Crítica

Intercessões e tragédias

A Bíblia revela que Deus é Deus de amor, misericórdia, bondade, compaixão, paz, atributos que não dependem do reconhecimento do homem. Ele é o que é! Por Ele ser o que é, misericordiosamente, manifestou aos homens Cristo (Gl 3:23) e, por Ele, estabeleceu a paz, a que excede todo entendimento, desfazendo a barreira de inimizade que havia entre Deus e os homens.


Intercessões e tragédias

Já não me incomodam os pseudo-evangelhos que surgiram ao longo dos tempos; porém, não posso me calar diante de um antigo movimento doutrinário que tenta, novamente, se impor por meio de uma nova roupagem, denominada ‘nova espiritualidade’.

Há algum tempo, li com pesar o artigo “Súplicas pelos que choram”, do conferencista e pastor Ed René Kivitz, publicado no blog ‘Outra Espiritualidade’ em 31 de julho de 2007. Não posso me furtar a tecer um comentário sobre ele.

Não consigo entender o que motiva a intercessão contida no artigo, pois, enquanto Jesus instrui seus seguidores a deixarem que os mortos enterrem seus próprios mortos (Lucas 9:30), a intercessão do Pr. Kivitz parece sugerir que os discípulos precisam demonstrar uma compaixão maior que a do Mestre.

“O discípulo não é superior a seu mestre, mas, todo o que for perfeito será como o seu mestre.” (Lucas 6:40)

“Pai Celestial, hoje erguemos nossas vozes em intercessão pelos que choram seus mortos.” ‘Súplicas pelos que choram”, artigo do conferencista e pastor Ed René Kivitz, publicado no Blog ‘Outra Espiritualidade’, com data de 31 de julho de 2007.

Quando um discípulo demonstra possuir uma compaixão maior que a do seu mestre, fica claro que ele ainda não compreende as coisas que são de Deus, mas apenas as que são dos homens.

“E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens” (Mateus 16:22-23).

Geralmente, os discípulos que não compreendem as coisas do Mestre questionam suas ações e a doutrina transmitida. Eles relutam e se tornam exagerados em suas conclusões, como se vê no caso do apóstolo Pedro em relação à ordem direta de Jesus.

“Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas, tu o saberás, depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo” (João 13:6-8);

“Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas, também, as mãos e a cabeça” (João 13:9).

A Bíblia revela que Deus é amor, misericórdia, bondade, compaixão e paz, atributos que não dependem do reconhecimento humano. Ele é o que é! Por ser assim, manifestou Cristo misericordiosamente aos homens (Gálatas 3:23) e, através Dele, estabeleceu a paz que excede todo entendimento, desfazendo a barreira de inimizade entre Deus e os homens.

Cristo é a nossa paz e, se quisermos que essa paz seja derramada sobre os corações dos homens, devemos proclamar o evangelho de Cristo. Somente por meio do evangelho a barreira da inimizade e da ignorância é desfeita (Efésios 4:18), e aqueles que crerem no evangelho serão reconciliados com Deus (Rm 5:10).

Então, o cristão deve interceder pelos pecadores para que tenham uma vida tranquila e sossegada ou anunciar as boas novas do reino?

“Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Isaías 52:7);

“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” (2 Coríntios 5 : 20).

Jesus não enviou ao mundo seus discípulos para serem ‘intercessores’, pois só há um mediador e intercessor: Jesus Cristo, homem (Hebreus 7:25; Romanos 8:34).

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15).

Qual intercessão é válida em prol dos pecadores? Devemos clamar: “Senhor, seja misericordioso”? Ou “Senhor, seja bondoso e benevolente com os pecadores”?

Deus é misericórdia, e a misericórdia de Deus foi manifesta em Cristo. Portanto, toda e qualquer intercessão em prol dos pecadores deve focar naqueles que anunciam as boas novas. O apóstolo Paulo rogou que orassem em seu favor, para que ele tivesse intrepidez ao anunciar o evangelho e que lhe fosse concedida liberdade para exercer o seu ministério evangelístico (Efésios 6:18-19).

Deus tomará pela mão apenas os perdidos que ouvirem e crerem no evangelho de Cristo. Somente a luz do evangelho pode conduzir os homens a Deus livrando-os da condenação do pecado. Somente no evangelho há esperança de uma eternidade com Deus. Só a palavra da cruz possui o poder de renovar velosmente as forças do homem, como a velocidade da águia.

Acaso não faz justiça o Juiz de toda a terra, apesar das tragédias e desventuras que, de tempos em tempos, atingem a humanidade? (Gênesis 18:25).

Enquanto o Pr. Kivitz roga que Deus tome pela mão os perdidos que estão em trevas, parafraseando as Escrituras (sem levar em conta o contexto e o seu significado), o profeta Isaías há muito profetizou que os que jaziam em trevas viram uma grande luz.

“O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte, resplandeceu a luz.” (Isaías 9:2).

Não há mais por que clamar a Deus pelos que habitam na região da sombra da morte, pois Cristo, a luz que ilumina o mundo, já raiou. Agora, resta aos que creram anunciar aos que estão em trevas que as mãos de Deus não estão encolhidas para que não possa salvar.

Clamar a Deus para que resgate os perdidos de seus infortúnios não é a missão da igreja de Cristo, visto que Deus já proveu salvação, segundo Sua misericórdia, suficiente para salvar a todos que ouvirem e aceitarem a mensagem do evangelho. A missão da igreja não é interceder pelos pecadores, mas semear a semente, pois Deus já providenciou salvação aos perdidos (Marcos 16:15).

O que preocupa ainda mais, em relação à oração em análise (apesar de bonita e comovente), é que ela não coaduna, em parágrafo algum, com a mensagem de Cristo.

“Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos.” (Mateus 8:22).

Como a intercessão em questão aborda a tristeza de pessoas que passaram por uma tragédia familiar ou nacional (vale destacar que devemos nossas condolências a todas pessoas enlutadas), percebe-se que, na intercessão, o intercessor Kivitz se afastou do que foi anunciado por Cristo Jesus e também do que foi anunciado pelo profeta Isaías.

Certa vez, alguns religiosos judeus comentaram com Cristo sobre uma tragédia que havia ocorrido com alguns galileus. Eles pensavam que Jesus apontaria o pecado daqueles que pereceram devido àquela tragédia. Jesus, porém, contrariou a todos, demonstrando que, caso não mudassem (arrependessem) seus conceitos, pereceriam da mesma forma (Lucas 13:3).

Para mostrar que os seus ouvintes não eram diferentes dos outros povos, Jesus lembrou-lhes de uma tragédia ocorrida em Jerusalém, na torre de Siloé, quando dezoito pessoas (possivelmente judeus) morreram. Ou seja, a tragédia pode atingir todos os homens, mas, caso não se arrependam (mudança na concepção de salvação), todos perecerão da mesma forma.

Por que Jesus não orientou os judeus a orarem pelos familiares dos mortos? Porque a dor da perda é um sentimento natural e, após algum tempo, a energia para se dedicarem às questões desta vida naturalmente retornará. O homem pode enfrentar essas questões, isso não lhe é impossível, mas, em relação à vida eterna, à salvação da alma, somente Jesus pode salvar, pois isso é impossível ao homem.

Por mais que alguém interceda ao Pai para que console a tristeza daqueles que perderam seus entes queridos em uma tragédia, não será atendido, pois a Bíblia demonstra que há hora para tudo debaixo do sol.

“TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” (Eclesiastes 3:1-8).

Deixou-me perplexo a seguinte frase da oração:

“Rogamos que enxugues cada lágrima, recebendo-as como a mais pura oração, acolhendo-as como tributos aos que se foram, dando-lhes sentido e significado, transformando-as em memórias felizes e lembranças de amor e saudade, que produzam frutos de vida” Idem.

O que isto significa e representa? A tristeza, o choro e as lágrimas decorrentes de uma perda ou, de males decorrentes de uma tragédia, são recebidos por Deus? Qual a base bíblica para essa colocação?

Sabemos que a dor da alma humana, por mais que seja sincera, não é elemento que torna o homem ou, a sua oferta, agradável a Deus.

Do ponto de vista humano, esses pedidos são salutares, porque compete ao homem decidir o que vai fazer com sua dor, sucumbir ou, superar, mas, mesclar versos bíblicos fora do contexto, como base para fazer intercessões e imprecações, não move as mãos de Deus.

Observe o seguinte parágrafo, extraído do artigo:

“Pai Celestial, em nome de teu Filho Jesus, que venceu a morte e trouxe à luz a vida e a imortalidade, rogamos que envies teu Espírito Santo a consolar todos os que choram, a cuidar dos que estão com o coração quebrantado e a por, sobre os que de luto estão, uma coroa em vez de cinzas, vestes de alegria, ao invés de pranto, manto de louvor ao invés de espírito angustiado, afim de que se levantem como carvalhos de justiça, para a tua glória. Amém” Idem.

Cristo é a luz, a vida e a imortalidade. Ele venceu a morte, e todos que estão unidos a Ele, por crer na mensagem do evangelho, também venceram o mundo, a morte e o pecado.

Quando o profeta Isaías disse: 

“O ESPÍRITO do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; A ordenar, acerca dos tristes de Sião, que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado” (Isaías 61:1-3), anunciou antecipadamente aos homens qual seria a obra e o ministério do Cristo. Com isso, o profeta Isaías não estava sugerindo que Cristo viria ao mundo para consolar os homens tristes em decorrência das perdas e das tragédias humanas. Pelo contrário, o consolo prometido é recebido apenas por aqueles que têm fome e sede de salvação.

Jesus veio para dar vida e vida em abundância. Ele veio para vivificar o espírito dos abatidos pelo pecado e dar vida aos corações contristados devido à sua condição de alienação de Deus.

“Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como, também, com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57:15).

Após Jesus nascer, sua mãe e José tiveram que fugir para o Egito, tendo em vista que todas as crianças abaixo de dois anos, que habitavam em Belém e seus arredores, foram mortas por Herodes. E o que houve? Muito choro e tristeza, evento que propiciou o cumprimento das Escrituras, que foi anunciado por intermédio do profeta Jeremias:

“Em Ramá se ouviu uma voz, Lamentação, choro e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, E não querendo ser consolada, porque já não existem.” (Mateus 2:18).

Após o nascimento de Jesus, ocorreu uma grande tragédia: Herodes ordenou o massacre de todas as crianças com menos de dois anos em Belém e seus arredores. A seguinte oração poderia preencher o vazio e conceder respostas aos enlutados?

“Rogamos que, com tua presença amorosa, preenchas o vazio deixado pelas ausências, suprindo as faltas, recolhendo em teu colo de Pai cada um dos que hoje choram e dando-lhes a provisão, em resposta às suas aflições, angústias e medos, mostrando-te companheiro e parceiro para a vida que segue. Rogamos que consoles as mães e pais que perderam seus filhos e filhas…”  Idem.

Quando li: “Rogamos a ti, que és o Senhor da vida, que detenhas o poder da morte…” pensei: Acaso Cristo não venceu a morte? Que morte o pastor Ed René Kivitz faz referência?

Se “deter o poder da morte” refere-se à realidade de que todos os homens devem voltar ao pó da terra, temos que o pedido é totalmente descabido, pois contraria a vontade e a lei de Deus que diz:

“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gênesis 3:19).

Por outro lado, se entendermos que “o poder da morte” refere-se à separação entre Deus e os homens, decorrente do pecado de Adão, não é necessário rogar a Deus neste sentido, pois a Bíblia é clara: Jesus já venceu a morte!

O pedido de Kivitz se assemelha ao que Moisés fez a Deus em prol do povo de Israel:

“Agora, pois, perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Êxodo 32:32).

Se Deus atendesse à loucura de Moisés, Ele deixaria de ser Deus, pois contrariaria Sua própria justiça.

“Então, disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro. Vai, pois, agora, conduze este povo para onde te tenho dito; eis que o meu anjo irá adiante de ti; porém, no dia da minha visitação, visitarei neles o seu pecado. Assim, feriu o SENHOR o povo, por ter sido feito o bezerro que Arão tinha formado” (Êxodo 32:33-35).

Foi em decorrência desse pedido que Deus, posteriormente, alertou Moisés, dizendo:

“Porém, ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êxodo 33:19).

Deus demonstrou a Moisés que era possível até conceder que visse Sua glória, mas com relação à Sua misericórdia, Ele teria misericórdia de quem Ele quisesse e se compadeceria de quem Ele se compadecesse. Portanto, é descabido fazer uma intercessão para que Deus deixe de fazer justiça.

E de quem Deus tem misericórdia? A resposta é simples:

“E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos” (Êxodo 20:6).

Deus tem misericórdia dos que são misericordiosos, ou seja, daqueles que O amam (Oséias 6:4-6). No contexto da Nova Aliança, só será amado de Deus quem cumpre o seu mandamento, que é crer naquele que Ele enviou (1 João 3:23).

A teologia liberal e a neoliberal só produzem esse tipo de arremedo de evangelho: 

“Rogamos, nosso Pai, que fortaleças aqueles que perderam seus amados, para que ergam memoriais de honra aos que se foram, para que vençam a morte, com a insistência em viver, o medo com fé, a desesperança com a insistência em semear a terra, regada pelo sangue dos inocentes” Idem.

Como alguém pode vencer a morte com insistência, se a Bíblia demonstra que, só vencem a morte, aqueles que estão em Cristo? Como é possível vencer o medo com a fé, se o medo só é lançado fora com a obediência (amor)? Como conciliar a oração com o provérbio que diz:

“O avisado vê o mal e esconde-se; mas os simples passam e sofrem a pena.” (Provérbios 27:12; 1 João 4:18)

O sangue do inocente não será derramado por ser inocente?

Quanto às promessas registradas em Isaías 61, versos 1 a 3, elas não se relacionam diretamente com aqueles que estão enlutados pela perda de seus entes queridos. O coração quebrantado e o espírito angustiado não se referem ao luto, mas sim à condição miserável do homem por estar alienado de Deus. Essas promessas falam sobre a restauração e o consolo que Deus oferece aos aflitos e oprimidos pelo pecado, através de Jesus Cristo, que trouxe esperança e vida.

“E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho;” (2 Timóteo 1:10).

“Pai Celestial, em nome de teu Filho Jesus, que venceu a morte e trouxe à luz a vida e a imortalidade, rogamos que envies teu Espírito Santo a consolar todos os que choram, a cuidar dos que estão com o coração quebrantado e a por, sobre os que de luto estão, uma coroa em vez de cinzas, vestes de alegria ao invés de pranto, manto de louvor ao invés de espírito angustiado, a fim de que se levantem como carvalhos de justiça, para a tua glória”  Idem.

Para ser consolado e aliviado, é imprescindível que o homem tome o jugo (servo) de Cristo e com Ele aprenda. Cristo é humilde e manso de coração, mas os homens para encontrarem descanso tem que se sujeitar a Ele como servos.

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:29).

Quem aceita a Cristo encontra refrigério e descanso, pois é como uma árvore de justiça plantada por Deus. Recebe o Espírito Santo no coração, pois é criado em verdadeira justiça e santidade, obras da mão de Deus, em louvor da Sua glória e graça, pois esperou em Cristo (Isaías 60:21, Efésios 1:12).

Quanto à dor da perda, ela é sentida tanto pelos santos quanto pelos ímpios, pois Jesus avisou:

“No mundo tereis aflições.” (João 16:36).

Se os filhos da luz são passíveis de aflições, todos no mundo também o são, pois tudo sucede igualmente a todos.

“Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim, ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim, ao bom, como ao pecador; ao que jura, como ao que teme o juramento.” (Eclesiastes 9:2).

Nesses momentos de tristeza, é válida a orientação paulina: “… chorai com os que choram” (Rm 12:15), porém, é temerário achar que, por meio da oração, Deus impedirá que as vicissitudes da vida ocorram e, muito menos, que  salvará da condenação do pecado os ímpios, simplesmente, porque fizemos uma oração.

Nesses momentos de tristeza, é válida a orientação paulina: “… chorai com os que choram” (Romanos 12:15). No entanto, é temerário achar que, por meio da oração, Deus impedirá que as vicissitudes da vida ocorram e, muito menos, que Deus terá misericórdia e salvará da condenação do pecado os ímpios simplesmente porque fizemos uma oração.

“Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” (Isaías 57:21).

 

Correção ortográfica: Pr. Carlos Gasparotto

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

2 thoughts on “Intercessões e tragédias

  • Como devo proceder ao ser indicada para participar de um grupo de intercessão, por cristãos e não cristãos? Qual deve ser a minha postura, visto que há um só mediador entre Deus e os homens? Jesus!

    Resposta
    • Olá Ruth..

      O texto é uma crítica aqueles que ensinam os crentes a intercederem por motivos equivocados, e por isso mesmo, não serão atendidos.

      “ADMOESTO-TE, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,” (1 Timóteo 2.1-3).

      Por que o apóstolo Paulo ensinou Timóteo desta forma? Porque os judaizantes queriam se insurgir contra Roma, e queriam utilizar os cristãos com meio de transformação ou insurreição politica. Ao orar por todos os homens, os cristãos teriam que enfatizar o seu papel como membros do corpo de Cristo, posição que não tem viés politico.

      Se é para orar por todos os homens e reis, temos que orar pelos bons e maus. Não temos que orar somente pelo partido ‘a’, e demonizar o partido ‘b’, pois se procedermos em desconformidade com as escrituras, não teremos uma vida quieta e sossegada, e sim, haverá perseguições. Perseguições está, não por causa do evangelho, mas por causa de questões politicas.

      Com relação aos não crentes você pode pedir a Deus que se dê boa oportunidade para evangelizá-los.

      “Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;” (Colossenses 4 : 3)

      Com relação aos cristãos, você rogar a Deus que cresçam no conhecimento que há no evangelho (Efésios 3.14-19).

      Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, e incumbiu os seus discípulos, nós, a levar a mensagem do evangelho. Cada cristão é despenseiro da graça de Deus revelada em Cristo. Ao anunciar Cristo, você está colocando o pecador em contato com o seu mediador, e Cristo o conduzirá a Deus.

      “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (I Pedro 4 : 10).

      Mas, para orar, não é necessário um grupo de intercessões.

      Att.

      Resposta

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