Polêmicos

Como ser amigo de Deus?

Para fazer parte da família de Deus, ou para ser servo ou para ser amigo, basta executar a obra de Deus!


Como ser amigo de Deus?

“Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, teu amigo?” (2 Crônicas 20:7).

Abraão, amigo de Deus

Abraão é um dos personagens bíblicos do Antigo Testamento de grande importância para a nação de Israel e para a Igreja de Cristo.

Abraão, um gentio da cidade de Ur dos Caldeus, que ficava na Mesopotâmia, foi convocado por Deus para ser o pai de uma grande nação (Gênesis 12:1-2). Deus gratuitamente também promete que através de Abraão todas as famílias (tribos, nações e povos) da terra seriam bem-aventuradas (Gênesis 12:3).

Com base na palavra de Deus, Abraão e sua esposa saíram da casa de seus parentes e se puseram a peregrinar em terras desconhecidas em direção a Canaã. A terra de Canaã era habitada pelos cananeus, e Deus disse a Abraão que aquelas terras seriam dadas à sua descendência (Gênesis 12:7).

Houve fome em Canaã, e Abraão, herdeiro da promessa, desceu ao Egito para peregrinar. Depois Abraão retornou e habitou nas terras de Canaã, e Deus reitera a promessa feita em Ur dos Caldeus (Gênesis 13:12).

Após guerrear contra cinco reis e ser abençoado pelo sacerdote Melquisedeque, Deus aparece em visão e Abraão expõe os seus anseios, e Deus promete a Abraão um filho das usas entranhas e que a sua descendência seria numerosa como as estrelas dos céus (Gênesis 15:4-5).

Diante da promessa de que teria um filho, Abraão acreditou em Deus, o que lhe foi imputado como justiça (Gênesis 15:6). Como Deus não faz acepção de pessoas, qualquer que crê na promessa de Deus dada a Abraão é um descendente de Abraão (Romanos 4:11), e por isso é dito que Abraão é ‘pai de todos nós’ (Romanos 4:16).

Abraão quis uma prova de que a sua descendência herdaria aquelas terras, e em um sono profundo, Deus revelou o que haveria de acontecer com a sua descendência quatrocentos anos no futuro (Gênesis 15:12-16).

Depois Abrão teve um filho, Ismael, como a serva de Sara, e teve que circuncida-lo e se circuncidar aos noventa e nove anos de idade (Gênesis 17:23-24).

Para a questão: como ser amigo de Deus, temos um último ponto a considerar de suma importância.

Abraão recebeu três varões em sua tenda, quando habitava junto aos carvalhais de Manre, e após se alimentarem, os varões se levantaram e foram em direção a Sodoma e Gomorra, e Abraão os seguiu. Em determinado momento, Deus se pronuncia:

Ocultarei eu a Abraão o que faço, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra?” (Gênesis 18:17-18).

O fato de Deus não esconder de Abraão que iria destruir Sodoma e Gomorra é o que evidencia que Abraão era amigo de Deus, e é exatamente por causa dessa ideia implícita no texto que é dito nas Crônicas e pelo profeta Isaias que Abraão era amigo de Deus (2 Crônicas 20:7; Isaias 41:8).

O irmão Tiago evidencia duas verdades acerca de Abraão:

“E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.” (Tiago 2:23).

Embora a passagem que diz: ‘creu Abraão em Deus, e foi lhe isso imputado como justiça’, seja anterior ao nascimento de Isaque, ela efetivamente se cumpriu quando Abraão ofereceu Isaque sobre o altar de sacrifício, vez que a promessa (fé) feita por Deus cooperou para que Abraão executasse a ordem, e pela ação de Abraão a promessa se concretizou (fé aperfeiçoada), e por isso, as Escrituras fazem referência a Abraão como amigo de Deus.

 

O que significa ser “amigo” de Deus

‘Amigo’[1] refere-se ao servo ladino, o escravo que labora dentro da casa de seu senhor, e por isso, tem conhecimento das coisas que o seu senhor realiza. Ser amigo de Deus não é amizade, que geralmente envolve cumplicidade e igualdade.

Só se socorrer de um dicionário ou verificar a origem do termo “amigo” no grego “philos”, e se ater ao significado “ser amigável a alguém”, “desejar a ele tudo de bom”, “companheiro”, não fará o interprete conhecer a essência do texto.

Observe como se tornar amigo de Deus:

“Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (João 15:14);

“Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6:46);

“Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Romanos 6:16);

“Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.” (João 12:26).

O que Jesus exige dos seus ouvintes é que se sujeitem a Ele na condição de servos[2] e então seriam feitos seus amigos. A mesma exigência foi registrada pelo evangelista Mateus, só que com outras palavras:

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:29-30).

Jesus é manso e humilde de coração e oferece descanso as almas, mas para obter descanso se faz necessário aos seus ouvintes se sujeitarem a Ele tomando sobre o Seu jugo e carregar o Seu fado leve.

Ser amigo não é uma relação de igualdade, e sim, de sujeição!

“Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.” (João 15:20);

“Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.” (Mateus 10:24).

O esposo é que tem a esposa, mas o amigo, o escravo ladino[3], que assiste e ouve o esposo, este se alegra muito com a voz do esposo.

“Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido.” (João 3:29).

O amigo de Deus é aquele que obedece e cuida das coisas de seus Senhor, assim como o amigo de Judá, o adulamita.

“E Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo, o adulamita, para tomar o penhor da mão da mulher; porém não a achou.” (Gênesis 38:20).

A diferença do servo para o amigo está no fato de que este sabe o que o seu senhor faz, e aquele, não. Entretanto, ambos estão sujeitos ao mesmo senhor, o servo e o amigo.

“Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (João 15:15).

Abraão é chamado de amigo de Deus nas Escrituras por ele ser um servo obediente em tudo.

“Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis.” (Gênesis 26:5).

Por isso, quando Jeosafá estava em aperto e orou ao Senhor, faz alusão a Abraão como amigo de Deus, pois ao ler as Escrituras que dizia que Deus não esconderia de Abraão o que haveria de fazer, possivelmente entendeu que Abraão era amigo de Deus (Gênesis 18:17-18).

“E pôs-se Jeosafá em pé na congregação de Judá e de Jerusalém, na casa do SENHOR, diante do pátio novo. E disse: Ah! SENHOR Deus de nossos pais, porventura não és tu Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos das nações? Na tua mão há força e potência, e não há quem te possa resistir. Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, teu amigo?” (2 Crônicas 20:5-7).

Posteriormente, por intermédio do profeta Isaias, Deus chama o seu servo Abraão de ‘meu amigo’, ao fazer referência a nação de Israel através dos seus patriarcas.

“Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo;” (Isaias 41:8).

Ler a Bíblia sem considerar aspectos específicos das relações sociais à época, principalmente a relação entre senhor e servo, compromete o entendimento da leitura.

Quando Jesus disse: “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.”  (João 15:15), não significa que Jesus estava estreitando os laços de amizade com os seus discípulos.

Entender que, após Jesus ter dado a conhecer aos seus discípulos tudo o que havia ouvido junto ao Pai, a relação Senhor e servo entre Jesus e os seus discípulos estava sendo substituída por uma nova firmada na amizade é torcer a essência do texto.

“Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” (Gálatas 1:10).

O equívoco pode se estendera outros textos, como a é o caso da parábola dos dois senhores:

Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.”  (Lucas 16:13);

“Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4).

A relação ‘amor’ e ‘ódio’ no versículo acima não deve ser entendido como sentimento, antes sujeição ou desprezo por um senhor. O termo amizade utilizado pelo irmão Tiago transcende a ideia de proximidade, cumplicidade e igualdade.

Para servir a Deus é imprescindível obedecer ao mandamento de Cristo:

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;” (Mateus 7:24-26).

 

Tonando-se amigo de Deus

Da mesma forma que Deus deu uma ordem a Abraão, e por obedecer, Abraão foi contado como amigo (escravo ladino) de Deus, hoje Deus dá uma ordem a todos os homens por intermédio de Cristo: crer que Jesus de Nazaré é o Cristo, o enviado de Deus, pois por Ele os homens alcançam a vida eterna.

Os que creem em Cristo são obedientes como o crente Abraão, e por isso, são bem-aventurados, ou seja, andam nas pisadas daquela fé que Abraão teve:

“E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.” (Romanos 4:12).

Para se fazer amigo de Deus se exige o mesmo para fazer parte da família de Deus:

“E, estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe.” (Mateus 12:49-50);

“E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:17);

“Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:40).

Para fazer parte da família de Deus, ou para ser servo ou para ser amigo, basta executar a obra de Deus:

“Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” (João 6:28-29).

Ao crer em Cristo, o homem faz o que é agradável a Deus, vez que guardou os seus mandamentos! Por meio do evangelho, que contém os ensinamentos que o Senhor Jesus ouviu do Pai e anunciou aos homens, o homem se torna amigo de Deus.

“E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista.” (1 João 3:22).

Ser amigo de Deus decorre de comunhão com o Pai e o Filho, tornando-se um com eles. É um equívoco entender ser amigo de Deus como se fosse uma espécie de amizade entre iguais. A ideia de intimidade, conhecer melhor e aumentar o amor é romantizada, pois o conhecimento de Deus se dá por meio do evangelho, que revela Cristo, o amor de Deus concedido a humanidade.

“E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um.” (João 17:22).

A única maneira de ser amigo de Deus é crer em Cristo. Ao crer em Cristo, o homem morre para o pecado e passa a viver para Deus. Morrer para o pecado é mais abrangente do que a ideia religiosa que instrui se ‘afastar do pecado’. Ao morrer para o pecado, o homem deixa de ser escravo do pecado, e ao ressurgir com Cristo, passa a ser servo da justiça (Romanos 6:6). Geralmente a ideia de se ‘afastar do pecado’ envolve questões comportamentais segundo a moral, sendo que Jesus veio resgatar o homem do pecado, e não da moral humana.

É comum em artigos, devoções diárias, mensagens, etc., as pessoas dizem que ser ‘amigo de Deus’ é ter amizade, de modo que Deus compartilha seus desejos, propósitos, planos, sentimentos, etc. Essa visão é romantizada e própria aos homens e mulheres da atualidade, que não compreende a higidez das relações humanas e como se organizavam os estratos sociais a dois mil anos, quando os evangelhos foram escritos.

Jesus foi claro: aquele que me ama cumpre os meus mandamentos, e só é amigo d’Ele aquele que obedece aos seus mandamentos.

“Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (João 15:14);

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama;” (João 14:21).

Observe que amar e ser amigo decorre de uma única maneira: guardar, obedecer[4], fazer o que é ordenado. O que isso significa? Que amar e ser amigo é servir como servo!

Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Lucas 16:13).

Quando o apóstolo João diz: “Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” (1 Joãos 3:18), destaca que não basta dizer que ama a Deus, antes é necessário servi-Lo (amar) por obra (obediência) e em verdade (mandamento).

O que o evangelista João expressa era bem conhecido nas civilizações antigas, como era entre os gregos.  A visão dos gregos à época de Aristóteles era delineada na seguinte premissa: “… existe uma obra, desde que haja comando de uma parte, e de outra obediência.” (Aristóteles, A Política, 2011, p. 25), e: “o escravo faz parte do seu senhor como um membro vivo faz parte do corpo – apenas essa parte é separada ..” ( p. 29), e também: “Há também, por obra da natureza e para a conservação das espécies, um ser que ordena, e um ser que obedece.’’ (p. 20) < http://www.institutoelo.org.br/site/files/publications/97ef5049709d7b6bb9c54a32ac2893c7.pdf > Consulta realizada em 08/06/23.

Ao exigir que amemos a Deus por obra e em verdade, o apóstolo João está ordenando aos seus leitores que se sujeitem a Deus como servos, pois a obra de Deus só é realizada quando alguém obedece ao seu mandamento!

“Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” (João 6:28-29).

Crer em Cristo é amar (servir) por obra e em verdade! Crer que Jesus é o Cristo é se fazer amigo de Deus.

Quando a Bíblia fala de comunhão, não faz referência as nuances da amizade entre iguais, antes destaca a função do servo em relação ao seu senhor. Em Isaias, Jesus é apresentado como o ‘braço do Senhor’ (Isaías 52:10), e por isso Jesus nunca realizou a sua própria vontade, antes realizou a vontade daquele que O enviou (João 4:34).

“QUEM deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?” (Isaías 53:1).

O crente em Cristo faz parte do corpo de Cristo, que é a sua igreja. O servo de Cristo faz parte d’Ele, assim como os membros do seu corpo ressurreto fazem parte de Cristo, no entanto, é separado.

“Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.” (1 Coríntios 12:27);

“Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão.” (1 Coríntios 10:17).

É fantasia, fruto de ilações humanas, dizer que, assim como uma amizade natural requer tempo e energia para se desenvolver, o mesmo acontece com o relacionamento com Deus.

Ser amigo de Deus não é decorrente do seu agendamento e investimento, e sim, de ouvir o seu mandamento e obedecê-Lo.

Ao crer que Jesus é o Cristo, você se fez servo, amigo e filho de Deus pela comunhão com Cristo.

 

[1] Hourani destaca que o servo de Deus podia tornar-se amigo (wali) e, que tal relação entre Deus e os homens decorria da ‘obediência à vontade de Deus por amor a Ele (…) e ao fazer isso tomava consciência de um amor retribuído, estendido por Deus ao homem’ (HOURANI, 2006, p. 207 e 211).

[2] “O homem que, por natureza, não pertence a si mesmo, mas a um outro, é escravo por natureza: é uma posse e um instrumento para agir separadamente e sob as ordens de seu senhor.” (ARISTÓTELES, A Política, p. 9);

[3] “… há muito o não puderam fazer, porque não podiam levar em suas companhias seus domésticos, escravos ladinos, que constituam a melhor parte das suas propriedades.” ( 1870, p. 8);

[4] “A obediência exigida por Deus, que aceita em todas as nossas ações a vontade pelos atos, é um esforço sério de lhe obedecer e é também denominada com todos aqueles nomes que significam esse esforço. E, portanto, a obediência é umas vezes denominada com os nomes de caridade e amor porque implicam a vontade de obedecer e mesmo o nosso Salvador faz do nosso amor a Deus e ao próximo um cumprimento de toda a lei e algumas vezes pelo nome de retidão pois a retidão nada mais é do que a vontade de dar a cada um o que lhe é devido, isto é, a vontade de obedecer às leis.” HOBBES, T. Leviatã ou Matéria, Forma e Poder deu um Estado Eclesiástico e Civil. Organizado por Richard Tuck. Tradução João Paulo Monteiro, Maria Beatriz Nizza da Silva, Claudia Berliner. São Paulo: Marlins Fontes, 2003, p. 491.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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