Escatologia

O cristianismo e o julgamento final

Estes estudiosos chegam a afirmar que grande parte da cultura Persa foi adaptada e copiada pelos Judeus, e, que, grande parte do Antigo Testamento é cópia do Zend-avesta, um livro sagrado dos Mazdeistas, seguidores de Zoroastro. Um dos mitos presente na maioria das civilizações e religiões é a do juízo final, sendo que Egípcios, Babilônicos, Persas, e outras civilizações acreditavam em um juízo final. As religiões apostam em um julgamento final, mas a Bíblia não apresenta a mesma ideia. O que a Bíblia diz acerca deste tema? Haverá um julgamento final?


O cristianismo e o julgamento final

O que os homens dizem

A humanidade ao longo dos séculos acreditou em um Juízo final, mas, o que a Bíblia diz? Haverá mesmo um juízo final? O que será julgado em tal juízo?

Alguns estudiosos comparam a cultura judaico-cristã com outras culturas e alegam que o cristianismo e o judaísmo adotaram vários mitos provenientes de outras civilizações.

Estes estudiosos chegam a afirmar que grande parte da cultura Persa foi adaptada e copiada pelos Judeus, e, que, grande parte do Antigo Testamento é cópia do Zend-avesta, um livro sagrado dos Mazdeistas, seguidores de Zoroastro.

Um dos mitos presente na maioria das civilizações e religiões é a do juízo final, sendo que Egípcios, Babilônicos, Persas, e outras civilizações acreditavam em um juízo final.

As religiões apostam em um julgamento final, mas a Bíblia não apresenta a mesma ideia. O que a Bíblia diz acerca deste tema? Haverá um julgamento final? Vejamos!

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens, para condenação…” ( Rm 5:18 ).

A Bíblia é enfática ao demonstrar que o tal juízo final esperado pela humanidade já ocorreu no início da civilização humana. O julgamento da humanidade se deu em Adão e através dele uma condenação pesa sobre todos os homens.

 

O homem

Deus criou o homem a sua imagem e semelhança. Muitos questionam o que vem a ser a imagem e a semelhança que o homem adquiriu do seu Criador, visto que Deus é Espírito, e como tal, não possui partes ou substâncias tangíveis para que o homem fosse feito a Sua semelhança. Paulo esclarece este ponto: “… o qual (Adão) é a figura daquele que havia de vir (Jesus)” ( Rm 5:14 ), Adão foi agraciado com a figura de Cristo, o último Adão ( 1Co 15:45 ).

Adão também foi agraciado com a semelhança do seu Criador. Que semelhança? Intelectual? Moral? Não! A semelhança com o Criador não se fixa em elementos pertinentes a humanidade.

Antes, por Deus exercer domínio sobre o universo, ao homem foi dado por semelhança domínio sobre a face da terra “… domine ele (…) sobre toda a terra” ( Gn 1:26 ). Para exercer domínio sobre a terra, Adão foi agraciado com intelecto e livre-arbítrio.

Deus exerce domínio sobre todas as coisas e Adão, por semelhança, passou a exercer domínio sobre a terra. Deus é plena liberdade e Adão, por semelhança, foi agraciado com o livre-arbítrio. Deus é criador e o homem foi agraciado com a autonomia de poder trazer outro semelhante à existência através de sua própria vontade.

Nem mesmo os anjos, superiores em poder e glória, podem trazer à existência outro ser, que o homem, por semelhança ao seu Criador, traz ao mundo.

Com a ordenança divina surge um entrave: Adão não devia comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Muitos vêem na determinação divina uma simples proibição. Porém, através da ordenança divina Adão adquiriu outra semelhança com o Criador. Vejamos:

Deus soberano é plenamente livre, porém, Ele não pode mentir, ou seja, Deus não pode negar-se a si mesmo, ou seja, atentar contra a Sua própria natureza. Deus jamais atentará contra a sua própria natureza ou existência, e ao ser instituída a ordenança no Jardim do Éden, Adão por semelhança foi instruído a não atentar contra a sua própria natureza.

Após a ordenança de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, Adão tornou-se semelhante ao seu Criador, visto que, não podia atentar contra a sua própria natureza: vida proveniente da comunhão com Deus.

Adão possuía plena liberdade, visto que podia comer de todas as árvores do jardim: “De toda a árvore do jardim comerás livremente…” ( Gn 2:16 ). Deus não impôs a necessidade de escolha, mas Adão possuía liberdade para escolher comer de toda árvore ou não. Ele não era obrigado a escolher nada. Se quisesses, viveria passivamente, sem fazer escolha alguma, e continuaria livre.

Adão era perfeito e habitava em um lugar perfeito. Posteriormente, o Jardim tornou-se o cenário do Tribunal onde a humanidade foi julgada e condenada.

 

 

A Regra

“…mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás, pois no dia em que dela comeres, certamente morrerás” ( Gn 2: 17 ).

Deus é onipotente, porém não pode mentir ou negar-se a si mesmo ( 2Tm 2:13 ). Deus é fiel e justo. Se Deus mentisse, fosse infiel ou injusto, Ele deixaria de ser Deus: o Deus que conhecemos: santo, justo e bom. Esta mesma regra foi estabelecida por Deus ao homem.

O homem de posse de plena liberdade não podia comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Mesmo sendo livre e capaz, Adão não devia comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Há certas coisas que Deus não pode fazer, e da mesma forma, por semelhança, foi demonstrado ao homem o que ele não podia fazer, visto que, comprometeria a sua própria natureza.

Deus podia intervir não deixando Adão exercer a sua livre vontade quando intentou comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus podia, mas não o fez, uma vez que Ele não voltar atrás em seus propósitos.

Adão podia comer de todas as árvores do jardim, mas no dia em que comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal, neste dia haveria de morrer. De que morte Deus falou a Adão?

Como a regra foi instituída por Deus, o conceito de morte expressava uma ideia presente no próprio Deus e não segundo a concepção humana, que é voltar ao seio da terra.

O conceito de morte que a humanidade conhece foi instituída somente após a queda de Adão, quando Deus disse: “…és pó, e ao pó tornarás” ( Gn 3:19 ) (morte física). Quando foi dito que Adão certamente morreria, caso comesse da árvore do conhecimento, Deus não estava falando da volta do homem ao pó da terra (morte física), e sim da separação que se estabeleceria entre o homem e Deus, tornando o homem alienado da vida que há em Deus.

Após comer da árvore ‘proibida’, Adão deixou a condição de santo, justo e bom, e passou a estar separado do seu Criador. Deus é vida, e separado do seu Criador, que é santo, justo e bom em essência, Adão passou a condição de morto, ou seja, a sua natureza deixou de possuir as mesmas características da natureza do seu Criador.

 

A Ofensa, o Juízo e a Condenação

Adão desobedeceu ao Criador e comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal. Adão com capacidade plena para comer de todas às árvores do jardim escolheu justamente a árvore que lhe era vetada. Ele lançou mão do juízo e da condenação.

No instante em que Adão comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal, ele abraçou um juízo, uma condenação e foi apenado: morreu! O que ocorreu com Adão passou a toda humanidade, e por isso a Bíblia diz que ‘todos pecaram e destituídos estão de Deus’.

Paulo descreve o que ocorreu com a humanidade em conseqüência da ação de Adão: “O juízo veio de uma só ofensa, na verdade para condenação (…) Pois se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse (…) assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens, para condenação (…) Pois como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores” ( Rm 5:16 -19 ; 1Co 15:21 -22).

Sobre a condição da humanidade Jesus disse: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado…” ( Jo 3:18 ), ou: “…tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” ( Jo 5:24 ).

Através destes versículos é possível perceber que o julgamento da humanidade se deu no passado. Todos os homens foram julgados e condenados em Adão. O juízo ‘final’, que muitos esperam, deu-se no início da história da humanidade e todos os homens nascem debaixo de condenação.

O posicionamento da Bíblia difere em muito do que as nações e religiões pagãs anunciam. Não há paralelo no patrimônio histórico cultural da humanidade, ou uma similaridade entre o que as religiões do mundo acreditam e o posicionamento bíblico. Que cultura apresenta a humanidade como julgada e debaixo de condenação?

Enquanto muitos esperam comparecer perante um tribunal semelhante aos tribunais humanos, onde o conceito de justiça é segundo parâmetros de certo e errado, leis, moral, caráter, comportamento, que decorrem das ações praticadas no dia-a-dia. Enquanto a humanidade espera um julgamento por suas próprias ações individuais, a Bíblia demonstra que toda a humanidade está condenada como conseqüência do ato de um único homem: Adão.

A Bíblia apresenta uma única transgressão, um único juízo e uma condenação que se estende a humanidade.

Sobre este aspecto Davi disse: “Certamente em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” ( Sl 51:5 ). A sujeição ao pecado vem desde o nascimento do homem. Por conseguinte “Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há se quer um” ( Sl 14:3 e Sl 53:3 ). Tal condição afeta o homem desde a madre: “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras” ( Sl 58:3 ).

O profeta Isaías em seu livro descreve a condição dos homens retratando tal condição em seu povo ( Is 59 ).

Certamente que a humanidade já está julgada e pesa sobre ela uma condenação. Por isso o escritor aos Hebreus diz: “Como escaparemos nós se não atentarmos para uma tão grande salvação?” ( Hb 2:3 ).

Somente o cristianismo apresenta a urgência da salvação para o dia que se chama ‘hoje’, visto que, os homens estão perdidos (condenados) em Adão. As religiões e a própria cultura da humanidade aponta o futuro na espera de uma decisão de que serão ou não condenados, porém, a Bíblia demonstra que estão enfatuados em sua carnal compreensão.

O mito do juízo final presente na maioria das civilizações e religiões não resiste à verdade do evangelho, que demonstra que a humanidade está de baixo de condenação ( Jo 3:18 ), e que a salvação encontra-se em Cristo, o último Adão.

Haverá sim um juízo no futuro da humanidade, porém, este juízo será quanto às obras dos homens perdidos, que foram condenados em Adão.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

One thought on “O cristianismo e o julgamento final

  • Graça e paz,

    Meu Irmão, sou muito abençoado por seus artigos, e creio que muitos irmãos de fé e ordem, também.
    peço ao meu Deus que continue a lhe iluminar e trazer mas artigos edificantes.
    Uma dúvida, o Irmão tem formação Teológica.

    Resposta

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