Romanos

Romanos 3 – Deus é justo e justificador daquele que tem fé em Jesus

Ao morrer com Cristo, o homem é libertado (justificado) do pecado, e ao ressurgir com Ele, o novo homem é declarado justo (justificação). Sem esse processo de morte da velha criatura e a regeneração que traz à existência a nova criatura, Deus não poderia ser simultaneamente justo e justificador.


Romanos 3 – Deus é justo e justificador daquele que tem fé em Jesus

“De palavras de falsidade te afastarás, e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio.” (Êxodo 23:7).

 

Os judeus não são melhores que os gentios

9 Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;

O apóstolo Paulo retoma a linha de argumentação iniciada no início do capítulo três de Romanos, onde questiona: “Há vantagem em ser judeu? Somos (os judeus) mais excelentes que os gentios?”

Para os judeus que acreditavam possuir uma vantagem ao serem descendentes de Abraão e praticarem a circuncisão, Paulo confronta essa suposição ao perguntar se, em termos de salvação, os judeus realmente seriam superiores aos gentios.

Ao negar qualquer vantagem dos judeus na conquista da salvação, Paulo enfatiza que os gentios não foram, de modo algum, excluídos da graça de Deus. Pelo contrário, o apóstolo dos gentios sublinha que essa verdade já havia sido claramente demonstrada.

“… pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado” (Romanos 2:9); compare com:

” Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.” (Romanos 1:12-13).

Quando o apóstolo Paulo utiliza o verbo “somos” na terceira pessoa do plural, ele deliberadamente se inclui na discussão, identificando-se como um judeu autêntico, “hebreu de hebreus” e circuncidado ao oitavo dia, conforme ele próprio descreve em outras passagens (Filipenses 3:5). Essa inclusão não é meramente retórica, mas reforça sua autoridade e conhecimento sobre a condição judaica, permitindo-lhe confrontar com ainda mais eficácia a suposição de que os judeus teriam alguma vantagem intrínseca sobre os gentios em relação à salvação.

 

10 Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.

Caso houvesse qualquer dúvida quanto às suas declarações, o apóstolo Paulo recorre à autoridade suprema das Escrituras. Ao afirmar que “não há um justo, nem um sequer”, Paulo deixa claro que essa expressão não admite exceções, seja por sangue, seja por nacionalidade. Como os judeus também são homens, essa verdade se aplica igualmente a eles: não há um justo, e as Escrituras reforçam isso de maneira enfática: “NEM UM SEQUER!”

Mas de onde, exatamente, Paulo tira essa afirmação categórica? Ele se apoia em passagens como:

“Já pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo; todos armam ciladas para derramar sangue; cada um caça a seu irmão com a rede…” (Miqueias 7:2);

“E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente” (Salmo 143:2).

A combinação dessas proposições em Miqueias e nos Salmos conduz à conclusão inevitável de que “não há entre os homens um que seja justo”, pois diante de Deus “não se achará justo nenhum”.

 

Sem exceção, todos se extraviaram

11 Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. 12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.

O apóstolo Paulo, ao sustentar sua argumentação, cita explicitamente os Salmos 14 e 53, os quais reforçam a ideia de que não há exceção quanto à condição dos judeus. Ambos os salmos afirmam de maneira categórica que “não há ninguém que faça o bem, não há um sequer” (Salmo 14:3; 53:3), deixando claro que essa condenação se aplica a toda a humanidade, incluindo os judeus.

Esses salmos servem para corroborar a posição de Paulo de que, diante de Deus, todos os homens, independentemente de sua origem ou tradição religiosa, estão igualmente afastados da justiça divina. Não há lugar para presunção ou sentimento de superioridade baseado em herança étnica ou observância externa da lei, pois, segundo as Escrituras, “todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis” (Salmo 14:3; 53:3).

“O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.” (Salmo 14:2-3);

“Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não, nem sequer um.” (Salmo 53:2-3).

Todas as citações feitas por Paulo estão diretamente vinculadas à declaração central: “Não há um justo, nem um sequer.” O versículo 10 de Romanos 3 é uma conclusão que Paulo apresenta, resumindo a ideia central das Escrituras. Ao contrário dos versículos subsequentes, que são citações literais das Escrituras, essa conclusão sintetiza o que as Escrituras ensinam.

As Escrituras são categóricas: apesar da existência de inúmeras religiões, incluindo o judaísmo, “não há quem busque a Deus.” Entre os homens, não há quem compreenda como buscar a Deus. Todos se extraviaram, ou seja, estão perdidos, e se tornaram inúteis.

Para compreendermos plenamente este versículo, devemos recordar que o único evento na história da humanidade relatado pela Bíblia em que alguém se perdeu foi no Éden, com Adão. Através da queda de Adão, todos os homens, por meio desse único evento, tornaram-se inúteis.

Desde a queda, não há entre os filhos dos homens quem faça o bem, sem qualquer exceção. Isso revela que os judeus, assim como todos os outros, também se tornaram inúteis diante de Deus por meio de Adão.

Não podemos confundir “fazer o bem” com realizar “boas ações”. Boas ações são possíveis para todos os homens, mesmo para aqueles que são maus, pois dependem unicamente da vontade humana. No entanto, fazer o bem, conforme Paulo argumenta, está intrinsicamente ligado à natureza do homem em Deus. Fazer o bem é uma expressão de uma vida que está em comunhão com Deus, ou seja, só é possível quando a natureza do homem foi transformada em Deus, tornando-o bom.

“Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13).

Um comentário que consta da Bíblia Vida Nova aos versículos 10 a 18, na nota de rodapé, diz que:

“É uma prova da universalidade do pecado. 1) O pecado no caráter humano (vv 10- 12. 2) O pecado na conduta humana (vv 13- 17): a) em palavra (vv 13, 14); b) em ação (vv 15- 17). A Fonte do Pecado (v 18)”. Bíblia Vida Nova.

A prova da universalidade do pecado não reside no caráter ou na conduta dos homens, mas sim na condição inescapável decorrente da condenação em Adão: a morte. A morte, como “aguilhão do pecado,” é a evidência mais clara de que todos os homens estão sujeitos ao pecado.

“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Romanos 5:12).

 

13 A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; 14 Cuja boca está cheia de maldição e amargura.

Para continuar demonstrando que os judeus não são melhores que os gentios, o apóstolo cita os Salmos 5, 10 e 140:

“Porque não há retidão na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua.” (Salmo 5:9);

“Aguçaram as línguas como a serpente; o veneno das víboras está debaixo dos seus lábios. (Selá.)” (Salmo 140:3);

“A sua boca está cheia de imprecações, de enganos e de astúcia; debaixo da sua língua há malícia e maldade.” (Salmo 10:7).

O apóstolo cita os Salmos por eles serem profecias que descrevem os inimigos de Cristo. As citações parecem fazer referência à pior espécie de gente, porém, cada versículo remete aos religiosos judeus. São eles que lisonjeiam a Deus com os lábios, mas o coração está longe. O veneno deles é oriundo das uvas de Sodoma, e por isso Jesus chamava os fariseus de “raça de víboras”. Embora façam imprecações, da boca deles somente procede o mal.

“E eles vêm a ti, como o povo costumava vir, e se assentam diante de ti, como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza.” (Ezequiel 33:31);

“O seu vinho é ardente veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras.” (Deuteronômio 32:33);

“Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.” (Mateus 12:34; Salmo 58:3).

Paulo não está tratando de questões morais ou comportamentais, como faltar com a verdade ou ludibriar o outro em um negócio. Romanos 3, versos 12 a 14, fazem referência à natureza perniciosa do homem, herdada de Adão. Os versos se referem aos seguidores do judaísmo, que, embora fossem religiosos, a garganta expressa o que procede do coração corrupto.

 

15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. 16 Em seus caminhos há destruição e miséria; 17 E não conheceram o caminho da paz. 18 Não há temor de Deus diante de seus olhos.

Para enfatizar que judeus e gentios são idênticos diante de Deus, o apóstolo Paulo cita o profeta Isaías:

“Os seus pés correm para o mal, e se apressam para derramar sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniquidade; destruição e quebrantamento há nas suas estradas. Não conhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; todo aquele que anda por elas não conhece a paz.” (Isaías 59:7-8);

“A transgressão do ímpio diz no íntimo do meu coração: Não há temor de Deus perante os seus olhos.” (Salmo 36:1).

Isaías não estava protestando apenas contra crimes de sangue, como homicídios, embora sejam reprováveis diante de Deus.

O texto de Isaías fala sobre a natureza decaída do homem e o que ela pode produzir. Os homens maus, por causa da sujeição ao pecado, apesar de poderem fazer boas ações aos seus semelhantes, só podem falar engano e mentira, e suas ações são igualmente más. Só é possível entender o texto de Isaías quando se compreende a figura da árvore:

“Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má e o seu fruto mau, pois pelo fruto se conhece a árvore” (Mateus 12:33).

Como todos os homens estão debaixo do pecado (Romanos 3:9), ao citar Isaías, Paulo demonstra que todos os homens, inclusive os judeus, estão em igual condição quando não estão em Cristo. Entretanto, no caso dos religiosos judeus, eles são descritos como possuidores de pés ligeiros para derramar sangue inocente. Por terem entrado no mundo por Adão, pela porta larga, o caminho de todos eles os conduz à destruição e à miséria (Mateus 7:13-14).

 

Justo e Justificador

O texto de Êxodo nos ensina que Deus jamais justificaria o ímpio, pois isso comprometeria Sua justiça, retidão e imutabilidade:

“De palavras de falsidade te afastarás, e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio.” (Êxodo 23:7).

No entanto, o apóstolo Paulo afirma que Deus justifica o ímpio que crê:

“Aquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.” (Romanos 4:5).

Mas como um Deus justo poderia justificar o ímpio, conforme declarado pelo apóstolo Paulo, sem contrariar a sua própria natureza?

A Bíblia é clara ao dizer que Deus não tem o culpado por inocente:

“Que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente…” (Êxodo 34:7).

Isso levanta uma questão importante: como pode Deus, sendo justo, justificar o culpado sem contradizer Sua própria palavra? É pertinente a colocação de Bancroft?

“O método é divino e não humano. O homem só pode justificar o inocente; Deus justifica o culpado; o homem justifica à base do mérito; Deus justifica à base da misericórdia (…) Se o homem tivesse de ser justificado nesta base, seu caráter moral teria de ser perfeito; mas ninguém é perfeito. ‘Não há homem que não peque.’ ‘Não há salvação por meio do caráter. O que os homens necessitam é ser salvos de seu caráter.’ “ Emery H. Bancroft, Teologia Elementar, Ed. EBR, ed. 2001, p. 256, III. (grifo nosso).

Para resolver a aparente contradição de um Deus justo que justifica o homem pecador, alguns pensadores entendem a justificação como um ato de clemência divina, onde Deus absolve o culpado (pecador). Outros veem a justificação como um ato judicial, onde Deus trata o pecador injusto como se fosse justo, embora a pessoa não seja realmente justa. Nesse sentido, Scofield afirma:

“O pecador crente é justificado, isto é, tratado como justo por causa de Cristo (…) A justificação é um ato de reconhecimento divino e não significa tornar uma pessoa justa” (C. I. Scofield, A Bíblia de Scofield com referências, nota a Rm 3:28).

Outros apresentam o amor de Deus como a base para a justificação, ou a consideram um ato paternal, onde Deus não leva em conta os erros dos filhos. Há também quem veja a justificação como um ato de anistia, ou como decorrente da soberania divina.

Afinal, qual é a base para a justificação que resolve a tensão entre Deus ser Justo e, ao mesmo tempo, o Justificador daqueles que creem em Cristo?

Antes de prosseguir, é importante destacar que a justificação não é um ato judicial, paternal ou meramente judicial; trata-se de um ato criativo de Deus.

Deus jamais declarará o ímpio inocente (Êxodo 23:7). O pecador nunca será tido como inocente (Números 14:18), pois “a alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:4). A pena não pode ser transferida a outra pessoa (Deuteronômio 25:1; Ezequiel 18:4).

Os princípios da lei são totalmente considerados na justificação, sem qualquer contradição. Ao justificar o homem que crê em Cristo, Deus permanece justo, e Sua declaração de justiça não é dirigida a um ímpio considerado inocente, mas sim a alguém que é uma nova criatura pela fé em Cristo.

Como Deus jamais justificaria o ímpio (Êxodo 23:7), a única solução para os escravos do pecado é a morte. Somente aquele que está morto se torna livre (justificado) do pecado:

“… aquele que está morto está justificado do pecado.” (Romanos 6:7).

A ideia de que a justiça de Deus é satisfeita porque o pecado do ímpio foi punido em Cristo é frágil, pois, para que a justiça seja feita, a penalidade não pode ser transferida para outra pessoa (Ezequiel 18:4).

Para satisfazer a justiça divina, era necessário primeiro uma substituição de atos: obediência pela desobediência. Adão desobedeceu e morreu para Deus, enquanto Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz (Romanos 5:18). Essa “transação penal” não se refere ao pecado da humanidade sendo punido em Cristo, mas sim à obediência de Cristo substituindo a desobediência de Adão. Sem essa obediência de Cristo, não haveria justiça diante de Deus.

Como Cristo obedeceu e morreu uma morte física, Deus, pelo Seu poder, o ressuscitou dentre os mortos, pois a morte não podia retê-lo (Atos 2:24). Da mesma forma, os que creem em Cristo obedecem a Deus e se conformam com Cristo em Sua morte (Romanos 6:5; Filipenses 3:10-11). Assim como Deus justificou o crente Abraão, Ele também justifica todos os que creem, sem acepção de pessoas. E assim como Cristo foi recompensado com a ressurreição por Sua obediência, todos os que obedecem ao evangelho morrem com Cristo, mas ressurgem como um novo homem.

Ao morrer com Cristo, o homem é libertado (justificado) do pecado, e ao ressurgir com Ele, o novo homem é declarado justo (justificação). Veja a diferença nos seguintes versos:

“… aquele que está morto está justificado do pecado.” (Romanos 6:7);

“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.” (Romanos 4:25).

Esses versos destacam o processo de justificação: primeiro, a libertação do pecado ocorre através da morte com Cristo, quando o velho homem é crucificado, morto e sepultado. Em seguida, vem a declaração de justiça na ressurreição com Cristo, quando uma nova criatura é trazida à existência pelo poder de Deus.

 

Os homens necessitam ser salvos de seu caráter?

Considerando a afirmação de Bancroft de que “O que os homens necessitam é ser salvos de seu caráter,” é importante notar que, quando Jesus disse que é necessário nascer de novo, Ele não se referiu a elementos como caráter, moral ou comportamento. O homem é salvo (resgatado) do pecado (escravidão ao pecado) ou de seu caráter? Seria a transformação do caráter a base da justificação em Cristo? Não!

A humanidade foi julgada e condenada em Adão (Romanos 5:19). Por causa da ofensa de Adão, o pecado entrou no mundo, e a morte, como consequência, passou a todos os homens, tornando todos pecadores e destituídos da glória de Deus (Romanos 3:23). A salvação de Deus, por intermédio de Cristo, visa resgatar o homem da condenação estabelecida em Adão (Romanos 5:18), conduzindo-o ao reino do Filho do Seu amor (Colossenses 1:13).

Quando Jesus falou a Nicodemos sobre a salvação, Ele disse:

“Em verdade, em verdade te digo que quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3).

Este versículo demonstra que o verdadeiro obstáculo à entrada do homem no reino dos céus é o seu nascimento natural, e não seu caráter ou moral. Se é necessário um novo nascimento, é porque o nascimento anterior é a causa da impossibilidade do homem de ter acesso a Deus. Todos os homens se tornaram filhos da ira e da desobediência por serem descendentes de Adão.

A parábola das duas portas e dos dois caminhos (Mateus 7:13-14) e a figura dos vasos para honra e desonra (Romanos 9:21) ilustram claramente essa realidade. O acesso à porta larga e ao caminho que conduz à perdição resulta do nascimento em Adão, enquanto o acesso à porta estreita e ao caminho que conduz à vida é garantido pelo novo nascimento em Cristo. Da mesma forma, os vasos para desonra são moldados em Adão (Romanos 9:22), e os vasos para honra são criados em Cristo (Romanos 9:23).

Para reverter a condenação herdada em Adão, Jesus, por meio do evangelho, demonstra a necessidade do novo nascimento, onde aqueles que creem em Cristo são regenerados por uma semente incorruptível, que é a Palavra de Deus (1 Pedro 1:3, 23).

A condenação foi decretada em Adão, mas a salvação é concedida em Cristo, por meio do lavar regenerador do evangelho, a água pura. Aqueles que creem são gerados de novo para uma viva esperança pela ressurreição de Cristo.

Os nascidos de Adão foram declarados culpados e carregam a condenação de Adão: a morte. Os nascidos de novo são justificados, ou seja, após serem criados em verdadeira justiça e santidade, a nova criatura, ou o novo homem, pela sua nova condição em Cristo, é declarado justo por Deus.

Sem Cristo, o ser humano está morto em delitos e pecados (Efésios 2:1). Essa condição decorre da queda em Adão, onde aqueles que estão mortos para Deus vivem para o mundo. Para viver para Deus, é necessário primeiro morrer para o mundo.

Cristo, enviado ao mundo, é o único caminho para acessar Deus, sendo o novo e vivo caminho consagrado por Sua carne (Hebreus 10:20). Sua morte foi em favor dos injustos, permitindo que todos os que creem em Seu sacrifício participem de Sua morte (Romanos 6:6-7), passando a viver para Deus (Efésios 2:5).

A crucificação do velho homem com Cristo cumpre a exigência da lei: o pecador não será tido por inocente; a alma que pecar morrerá; e a pena não passa do transgressor. Ao unir-se a Cristo em Sua morte, o ser humano deixa de viver para o mundo, é justificado do pecado (Romanos 6:6) e é declarado justo por Deus quando é criado de novo (Romanos 5:1).

O velho homem, a natureza herdada de Adão, foi crucificado com Cristo (Romanos 6:6), e o corpo do pecado foi destruído por meio dessa união com a morte de Cristo, eliminando o domínio do pecado (Romanos 6:18). Através da comunhão com Cristo, os participantes de Sua morte de fato morrem com Ele (Colossenses 3:3), recebendo a circuncisão de Cristo, que é o despojar do corpo da carne herdada de Adão (Colossenses 2:11).

Ao aceitar Cristo, há um convite para tomar a cruz e seguir Seus passos (Mateus 16:24). Seguir Cristo estabelece a lei de Deus, onde o ímpio, ou pecador, recebe a pena de morte, despojando-se do corpo da carne e sepultando a natureza condenada de Adão juntamente com o corpo que servia ao pecado.

 

Só a nova criatura é declarada justa

Após a união com Cristo em Sua morte, ocorre o milagre da regeneração e justificação. A regeneração precede a justificação, que é consequência da primeira. Como isso acontece?

Ao participar do corpo e sangue de Cristo (João 6:54-56), o velho homem é sepultado à semelhança de Cristo (o batismo simboliza essa verdade) e ressuscita como um novo homem, criado segundo Deus em verdadeira justiça e santidade (Efésios 4:24).

Esse novo homem surge por meio de Cristo, sendo uma nova criatura. Quando o ser regenerado ressuscita dos mortos (Efésios 2:1), é declarado justo, pois essa é sua nova condição perante Deus.

Deus é luz e verdade, e jamais declararia justo alguém que não fosse verdadeiramente justo. Ele não participaria de uma farsa ao tratar os injustos como justos sem que sejam realmente justos.

A declaração divina é enfática:

“Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5).

Como Cristo morreu por todos, todos os que aceitam Seu sacrifício morreram (2 Coríntios 5:14). Assim, deixam de viver para o mundo e passam a viver para Deus (2 Coríntios 5:15). A nova vida em Cristo confere ao ser humano uma nova condição diante de Deus e dos homens: a de nova criatura. São criados à imagem daquele que os chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Deixam a condição de filhos das trevas e tornam-se filhos de Deus.

As características do velho homem, como a condenação, ira, carne e pecado, já passaram, e em Cristo tudo se fez novo. Cristo se fez pecado para que se tornassem justiça de Deus:

“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21).

A justificação tem sua base em um ato criativo de Deus, que faz surgir um novo homem, declarado justo por ser verdadeiramente justo.

Os termos traduzidos como “justificar” e “justificação” significam, segundo a ideia bíblica, “declarar justo”, “declarar reto” ou “isento de culpa ou castigo”, condição possível após o novo nascimento por intermédio de semente incorruptível (1 Pedro 1:3, 23).

Deus declara justo somente aquele que é verdadeiramente justo, condição obtida por meio da filiação divina (João 1:12). Todos os que creem em Cristo recebem poder para serem feitos filhos de Deus. São recriados, não segundo a semente de Adão, mas através da Palavra e do Espírito (João 3:5), conforme prometido nas Escrituras:

“Então espargirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.” (Ezequiel 36:25-27).

A justificação ocorre por meio da Palavra de Deus, que purifica o ser humano. Através da Palavra, o ser humano é limpo e purificado. Como isso acontece?

É concedido um coração novo e um espírito novo (regeneração), conforme Jesus ensinou a Nicodemos: “necessário vos é nascer da água e do Espírito”. Após nascer de Deus (Espírito) e de Sua Palavra, o ser humano é declarado justo, como previsto pelo salmista Davi:

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.” (Salmo 51:10).

Como apagar as transgressões? Como tornar o ser humano puro e limpo? Como resgatá-lo da condenação de Adão? (Salmo 51:5, 7, 10). Somente após a morte da velha natureza e por intermédio de uma nova criação. Essa condição só é possível após a circuncisão do coração.

Qualquer incisão no coração resulta em morte. Após a circuncisão não realizada por mãos humanas, o ser humano é agraciado com um novo coração e um espírito reto.

Após entender o processo de justificação em Cristo, percebe-se que não há contradição em Deus ser justo e justificador. A justificação não é um ato judicial ou forense, e Deus não considera o culpado como inocente. Há alegria em saber que Deus cria o ser humano justo e o declara justo. O crente é declarado justo porque é justo em Cristo Jesus.

É necessário ser salvo da condenação do pecado para receber a declaração de justiça de Deus. Deus exerce misericórdia, mas isso não significa que Ele considere o culpado como inocente. Deus justifica apenas o inocente, aquele que é regenerado, sem considerar méritos, caráter, moral, conduta, etc.

 

A lei foi dada aos judeus

19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.

O apóstolo Paulo demonstra que tanto ele quanto alguns de seus destinatários compartilhavam um conhecimento comum: “Ora, nós sabemos que…”. Eles entendiam que tudo o que estava na lei se referia exclusivamente àqueles que estavam sob a lei, ou seja, os judeus. Tudo que a lei expressava foi dirigido aos judeus, e alguns dos destinatários de Paulo tinham esse entendimento. No entanto, a continuação da declaração de Paulo provavelmente não era conhecida por todos, pois o apóstolo revela a verdadeira finalidade da lei: fechar a boca dos judeus e evidenciar que eles também eram condenáveis.

A lei cala a boca dos judeus por ser impossível justificar-se através das obras da lei, por dois motivos:

a) a lei é espiritual, enquanto o homem é carnal; e
b) se alguém guarda a lei, mas tropeça em um único ponto, torna-se culpável de toda a lei.

A lei, que muitos judeus acreditavam elevá-los a uma condição superior, na verdade, tinha o propósito de deixar todos os homens, judeus e gentios, em igual condição: condenáveis diante de Deus. Como a função da lei era silenciar os judeus, não há como eles se gloriarem com a boca fechada.

 

20 Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

Se a lei deixa todos os homens condenáveis diante de Deus, fica claro que as obras da lei não podem justificar ninguém. Paulo enfatiza que todos, judeus ou gentios, são carne, e nenhuma carne será justificada pelas obras da lei.

Ao confrontar a lei, o homem reconhece sua condição de pecador, algo que desconhecia antes. Portanto, não há distinção; todos estão sob o pecado. A lei não oferece justificação, mas sim revela a verdadeira condição do ser humano: pecador. Assim, Paulo afirma que, mesmo em sua condição de judeu, era considerado mentiroso (Romanos 3:4).

“… dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado” (Romanos 3:9).

 

A justiça revelada no evangelho

21 Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;

A exposição do apóstolo Paulo em Romanos retoma a ideia apresentada nos versículos 16 e 17 do capítulo um.

“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.” (Romanos 1:16-17).

Ele destaca que a justiça de Deus se manifesta independentemente da lei, enfatizando que essa revelação ocorreu “agora”, ou seja, no tempo presente. A autenticidade dessa manifestação é confirmada pela lei, que os judeus não conseguiram cumprir, e pelos profetas, que eles perseguiram (Atos 7:52). A justiça de Deus, portanto, é revelada de forma distinta dos elementos relacionados à lei.

 

22 Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.

A justiça que os judeus reputavam ter alcançado por intermédio da lei, Paulo demonstra que ela é alcançada pela fé em Cristo; a justiça de Deus é destinada (para) a todos quantos crerem. Todos quantos creem já foram agraciados com a justiça, visto que ela é ‘sobre’ quem crê.

Como a justiça de Deus é para todos, e sobre todos os que creem, isto demonstra que a justiça de Deus é efetiva na vida do cristão hoje (agora).

Observe a diferença no tempo verbal da palavra ‘manifestar’ nos versículos 21 deste capítulo, e os versículo 18 e 19 do capítulo um. O versículo 21 demonstra que agora se ‘manifestou’ a justiça de Deus para os que creem, e esta justiça manifesta livra o homem do juízo que se deu em Adão. Já os versículos 18 e 19 do capítulo um, fazem referência à manifestação da ira, e esta contempla a impiedade e injustiça dos homens (que detém a verdade em injustiça) que foram condenados em Adão.

Quando Paulo reitera que ‘não há diferença’, demonstra que a palavra ‘todo’ da frase anterior engloba a ideia de que tanto judeus quanto gregos são justificados por meio da fé.

 

23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;

Como todos pecaram, a justificação é destinada a todos quantos creem. Judeus e gentios pecaram, e ambos foram destituídos da glória de Deus. Este versículo reforça a ideia de que a justificação por meio da fé contempla todos os homens, ‘porque não há diferença’.

Ao apresentar o motivo pelo qual a graça de Deus destina-se a todos os homens que creem, o apóstolo Paulo acaba por deixar um alerta implícito: todos os homens pecaram, e todos os homens estão destituídos (privado, demitido) da glória de Deus.

Quando, onde, como e por quê todos os homens pecaram? Observe que Paulo não apresentou nenhuma conduta específica dos homens que os deixou na condição de pecadores. Esta declaração de Paulo (todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus) é muito importante e auxilia na definição do que é pecado e como se dá a justificação.

 

24 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.

Todos os homens que pecaram e que foram destituídos da glória de Deus, através da redenção que há em Cristo, são justificados (declarados justos) pela graça de Deus (sem qualquer ônus).

Quando justificado pela graça que há em Deus pela redenção que há em Cristo, a condição do homem que foi apresentado no versículo vinte e três é plenamente desfeita.

Todos os homens foram declarados culpados por nascerem de Adão “o que é nascido da carne, é carne…” ( Jo 3:6 ), ou seja, todos são pecadores e destituídos estão da glória de Deus (v. 24).

Agora, quando os declarados culpados em Adão, creem em Cristo, estes nascem de novo, e esta nova criatura, criada em Deus é declarada justa diante d’Ele. Este novo homem passa a ser participante da glória de Deus (por ser participante da natureza divina decorrente da filiação), e deixa a condição de pecado (condenado).

Em linhas gerais, redenção é valor pago que concede uma nova condição ao homem agraciado.

 

25 Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;

O ‘valor pago’ por Cristo (a medida exata do que é exigido por Deus Justo e Santo), é o que expia, ou propicia a extinção do pecado que pesa sobre o homem. Ou seja, Cristo, a redenção, foi proposto por ser ‘a oferta que visa a expiação’ dos pecados daqueles que pela fé torna-se participantes de Cristo.

A redenção e a propiciação estão intimamente ligadas. Enquanto esta diz do que é suficiente para a expiação, ou abolição dos pecados, aquela diz do valor estipulado para o homem ser livre da condenação em Adão.

Cristo foi proposto por Deus para:

a) demonstrar a sua justiça, e;
b) demonstrar a sua justiça neste tempo presente.

Demonstrar: ‘provar mediante raciocínio concludente; comprovar; mostrar; evidenciar; dar a conhecer; revelar-se, etc’.

A remissão (liberdade) dos pecados é uma mostra, uma evidência, da justiça de Deus. Somente a justiça de Deus em Cristo pode dar liberdade ao homem ao expiar os seus pecados.

A justiça de Deus livra o homem da condenação em Adão e do julgamento de obras no tribunal do Trono Branco, ou seja, pecados. É por isso que Paulo diz que ‘nenhuma’ condenação há para os que estão em Cristo. A palavra ‘nenhuma’ deixa subtendido que pesa mais que uma condenação sobre os homens sem Cristo.

 

26 Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

Cristo é uma evidência da justiça de Deus neste ‘tempo presente’. Para o agora ( Rm 8:1 )!

A justiça evidenciada em Cristo ao libertar o homem do pecado é porque Deus é justo e justificador dos que creem em Cristo. Como conciliar os atributos justo e justificador? Deus não pode tomar o culpado por inocente ( Ex 34:7 ).

 

27 Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé. 28 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.

A atitude presunçosa dos judeus acaba por ser excluída diante da regra da fé, pois todos os homens somente são justificados pela fé em Cristo. Todos são pecadores; todos são culpáveis, mas a justiça mediante a fé é sobre todos, sem exceção.

A conclusão de Paulo para os cristãos em Roma é: o homem, não importa quem ele seja, é justificado pela fé, sem as obras estipuladas pela lei.

 

29 É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente,

Sem esquecermos da pergunta: “Qual é pois a vantagem do judeu?” ( Rm 3:1 ), Paulo reitera: “É porventura Deus somente dos judeus?” (v. 29). Embora a palavra de Deus tenha sido confiada aos judeus, quanto à questão da salvação, eles não obtiveram vantagem alguma. Primeiro, porque Deus não faz acepção de pessoas, e segundo, a salvação sempre foi por meio da fé em todos os tempos.

Mesmo após a entrega da lei, Moisés anunciava: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração…” ( Dt 10:16 ), circuncisão esta, que somente é obtida por meio da fé em Deus.

Qualquer presunção de superioridade é desfeita ao analisar a pergunta: “É porventura Deus somente dos Judeus?”. Qualquer resposta em contrário, seria o mesmo que desmentir a lei e os profetas: “DO SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” ( Sl 24:1 ).

 

30 Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão.

Quando Deus estabeleceu a fé como único elemento de se ter acesso à sua justiça, a lei é cumprida. Deus é um só que justifica a todos (judeus e gentios) que creem em Cristo.

É neste diapasão que Cristo afirmou: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” ( Mt 5:17 ).

O que Deus disse? “…em ti serão benditas todas as famílias da terra” ( Gn 12:3 ).

O que os profetas anunciaram? “Assim diz o Senhor DEUS: Eis que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os povos arvorarei a minha bandeira…” ( Is 49:22 ).

O que a lei instituiu? “Regozijai-vos, ó gentios, com o seu povo…” ( Dt 22:43 ).

Por meio da fé cumpre-se o que foi dito por intermédio da lei e dos profetas. É Deus quem justifica gregos e judeus pela fé em Cristo!

Os líderes religiosos e muitos do povo à época de Cristo pensavam na lei e nos profetas como sendo ‘regras sobre regras’, e muitos ainda hoje pensam que Cristo, ao ter anunciado que veio cumprir a lei e os profetas, estava fazendo referência aos ritos e cerimoniais presentes na lei mosaica. É certo que Cristo, como judeu, cumpriu com os cerimoniais da lei, porém, vale salientar que: ele não revogou (anulou) a lei ou os profetas, antes os cumpriu (estabeleceu), ao destruir a parede de separação, a barreira de inimizade, ao reconciliar ambos (judeus e gentios) em um só corpo ( Ef 2:13 -18).

Cristo cumpriu a lei e o profetas ao evangelizar a paz “a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto”, e por Cristo ambos (judeus e gentios) obtiveram acesso ao Pai em um mesmo Espírito, por meio da fé.

“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” ( At 2:39 ).

31 Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.

Como o evangelho de Cristo confirma a lei? Um dos princípios da lei é a não acepção de pessoas, e a fé é o elemento que viabiliza a gregos e judeus o acesso à justiça de Deus.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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