitos da lei, são considerados pelos judeus como prosélitos (pessoas convertidas ao judaísmo) e, portanto, membros da comunidade de Israel.

Se é válido considerar um prosélito que cumpre os preceitos da lei como circunciso, o que se diria de um judeu que é conhecedor da lei, mas não a cumpre? Seria a circuncisão da carne suficiente para considerá-lo filho de Abraão?

E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança,” (Isaías 56:6).

 

27 E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?

Paulo demonstra que, se um gentio (incircunciso por natureza) cumpre a lei, ele estará em posição de julgar os judeus. A incircuncisão (gentios) e a circuncisão (judeus) são determinadas pela natureza. Ser judeu, da forma que os judeus consideravam, não é uma condição proveniente de Deus, mas uma condição determinada pela natureza.

Ser judeu ou gentio é uma condição determinada pelo nascimento e pelos vínculos sanguíneos, o que demonstra não ter relação com a vontade de Deus. Ser descendente da carne de Abraão tornava alguém membro da comunidade de Israel, e a circuncisão era um sinal da aliança estabelecida com Abraão e sua descendência.

Os circuncidados de Israel tinham a lei de Moisés e a circuncisão, mas, mesmo com esses dois elementos, eram transgressores da lei. Mesmo os mais fervorosos religiosos não a cumpriam integralmente, pois ao tropeçarem em um único quesito da lei, tornavam-se culpados de toda a lei (Tiago 2:10-11).

Já os incircuncisos não haviam recebido o sinal da circuncisão nem uma lei específica. O fato de cumprirem preceitos da lei demonstra que a prática da lei é dada a todos os homens, naturais ou estrangeiros, independentemente de quem sejam. Esse argumento demonstra que não há diferenças entre judeus e gentios perante Deus, pois todos são inescusáveis.

Enquanto os judeus acreditavam que eram salvos por cumprirem o rito da circuncisão e por terem recebido a lei, Paulo demonstra que a verdadeira condição de “judeu” e a verdadeira “circuncisão” não podem ser determinadas por nascimento ou pela adoção de regras exteriores.

 

28 Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. 29 Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.

O apóstolo Paulo apresenta os motivos da sua argumentação anterior, referindo-se ao verdadeiro judeu, ou seja, ao homem que realmente é um crente como Abraão. Ele demonstra que tudo o que os judeus consideravam ter recebido de Deus por serem descendentes de Abraão se constituía em aspectos externos, o que não condizia com a realidade interior.

Para o apóstolo, o verdadeiro judeu, ou seja, o homem que é salvo por Deus, é aquele que recebeu de Deus a circuncisão no coração. Enquanto os judeus se apegavam às questões externas da lei, Paulo procura demonstrar que a verdadeira circuncisão ocorre no coração do homem através da palavra de Deus (espírito), e não na lei de Moisés (letra).

O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” (2 Coríntios 3:6).

Enquanto os judeus consideravam os aspectos exteriores da lei e a circuncisão da carne como elementos essenciais para a salvação, Paulo demonstra que o verdadeiro judeu precisa da circuncisão do coração. A mensagem do evangelho de Cristo, apregoado por Paulo, não difere em nada do que era apregoado pelos profetas:

“Porque esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Jeremias 31:33).

“Circuncidai-vos ao SENHOR, e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que o meu furor não venha a sair como fogo, e arda de modo que não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras.” (Jeremias 4:4).

Moisés apregoava a circuncisão do coração mesmo após ter entregue a lei ao povo de Israel:

“Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz.” (Deuteronômio 10:16).

A circuncisão do coração remete ao despojar da velha natureza (velho homem), e somente através de Cristo é possível adquiri-la:

“Nele também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo.” (Colossenses 2:11).

A circuncisão de Cristo se dá no coração e não é feita por mãos humanas. A circuncisão dos homens é exterior, no prepúcio da carne, segundo os quesitos da lei, mas não é proveniente de Deus nem recebe d’Ele louvor. O homem que é judeu interiormente é aquele que recebeu a circuncisão no coração, desvinculado dos elementos da lei (letra), que são exteriores.

Por intermédio de Jeremias, Deus censura as obras do povo. Mas por qual motivo? Por que as obras dos judeus, um povo religioso e cheio de regras morais e éticas, são reputadas ‘maliciosas’ por Deus? Eles não praticavam boas ações? Não eram pessoas direitas?

Os judeus frequentemente praticavam boas ações aos seus irmãos segundo a carne com o intuito de conquistar o louvor dos seus semelhantes. Em decorrência dessa particularidade, suas ações eram ‘maliciosas’, visto que a salvação só é possível através da circuncisão do coração, que é uma ação exclusiva de Deus.

 

Romanos 3 – A justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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