Como você crê em Jesus?

Como você crê em Jesus? Uma passagem bíblica envolvendo João e Tiago evidencia que é possível ser discípulo de Jesus e crer a ponto de confiar que, se Ele intermediasse um pedido ao Pai, fogo poderia descer do céu para destruir uma aldeia. No entanto, mesmo com tal fé, é possível não conhecer o verdadeiro propósito do evangelho.


Como você crê em Jesus?

“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos;” (João 8:31).

 

Introdução

É possível crer em Jesus de maneira equivocada? A resposta é sim. E esse é um dos mais sérios enganos espirituais que alguém pode cometer — crer em Cristo segundo uma concepção própria, baseada em intuições, sentimentos ou tradições humanas, e não nas Escrituras.

A Bíblia é clara ao afirmar que não crer em Jesus é condição suficiente para permanecer na condenação:

“Quem crê no Filho tem a vida eterna; mas quem não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (João 3:36);

“Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos, por isso o vosso pecado permanece.” (João 9:41).

Contudo, há um tipo de “crença” que é igualmente condenatória: crer em Jesus à margem das Escrituras, ou seja, crer em uma versão fabricada de Cristo — um Cristo moldado pelos desejos e opiniões humanas, e não aquele revelado por Deus.

Por isso, Jesus foi enfático:

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.” (João 7:38).

Ou seja, a verdadeira fé é aquela que nasce da Palavra de Deus. As Escrituras não apenas apontam para Cristo; elas testemunham de Cristo (João 5:39). Aquele que realmente crê no Filho deve se submeter àquilo que foi revelado pelos profetas, pelos apóstolos e, sobretudo, pelo próprio Cristo.

Mesmo sinais extraordinários — como a transfiguração ou a voz vinda do céu — não têm mais autoridade do que o testemunho registrado nas Escrituras. O apóstolo Pedro reconheceu isso:

“E ouviu-se esta voz vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo. E temos ainda mais firme a palavra dos profetas…” (2 Pedro 1:18-19).

E o apóstolo João acrescenta:

“Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê, mentiroso o fez, porque não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” (1 João 5:10).

Crer em Jesus como dizem as Escrituras não é uma opção, é a única forma legítima de fé. Toda fé que não se ancora na revelação bíblica está distorcida — por mais sincera que pareça.

É por isso que Jesus disse aos judeus que criam nele: “Se vós permanecerdes na minha palavra…” — porque é a permanência na Palavra que distingue o verdadeiro discípulo.

Crer é mais do que aceitar que Jesus existiu. Crer é ouvir, obedecer e permanecer em tudo o que Ele falou. É confiar em quem Ele é, conforme o Pai O revelou. Só assim, rios de água viva fluirão de dentro de nós — vida espiritual abundante e eterna.

 

A crença de Pedro antes da crucificação: fé ou crendice?

“E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mateus 16:16).

Pedro fez uma das mais sublimes confissões de fé das Escrituras. Reconheceu que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, por sua vez, declarou que tal revelação não veio da carne, mas do Pai que está nos céus (Mateus 16:17). Ainda assim, Pedro não compreendia plenamente o Cristo das Escrituras.

Crendo em um Cristo segundo preferências

Pedro, como muitos, escolheu crer em um Jesus que se ajustava às suas expectativas. Acreditava naquele que multiplicava pães, andava sobre as águas, ressuscitava mortos e fazia milagres extraordinários. Diante desse Jesus poderoso, Pedro declarou com firmeza que jamais se escandalizaria e que estava disposto a morrer por Ele (Marcos 14:29-31).

Porém, essa fé estava firmada nos sinais e na glória, não no sofrimento e na cruz. Mesmo após Jesus ter declarado que morreria e ressuscitaria, Pedro parece ter ignorado esse ponto crucial (Marcos 14:27-28). Jesus, percebendo a distorção na fé de Pedro, o repreendeu duramente:

“Para trás de mim, Satanás! Tu me serves de escândalo, porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.” (Mateus 16:23).

Pedro queria um Messias que vencesse, não que se entregasse. Queria defender Jesus com a espada (João 18:10), e realmente tentou morrer por Ele com coragem. Mas quando viu o Cristo beber o cálice do Pai, se entregar voluntariamente, ser preso por soldados e não reagir com poder — sua fé entrou em colapso (João 18:11-12; Mateus 26:51-53).

O escândalo da cruz

Pedro esperava um desfecho sobrenatural, algo que reafirmasse sua ideia de Messias. Mas o que viu foi um Jesus manietado por homens frágeis, conduzido ao julgamento como um criminoso. O Jesus que agora se apresentava era estranho aos seus olhos e expectativas.

“Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram.” (Mateus 26:56).

Já não fazia sentido morrer por alguém que se entregara para ser preso, mesmo afirmando ter à sua disposição doze legiões de anjos (Mateus 26:53). Que valor teriam, então, as Escrituras naquele momento de impasse, apreensão e escândalo?

O escândalo da cruz foi maior do que Pedro podia suportar. Ele já não se lembrava da confissão que fizera antes: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” (João 6:68). Quando viu-se diante da humilhação do Mestre, sua confiança vacilou, e o medo o venceu.

Crendice ou fé bíblica?

No pátio do sumo sacerdote, Pedro ficou de longe, esperando — quem sabe — que algo extraordinário acontecesse. Mas tudo que via era um Messias silencioso, humilhado, entregue à dor e à injustiça. Para ele, não parecia possível que aquele homem em quem depositara tanta confiança — e que lhe dera tantas provas de ser o Messias — pudesse simplesmente se deixar prender. Inconformado, seguiu tudo de longe, e ao chegar ao pátio do sumo sacerdote, assentou-se para ver qual seria o fim (Mateus 26:58).

O mesmo homem que horas antes se mostrava cheio de coragem e pronto para morrer pelo Mestre, agora vacilava. Quando foi questionado por duas mulheres, em ocasiões diferentes, se era um dos que andavam com Jesus, negou. E ao ser confrontado por várias pessoas, que reconheceram seu modo de falar como o de um seguidor de Cristo, praguejou e jurou que não O conhecia (Mateus 26:74).

Essa negação dramática revela uma verdade dolorosa: Pedro cria em um Jesus que não era o das Escrituras, mas um Cristo idealizado a partir dos sinais e milagres que havia presenciado. O Jesus a quem ele estava disposto a seguir até a morte era forte, admirável, vitorioso — mas não o Jesus que se entregaria em obediência à cruz. Por isso, sua fé foi exposta como frágil, baseada em percepções humanas e não na revelação divina. Era uma fé incompleta, uma crendice piedosa, mas não a fé que salva.

O problema não estava em Jesus, que não havia mudado, nem na Palavra de Deus, que não havia falhado. O que falhou foi a fé de Pedro — uma fé que, naquele momento, se mostrava mais próxima de uma crendice sincera, porém distorcida, do que de uma fé genuinamente bíblica. A fé verdadeira estava ali, diante de seus olhos, sendo revelada e confirmada no escândalo da cruz — mas Pedro ainda não era capaz de reconhecê-la.

Ele precisava passar pela decepção de seus próprios conceitos para, então, compreender quem Cristo realmente era. A fé verdadeira estava sendo forjada justamente no escândalo da cruz que precisava compreender.

“E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.”  (2 Coríntios 12:9).

 

A crença de João Batista na prisão

João Batista foi o arauto do Messias, a voz que clamava no deserto, preparando o caminho do Senhor. Quando viu Jesus se aproximando, não hesitou em declarar:

“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29).

Ele mesmo disse que não conhecia Jesus pessoalmente, mas sabia — por revelação divina — que Aquele sobre quem visse descer e repousar o Espírito em forma de pomba, esse seria o que batiza com o Espírito Santo. Com segurança, João testificou:

“E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.” (João 1:34).

Havia alegria em seu coração, pois toda a sua missão estava voltada para esse momento. A sua pregação de arrependimento — a metanoia, a mudança de entendimento — tinha um motivo claro: a chegada do Reino dos Céus. Por causa do Filho de Deus, João clamava:

“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus.” (Mateus 3:2).

E com autoridade, citava as Escrituras para fundamentar seu ministério (Mateus 3:3).

Mas com o tempo, tudo pareceu escurecer. João foi lançado no cárcere por denunciar publicamente o erro de Herodes (Mateus 14:3; Marcos 6:17), e ali, isolado e vulnerável, começou a ouvir os relatos sobre o que Jesus fazia. Porém, algo lhe causava estranheza: os feitos de Jesus não correspondiam exatamente às suas expectativas.

“E João, chamando dois de seus discípulos, enviou-os a Jesus, dizendo: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?” (Mateus 11:3).

Esse questionamento revela uma tensão profunda entre a fé revelada e a expectativa humana. João sabia quem Jesus era. Já o havia proclamado como o Filho de Deus. Mas agora, na prisão, sob pressão, sem sinais visíveis de transformação social ou confronto com o poder romano ou religioso, sua fé foi provada.

É nesse momento que Jesus responde com graça, não com repreensão. Ele não envia palavras duras a João, mas responde efetuando diversos milagres à vista dos discípulos de João Batista:

“Ide, e anunciai a João o que tendes visto e ouvido: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres anuncia-se o evangelho. E bem-aventurado é aquele que em mim não se escandalizar.” (Lucas 7:22-23).

A resposta de Jesus remete diretamente à profecia de Isaías (Isaías 61:1). João, que conhecia profundamente as Escrituras, saberia reconhecer que essa era a marca do verdadeiro Cristo.

Mesmo sem ver grandes mudanças no sistema político ou religioso, João Batista foi lembrado de que o Messias não veio para cumprir expectativas humanas, mas para cumprir as Escrituras. Os milagres e o evangelho anunciado aos pobres eram o selo de que a Palavra de Deus estava sendo cumprida diante dos seus olhos, mesmo da prisão.

Há momentos em nossa jornada em que a fé que professamos será testada pela realidade que enfrentamos. Como João, podemos crer de forma firme e genuína, mas ainda nutrir expectativas que não se alinham totalmente com os propósitos de Deus.

A resposta de Cristo é sempre a mesma: “Olhe para o que estou fazendo. Veja as Escrituras sendo cumpridas. E não se escandalize por Eu não agir conforme os teus planos, mas conforme os planos do Pai.”

A fé verdadeira não satisfaz expectativas; ela descansa na fidelidade do que foi revelado.

 

A crença dos concidadãos de Jesus em Nazaré

Jesus nasceu em Belém, mas cresceu em Nazaré, uma cidade da Galileia, onde era conhecido como o filho de José, o carpinteiro. Quando iniciou seu ministério, sua fama se espalhou por toda a região, inclusive pelas cidades próximas. Eventualmente, Jesus voltou a Nazaré, sua terra natal, onde muitos o conheciam desde a juventude (Lucas 4:14-16).

Em um sábado, como de costume, Jesus foi à sinagoga local — o centro do ajuntamento religioso dos judeus. Lá, levantou-se para ler as Escrituras, e foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Jesus procurou o trecho onde está escrito:

“O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor.” (Lucas 4:18-19)

Depois de ler, Jesus fechou o livro, devolveu-o ao ministro e sentou-se, sinal de que iria ensinar. Todos na sinagoga estavam com os olhos fixos nele. Ao ensiná-los, Jesus declarou que a passagem lida se cumprira ali mesmo, diante dos seus ouvintes. Ele estava afirmando ser Aquele de quem Isaías profetizara: o Ungido que viera para evangelizar os pobres, curar os quebrantados de coração, libertar os cativos, restaurar a vista aos cegos, libertar os oprimidos e proclamar o tempo aceitável do Senhor.

Maravilhados, mas incrédulos

A mensagem causou grande admiração entre os presentes. Todos davam testemunho do que haviam ouvido e se maravilhavam com as palavras de graça que saíam da boca de Jesus. Mas, em vez de acolhê-lo como o Messias — como seria coerente com o que acabavam de ouvir — passaram a questionar entre si:

“Não é este o filho de José?” (Lucas 4:22).

Esse questionamento repetido entre os concidadãos revelava incredulidade. Eles queriam crer apenas no que era racionalmente aceitável: “Esse é o filho de José, não é?” O grande dia da visitação divina havia chegado, mas, em vez de se atentarem à profecia de Isaías e perceberem o cumprimento diante de seus olhos, prenderam-se à aparência familiar de Jesus.

Em lugar de confiarem no testemunho de Deus, revelado por meio do profeta, confiaram em seus próprios julgamentos, em seus líderes religiosos e nas vozes familiares dos vizinhos e amigos — como denunciara o profeta Miqueias:

“… veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão. Não creiais no amigo, nem confieis no vosso guia; daquela que repousa no teu seio, guarda as portas da tua boca.” (Malaquias 7:4-5).

O que deveria ser o dia do cumprimento da promessa messiânica — um momento de celebração e fé — acabou transformando-se em escândalo e rejeição. Em vez de atentarem para as palavras de Isaías, prenderam-se à imagem que abrigavam de Jesus, moldada apenas por impressões humanas.

A resposta de Jesus: fé que não depende de sinais

Conhecendo profundamente o coração dos seus ouvintes, Jesus expôs o que realmente desejavam: sinais miraculosos. Eles não estavam interessados em ouvir a Palavra ou reconhecer o cumprimento das Escrituras, mas queriam ver prodígios. Por isso, Jesus lhes disse:

“Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui, na tua pátria, tudo o que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.” (Lucas 4:23)

Eles esperavam que Jesus fizesse em Nazaré os mesmos sinais que realizara em outras cidades, como Cafarnaum. No entanto, Jesus os advertiu com uma verdade dura e profética:

“Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.” (Lucas 4:24)

Esse princípio — a rejeição do profeta em meio aos seus — estava claramente evidenciado nas Escrituras. Jesus então cita dois episódios do Antigo Testamento que ilustram essa realidade com precisão.

Primeiro, Ele lembra que, em tempos de grande necessidade, Deus enviou o profeta Elias não às muitas viúvas de Israel, mas a uma mulher estrangeira em Sarepta de Sidom (Lucas 4:26). O milagre ocorreu fora dos termos de Israel.

Depois, menciona que havia muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, mas nenhum foi purificado — exceto Naamã, o sírio (Lucas 4:27). Mais uma vez, o milagre alcançou um estrangeiro, e não o povo de Deus.

Esses exemplos não apenas ilustravam a rejeição de profetas em sua própria terra, mas apontavam para uma verdade espiritual mais profunda: o povo de Deus frequentemente rejeita a voz de Deus quando ela não corresponde às suas expectativas.

Jesus não negava que pudesse operar sinais — de fato, já os realizava em outras regiões. Mas a missão d’Ele estava fundamentada na obediência ao Pai: Ele falaria o que lhe fosse ordenado, e não se guiaria pelas exigências humanas:

“Eis que lhes suscitarei um profeta do meio dos seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar.” (Deuteronômio 18:18)

Assim como Elias e Eliseu, Jesus havia realizado sinais em terras estrangeiras, mas ao seu próprio povo cabia ouvi-lo e crer em suas palavras, pois essa era a determinação divina: Ele falaria tudo o que o Pai lhe ordenasse — e isso é algo distinto de simplesmente operar milagres.

O escândalo do Cristo revelado

A mensagem de Jesus, em vez de conduzir à fé, despertou a fúria dos ouvintes. Eles se levantaram, expulsaram-no da sinagoga e o levaram até um precipício para matá-lo. Mas Jesus passou por entre eles e retirou-se (Lucas 4:29-30).

Aqueles homens queriam crer em Jesus à sua própria maneira. Não se rendiam à Palavra, mas esperavam ver sinais miraculosos, assim como tantos outros judeus que também exigiram um sinal para crer:

“Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu?” (João 6:30).

Mas Jesus não veio para satisfazer expectativas humanas. Ele veio para cumprir as Escrituras. Seu ensino, sua autoridade e sua própria pessoa eram o sinal mais claro do Reino de Deus. Mas para muitos, isso era escândalo demais.

A fé verdadeira não nasce da familiaridade, da tradição ou da exigência por sinais. Ela nasce da escuta obediente da Palavra de Deus.

Muitos ainda hoje querem crer em Jesus de forma seletiva — o Jesus que cura, que prospera, que realiza — mas resistem ao Jesus que corrige, que confronta, que ensina e que exige fé baseada no que está escrito.

Como os nazarenos, podemos correr o risco de rejeitar o Cristo real por causa da imagem limitada que construímos d’Ele. Mas a verdadeira adoração — e a verdadeira fé — começa quando reconhecemos que Ele é quem as Escrituras dizem que é, e que Suas palavras bastam para salvação.

 

A Crença dos Filhos de Jacó Após o Êxodo

Embora descendentes da carne de Abraão, os filhos de Jacó — que saíram do Egito sob a poderosa mão de Deus — não confiaram no Senhor como confiou o patriarca. Apesar de afirmarem serem filhos de Abraão, a verdade é que não andaram nos passos da sua fé. Desde o princípio, murmuravam constantemente, e sua desconfiança era tamanha que chegaram a acusar Deus de tê-los libertado apenas para matá-los no deserto (Êxodo 14:11).

Mesmo após testemunharem prodígios extraordinários e estarem cercados por proteção divina — uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo à noite (Êxodo 13:22) — persistiram em duvidar. Nem mesmo o livramento do faraó e a travessia do mar os fizeram confiar plenamente. Em segurança, já livres dos egípcios, continuaram murmurando, como se Deus não tivesse propósito de bem para com eles (Êxodo 16:3).

Por causa dessa disposição incrédula, o povo foi provado no deserto com a provisão do maná. E ainda que a ordem fosse clara — colher a porção exata para cada dia — desobedeceram, tentando guardar para o dia seguinte, e o alimento apodreceu. Quando receberam a orientação de colher porção dobrada na sexta-feira, para que no sábado repousassem, alguns ainda assim saíram no sábado buscando maná (Êxodo 16:4-30). Preferiram seguir seus próprios raciocínios a obedecer à Palavra do Senhor.

A incredulidade foi tamanha que, mesmo quando Deus lhes concedeu o privilégio de ouvirem a Sua própria voz no monte Sinai, tiveram medo e se afastaram. Ao verem o monte fumegante, recusaram-se a ouvir diretamente o Senhor e pediram que Moisés falasse em seu lugar (Êxodo 20:19-21). Não compreenderam que eram o povo escolhido por meio do qual viria o Descendente prometido a Abraão.

Guiar-se por conjecturas não é fé — é o caminho da rebelião

Fé, segundo as Escrituras, é confiança na palavra que Deus revelou. Qualquer direção que o homem toma com base em seus próprios pensamentos, sentimentos ou intuições, sem se apoiar na revelação divina, não é fé — é presunção. E a presunção sempre conduz à rebelião.

A fé verdadeira se firma no que Deus disse, não no que o homem imagina. Quando Israel conjecturou que poderia tomar a terra prometida no seu próprio tempo — mesmo depois de Deus revogar a ordem — foram derrotados (Números 14:39-45). Quando tentaram usar a verdade de que “toda a congregação é santa” como justificativa para desafiar a liderança instituída por Deus, foram tragados pela terra (Números 16:3; Levítico 19:2).

“E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus.” (Levítico 20:26).

Fé não é seguir o coração, mas obedecer à palavra. Não é se apoiar no que parece certo, mas no que está escrito.

“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.” (Provérbios 3:5)

Por isso, todo aquele que deseja andar com Deus precisa renunciar às conjecturas e submeter-se à Escritura. Pois a fé que salva e agrada a Deus nasce do ouvir e atender a Palavra, e não das suposições humanas (Romanos 10:17).

Quando Miriam e Arão — por serem também profetas — imaginaram que poderiam se insurgir contra Moisés com base em seus vínculos familiares, foram severamente corrigidos por Deus (Números 12:1-10). Ser usado por Deus em determinado momento não confere autoridade para liderar o povo de Deus segundo critérios humanos. A liderança é chamada, e não usurpada.

A incredulidade também contaminou a missão dos doze espias. Dez deles, em vez de se limitarem a relatar o que viram, permitiram-se julgar segundo seus próprios critérios e infamaram a terra, gerando medo e revolta entre o povo (Números 13:31-33). O povo, ao ouvir tais relatos, logo desejou retornar ao Egito (Números 14:1-4), ignorando a promessa, bem como a ordem divina:

“… pois o SENHOR vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho.” (Deuteronômio 17:16).

Por sua desobediência e incredulidade, Deus os impediu de entrar na terra prometida. Mandou que voltassem ao deserto e ali perecessem, exceto Josué e Calebe (Números 14:20-25). Ainda assim, o povo, voluntariosamente, tentou tomar a terra, mesmo após Deus já ter revogado a ordem. Acharam que poderiam obedecer a uma ordem revogada e que haveriam de prosperar. Implementar o que foi revogado não é obediência e foram derrotados (Números 14:40-45).

A incredulidade também se disfarça de falsa santidade. Coré, Datã e Abirão usaram uma verdade — de que toda a congregação era santa e que o Senhor habitava no meio deles (cf. Levítico 19:2; 20:26) — para levantar uma acusação política contra Moisés. Não discerniram que santidade diante de Deus decorre de pertencer a Ele para uso exclusivo. Eles instrumentalizaram a reclamação do povo para tentar tomar o poder, acusando Moisés de querer fazer-se príncipe sobre o povo (Números 16:13).

Assim, vemos que a fé dos filhos de Jacó após o Êxodo não era fé segundo as Escrituras, mas uma fé moldada por interesses, medo, conveniência e ambição. Não confiaram na promessa feita a Abraão; não creram que Deus cumpriria a palavra que jurara. Por isso foram reprovados, e a geração inteira caiu no deserto.

“Ora, estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram… Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” (1 Coríntios 10:6,11)

Crer como Abraão é confiar sem ver. É obedecer mesmo sem compreender. É não murmurar nas dificuldades, mas descansar nas promessas. Crer conforme as Escrituras é permanecer fiel, mesmo que o caminho passe pelo deserto.

O deserto não foi apenas uma travessia geográfica para os filhos de Jacó — foi uma escola espiritual. Cada escassez, cada provação, cada dia de dependência do maná visava uma transformação mais profunda: moldar o entendimento de um povo que, embora liberto do Egito, ainda era escravo de seus próprios desejos (Salmo 81:12).

Deus os humilhou, permitindo a fome. Mas não os abandonou — sustentou-os com o maná, um alimento sobrenatural que nenhum de seus pais havia conhecido. Tudo isso tinha um propósito claro: ensinar que a vida do homem não depende apenas do pão que perece, mas da Palavra que procede da boca do Senhor.

“E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná… para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem.” (Deuteronômio 8:3).

Contudo, apesar da lição clara, o povo não confiou na palavra de Deus. Preferiram valorizar o alimento terreno e as lembranças ilusórias do Egito do que crer na provisão daquele que os tirou com mão forte e braço estendido.

A incredulidade em relação à Palavra é sempre o maior obstáculo para o amadurecimento da fé. Deus os alimentava com o que era eterno — mas o povo desejava o que era perecível.

O mesmo ensino permanece para o cristão hoje: não é o pão da terra que sustenta a alma, mas o Cristo revelado nas Escrituras, o Pão vivo que desceu do céu.

 

A crença de alguns discípulos que diziam crer em Jesus

O evangelista João registra que, diante do ensino de Jesus, muitos judeus passaram a crer nele (João 8:30). Contudo, à medida que o diálogo se aprofunda, fica evidente que essa crença era condicionada por expectativas humanas. Eles criam, sim — mas à sua própria maneira.

Desde o início do discurso, Jesus se apresentou como a luz do mundo. Mas, em vez de confrontarem essa declaração com as Escrituras — onde estava profetizado que o Messias seria luz para os povos —, os fariseus rapidamente levantaram uma objeção legalista: o testemunho de alguém sobre si mesmo não é válido (João 8:13).

Jesus, então, respondeu com autoridade. Seu testemunho era verdadeiro porque Ele sabia de onde veio e para onde iria — uma realidade espiritual que os seus interlocutores não compreendiam, pois julgavam segundo a carne: viam apenas o filho de José, o carpinteiro de Nazaré. Mas Jesus não julgava segundo esses critérios, e desafiava-os a julgar segundo a reta justiça — a justiça revelada nas Escrituras (João 8:15-16).

Para mostrar a solidez de seu testemunho, Jesus citou a própria lei que os fariseus invocavam: o testemunho de duas pessoas era válido. E nesse caso, Ele testificava de si mesmo, e o Pai testificava com Ele (João 8:17-18). Diante disso, perguntaram capciosamente: “Onde está teu Pai?” Jesus respondeu que não conheciam nem a Ele nem ao Pai, pois quem conhece o Filho, conhece o Pai (João 8:19).

Essa afirmação foi tão impactante que João destaca que ela foi dita no templo, próximo ao lugar das ofertas, e ainda assim, ninguém ousou prendê-lo — pois a sua hora ainda não havia chegado (João 8:20).

A fé que não suporta confronto

Ao afirmar que se ausentaria e que eles o procurariam sem sucesso, os judeus especularam se Ele pretendia suicidar-se (João 8:22). Jesus então ressaltou sua origem celestial: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.” (João 8:23). E advertiu: quem não cresse que Ele era o “Eu sou” morreria em seus pecados (João 8:24).

Mesmo com declarações tão claras, eles insistiam: “Quem és tu?” Jesus respondeu que já lhes havia dito desde o princípio, e que falava apenas o que ouvira do Pai (João 8:25-26). Mas eles não compreenderam que Ele falava do Pai.

Jesus então profetizou: quando o Filho do Homem fosse levantado, eles reconheceriam quem Ele era, e veriam que nada fazia por si mesmo, mas apenas conforme o Pai lhe ordenara (João 8:28). E declarou: “Aquele que me enviou está comigo; não me deixou só, porque faço sempre o que lhe agrada.” (João 8:29). Diante dessas palavras, muitos creram nele.

Crer… mas de que maneira?

Jesus, então, deixou de falar aos fariseus e voltou-se àqueles que diziam crer. E aqui há uma virada no texto: Ele começa a provar a fé deles. Disse:

“Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31-32).

Essa afirmação causou resistência. Eles responderam:

“Somos descendência de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como dizes tu: Sereis livres?” (João 8:33)

Jesus poderia ter lembrado que o povo judeu havia sido escravizado pelos babilônios, medos-persas, gregos e que, naquele momento, estavam sob o domínio de Roma. Mas Ele foi além:

“Todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” (João 8:34).

Apesar da dureza, havia esperança: o servo não permanece para sempre na casa, mas o Filho sim. E se o Filho os libertasse, seriam de fato livres (João 8:35-36).

Jesus reconheceu que eram descendentes físicos de Abraão, mas os confrontou: eles queriam matá-lo porque rejeitavam a sua palavra (João 8:37). Ele falava o que ouvira do Pai, mas eles faziam o que aprenderam com o “pai” deles — o que não era Deus.

Quando responderam que seu pai era Abraão, Jesus os corrigiu: se fossem filhos de Abraão, fariam as obras de Abraão (João 8:39). Essa postura lembrava os fariseus que foram até João Batista confiando em sua linhagem, mas João lhes advertiu:

“Não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão.” (Mateus 3:9).

Jesus, então, desmascarou a falsa fé daqueles que diziam crer: queriam matá-lo por falar a verdade recebida do Pai. Se fossem filhos de Deus, o amariam, pois Ele vinha do Pai e não agia por conta própria. Mas, ao invés disso, ao ouvir que Jesus existia antes de Abraão, pegaram pedras para apedrejá-lo (João 8:58-59).

Os judeus estavam dispostos a crer em um Jesus limitado ao que lhes parecia aceitável — o filho de José e Maria, talvez mais um rabi ou um profeta. Crer na medida do que é conveniente ao coração é uma tendência humana, mas crer no testemunho que Deus dá do Seu Filho exige rendição.

Fé verdadeira não se apoia em linhagens, tradições ou interpretações pessoais. Ela nasce da palavra revelada e se prova pela permanência no ensino de Cristo.

Crer à sua maneira não salva.
Crer conforme as Escrituras — este é o caminho da verdade que liberta.

 

Os homens creem na existência de Deus, mas não querem obedecê-lo

Entre os homens, há os que afirmam crer em Deus e os que não creem. À primeira vista, pode parecer que crer na existência de Deus seja por si só uma virtude suficiente. No entanto, nem a Bíblia, nem Jesus, prometeram recompensa alguma àqueles que apenas acreditam que Deus existe.

A crença na existência de Deus, isoladamente, não é o que define um verdadeiro crente. O próprio apóstolo Tiago advertiu:

“Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; também os demônios o creem — e estremecem.” (Tiago 2:19)

O problema está no fato de que muitos creem em Deus, mas não querem obedecê-lo. E mais ainda: entre os que afirmam crer, há uma pluralidade de concepções sobre quem Deus é. Algumas dessas ideias incluem:

  • Um Ser Pessoal e Transcendente, criador, soberano, consciente, dotado de vontade, inteligência e emoções — como compreendido nas religiões abraâmicas (cristianismo, judaísmo, islamismo).
  • Um Princípio Impessoal ou Absoluto, como o Brahman do hinduísmo advaita ou o Dao do taoísmo — uma realidade última sem personalidade.
  • A Natureza Divina, como no panteísmo, que identifica Deus com o universo, ou no panenteísmo, que vê o universo como “dentro” de Deus, embora Ele o transcenda.
  • Deuses múltiplos, presentes no politeísmo (hinduísmo védico, mitologias antigas), onde divindades encarnam aspectos específicos da realidade.
  • Forças espirituais da natureza, típicas das tradições animistas (religiões indígenas e africanas), que veem espíritos em rios, montanhas, árvores e ancestrais.
  • Concepções filosóficas ou metafóricas, que veem “Deus” como símbolo do bem, da consciência moral ou do sentido da vida, sem compromisso com o sobrenatural.
  • O agnosticismo, que considera impossível saber se Deus existe.
  • O ateísmo, que nega qualquer realidade divina ou sobrenatural.

Essa diversidade de visões mostra que crer na existência de Deus, por si só, não qualifica ninguém como discípulo, nem o torna agradável a Deus.

 

A Bíblia não prova Deus — ela apresenta Cristo

A Escritura não se propõe a provar a existência de Deus. Ao contrário, ela apresenta Jesus como o Cristo e declara que é por meio dele que o homem crê em Deus:

“É por Cristo que temos tal confiança em Deus.” (2 Coríntios 3:4).

Deus se deu a conhecer nas Escrituras por meio do testemunho que deu acerca do Seu Filho. Portanto, o verdadeiro crente é aquele que crê em Deus por intermédio de Cristo, porque reconhece que as Escrituras dão testemunho dele (João 5:39).

Foi assim com Abraão. Ao obedecer a Deus oferecendo Isaque, ele creu que Deus era poderoso para ressuscitá-lo dentre os mortos, porque confiava na promessa de que o Cristo viria por meio de sua descendência:

“Considerou que Deus era poderoso até para ressuscitar Isaque dentre os mortos…” (Hebreus 11:19).

Ou seja, Abraão creu em Deus porque creu no Cristo prometido. Sua fé estava firmada não em uma ideia vaga de divindade, mas na promessa concreta da vinda do Descendente.

Cristo: o único caminho para conhecer e crer em Deus

Na Nova Aliança, isso não muda. O verdadeiro crente é aquele que crê que Jesus é o Cristo — e ao fazê-lo, assente com o testemunho que Deus deu por meio dos profetas e das Escrituras:

“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho.” (1 João 5:11).

Crer em Deus sem crer em Cristo é crer em vão. A fé que agrada a Deus é a que reconhece o Filho, pois foi por meio dEle que Deus se revelou plenamente. É por isso que Jesus disse:

“Quem crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou.” (João 12:44).

Crer na existência de Deus é o ponto de partida para muitos, mas é a fé em Cristo que conduz à obediência, à verdade e à salvação. Muitos dizem crer em Deus, mas não desejam se submeter à sua Palavra. Porém, a fé verdadeira se manifesta em obediência — e a obediência começa quando o homem crê no testemunho que Deus deu acerca de Seu Filho.

Não basta crer que Deus existe.
É preciso crer como Ele revelou que deve ser crido — por meio de Cristo.

 

Cristo nas Escrituras: tudo se cumpriu n’Ele

Em Lucas 24:44, Jesus afirma com clareza:

“São estas as palavras que vos disse, estando ainda convosco: importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.”

Com essas palavras, Jesus revela que toda a Escritura do Antigo Testamento testifica d’Ele. Por isso, quem verdadeiramente crê em Deus deve crer que as promessas, sombras e profecias contidas nas Escrituras se cumprem na pessoa de Jesus Cristo. A seguir, estão algumas dessas passagens:

  1. Na Lei (o Pentateuco)
  • Gênesis 3:15 – A promessa da “semente da mulher” que ferirá a cabeça da serpente anuncia desde o Éden o Redentor que viria para vencer o mal.
  • Gênesis 12:3; 22:18“Em ti serão benditas todas as famílias da terra”: a promessa da salvação universal por meio da descendência de Abraão, que é Cristo.
  • Êxodo 12:3-14 – A instituição da Páscoa e o sangue do cordeiro que livra da morte apontam para Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
  • Números 21:8-9 – A serpente de bronze erguida por Moisés prefigura Cristo sendo levantado na cruz, para dar vida aos que Nele creem (cf. João 3:14-15).
  • Levítico 16 – O Dia da Expiação, com sacrifício e aspersão de sangue, antecipa a obra de Cristo como Sumo Sacerdote e sacrifício perfeito.
  • Deuteronômio 18:15-19 – Moisés profetiza que Deus levantaria um Profeta semelhante a ele, a quem o povo deveria ouvir. Jesus é esse Profeta, o Mediador da Nova Aliança.
  1. Nos Profetas
  • Isaías 7:14 “A virgem conceberá e dará à luz um filho…”: o nascimento virginal de Jesus, o Emanuel, Deus conosco.
  • Isaías 9:6-7 – Títulos gloriosos: “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” – apontam para o governo eterno do Messias.
  • Isaías 53:1-12 – O Servo Sofredor, traspassado pelas nossas transgressões, que carrega nossos pecados e justifica muitos — um retrato vívido da cruz.
  • Miquéias 5:2 – A profecia do nascimento em Belém, cidade pequena, mas de onde viria o Rei eterno de Israel.
  • Zacarias 9:9 – A entrada triunfal do Messias em Jerusalém, humilde e montado num jumento, cumprida por Jesus dias antes da cruz.
  • Zacarias 12:10“Olharão para mim, a quem traspassaram”: referência à crucificação e ao futuro quebrantamento de Israel.
  • Malaquias 3:1 – O mensageiro que prepara o caminho — João Batista — anuncia a vinda do Senhor ao seu templo.
  • Jonas 1:17 – Três dias e três noites no ventre do peixe como figura da morte, sepultura e ressurreição de Cristo (cf. Mateus 12:40).
  1. Nos Salmos
  • Salmo 2:7-9 “Tu és meu Filho, hoje te gerei…”: a entronização messiânica e a herança das nações como posse do Filho.
  • Salmo 16:8-10 “Não permitirás que o teu Santo veja corrupção”: uma profecia direta da ressurreição corporal de Jesus (cf. Atos 2:27).
  • Salmo 22:1-31 – Uma descrição assombrosamente precisa da crucificação: abandono, zombaria, sede, mãos e pés traspassados, repartição das vestes, e a vitória final.
  • Salmo 110:1“Assenta-te à minha direita…”: Cristo como Rei e Sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque (cf. Hebreus 7).
  • Salmo 118:22-23 “A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a pedra angular”: referência a Cristo rejeitado e exaltado.

Toda a Escritura aponta para Cristo. Jesus não é uma figura à parte da história de Israel — Ele é o cumprimento pleno da revelação de Deus. Por isso, crer em Deus é, necessariamente, crer no Filho que Ele enviou. As promessas, os símbolos, os sacrifícios, os profetas, os salmos — todos testificam d’Ele.

Crer na existência de Deus é o início;
Crer que Jesus é o Cristo, conforme dizem as Escrituras, é a fé que salva.

 

Por que crer segundo as Escrituras?

A resposta é simples: porque essa foi a determinação do próprio Senhor Jesus!

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva.” (João 7:38).

Crer em Jesus conforme as Escrituras é o que impede que se criem expectativas vãs ou fantasiosas. A Escritura é clara: a promessa feita por Cristo é única e essencial:

“E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.” (1 João 2:25).

O verdadeiro crente, ao se firmar nas Escrituras, entende que crer em Deus não é esperar por sinais, riquezas ou status. Quando Jesus declarou que “para Deus tudo é possível”, falava sobre a salvação do homem, não sobre milagres, conquistas materiais ou realizações humanas.

“E Jesus, olhando para eles, disse: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.” (Mateus 19:26).

Ao ouvir que era difícil um rico entrar no Reino dos Céus, os discípulos ficaram admirados e perguntaram: “Quem, pois, pode salvar-se?” (Mateus 19:25). A resposta de Jesus mostra que a salvação é obra exclusiva de Deus. A interpretação dessa passagem não deve ser estendida aos diversos anseios humanos, como se fosse uma promessa de solução para todos os desejos terrenos. Antes, ela se restringe ao verdadeiro problema que, por si só, é insolúvel aos homens: a salvação. É nesse contexto que Jesus afirma que para os homens é impossível, mas para Deus tudo é possível — pois somente Deus pode salvar.

Embora o jovem que se afastou triste de Jesus por não abrir mão de seus bens fosse de fato abastado financeiramente, a figura do “rico” nessa passagem representa algo mais profundo: simboliza aquele que confia na própria força, faz da carne o seu apoio e não se rende plenamente à vontade de Deus. Em contraste, o “pobre” é figura daquele que reconhece sua total dependência da misericórdia divina. Assim, é um erro interpretar esse texto como se fosse uma crítica aos que possuem bens materiais, como se os financeiramente pobres fossem automaticamente preferidos por Deus

O ensinamento de Jesus vai além das aparências: trata-se de um chamado à renúncia não apenas das riquezas materiais, mas sobretudo das riquezas religiosas — aquelas que, por tradição, os judeus herdavam de seus pais e nas quais confiavam. Era necessário abandonar esse falso capital espiritual, desapegar-se da justiça própria, para que ocorresse a verdadeira metanoia, a mudança de entendimento, e assim se submetessem ao Senhor. O Reino dos céus havia se manifestado entre os homens, e apenas os que se esvaziassem de suas riquezas herdadas, abandonando pai e mãe como o crente Abraão, poderiam recebê-lo.

“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.” (Mateus 10:37).

Crer conforme as Escrituras guarda o coração das distorções

Crer conforme as Escrituras também protege o coração de distorções comuns, como a de tomar para si promessas bíblicas que foram feitas a terceiros, como no caso de Abraão. A promessa de riquezas, de nome engrandecido e de bênçãos sobre os que o abençoassem foi feita especificamente a ele — e não pode ser generalizada. Nenhum cristão está autorizado a apropriar-se de promessas personalíssimas como se fossem universais.

A bênção que nos alcança não é a que Deus concedeu diretamente a Abraão, mas sim a bem-aventurança que está em Cristo, o Descendente prometido. Em Cristo, todos os que creem são abençoados com a bênção espiritual que transcende as promessas materiais feitas ao patriarca.

Abraão teve, de fato, seu nome engrandecido, sendo chamado de “amigo de Deus”. Já o cristão é chamado à mesma fé — fé no Deus de Abraão — mas segundo a promessa do evangelho revelado em Cristo. Essa fé é firme e segura porque está alicerçada na Palavra de Deus, e não em expectativas humanas, muitas vezes moldadas por interesses terrenos.

Aquele que não compreende essa distinção acaba por focar nas riquezas materiais que Abraão recebeu, esquecendo-se de que a esperança do cristão é muito superior. Enquanto a herança de Abraão estava ligada à terra prometida, a esperança dos que estão em Cristo é celestial, conforme a promessa eterna de Deus (Colossenses 1:5).

Fé segundo as Escrituras evita presunções

Semelhantemente, aquele que se arroga o direito de andar sobre as águas apenas porque Pedro o fez, ignora um ponto fundamental: a ordem de Jesus foi específica e pessoal. O Senhor disse: “Vem” (Mateus 14:29), dirigindo-se unicamente a Pedro. Nenhum dos outros discípulos no barco recebeu tal chamada.

Portanto, qualquer pessoa que tente reproduzir esse episódio baseada apenas no relato, sem uma ordem direta e clara do Senhor, não está agindo por fé — mas por presunção. O resultado inevitável será submeter-se às consequências naturais e físicas do mundo criado, e não experimentar o sobrenatural.

Andar sobre as águas não foi uma promessa ou doutrina ensinada por Cristo a todos os seus seguidores, mas uma experiência singular, com propósito específico. A tentativa de repetir tal feito fora do contexto e sem mandato divino é, na verdade, tentar a Deus — o que a Escritura claramente condena (Deuteronômio 6:16; Mateus 4:7).

A fé bíblica não se fundamenta em replicar eventos extraordinários, mas em obedecer à Palavra de Deus. E a fé que salva não é a que desafia o mar, mas a que crê que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, como Pedro confessou antes mesmo de pisar nas águas (Mateus 16:16).

A fé que não compreende o espírito do evangelho

Certa feita, os samaritanos recusaram dar pousada a Jesus e aos discípulos, pois perceberam que o grupo estava a caminho de Jerusalém — algo que gerava tensão entre judeus e samaritanos (Lucas 9:51-53). Diante da rejeição, Tiago e João, inflamados por zelo, lembraram-se do episódio em que Elias invocou fogo do céu e foi atendido. Então, propuseram a Jesus:

“Queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?” (Lucas 9:54).

Ambos tinham plena convicção de que, se rogam a Deus com o consentimento de Cristo, o fogo desceria do céu. Porém, Jesus os repreendeu. A fé que eles manifestaram naquele momento, embora demonstrasse confiança no poder divino, estava desconectada do espírito do evangelho.

A fé verdadeira não busca vingança, nem age por impulso, ainda que se baseie em precedentes bíblicos. O Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las (Lucas 9:56). Qualquer crença ou prática que se desvie desse princípio fundamental do evangelho — a salvação e não a condenação — não será honrada por Deus.

Tiago e João estavam prontos para agir como Elias, mas ainda não haviam compreendido que a missão do Cristo era redentora, não punitiva. A fé viva e eficaz está alinhada ao propósito de Deus revelado em Cristo: salvar o que se havia perdido, e não castigar os que resistem à verdade.

A firmeza da fé que se apoia nas Escrituras

Crer conforme as Escrituras é o que sustenta o cristão, seja em tempos de bonança ou de adversidade. A verdadeira fé não depende das circunstâncias, pois está ancorada na revelação de Deus, e não nas expectativas humanas.

Aquele que crê em Cristo com base em conjecturas pessoais — moldando a fé a partir do que deseja ou espera — pode até declarar sua fé nos dias bons. Mas, quando a tribulação chega, essa mesma fé revela-se rasa e inconsistente, e corre o risco de negá-lo, como Pedro o fez no pátio do sumo sacerdote.

Somente a fé que nasce da Palavra e cresce pela compreensão das Escrituras é capaz de permanecer inabalável diante da dor, da perda e das perseguições. É essa fé que confessa Cristo não apenas com os lábios, mas com a vida inteira — mesmo que isso custe tudo.

Como disse o apóstolo Paulo:

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?” (Romanos 8:35).

Essa é a fé que resiste porque crê como diz a Escritura, e não como diz o coração do homem.

A compreensão da palavra é a essência da fé

Jesus comparou o ouvinte da Palavra a diferentes tipos de solo. Só a boa terra — aquele que ouve e compreende — produz fruto. Compreender é essencial.

“O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende; E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera; Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.” (Mateus 13:20-23).

Simão Pedro, quando não compreendia, se tornava obstáculo:

“Para trás de mim, Satanás; tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” (Mateus 16:23).

Muitos, crendo segundo seu próprio entendimento, presumem que a piedade serve de meio para lucro. Paulo adverte contra isso:

“Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (1 Timóteo 6:5-8).

A concupiscência disfarçada de esperança

À semelhança de Simão Pedro, aquele que não crê em Cristo conforme as Escrituras se deixa levar por desejos da carne, ainda que esses desejos se travistam de esperança religiosa. No caso dos judeus, esse desejo carnal estava profundamente enraizado na expectativa da restauração do reino a Israel — uma esperança que, embora antiga, tornara-se um ídolo no coração.

Lutar ao lado de um Messias poderoso, que operava sinais e demonstrava autoridade, era, para eles, a promessa de um reinado terrestre, imediato e glorioso. Por isso, muitos se aproximaram de Jesus com motivações políticas e nacionalistas, e não com fé no Cristo das Escrituras. Essa “concupiscência de imundícia”, como o apóstolo Pedro a chama (2 Pedro 2:10), fazia com que desprezassem qualquer autoridade que não se alinhasse a seus interesses. Tornaram-se atrevidos, obstinados e irreverentes diante das dignidades (Romanos 13:1-7; Judas 1:16-19).

Mesmo os discípulos de Jesus, que haviam caminhado com Ele e ouvido sua doutrina, ainda demonstravam essa inclinação terrena após a ressurreição. Quando Jesus estava prestes a ascender aos céus, a grande pergunta que brotou de seus corações foi reveladora:

“Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (Atos 1:6)

Essa não era uma dúvida inocente, mas o reflexo de uma fé ainda misturada com ambição nacionalista. Eles ansiavam por ver a glória de Israel restaurada, não percebendo que o verdadeiro Reino de Deus já estava entre eles — não com aparência exterior, mas em poder e justiça, operando no coração dos que creem.

Crer em Cristo conforme as Escrituras é abandonar essas expectativas terrenas e se submeter ao plano eterno de Deus. É reconhecer que o Reino já veio em Cristo, e que não se trata de tronos terrenos, mas de redenção, reconciliação e vida eterna.

E esse foi o alerta do apóstolo Pedro:

“Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências,” (2 Pedro 3:3).

 

Crer conforme as Escrituras: o templo prometido e o Reino eterno

Quem crê nas Escrituras sabe que confessar Jesus como o Filho de Deus é também reconhecê-lo como o Filho de Davi — o herdeiro legítimo das promessas feitas ao rei. E, segundo o testemunho profético, antes de ser restaurado o reino a Israel, Cristo haveria de edificar um templo a Deus.

A promessa feita a Davi é explícita e carregada de significado espiritual:

“Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho.” (2 Samuel 7:12-14)

Muitos associam essa profecia a Salomão e ao templo de Jerusalém, mas o seu cumprimento pleno e eterno está em Cristo. Ele mesmo afirmou: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei.” (João 2:19). Os que o ouviam pensaram que Ele falava do templo de pedra, mas Ele falava do templo do Seu corpo — Cristo é o verdadeiro Templo de Deus (João 2:21).

Essa promessa aponta para algo maior do que o reinado de Salomão ou um templo de pedra. Trata-se do Cristo, o Descendente prometido, que edificaria uma casa espiritual ao nome do Senhor. Somente após a edificação desse santuário — não feito por mãos humanas — o trono de seu reino seria estabelecido para sempre.

Portanto, antes de estabelecer o trono de Seu Reino para sempre, Cristo precisava edificar uma casa para o nome de Deus — uma casa feita não por mãos humanas, mas composta por pedras vivas, por todos aqueles que creem n’Ele conforme as Escrituras.

O apóstolo Pedro explica:

“Chegando-vos para ele — a pedra viva, rejeitada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa — vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” (1 Pedro 2:4-5).

E Paulo, escrevendo aos efésios, revela que esse templo é formado por judeus e gentios, reconciliados em Cristo:

“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.” (Efésios 2:19-22).

O verdadeiro crente em Cristo entende que Ele próprio é o Santuário prometido. O Verbo que se fez carne é o “tabernáculo” de Deus entre nós (João 1:14), o cumprimento da promessa. Ele é também a pedra rejeitada, mas escolhida por Deus.

Cristo é o verdadeiro Santuário. Ele mesmo é o fundamento, a pedra angular. E todo aquele que crê n’Ele conforme as Escrituras torna-se parte desse templo vivo. Isso é o que Deus prometeu a Davi — um Filho que edificaria uma casa eterna e que reinaria para sempre.

Além disso, Isaías testificou que Cristo seria tanto Santuário quanto pedra de tropeço:

“Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro. Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel…” (Isaías 8:13-14).

 

Você crê em Jesus

Crer em Cristo é se refugiar nesse Santuário. Assim, aquele que crê conforme as Escrituras não se abala quando suas expectativas humanas não são atendidas. Não crê em Cristo pelo que pode receber, mas por quem Ele é: o Filho eterno, o Santuário vivo, o Rei cujo trono jamais será abalado. Ele sabe que a promessa é maior do que esta vida, e permanece firme até o fim.

Por isso, o verdadeiro crente permanece firme, mesmo diante do sofrimento, pronto a dar sua vida por amor ao evangelho, como Paulo testemunhou com ousadia:

“Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.” (Atos 21:13).

“Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele.” (Filipenses 1:29).

Crer segundo as Escrituras é perseverar até o fim — com os olhos postos não nas promessas desta vida, mas no Reino eterno edificado em Cristo.

Crer em Jesus não é apenas acreditar que Ele existiu, fez milagres ou foi um grande mestre. Crer, conforme as Escrituras, é reconhecer que Ele é o Cristo, o Filho de Deus vivo, o Descendente prometido a Abraão, o cumprimento de toda a Lei, os Profetas e os Salmos (João 7:38; Lucas 24:44).

Essa fé envolve:

  • Reconhecimento da Sua identidade: Jesus é o Filho de Deus, o Messias, o Ungido.
  • Submissão à Sua palavra: crer é obedecer, é permanecer no ensino d’Ele (João 8:31).
  • Confiança no Seu sacrifício: é crer que a salvação está somente em Sua obra, portanto, o evangelho é poder e suficiente.
  • Esperança na promessa: vida eterna, e não sucesso terreno, é a verdadeira herança do crente.

Como o apóstolo Pedro declarou:

“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mateus 16:16).

E como o apóstolo João escreveu:

“Estas coisas foram escritas para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (João 20:31).

 

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3 thoughts on “Como você crê em Jesus?

  1. claudio de fato temos que crê sem ve,mais não necessariamente crê sem compreender né claudio,pois o compreender/entender antecede o crê,entendemos/compreendemos ouvindo e não vendo,é Deus quem da a sabedoria E da sua boca vem o conhecimento e entendimento lembra,crê por entender e entendemos ouvindo e não vendo.

    • Olá Leonardo.. Não sei se você discordou de algum ponto do artigo, mas justamente é bem mais aventurado aquele que não viu e creu. A base do crer é a palavra de Deus, e é essencial compreende-la, como destacado no artigo.

      “Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho.” (Mateus 13:19).

      A semente é a palavra na qual cremos. A semente semeada antecede o crer. Mas, caso alguém não entenda, como é o caso do que foi semeado ao pé do caminho, corre o risco destacado por Cristo.

      Att.

  2. claudio de fato temos que crê sem ve,mais não necessariamente crê sem compreender né claudio,pois o compreender/entender antecede o crê,entendemos/compreendemos ouvindo e não vendo,é Deus quem da a sabedoria E da sua boca vem o conhecimento e entendimento lembra,crê por entender e entendemos ouvindo e não vendo.O povo do deserto queria entender? Não,não queria,queria impor o próprio entendimento,e algumas vezes o próprios Deus até manifestou desejo que eles fossem povo entendido,não é mesmo.

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