Se não professam a Cristo conforme o que diz a Bíblia, não há verdadeira adoração. Em vez disso, essas reuniões se tornam um deleite baseado em uma concepção humana ou carnal.
Adoração
Conteúdo do artigo
Introdução
Em nossos dias tem-se multiplicado nos templos ‘evangélicos/protestantes’ o número de espetáculos e cantores “cristãos” que embriagam os espectadores de emoções. Seriam estes ‘cultos/espetáculos’ a verdadeira adoração? O que a Bíblia ensina acerca da adoração?
Cânticos
A concepção de que Lúcifer foi regente do coral celestial propagou-se em meio ao cristianismo e tornou-se consenso. As pessoas não questionam as ideias consensuais e acabam incorrendo e divulgando erros grosseiros. Por causa da ideia equivoca de que Satanás era o regente das hostes angelicais, surgiram às concepções de que Satanás era um exímio músico, um conhecedor do poder da música e, que por meio da música leva muitos à perdição.
A Bíblia não ensina que Satanás era regente do um coral celestial, e nem que ele era versado em música. Observe:
- Lúcifer nunca regeu o ‘coral celestial’ – A Bíblia demonstra que Satanás exercia especificamente a função de vigia (guarda) do monte santo de Deus “Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; estavas no monte santo de Deus, andavas entre as pedras afogueadas” ( Ez 28:14 ). Ora, o querubim foi ungido para a função de vigia do monte santo de Deus, e o lugar que ele montava guarda era o Éden, o jardim de Deus, e não os céus “Estavas no Éden, jardim de Deus…” ( Ez 28:13 ). Como Lúcifer poderia reger o coral celestial se ele foi criado e ungido para guardar o monte santo de Deus que ficava nas bandas do norte do jardim do Éden?
- Não é Satanás que conduz os homens à perdição – A Bíblia demonstra que todos os homens entram por uma porta larga (Adão) ao serem gerados segundo a semente corruptível de Adão e seguem por um caminho que conduz à perdição. Ora, é o caminho no qual os homens estão que os leva à perdição, e não Satanás. Satanás não tem a atribuição de conduzir os homens à perdição. A perdição é resultante da queda de Adão, onde todos os homens foram julgados e condenados.
A função de Satanás é promover a mentira, fazendo o homem permanecer na ignorância. Os homens sem Deus permanecem na condição de perdição por causa da ignorância e dureza de coração, e da ignorância dos homens surgem inúmeras mentiras. A mentira é algo nato do homem sem a revelação de Deus em Cristo.
“… separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza de coração…” ( Ef 4:18 );
“Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras” (Sl 58:3).
Cristo é salvação poderosa para todos os homens, e basta crer na mensagem do evangelho que o homem entrará por Cristo (porta estreita), nascendo de novo (último Adão). Porém, a ação de Satanás é semear o joio, arrebatar a palavra semeada, estabelecer falsos mestres e falsos profetas para que os homens creiam na mentira, permanecendo no engodo do pecado “E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem” ( 2Ts 2:10 ).
Um consenso acerca das atribuições de Satanás antes da queda levou muitos cristãos ao engano de que ele era responsável pela regência do coral celestial; que há um poder indescritível na música e que Satanás sabe usá-la para arregimentar os homens para o inferno; Se esta estória acerca da música virou consenso e ludibriou muitos, qual será o consenso acerca da adoração?
O que é adoração?
Um leproso prostrou-se diante de Cristo dizendo que somente Ele poderia curá-lo e O adorou dizendo: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo” (Mt 8:2) Ou seja, o simples fato de reconhecer que somente Jesus poderia curá-lo constitui-se adoração.
“E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo” ( Mt 8:2 ).
Uma mulher suplicou o auxilio de Jesus, e este fato constitui-se adoração:
“Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me!” ( Mt 15:25 ).
Por que pedir auxílio a Cristo constitui-se adoração? Qual o elemento comum a todos os pedidos? O Cristo-homem!
Cristo é a fé que se manifestou aos homem, por meio do qual o justo viverá (Gl 3:23). Cristo é o firme fundamento pelo qual os homens alcançam as firmes beneficências prometidas a Davi (Is 53:3). Cristo é o elemento essencial à adoração, pois todas as promessas de Deus tem n’Ele o sim, e por Ele o amém! (2Co 1:20)
Em ambos os casos temos um pedido, uma oração, a expressa da confiança do homem necessitado. Ao rogar a Cristo que resolva problemas impossíveis aos homens de resolver, temos a fé (crença) em exercício, um descasar na esperança proposta. Somente roga a Cristo quem crê que, por Ele Deus é propício as suas criaturas.
“Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou” ( Jo 9:38 ).
O elemento essencial a adoração é Cristo, pois sem Cristo é impossível agradar a Deus! A crença do homem só é aceita por Deus quando depositada em Cristo, constituindo assim adoração. Reconhecer que o homem de Nazaré é capaz de realizar o que é impossível aos homens é uma forma de reconhecer que Cristo é o Filho Unigênito de Deus “Ó mulher, grande é a tua fé! Seja feito para contigo como tu desejas” ( Mt 15:28 ).
Através de várias passagens bíblicas é possível abstrair que o simples fato de o cristão dirigir a Deus um pedido, uma oração, já está adorando a Deus, visto que, somente ora ao Pai quem crê que será atendido “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” ( Hb 11:6 ).
A adoração também pode ser um ato de reconhecimento, o que se depreende do texto a seguir:
“E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes” ( Mc 5:6 -7).
Os demônios adoraram a Jesus quando o reconheceram como o Cristo de Deus, porém, ao intentar revelar Cristo aos homens, pretendiam fazer o que é próprio as Escrituras. Os homens tem que reconhecer que Jesus é o Cristo pelo testemunho de Deus exarado nas Escrituras, e não por palavra de demônios, por isso a ordem para que se calassem “E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam” ( Mc 1:34 ).
Que relação tem a Luz com as trevas? Jesus proibia os demônios de anunciar que Ele era o Cristo porque o reino dos céus não depende do testemunho de demônio para ser estabelecido. Muitos pretensos adoradores em nossos dias dão mais credito ao que os possessos por demônios dizem, do que na verdade do evangelho. Observe a atitude de Paulo com a advinha que o seguia:
“Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu” ( At 16:17 -18).
A adoração a Deus é um reconhecimento somente?
A verdadeira adoração só ocorrer quando o homem é gerado de novo da semente incorruptível, ou seja, em espírito e em verdade, como lemos:
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” ( Jo 4:23 ).
Somente aqueles que são nascidos do Espírito, ou seja, que nasceram de novo são espirituais e adoram a Deus verdadeiramente ( Jo 3:6 ), o que só é possível através da crença em Cristo ( Jo 1:12 -13; Ef 4:24 ; Rm 1:16 ).
Todos os descendentes de Adão são carnais e precisam nascer de novo da palavra de Deus para serem contados como filhos de Deus. Somente através da obediência a palavra do evangelho, a semente incorruptível, ou seja, o poder de Deus, que o homem é de novo gerado, e passa a adorar a Deus em espírito e em verdade.
Fazer odes, músicas, poesias, gravuras, quadros, etc., em reconhecimento a existência de Deus não e adorar em espírito e verdade. Outros, como é o caso dos judeus, tem zelo de Deus, porém, sem entendimento, pois não deixaram se iluminar pela luz do evangelho, e por isso, também não adoram a Deus ( Rm 10:2 ).
“Não terão conhecimento os que praticam a iniquidade, os quais comem o meu povo, como se comessem pão, e não invocam ao SENHOR?” (Sl 14:4).
Vários artistas, religiosos ou não, compõem canções, mas nem por isso adoram a Deus em verdade. A mentira faz parte da natureza que herdaram de Adão. A separação de Deus fez surgir uma nova natureza segundo a mentira. Deus é luz, e os que não são nascidos de Deus, são trevas. Deus é verdade, e os que estão separados d’Ele, são ‘mentira’. As trevas ou a mentira só é dissipada através do novo nascimento ( Rm 3:7 ).
Fica a pergunta: será que os espetáculos e cultos que são realizados constituem-se em verdadeira adoração a Deus? Não são modismos e uma imitação barata dos cultos que são dedicados aos ídolos?
Se nestas reuniões estiverem falando a verdade do evangelho, ou seja, professando a Cristo segundo diz as escrituras, é certo que estariam adorando a Deus em espírito e em verdade. Porém, se não professam a Cristo segundo o que diz a Bíblia, não há adoração verdadeira, antes, estas reuniões constitui-se em deleite segundo uma concepção carnal, ou seja, são reuniões cheias de emocionalismo, mas desprovida do Espírito de Deus.
As pessoas que fazem shows bendizem a Deus, porém, o bendizer por si só não é a verdadeira adoração, pois não procede de lábios de verdadeiros adoradores (homens nascidos de novo). Acaso monges, padres e sacerdotes que reverenciam a Deus em suas reuniões adoram a Deus simplesmente por bendizê-lo? Dizer “Senhor, Senhor” não se constitui em adoração, antes, para ser ‘conhecido’ do Senhor é necessário crer conforme diz as Escrituras.
“E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7:23)
Os salmos 103 e 104 são exemplos típicos de adoração a Deus, pois o salmista Davi era um verdadeiro adorador, visto que recebeu um novo coração e um novo espírito ( Sl 51:10 ). Davi bendiz ao Senhor por tudo que Ele faz pelos homens que N’Ele esperam ( Sl 103:1 ), e em seguida bendiz a Deus pela sua magnificência ( Sl 104:1 ).
Não se esqueça que o salmo 51 também é adoração, pois se constitui em oração a Deus, onde temos o salmista esperando em Deus que venha conceder um novo coração e um novo espírito (novo nascimento).
Adoração em espírito e em verdade
Somente adora a Deus em espírito e em verdade aqueles que são agradáveis a Deus. Apesar de ser bonito ver uma pessoa que, quando diz o nome de Deus tira o chapéu de sobre a cabeça em sinal de reverência, não é este o modo pelo qual os homens se submetem ao Senhorio de Deus, antes só é possível tomar o jugo da justiça obedecendo à palavra de Deus, que é: Crede naquele que Ele enviou. Gesto e sinais de reverência não tornam os homens agradáveis a Deus. Entrar nos templos descalço não é reverência ao Altíssimo. Falar baixinho não se constitui em reverencia a Deus. Entrar em um templo não é o mesmo que se apresentar ante o trono da graça. Somente por meio da verdade do evangelho (a fé que foi dada aos santos) o homem tem acesso à presença de Deus.
Quando a adoração de certos seguimentos evangélico/protestante foca-se na ritualística, na forma, na legalidade, na moral, em costumes, na tradição, e outros quesitos, simplesmente seguem o curso natural de outros seguimentos religiosos pagãos. Todas as religiões baseiam-se em conceitos, cerimônias, liturgia, rito padronizado, organização, liderança e experiência emocional ou mística.
O evangelho de Cristo não segue padrões humanos, visto que é pela fé e por fé somente. A fé (evangelho) que uma vez foi dada aos santos é a ancora da alma, segura e firme, que penetra além do véu, onde os que creem se refugiam e descansam (fé) na esperança proposta ( Hb 6:13 -20; Jd 1:3 ; Fl 1:27 ).
Para muitos a adoração vincula-se aos templos, sacrifícios, campanhas, peregrinações e cânticos e por um determinado espaço de tempo. Este modelo de culto segue a concepção carnal dos cultos das religiões em geral, visto que acabou por fomentar a ideia de que a adoração depende do comprometimento do homem com a instituição que frequenta, com a contribuição, com sacrifícios, meditação, êxtase, transe, orações repetitivas, etc.
Mas, o que Jesus anunciou acerca da verdadeira adoração? Que ela não está atrelada a templos (igrejas, mesquitas ou sinagogas), lugares (Jerusalém, Samaria, Gilgal), tempo (dias de festas e sábados), nação (judeus ou gentios), antes se vincula a nova natureza concedida na regeneração (novo nascimento).
O que o Pai procura nos verdadeiros adoradores? A conversa de Jesus com a mulher samaritana trás um escopo geral do que é essencial à adoração.
Qual o lugar de adoração dos verdadeiros adoradores? Ora, sabemos que Deus é Espírito, e que os seus adoradores o adoram em espírito e em verdade. Onde o espírito de Deus está ai há liberdade, ou seja, não importa o lugar, ou antes, em todos os lugares há liberdade para o homem estar na presença de Deus.
Como? Ora, não é necessário templos feitos por mãos humanas, pois todos os que creem foram edificados templos e casas espirituais, são templos e morada do Espírito “No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito” ( Ef 2:22 ). Não é necessário sacerdotes, pois todos que creram foram comissionados a sacerdócio real ( 2Pe 2:9 ). Aonde quer que o cristão vá, ali ele é templo e habitação do Altíssimo. Os verdadeiros adoradores adoram ao Pai em espírito e em verdade, para que de fato sejam livres.
Qualquer sistema religioso que aponta um determinado templo, cidade ou monte como sendo o lugar da manifestação da graça divina é um engodo. Você já ouviu do seu pastor que você é o templo onde Deus habita? Que você é a casa do Deus vivo? Que você adora o Pai em espírito e em verdade? Que não são as instituições e nem os homens que lhe conduziu a glória de Deus?
Se você é templo; Se você é sacerdote do Rei; Se você é o próprio sacrifício VIVO; se você é o ofertante, o que mais lhe falta para prestar o culto racional a Deus, onde, quando e com quem você estiver? Você é adorador em todos os momentos da sua nova vida em Cristo, e são estes adoradores que o Pai procura através da mensagem do evangelho. Se você crê em Cristo conforme as escrituras, você é um dos adoradores que o Pai ‘encontrou’ “E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida” ( Lc 15:6 ).
Em nossos dias muitas pessoas creem em promessas de prosperidade, em bênçãos materiais, em visões provenientes de mentes carnais, em profecias de homens corruptos de entendimento, porém, estas mesmas pessoas crédulas, diante da mensagem do evangelho que diz que todos os cristãos são pedras vivas, e que foram edificados casa espiritual sobre a Pedra Viva que foi rejeitada pelos homens, não creem. Rejeitam a palavra que diz que os cristãos são sacerdotes santos; rejeitam que os que creem oferecem sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus ( 1Pe 2:4 -5).
Não será cânticos gregorianos que fará os filhos da ira e da desobediência verdadeiros adoradores; cânticos e poesias sussurrados na penumbra de templos suntuosos não farão do homem natural um verdadeiro adorador. Não são os espetáculos de luzes e vozes em coro, acompanhado de instrumentos musicais, que servem somente para emocionar a platéia, que dará ao homem a alegria da salvação. Antes, necessário é nascer de novo, adquirindo um novo coração e um novo espírito.
Muitas pessoas pensam que o cântico é um modo do homem se aproximar de Deus e agradá-lo. Acham que nos hinos está o verdadeiro louvor. Enganoso é o coração dos homens. O povo de Israel em uma determinada guerra pensou deste modo, e a derrota na batalha foi maior! Pensaram que a vitória estaria na arca e cantaram com grande júbilo, que acabou por perturbar os inimigos. Porém, Deus não se sensibilizou com o espetáculo, com os cânticos e com as danças. O povo foi à guerra, foram derrotados e voltaram sem a arca da aliança, o ícone que elegeram para conduzi-los a vitória “E sucedeu que, vindo a arca da aliança do SENHOR ao arraial, todo o Israel gritou com grande júbilo, até que a terra estremeceu” ( 1Sm 4:5 ).
Na emoção não há vitória, antes a vitória está na obediência à palavra de Deus. Mas, como obedecer sem descansar (fé) naquele que prometeu? Não era melhor obedecer a Deus e não levar a arca da aliança para a guerra.
Davi deixou a emoção guiá-lo e trouxe sobre si o peso do Senhor:
“Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o Senhor, com todo tipo de instrumento…” ( 2Sm 6:5 ).
Deus não exige cânticos, júbilos, músicas, poesias e danças, antes quer que O obedeçam segundo a sua palavra ( Dt 10:12 -13). O temor é o princípio da sabedoria, e ao temer, Davi foi à fonte da sabedoria para inteirar-se da vontade de Deus: “Temeu Davi ao Senhor naquele dia, e disse: Como virá a mim a arca do Senhor” ( 2Sm 6:9 ).
Muitos deixam de perguntar à sabedoria qual a verdadeira adoração e se deixam levar pelos grandes espetáculos e show de luzes, que na essência é um culto a Mamon. Tal ajuntamento simplesmente serve a interesses do capital. Tais cultos sevem aos interesses de homens movidos pela ganância e que busca o prêmio de Balaão ( Jd 1:11 ).
Porém, parece que nestes últimos dias o aviso solene que ecoa pela escrituras não sensibiliza as massas, e temos na Bíblia dois motivos como causa desta realidade:
- Em nossos dias proliferaram os pastores que apascentam a si mesmos, que andam segundo a concupiscência dos olhos e consideram que o evangelho é fonte de lucro “Estes são murmuradores, queixosos, andando segundo as suas concupiscências…” ( Jd 1:12 -16);
- O público que atraem não é outro, a não ser àqueles que têm comichão nos ouvidos e que não querem receber a sã doutrina do evangelho “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências” ( 2Tm 4:3 ).
Observe que a concupiscência é algo comum aos ‘pastores’ que apascentam a si mesmo e as ‘ovelhas’ que sofrem de comichão nos ouvidos e que buscam amontoar estes ‘pastores’.
Não sou contra o ajuntamento solene, pois a Bíblia demonstra que é imprescindível que os cristãos congreguem e se exercitem no amor; é nas reuniões que as escrituras são lidas, analisada e entoadas para que haja o consolo mútuo entre os cristãos através do que lhes é comum: a verdade do evangelho.
Cânticos e Salmos
Qual a função dos cânticos e salmos? Adoração? Ora, é de conhecimento geral que a maioria do povo não sabia ler. À época os livros eram caríssimos, e poucas pessoas possuíam um exemplar de algum livros das escrituras. Por causa desta carência de livros e de pessoas que soubessem ler os cânticos, os provérbios e os salmos foram instituídos para auxiliar o povo a gravar na memória o que aprenderam acerca da vontade de Deus.
Este era um dos motivos das escrituras ser lida nas sinagogas todos os sábados em voz alta. Tal rotina não constituía um ritual de per si, antes tina em vista uma carência do povo. Ora, a adoração não estava atrelada aos cânticos, salmos e provérbios, visto que a adoração verdadeira é proveniente do novo espírito e do novo coração concedidos por Deus ( Ez 18:31 ; Sl 51:10 ).
O objeto manipulado nas reuniões dos primeiros cristãos eram os salmos e cânticos espirituais, pois fixava na memória dos irmãos a verdade do evangelho “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração” ( Cl 3:16 ); “Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” ( Ef 5:19 ).
Perceba que ensinar, ou admoestar e falar uns com os outros não se constitui em adoração como muitos entendem em nossos dias. Ou seja, cânticos, hinos e salmos eram utilizados no processo de ensino, admoestação e comentários à palavra do evangelho, o que é diferente da ideia de adoração, que só é possível em espírito e em verdade.
Ou seja, os cristãos devem reunir-se periodicamente (congregar), porém, as reuniões não se constituíram adoração ou culto ao Senhor. As reuniões têm como objetivo o ensino da palavra, visto que o culto é racional e a adoração perene (nunca cessa).