Sabendo que Davi era profeta, o interprete deve entender que ele falava de si mesmo quando escreveu o Salmo 56, ou que pelo espírito de Cristo, que estava nele, falou acerca do seu descendente, o Cristo?
Salmo 56 – Não temerei o que me possa fazer o homem
Conteúdo do artigo
Introdução
Analisando o Salmo 56 à luz das declarações de Jesus e dos apóstolos sobre os Salmos, podemos concluir que esses versículos são profecias expressas por meio de poesia e cânticos, todos eles apontando para a figura de Cristo.
“Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono. Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção.” (Atos 2:29-31).
O apóstolo Pedro destacou que o rei Davi era profeta e afirmou que no Salmo 16, ele fez uma previsão sobre o Descendente prometido por Deus.
Por sua vez, o apóstolo Paulo fez duas referências aos Salmos, especificamente nos versículos 2:7 e 16:10, intercalando uma profecia de Isaías 55, verso 3. Essa abordagem foi utilizada por Paulo para enfatizar a veracidade de que Jesus de Nazaré, crucificado, era o Messias prometido nas Escrituras. Além disso, ele equiparou os Salmos à profecia de Isaías, ressaltando assim a natureza profética inerente a esses cânticos e poesias.
“E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus; Como também está escrito no salmo segundo: Meu filho és tu, hoje te gerei. E que o ressuscitaria dentre os mortos, para nunca mais tornar à corrupção, disse-o assim: As santas e fiéis bênçãos de Davi vos darei. Por isso também em outro salmo diz: Não permitirás que o teu santo veja corrupção.” (Atos 13:32-35).
O médico amado deixou registrado as seguintes palavras de Jesus acerca dos Salmos:
“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Lucas 24:44).
Quando Jesus interpelou os fariseus sobre o significado do Salmo 110, eles não foram capazes de fornecer uma resposta clara quanto ao que Davi quis transmitir com a expressão ‘disse o Senhor ao meu Senhor’. Notavelmente, nos Salmos, Davi refere-se ao seu próprio Filho como Senhor, conferindo, assim, ao poema uma conotação profética.
“Visto como o mesmo Davi diz no livro dos Salmos: Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,” (Lucas 20:42).
Davi, ao designar os capitães de seus exércitos para profetizarem com harpas, suscita a indagação sobre a natureza do Salmo 56. Poderia este salmo também ser considerado uma profecia?
“E DAVI, juntamente com os capitães do exército, separou para o ministério os filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem com harpas, com címbalos, e com saltérios; e este foi o número dos homens aptos para a obra do seu ministério.” (2 Crônicas 25:1).
Interpretações de alguns doutos
Moody entende o Salmo 56 como uma representação do salmista confrontado por guerreiros, sugerindo que o pedido de misericórdia se estendia a israelitas devotos, excluindo a possibilidade de que os opositores fossem os religiosos da nação.
Frederick Fyvie Bruce argumenta que a natureza do Salmo 56, como uma oração durante aflições, não é clara. Ele examinou várias traduções de diferentes tradutores para oferecer uma análise mais abrangente.
Russell Shedd, ao comentar o Salmo 56, interpretou-o como Davi experimentando um misto de sentimentos, combinando medo e fé diante das adversidades ao seu redor.
Matthew Henry associa o Salmo 56 ao período em que Davi fugia de Saul e buscou refúgio em território filisteu.
A Bíblia de Estudos de Genebra aponta que o título dado ao Salmo 56 não se alinha com a narrativa dos livros históricos em relação à vida de Davi. Destaca a discrepância entre os rótulos atribuídos pelos intérpretes e o conteúdo expresso pelo salmista. No entanto, cita a passagem de 1 Samuel 21:10-15, quando Davi agiu como se estivesse louco diante do rei de Gate, para justificar o título dado ao Salmo.
Champlin interpreta o Salmo 56 como a revelação do conhecimento que Deus tinha sobre as aflições do salmista.
O Comentário Bíblico de Beacon destaca que o Salmo 56 está associado a um episódio específico na vida de Davi, argumentando a partir do título atribuído ao Salmo. Segundo esse comentário, o Salmo refere-se à fuga de Davi para Aquis, rei da cidade filisteia de Gate, quando ele salvou sua vida ao simular insanidade.
É notável que todos os comentaristas citados se abstenham de sugerir que o Salmo 56 possa ter uma dimensão profética. Além disso, observa-se que nenhum deles inclui, em sua análise, a possibilidade de uma conexão com a figura messiânica de Cristo, o Descendente prometido a Davi. Essa ausência de consideração para um viés profético em relação a Cristo é uma característica comum entre essas interpretações.
O homem opressor
1 TEM misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem procura devorar-me; pelejando todo dia, me oprime. 2 Os meus inimigos procuram devorar-me todo dia; pois são muitos os que pelejam contra mim, ó Altíssimo.
O Salmo tem por base a verdade de que Deus é misericordioso, um atributo da divindade, portanto, imutável!
O Salmo 56 é identificado como uma oração no contexto bíblico. Em termos bíblicos, uma oração é a expressão verbal da confiança de um crente em Deus. A oração com fundamento bíblico emerge de uma verdade que dá suporte a confiança, e não o contrário.
No caso do Salmo 56, essa oração se baseia na verdade fundamental de que Deus é misericordioso, um atributo intrínseco à sua divindade e, portanto, imutável. A confiança expressa no Salmo surge da certeza dessa verdade, destacando a relação estreita entre a confiança do salmista e a compreensão da natureza constante e compassiva de Deus.
“E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.” (Êxodo 20:6);
“Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade;” (Êxodo 34:6).
Ao contrário de outros Salmos nos quais a misericórdia de Deus é invocada diante das transgressões dos pecadores, o Salmo 56 apresenta um motivo distinto: a necessidade de proteção diante da ameaça de alguém determinado a esmagar aquele que faz a oração constante do Salmo.
Prosseguindo na análise do Salmo como uma poesia relacionada ao salmista Davi, é pertinente examinar se o conteúdo poético se alinha com a história do rei de Israel ou se o Salmo possui uma perspectiva diferente.
O “homem” mencionado, que busca devorar e guerrear diariamente, é esclarecido no verso seguinte. Através do paralelismo sinônimo, uma característica formal na poesia hebraica, torna-se evidente que o “homem” se refere aos “inimigos do salmista”.
Essa interpretação aprofundada revela como o Salmo 56 não apenas serve como uma expressão de confiança na misericórdia imutável de Deus, mas também aborda as circunstâncias específicas que seria enfrentado pelo Descendente do salmista, destacando a ameaça constante e a pressão exercida por seus adversários.
“… o homem procura devorar-me; pelejando todo dia, me oprime.
Os meus inimigos procuram devorar-me todo dia; pois são muitos os que pelejam contra mim, ó Altíssimo”.
As linhas do Salmo constituem um paralelismo sinônimo, isto porque a segunda linha repete a ideia da linha anterior, mas com palavras diferentes. Essa repetição de ideias com palavras diferentes estabelece uma trava lógica que impe a alteração do texto.
A estrutura poética do Salmo lança luz sobre o significado do termo “homem” ao qual o Salmo faz alusão. Embora o termo hebraico אֱנֹושׁ ʼĕnôwsh (en-oshe’) abranja a ideia geral de um indivíduo humano do sexo ou gênero masculino, ele se assemelha ao substantivo אּישׁ, também traduzido como “homem”, mas frequentemente utilizado para referir-se a alguém que exerce poder ou liderança.
Há outros três termos para fazer referência ao homem, segundo o Talmud: ʼādām, ḡe·ḇer e ’îš. Em algumas passagens, o substantivo “homem” assume a função de qualificar e indicar empoderamento:
“Esforçai-vos, e sede homens, ó filisteus, para que porventura não venhais a servir aos hebreus, como eles serviram a vós; sede, pois, homens, e pelejai.” (2 Samuel 4:9).
Segundo análise do doutor em letras, Hubner[1], o termo ʼādām remete a qualidade do intelecto e da mente do homem com controle sobre sua natureza, criado a imagem de Deus. O termo ’îš (איש‘) remete ao “homem em geral”, contratado em relação a Deus, à mulher e aos animais. O termo ḡe·ḇer (גבר) significa “ser superior, prevalecer, ter sucesso, crescer”, e remete ao “homem vigoroso apto a tudo aquilo que é viril”.
Nesta análise nos interessa o significado do termo ’ĕ·nō·š (אנוש), utilizado pelo salmista, que é “homem, ser humano, mortal”, e que dependendo do contexto, indica um estado pobre e fraco, o que remete a “desanimado”. Para outros estudiosos remete a “causar fraqueza, ser frágil”, podendo significar “estar doente”, “ser mortal”, “sofrimento”, “pessoas egocêntricas”, “ser fatal”, “estado de espírito perturbado” ou “homem degenerado”.
Compreendemos, então, que no contexto do Salmo, a referência ao “homem” alude aos inimigos do Cristo, e vice-versa, afastando a interpretação de que se trate de demônios, diabos ou anjos caídos. A oposição e a pressão enfrentadas pelo Cristo emanam dos próprios seres humanos, mais especificamente de um escarnecedor, e não de uma suposta entidade adversária no âmbito espiritual.
O embate com os inimigos se apresenta como uma opressão, uma sensação de ser calcado aos pés por aqueles que se opõem a Deus. Ao definir ‘homem’, o salmista quer destacar a essência, a natureza má dos seus opositores, evidenciando que se tratava de homens ímpios, que não se sujeitavam ao temor (palavra) de Deus.
Temor ‘versus’ medo
“3 Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti. 4 Em Deus louvarei a sua palavra, em Deus pus a minha confiança; não temerei o que me possa fazer a carne.”
Para continuarmos a interpretação, novamente necessitaremos considerar a estrutura da poesia hebraica, em especial que as linhas dos Salmos constituem um paralelismo sinônimo.
Também precisamos considerar algumas definições bíblicas:
“O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre.” (Salmos 111:10);
“Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR.” (Salmos 34:11).
Nesse mesmo sentido, temos que considera a seguinte asserção:
“Digam agora os que temem ao SENHOR que a sua benignidade dura para sempre.” (Salmo 118:4);
“Abençoará os que temem ao SENHOR, tanto pequenos como grandes.” (Salmos 115:13).
Por que é necessário considerar os versos citados acima? Porque ao analisar o versículo 3, percebe-se certa incongruência na tradução do texto, não por maldade do tradutor, mas talvez por desconhecimento de algumas nuances decorrentes fluidez poética do texto.
Nos Salmos 111, verso 10 e 34 e 11, o substantivo יִרְאָה (yirah) traduzido por ‘temor’ tem a conotação de palavra, conhecimento, mandamento, sendo que o adjetivo יָרֵא (yare) que remete a uma ação e é traduzido por ‘temer’, tem a conotação de obedecer, sujeitar, confiar.
O que me faz desconfiar da tradução? É ela afirmar que ‘Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti.’, dando a entender que o salmista estivesse expressando medo, sendo que em vários outros salmos não há expressão de tal sentimento mesmo diante de vicissitudes inomináveis:
“Por que temerei eu nos dias maus, quando me cercar a iniquidade dos que me armam ciladas?” (Salmos 49:5);
“Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares.” (Salmos 46:2);
“Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nisto confiaria.” (Salmos 27:3);
“Não temerei dez milhares de pessoas que se puseram contra mim e me cercam.” (Salmos 3:6).
Lembrando que o idioma hebraico antigo é de difícil compreensão, a tradução mais coerente com o contexto e a estrutura da poesia hebraica seria ‘enquanto eu temer, confiarei em ti’.
O medo não faz o homem confiar em Deus, antes afasta o homem de Deus, como se lê:
“E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso retirou-se e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos. E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, afim de que não pequeis.” (Êxodo 20:18-20).
Ao ser conjugado o verbo ‘temer’ no futuro, na primeira pessoa do singular, a ideia a ser transmitida é honrar, respeitar, o que remete a obediência, sujeição.
O termo traduzido por ‘temor’ remete ao termo דָּבָר (dabar) traduzido por palavra no versículo 4, construção própria a estrutura da poesia hebraica:
“3 Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti.
4 Em Deus louvarei a sua palavra, em Deus pus a minha confiança; não temerei o que me possa fazer a carne.”
Quem descansa, obedece, ou seja, teme a palavra de Deus, O louva. Entoar louvores é superior a recitar. É crer, é repousar!
“Então creram nas suas palavras, e cantaram os seus louvores.” (Salmos 106:12).
O ímpio apesar de recitar e tomar a aliança de Deus em sua boca, como não obedece, não ‘louva’ a palavra de Deus.
“Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, e em tomar a minha aliança na tua boca?” (Salmos 50:16).
O louvor, assim como a obediência, ou o temor decorre da palavra de Deus:
“Os meus lábios proferiram o louvor, quando me ensinaste os teus estatutos.” (Salmos 119:171);
“Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do SENHOR, assim como a sua força e as maravilhas que fez.” (Salmos 78:4);
“Quem pode contar as obras poderosas do SENHOR? Quem anunciará os seus louvores?” (Salmos 106:2);
“O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre.” (Salmos 111:10).
O enunciado do Salmo 111, verso 10 demonstra que a palavra de Deus é o princípio da sabedoria, e que cumprir os mandamentos de Deus é bom entendimento, o que remete a palavra de Deus que permanece para sempre.
“Mas a palavra do SENHOR permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.” (1 Pedro 1:25).
A melhor tradução do texto seria: “Enquanto obedecer (temer), confiarei em ti”, pois a obediência é a expressão máxima da confiança. Quem teme (obedece) a Deus jamais temerá a carne.
É significativo o salmista substituir o termo ’ĕ·nō·š (אנוש), que significa homem pelo termo בָּשָׂר (basar), carne, que além de significar corpo, também remete a ideia de geração, parentesco.
Davi foi perseguido pelos seus concidadãos, assim como José pelos seus irmãos, o que os remete a pessoa de Cristo, que foi perseguido e morto pelos seus.
“Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa.” (Miquéias 7:6).
Sabendo que Davi era profeta, o interprete deve entender que ele falava de si mesmo quando escreveu o Salmo 56, ou que pelo espírito de Cristo, que estava nele, falou acerca do seu descendente, o Cristo?
“Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono,” (Atos 2:30);
“Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.” (1 Pedro 1:11).
Se as Escrituras falam do Cristo, certo é que o Salmo 56 como pertencente às Escrituras também testifica de Cristo.
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;” (João 5:39).
O Salmista ante vê que, mesmo em tempos de terror e sobressalto, o Cristo permanecerá confiante em Deus. Confiar em Deus diante do terror equivale a louvar Sua promessa (Sua palavra). Uma alternativa de tradução poderia ser uma declaração de confiança em Deus, cuja promessa o Cristo proclamaria.
A confiança em Deus resulta em destemor, impedindo que o Cristo seja dominado pelo medo de seus opositores. Se a confiança e esperança do Salmista estão fundamentadas em Deus, os escarnecedores (homens) não têm poder sobre ele.
Os termos “homem” e “carne” evidenciam a natureza dos opositores do Cristo, indicando que não se trata de uma ação diabólica, mas sim de oposição humana.
Até o amigo íntimo O traiu
5 Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal. 6 Ajuntam-se, escondem-se, marcam os meus passos, como aguardando a minha alma.
O Salmo 56 assim como muitos outros é messiânico, e descreve a obediência de Cristo ao Pai, bem como a oposição dos seus irmãos segundo a carne.
Todos os dias religiosos judeus torciam as palavras de Cristo, ou melhor, se escandalizavam d’Ele. Muitos achavam o discurso de Cristo duro de ouvir!
“Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (João 6:60);
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Marcos 6:3);
“Mas não têm raiz em si mesmos, antes são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição, por causa da palavra, logo se escandalizam.” (Marcos 4:17).
Os pensamentos dos escribas, fariseus, saduceus, etc., visava o mal de Jesus. Observe que ao introduzir a ideia ‘todos os dias’, o salmista remete ao verso 1, o ‘homem’ que buscava devorar e que pelejava todo dia (v. 1), em suma, os seus inimigos.
“Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem.” (João 11:53);
“Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.” (Marcos 15:10).
Os opositores de Cristo se ajuntavam e ficavam à espreita analisando se O apanhavam em alguma contradição, e assim, injustamente, O apenassem com a morte.
A oposição é profetizada em outros Salmos:
“Dos ímpios que me oprimem, dos meus inimigos mortais que me andam cercando. Na sua gordura se encerram, com a boca falam soberbamente.” (Salmo 17:9-10);
“Todos os que me odeiam murmuram à uma contra mim; contra mim imaginam o mal, dizendo: Uma doença má se lhe tem apegado; e agora que está deitado, não se levantará mais. Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.” (Salmo 41:7-9).
O conflito descrito pelo salmista entre o Cristo e seus opositores é constante, envolvendo a distorção de suas palavras. Todos os esforços dos opositores em distorcer suas palavras visam causar mal. Essas pessoas se unem para vigiá-lo e preparar emboscadas, buscando tirar-lhe a vida.
Embora a narrativa da poesia possa aparentar descrever um campo de batalha físico, o embate deste Salmo ocorre no âmbito das ideias e na exposição de mensagens.
Ao observar o Salmo 91, torna-se evidente que, ao distorcerem as palavras do Cristo, seus opositores armam ciladas, o que é comparado ao “laço do passarinheiro”. As palavras dos opositores são representadas como setas inflamadas, e a única defesa contra esses ataques é a palavra de Deus, que serve como escudo e broquel.
Orando segundo a vontade de Deus
7 Porventura escaparão eles por meio da sua iniquidade? Ó Deus, derruba os povos na tua ira! 8 Tu contas as minhas vagueações; põe as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?
A oração vaticinada pelo profeta Davi questiona a possibilidade dos opositores de Cristo, homens vis (baixos, plebeus, mentirosos), escaparem da ira divina por meio da vaidade (iniquidade). A descrição dos inimigos do Cristo evidencia que não eram filhos de Deus, mas uma mancha, sujeitos à ira divina. Trata-se de pessoas com os corações endurecidos e impenitentes.
“Corromperam-se contra ele; não são seus filhos, mas a sua mancha; geração perversa e distorcida é.” (Deuteronômio 32:5).
A citação de Romanos 2:5, “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,” destaca a inevitabilidade de enfrentar a ira divina para aqueles que persistem na iniquidade.
“E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” (Mateus 3:7).
Conseguiriam prevalecer com a língua?
“Pois dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; são nossos os lábios; quem é SENHOR sobre nós?” (Salmos 12:4).
Quando através do espírito de profecia Deus é invocado em oração para que derribe os povos na sua ira, neste salvo os ‘povos’ não são os gentios. O termo hebraico utilizado עָם (am), significa pessoas, nação, mas o contexto demonstra tratar-se da congregação de Israel, de parentesco.
A oração tem por base a palavra de Deus, e não somente um desejo pessoal de revanche. A petição seria atendida por ser feita segundo a vontade de Deus:
“Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel; por armadilha e laço aos moradores de Jerusalém.” (Isaías 8:14);
“Levanta-te, SENHOR, detém-no, derriba-o, livra a minha alma do ímpio, com a tua espada;” (Salmos 17:13).
“Pois me cingiste de força para a peleja; fizeste abater debaixo de mim aqueles que contra mim se levantaram. Deste-me também o pescoço dos meus inimigos para que eu pudesse destruir os que me odeiam. Clamaram, mas não houve quem os livrasse; até ao SENHOR, mas ele não lhes respondeu. Então os esmiucei como o pó diante do vento; deitei-os fora como a lama das ruas. Livraste-me das contendas do povo, e me fizeste cabeça dos gentios; um povo que não conheci me servirá.” (Salmo 18:39-43);
“O Deus da minha misericórdia virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos. Não os mates, para que o meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder, e abate-os, ó Senhor, nosso escudo. Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios, fiquem presos na sua soberba, e pelas maldições e pelas mentiras que falam.” (Salmo 59:10-12).
O messias não deseja a destruição do seu povo para que fossem esquecidos, antes que fossem espalhados e abatidos entre os povos, pois foram perversos ao falarem mentiras contra o Ungido de Deus.
O Cristo viveu em meio ao seu povo como um forasteiro, um peregrino. Sendo o descendente de Davi vagueou como um estranho em meio aos seus súditos, e isso Deus acompanhou desde os céus. As lágrimas do Cristo foram colhidas do odre do Pai, contabilizadas no livro divino.
“Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas, já os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e têm-se envelhecido por causa de todos os meus inimigos. Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade; porque o SENHOR já ouviu a voz do meu pranto.” (Salmo 6:6-8).
Ao apresentar o Cristo como um errante, um peregrino, o salmista revela sua condição de não ter bens ou vínculos com as pessoas ao seu redor. A descrição minuciosa de Deus sobre a angústia do Cristo, incluindo as lágrimas no odre, reforça a ideia de que o Messias estaria sob vigilância constante. A introdução da figura de um livro contábil enfatiza que nada escapa ao conhecimento de Deus.
“E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mateus 8:20).
Não temerei o que me possa fazer o homem
9 Quando eu a ti clamar, então voltarão para trás os meus inimigos: isto sei eu, porque Deus é por mim. 10 Em Deus louvarei a sua palavra; no SENHOR louvarei a sua palavra. 11 Em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem.
A confiança do Cristo é inabalável, a ponto de expressar uma certeza plena quanto à resposta divina ao seu clamor. Uma das evidências dessa confiança é a expectativa de que seus opositores recuarão, uma vez que Deus é quem o assiste.
Ao analisar a história do rei Davi, não encontramos eventos específicos nos quais ele tenha invocado a Deus e seus inimigos tenham recuado de imediato. No entanto, ao considerarmos a perspectiva messiânica, encontramos um evento registrado pelo evangelista João relacionado ao Filho de Deus, o Messias.
“TENDO Jesus dito isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou e seus discípulos. E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discípulos. Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas. Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles. Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra.” (João 18:1-6).
O Cristo sabia que o Pai estava ao seu lado, e por isso, estava cônscio que se clamasse os seus inimigos retrocederiam. Quando foi interpelado pela corte e oficiais dos escribas e fariseus, literalmente este evento ocorreu.
O relato de João 18:4-6, onde Jesus, ao se identificar, faz com que seus opositores recuem e caiam por terra, corrobora a interpretação de que o Salmo 56 aponta para o Cristo, e não exclusivamente para a vida do salmista Davi. Esse evento antes da prisão do Senhor Jesus destaca uma correspondência notável com a narrativa do Salmo 56.
Essa análise reforça a ideia de que o Salmo 56 é mais um exemplo de um salmo messiânico, indicando que Davi, ao compor seus salmos, atuava como profeta, antecipando eventos e falando a respeito de seu Descendente, o Cristo. Essa conexão entre o Antigo e o Novo Testamento destaca a continuidade da revelação divina e a percepção profunda de Davi sobre o papel do Messias em sua descendência.
Louvor à palavra
Como estava no Pai e o Pai n’Ele, Cristo é o louvor à palavra de Deus.
“Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra.” (João 17:4-6).
Ao realizar a obra de Deus manifestando Deus ao mundo, Cristo deu o devido louvor à palavra de Deus. Ao confiar em Deus sem reservas, entregando-se aos pecadores segundo a vontade do Pai, Cristo evidenciou confiança plena na palavra anunciada por Deus de antemão pelos seus profetas, confirmando que Deus é verdadeiro e que a sua palavra não falha.
Com promessas tão grandiosas e firmes acerca do Cristo, como Ele poderia temer aquilo que os seus inimigos, meros mortais, poderiam fazer? Ao beber o cálice dado pelo Pai, Cristo louvou a palavra de Deus!
A essência do louvor à palavra de Deus reside no fato de Cristo ser uno com o Pai, permanecendo sob o abrigo de Seu amor e submetendo-se à Sua palavra. O verdadeiro louvor a Deus não decorre de orações, cânticos, sacrifícios, penitências, poesias, danças ou emoções, mas sim da obediência à Sua palavra.
A evidência mais clara da confiança na palavra de Deus é a obediência, e no caso de Jesus, que se submeteu à vontade do Pai ao beber o cálice designado por Ele, isso resultou em sofrimento e na morte de Cristo. Isso destaca que, mesmo sendo Filho, Cristo “aprendeu” a obediência, mostrando-nos o exemplo de submissão e confiança na palavra divina.
O sofrimento e a morte de Cristo são evidencias da obediência de Cristo, o servo do Senhor.
“Ele nos dias da sua carne, tendo oferecido preces e súplicas com forte clamor e lágrimas ao que podia salvá-lo da morte, e tendo sido ouvido pela sua reverência, embora fosse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem …” (Hebreus 5:7-9).
Uma melhor tradução dos versos 10 e 11, considerando tratar-se de uma profecia acerca de Cristo, verifica-se na versão católica:
“É em Deus, cuja promessa eu proclamo, é em Deus que eu ponho minha esperança; nada temo: que mal me pode fazer um ser de carne?” (Bíblia Ave Maria, vv. 11 e 12).
Todas quantas promessas há de Deus
12 Os teus votos estão sobre mim, ó Deus; eu te renderei ações de graças; 13 Pois tu livraste a minha alma da morte; não livrarás os meus pés da queda, para andar diante de Deus na luz dos viventes?
As promessas de Deus estão todas atreladas ao Cristo, e por Cristo, a Deus é rendido graças. O apóstolo Paulo aborda esta verdade da seguinte maneira:
“Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós.” (2 Coríntios 1:20);
“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;” (2 Coríntios 3:4).
Deus prometeu um descendente a Abraão que traria bem-aventurança sobre todas as famílias da terra. Prometeu a Davi um descendente que edificaria um templo santo ao nome de Deus, que é a igreja, e a bênção anunciada a Abraão chegou todas as famílias da terra através das boas novas do evangelho.
Ao livrar o Cristo da morte através da ressurreição, Deus confirmou a imutabilidade do seu conselho e quão firme são as promessas anunciadas de antemão (presciência) pelos profetas.
“Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente.” (Salmo 16:9-11);
“Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.” (Salmo 91:14-16);
O Salmo 56 está no rol de profecias que apontam para o Cristo:
“Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar.” (1 Pedro 1:10-12).
Como todas as promessas (votos) de Deus cumprem-se em Cristo, significava que jamais o Cristo seria deixado na morte. Significava que jamais os pés de Cristo se resvalariam levando O a queda, vez que a proteção do Pai era perene, desde a entrada de Cristo neste mundo até a sua saída deste mundo.
“O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.” (Salmos 121:8).
“O SENHOR guarda aos símplices; fui abatido, mas ele me livrou. Volta, minha alma, para o teu repouso, pois o SENHOR te fez bem. Porque tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda. Andarei perante a face do SENHOR na terra dos viventes.” (Salmo 116:6-9).
Quanto à ideia do verso 12, ela não se refere a votos feitos por Cristo, mas sim à compreensão de que Cristo é o cumprimento da Lei, dos Profetas e dos Salmos. Em outras palavras, Ele veio para cumprir as Escrituras, não para anulá-las.
Cristo se propõe ofertar “sacrifícios de louvor”, ou seja, evidenciar a vontade de Deus aos homens. Ao manifestar o nome do Pai aos homens, Jesus oferecia sacrifícios de louvor, concedendo especificamente as palavras que o Pai ordenou que falasse.
“Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.” (João 17:6-8).
A referência ao “sacrifício de louvor” em Hebreus 13:15 destaca a importância da confissão como formas de oferecer louvor a Deus. Da mesma forma que os lábios do cristão são chamados a confessar a Cristo, Cristo, ao anunciar o nome de Deus ao mundo de acordo com a vontade do Pai, realiza um “sacrifício de louvor”.
“Pois Eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me deu ordens sobre o que Eu deveria dizer e o que proclamar. Eu sei que o seu mandamento é a vida eterna. Sendo assim, tudo o que Eu falo, como o Pai me mandou dizer, assim falo.” (João 12:49-50).
Evidencia de que Davi era profeta
14 Pois tu livraste a minha alma da morte; não livrarás os meus pés da queda, para andar diante de Deus na luz dos viventes?
Considerando a exposição do apóstolo Pedro, de que o rei Davi era profeta, temos o seguinte discurso:
“Homens irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura. Sendo, pois, ele profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento que do fruto de seus lombos, segundo a carne, levantaria o Cristo, para o assentar sobre o seu trono, Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção. Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas.” (Atos 2:29-32).
É notável que Davi desceu a sepultura e permaneceu nela, de modo que a predição: “porque da morte livrastes a minha vida” ou, “da queda preservastes os meus pés”, ou “para que eu ande na presença de Deus, na luz dos vivos” refere-se a Cristo, assim como o Salmo 16 e o 91.
“Porque dele disse Davi: Sempre via diante de mim o Senhor, Porque está à minha direita, para que eu não seja comovido; Por isso se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; E ainda a minha carne há de repousar em esperança; Pois não deixarás a minha alma no inferno, Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção; Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida; Com a tua face me encherás de júbilo.” (Atos 2:25-28);
“Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.” (Salmo 91:147-16).
Salvação para todos os povos
Jesus anunciou que para ser salvo é necessário ao homem crer n’Ele conforme diz as Escrituras. Para ser salvo é necessário olhar para salmos como o Salmo 56 e compreender que é um testemunho vivo acerca de Cristo!
“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” (João 7:38);
“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Lucas 24:44);
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;” (João 5:39).
Como o testemunho das Escrituras é que o Cristo é o filho de Deus, e que Ele haveria de sofre, morrer e ser sepultado, ressuscitando ao terceiro dia, se alguém deseja ser salvo tem que crer especificamente na mensagem do evangelho.
“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.” (Romanos 10:9-12).
[1] Hubner, Manu Marcus. Um estudo sobre o termo ʼādām na Bíblia Hebraica, título original em inglês: A Study about the Word ʼādām in the Hebrew Bible < https://periodicos.ufmg.br/index.php/maaravi/article/download/14342/pdf/39247 > Consulta realizada em 14/10/22.