“Morrer” e “ressuscitar” com Cristo são fatos consumados que fazem parte do passado da vida dos cristãos. Embora “morrer” e “ressuscitar” possam parecer conceitos antagônicos, em Cristo, eles se complementam. Primeiro, é necessário conformar-se com Cristo em Sua morte, e só então ressurgir com Ele para uma nova vida, sendo um novo homem. Tanto a morte quanto a ressurreição ocorrem somente quando se está “COM” ou “EM” Cristo.
Ressurretos em Cristo
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1- Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
Este capítulo tem inicio com uma conclusão que decorre de elementos apresentados em versículos anteriores: “Portanto…”.
Antes de toda e qualquer análise de um texto bíblico é necessário ter em mente que as divisões em capítulos e versículos só servem para auxiliar na localização dos textos, e que tais divisões podem influenciar negativamente o interprete.
A ideia da carta não fica estagnada ou restrita a um só capítulo ou versículo. A ideia transcende e engloba toda a carta, e, para entendê-la, é necessário analisar a carta como um todo, e não somente algumas partes ou referências.
Quando Paulo disse: “Portanto, se…”, ele está fazendo referência a uma ideia anterior para introduzir uma outra. Observe:
Paulo expôs no versículo vinte do capítulo anterior que: ‘se eles estavam mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo’, quais eram os motivos que prendiam os cristãos as ordenanças como se eles ainda vivessem no mundo? Eles estavam mortos, ou não?
O versículo em questão volta a mesma temática: “se estais mortos com Cristo” é o mesmo que dizer “se já ressuscitastes com Cristo”. O fôlego de vida de quem crê não termina quando se morre com Cristo. A morte com Cristo é o caminho para a ressurreição com Ele.
‘Morrer com Cristo’ tem o mesmo valor que ‘ressurgir com Ele’:
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo…”;
“Se, pois, estais mortos com Cristo…”.
‘Ressuscitar’ e ‘morrer’ com Cristo são fatos conclusos que fazem parte do passado da vida dos cristãos (já e estais). ‘Morrer’ e ‘ressuscitar’ soam como sendo elementos antagônicos quando da composição da ideia, mas ‘em Cristo’ são elementos que se complementam.
Primeiro é necessário conformar-se com Cristo na sua morte, e só então, ressurge com Ele em uma nova vida e um novo homem.
Tanto o ressurgir quanto o morrer só ocorre quando se está ‘COM’ ou ‘EM’ Cristo.
Observe o contraste:
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus”
“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies?”
As ‘coisas’ que são de cima pertencem àqueles que morreram e ressurgiram com Cristo. Por quê? A resposta está no versículo 3.
As ‘coisas’ deste mundo são rudimentos, ordenanças, regras, comportamentos, etc, pertencentes à vida que o cristão tinha no pecado, ou seja, aquela vida que possuía antes de morrermos e ressurgir com Cristo.
2 – Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;
Enquanto vivos para o pecado, os homens buscam viver segundo os princípios do mundo, e se ocupam de ordenanças como: não faça isto ou aquilo. Estes entendem que tais elementos podem ‘melhorar’ a condição deles diante de Deus. Ledo engano.
A partir do momento que o homem morre com Cristo, em seguida passa a viver para Deus (ressurge), e é necessário buscar as coisas que são de cima, e ocupar-se em pensar nelas.
Quais são as ‘coisas’ de cima? E por que Paulo faz referência ao local onde Cristo está assentado? Para obter uma resposta é necessário considerar o que Paulo escreveu aos cristãos em Efésios:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (…) E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” ( Ef 1:3 ; Ef 2:6 ).
É possível vislumbrar a grandeza que é ressuscitar com Cristo? Se o homem já ressuscitou com Cristo, isto significa que está assentado nos lugares celestiais, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
O ‘assentar’ indica descanso!
Da mesma forma que ao terminar a obra da criação Deus descansou no sétimo dia, Jesus, ao terminar a sua obra de redenção, assentou-se à destra do Pai. Isto significa que a obra de Jesus também é completa “Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus” ( Hb 10:12 ).
Os sacerdotes ao oferecerem sacrifício pelos seus semelhantes em momento algum podiam tomar assento, visto que, o que eles faziam não podia aperfeiçoar os pecadores.
Cristo ao se oferecer em sacrifício, e sendo sumo sacerdote dos bens futuros, ao fazer oferta de si mesmo pode assentar-se à destra de Deus nas alturas
Por isso Paulo concita a que pensemos nas coisas que são de cima, pois de lá temos recebido todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.
Enquanto as pessoas que vivem segundo o curso deste mundo se ocupam de ordenanças, o cristão deve se ocupar em pensar das coisas que recebemos de Deus, tais como: redenção, regeneração, eleição, justificação, santificação, predestinação, herança, etc ( Ef 1:1 -14).
3 – Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
O motivo é bem simples: já estamos mortos e a nossa vida está escondida com Cristo em Deus! Compare com ( Cl 2:20 e Cl 3:1 ).
Não há como desvincular o ‘morrer’ e o ‘ressurgir’ com Cristo. Só é ressurreto dentre os mortos aqueles que de uma vez por todas morreram para aquilo que estavam retidos.
4 – Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.
Este versículo trata do futuro de todos os cristãos. No momento em que Cristo se manifestar haveremos de nos manifestar com ele em glória, pois assim como Ele é, haveremos de ser em glória.
O apóstolo Paulo disse que toda a criação geme na expectativa da revelação dos filhos de Deus, que é a igreja (corpo) de Cristo em glória ( Rm 8:19 ).
Porém, antes de ocorrer a adoção, ou a redenção deste corpo, entendemos que, qual Cristo é, os cristão também são neste mundo: filhos da Luz ( 1Jo 4:17 ).
5 – Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
A condição do cristão perante Deus é a de assentados nos lugares celestiais, e é na coisas concernentes a esta posição que deve pensar.
O cristão já morreu e ressurgiu com Cristo para a glória de Deus:
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo…”;
“Se, pois, estais mortos com Cristo…”
Agora, deve mortificar os seus membros (mortificai, pois,…). As premissas dos versos 1 e 3 não podem ser desprezas enquanto se analisa o versículo 5.
O cristão adquiriu uma condição perante Deus, entretanto, ainda está sobre a terra e possuí um corpo material (vossos membros). Paulo pede aos cristãos que ‘mortifiquem’ o seus membros considerando o que Deus já realizou em suas vidas.
Ao se abster da prostituição, da impureza, das afeições desordenadas, da vil concupiscência e da avareza, o cristão está mortificando o seu corpo mortal.
Não podemos concluir que a morte com Cristo e a ressurreição com ele advém da abstenção das impurezas aqui relacionadas, pois muitas religiões apregoam estes princípios e seus seguidores se aplicam a observá-los em busca de salvação, no entanto, não morreram, não ressuscitaram e não estão em Cristo.
O morrer e o ressurgir com Cristo, ou seja, ser uma nova criatura advém da graça de Deus por meio do evangelho e dá fé que tais verdades nos proporcionam. Agora, o mortificar o corpo diz de elementos comportamentais e não espirituais.
Este versículo apresenta as mesmas considerações do versículo: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” ( Gl 5:25 ). A morte do velho homem e a ressurreição em uma nova criatura é uma obra proveniente de Deus, e agora deve seguir o estipulado por Paulo na carta aos ( Ef 4:1 e 17).
Os versículos seguintes elucidam melhor estas verdades.
6 – Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
Este versículo é pequeno, mas a ideia que ele contém é grandiosa e complexa.
“Pelas quais coisas…”
Quais coisas? A resposta é: “a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria”.
A ira de Deus virá sobre os filhos da desobediência por eles andarem nas práticas que foram enumeradas, mas a condenação é proveniente da natureza que participam por serem descendentes de Adão. A condenação de Deus no Éden em Adão, e a ira procede das ‘coisas’ enumeradas pelo apóstolo Paulo.
Não são as ‘tais coisas’ que trouxe condenação sobre todos os homens, e sim, a origem deles em Adão. A ira diz do julgamento de obras que se dará no Grande Trono Branco.
O versículo possui dois elementos distintos que devem ser alvo de análise: a ira de Deus e os filhos da desobediência.
Os filhos da desobediência
Os filhos da desobediência são os filhos de Adão, ou seja, os filhos da desobediência tiveram origem na desobediência de Adão “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores…” ( Rm 5:19 ). Se os filhos da desobediência tiveram origem na desobediência de Adão, segue-se que pelo juízo de Deus eles já estão condenados “E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação…” ( Rm 5.:16 ).
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” ( Jo 3:18 ). Mas aqueles que creem podem dizer conforme o apóstolo Paulo: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” ( Rm 8:1 ).
Observem que sobre os filhos da desobediência pesa uma condenação, não porque praticam as coisas pelas quais vem a ira de Deus, mas porque são filhos segundo a desobediência de Adão, filhos nascido: “… do sangue,(…) da vontade da carne, (…) e da vontade do homem…” ( Jo 1:13 ).
Sobre os filhos da desobediência pesa uma condenação, e por mais que se procure ter uma vida regrada é impossível livrar-se de tal condenação se não for por meio da cruz de Cristo.
A ira de Deus
“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus” ( Rm 2:5 )
Este tema é um pouco complicado, e por isso, é preciso iniciar o comentário através de ( Rm 2:5 ).
Paulo alerta que as pessoas com o coração impenitente entesouram ira para um dia específico. Será o dia da ira e o dia da manifestação do juízo de Deus.
Desde que Jesus veio ao mundo está a manifestar-se aos homens a justiça de Deus, mas haverá um dia marcado para manifesta-se o juízo de Deus. Desde que o homem pecou foi estabelecido o juízo de Deus e o homem está sob condenação, mas isto não é manifesto. Mas, no dia em que Deus manifestar a sua ira, também haverá de manifestar-se o juízo e quando se deu este juízo. Neste dia todos os homens verão qual é a condenação para aqueles que estão sob juízo.
O juízo de Deus trouxe condenação Rm 2. 16, e a justiça de Deus concede justificação ( Rm 1:17 ).
Isto posto, já é possível falar de alguns princípios que são pertinentes à ira de Deus.
“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” ( 1Ts 5:9 ).
A ira de Deus fala de punição. Além de o incrédulo estar condenado por ser filho da ira, ou filho da desobediência em Adão (perdição), ele também estará sujeito à ira em decorrência de suas obras, isto porque ‘Deus recompensará a cada um segundo as suas obras’ ( Rm 2:6 ).
Para os filhos da luz há o tribunal de Cristo, e para os filhos da desobediência haverá o Grande Trono Branco.
“A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção” ( Rm 2:7 ).
Como interpretar Rm 2:7 ? Observe:
“Com perseverança em fazer o bem” é um termo acessório da oração, ou seja, é um aposto.
Aposto é um termo acessório de uma oração que tem a função de ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida numa oração ou em parte dela.
A oração sem este termo integrante ficaria redigida assim: “A vida eterna aos que (…) procuram glória, honra e incorrupção”. A vida eterna não é alcançada por aqueles que praticam o bem, antes ela é alcançada por aqueles que procuram glória, honra e incorrupção, sendo que tais coisas só se encontram em Cristo.
Agora, após ter encontrado incorrupção em Cristo, o homem deve perseverar em fazer o bem, pois haverá de receber o bem e o mal que houver feito por meio do corpo no tribunal de Cristo.
Observe que a ideia exposta no versículo sete é complementada no versículo oito:
“Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade” (v. 8);
A indignação e a ira de Deus recairá sobre aqueles que não obedeceram a verdade do evangelho, e que portanto são contenciosos e desobedientes à verdade. A ira de Deus permanece por serem arredios ao evangelho, e não por não praticarem o bem com perseverança.
Mas, se não obedeceram ao evangelho, estes haverão de receber tribulação por também terem obrado o mal, e para isso não há acepção de pessoas.
Pelas quais coisas vêm a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
Concluindo:
A ira de Deus virá sobre aqueles que não se abstêm das vis concupiscências deste mundo, ira que recai sobre os filhos da desobediência de Adão.
7 – Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.
Este versículo contém a mesma ideia que ( Ef 5:8 ):
“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” ( Ef 5:8 )
‘Em outro tempo’ refere-se ao tempo em que por natureza se era filho da desobediência, ou seja, éreis trevas.
‘Nas quais’ refere-se ao comportamento desprezível que os filhos das trevas possuem.
Após comparar os elementos que compõe os dois versículos, verifica-se que ‘andar’ fala de questões comportamentais, e ‘viver’ fala de qual natureza o homem pertence (luz ou trevas; carne ou Espírito).
“Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” Gl 5. 25.
Aqueles que, após nascerem da água e do Espírito, passaram a viver em Espírito, e, por tanto, são espirituais, também deve andar, ou seja, a ter um comportamento a altura de sua nova natureza.
Em outro tempo andávamos em concupiscências, pois vivíamos segundo o pecado. Por natureza éramos trevas, e andávamos como filhos das trevas.
Hoje é diferente: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” ( Rm 6:4 ).
Ao cremos em Cristo, morremos com ele e ressurgimos e passamos a viver uma nova vida por meio de Cristo. Como fomos ressuscitados e vivemos em novidade de vida, devemos também andar em novidade de vida.
8 – Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.
Paulo convoca os cristãos a experimentarem um novo patamar na conduta cristã.
Antes todos andavam segundo o curso do mundo, mas agora há o dever de se desfazer de tudo que era pertinente ao velho homem que foi crucificado com Cristo: ira, cólera, malicia, etc. O cristão deve se despojar, desfazer de tudo que era pertinente a velha criatura.
A velha criatura foi morta na cruz de Cristo, e não mais vive, mas Cristo vive nos que creem ( Gl 2:20 ). Segue-se que agora deve se desfazer das coisas que pertenciam ao velho homem.
9 – Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos,
A mentira é um tipo de comportamento pertinente ao velho homem, pois o novo homem é segundo a verdade do evangelho, o que o torna livre. Livre do velho homem, da velha natureza e despido do comportamento desprezível segundo o pecado.
10 – E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
Há uma nova ‘roupa’ para aqueles que estão em Cristo. O cristão JÁ se despiu e JÁ se vestiu do que é pertinente ao novo homem “E vos revestistes do novo…”.
Este novo homem se renova para o conhecimento, segundo o que Paulo falou aos romanos: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” ( Rm 12:2 ).
O novo homem é segundo a imagem de Deus! Como?
A transformação que ainda esta sendo submetidos os filhos de Deus é quanto ao entendimento, e isto sim é um processo, pois o objetivo de Deus é que experimentemos a sua boa vontade.
Mas quanto a filiação, o novo homem é criado segundo Deus “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” ( Ef 4:24 ).
O novo homem é criado segundo o poder de Deus, e de Cristo temos recebidos a plenitude “E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade” ( Cl 2:10 ). Qual a Adão são os filhos de Adão, qual Cristo são os filhos de Deus ( 1Co 15:48 ).
Sendo Cristo a imagem de Deus “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” ( Cl 1:15 ), novamente estabeleceu o propósito eterno de fazer convergir em Cristo todas as coisas, sendo nós os que cremos, feitos a imagem e semelhança de Deus “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” ( Gn 1:26) .
“Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles”
( Hb 2:10 )
11 – Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.
Qual é o único lugar que não há diferença entre os homens? No corpo de Cristo, visto que Ele disse ao repartir o pão: “E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim” ( 1Co 11:24 ). O corpo de Cristo estaria repartido, ou seja, cada um deles eram o corpo de Cristo.
O corpo de Cristo consegue abrigar a todos os homens e ele não faz distinção entre os seus. Cristo passa a ser tudo em todos. Qualquer aspecto que se queira evidenciar, devemos considerar primeiramente a Cristo, o apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão ( Hb 3:1 ).
12 – Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
No versículo dez Paulo demonstrou que o cristão foi vestido do novo, e aqui ele recomenda revestir de misericórdia, benignidade, humildade, etc.
Qual a diferença entre vestir e revestir? Qual é a vestimenta do novo homem? Qual o motivo de ser necessário revestir?
Antes de conhecer a Jesus as vestes do velho homem eram trapos de imundícies, hoje, o cristão cobre-se de salvação e é envolvido pelo manto da justiça de Deus ( Jó 29:14 ; Is 61:10 ). Ao ser criado em verdadeira justiça e santidade, o novo homem não é achado nu a semelhança de Adão, mas está vestido do que Deus lhe providenciou.
Do novo homem o cristão já está vestido, agora, por ser eleito, santo e amado precisa revestir-se de misericórdia, benignidade, humildade, mansidão, longanimidade ( Gl 5:22 ).
13 – Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
Paulo interpõe a pessoa de Cristo como exemplo.
14 – E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.
Ademais, o amor não deve faltar na vida do cristão, pois n’Ele está o vínculo perfeito “E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele” ( 1Jo 4:16 ).
15 – E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
A paz de Deus excede a todo entendimento. Por meio de Cristo temos paz com Deus, e isto foi realizado por meio do corpo dele.
Por meio da fé nos unimos a Cristo, e isto se dá por meio da sua morte. Após a morte ressurgimos um novo homem e em paz com Deus “Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” ( Ef 2:15 ).
Fomos chamados por meio do corpo de Cristo e passamos a ter paz com Deus. Agora fazemos parte deste corpo que é composto por pessoas de diferentes classes sociais, etnias, línguas, nações, etc. A paz que temos com Deus transcende e alcança os nossos semelhantes, o que prova que somos nascidos dele.
16 – A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.
A palavra de Deus deve fazer morada no crente “Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” ( Tg 3:17 ).
Após adquirir sabedoria conforme expõe o apóstolo Tiago, o ensinar e o admoestar se dá através de salmos, hinos e cânticos, ou seja, através da palavra de Deus.
17 – E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
O louvor pertence a Deus por meio de Cristo ( Ef 2:10 ).
O contexto muda completamente e Paulo passa a exortar grupos em particular. Paulo determina as mulheres cristãs que residiam em colossos a que fossem sujeitas aos seus maridos, o que é conveniente no Senhor. Não há nesta carta qualquer referência que esclareça os motivos pelas quais o apóstolo Paulo solicita esta submissão àquelas irmãs em particular.
A carta aos cristãos de Efésios possui tal ordenança e outros elementos, mas é temerário nos socorrer de outra carta para tentar elucidar o propósito de Paulo em dar tal recomendação. Por quê? Os cristãos de Efésios viram o apóstolo Paulo pessoalmente e os cristãos de Colossenses não. Isto porque a carta possui destinatários e serve quase que exclusivamente àquela comunidade cristã. Observe que Paulo é bem genérico na exortação.
19 – Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas.
Paulo recomenda aos maridos o amor para com as esposas e que não se irritassem com elas. É bem genérico, e não é de bom alvitre tentar dar um motivo pela qual os maridos se irritavam com suas esposas.
20 – Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.
Paulo recomenda a obediência aos filhos, e arremata que tal atitude agrada ao Senhor.
21 – Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.
Paulo aponta aos pais o motivo pela qual não se deve irritar os filhos: para que não percam o ânimo.
22 – Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus.
Analisando as determinações verifica-se um parâmetro que preserva a autoridade na sociedade e na família. Quando Paulo fala àqueles que estão sob autoridade, ele aponta o Senhor (esposa, filhos, servos). Quando Paulo fala aos detentores de autoridade (marido, pais, senhores), ele não fala como ao Senhor, mas aponta a causa pela qual não se deve tomar tal atitude.
23 – E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens,
Deixando as questões pertinentes a autoridade de lado, Paulo recomenda a todos os cristãos que tudo o que fizessem, que fizessem como ao Senhor.
24 – Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.
Tudo o que o cristão faz é serviço ao Senhor. Hoje somos escravos da justiça, conforme Paulo diz aos Romanos (v. 17 ; Rm 6:18 ).
25 – Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas.
Vide explicação do versículo seis.
Glórias a Deus. Deus continue te dando força,virtude, sabedoria, disposição e boa mente em Cristo. Fica com Deus, ótimo estudo,gostei.
Paz do senhor Jesus capitão, excelente, adorei este estudo!
Estudo abençoado! Que Deus continue a te usar, meu irmão! Fique na Paz! Um grande abraço!