Hebreus

Hebreus 1 – O testemunho de Deus acerca do seu Filho

Se pudéssemos entrevistar o autor da carta aos Hebreus e lhe perguntássemos: “Quem é Jesus?”, encontraríamos a resposta nos versículos dois a quatro (Hebreus 1:2-4). Da mesma forma, se solicitássemos que ele apresentasse seus argumentos em apoio às suas declarações sobre Jesus, eles estariam detalhadamente descritos nos versículos seis a quatorze (Hebreus 1:6-14).


O testemunho de Deus acerca do seu Filho

E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” (2 Pedro 1:19).

Nossa abordagem da carta aos Hebreus será profunda, considerando tanto o texto quanto seu contexto e citações do Antigo testamento. Evitaremos limitar nossa análise à divisão em capítulos e versículos, priorizando uma compreensão mais ampla do contexto antes de discutir aspectos específicos do texto.

Estamos introduzindo uma nova metodologia para analisar as epístolas, o que representa uma mudança significativa em nosso comentário bíblico. Essa abordagem promete estabelecer um novo padrão de análise que certamente enriquecerá o estudo das outras cartas bíblicas pelos nossos leitores.

Ao adotar essa metodologia de análise das cartas, ofereceremos aos leitores das Escrituras uma ferramenta poderosa para interpretar textos de maneira mais profunda e precisa.

Agradeço a Deus pela oportunidade de compartilhar essa abordagem com aqueles que têm acesso a ela.

 

Deus falou nos últimos dias pelo Seu Filho

1 Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho (Hebreus 1:1).

A ideia central que permeia a carta aos Hebreus é, principalmente, exortar os cristãos a serem diligentes e perseverantes no evangelho. O escritor da epístola aos Hebreus introduz a temática desde o primeiro versículo, onde destaca Jesus como o Filho de Deus visando introduzir uma exortação. No entanto, a exortação propriamente dita não se dá neste verso inicial, mas sim no primeiro versículo do capítulo seguinte.

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho (…) Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas.” (Hebreus 1:1 e 2:1).

“Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito, até hoje, enviei-vos todos os meus servos, os profetas, todos os dias madrugando e enviando-os. Mas não me deram ouvidos, nem inclinaram os seus ouvidos, mas endureceram a sua cerviz, e fizeram pior do que seus pais.” (Jeremias 7:25-26 cf. Hebreus 1:1).

Um aspecto peculiar da epístola aos Hebreus é a habilidade do escritor em intercalar explicações detalhadas sobre questões específicas, assemelhando-se a apostos. Esses parênteses explicativos abordam elementos subjacentes ao tema principal do texto, que é exortativo.

O autor enfatiza a importância dos profetas e de Cristo, instando seus leitores a demonstrarem diligência no que ouviram. No entanto, ao referir-se a Cristo como o Filho, o escritor desvia brevemente do texto principal para introduzir uma explicação sobre a pessoa glorificada de Cristo, que constitui um subtexto de igual relevância.

Durante a leitura dos subtextos explicativos, o autor aos Hebreus incorpora citações do Antigo Testamento para corroborar suas afirmações ou refutar interpretações equivocadas. Esses textos subadjacentes, embora significativos, podem ser considerados subtemas com um contexto próprio, utilizados para complementar ou ilustrar a ideia principal desenvolvida ao longo da carta.

É importante notar que a compreensão da ideia principal geralmente não depende dos subtemas. Por exemplo, o contexto exortativo estabelecido nos versículos 1 do capítulo 1 e 1 do capítulo 2 da epístola aos Hebreus não é condicionado pela exposição sobre a pessoa de Jesus nos versículos 2 a 14 do capítulo 1.

O escritor da carta aos Hebreus destaca que, no passado, Deus falava por meio dos profetas, mas nos últimos dias Ele falou por meio do Filho. Esta mudança na forma de comunicação divina implica que os cristãos devem prestar uma atenção especial ao que ouvem do Filho. O versículo um da carta estabelece este ponto inicial, mas o contexto exortativo se torna mais claro somente ao ler o versículo um do capítulo dois. apenas o capítulo um não proporciona elementos suficientes para determinar completamente a natureza do texto, se é predominantemente explicativo, exortativo, corretivo ou outro.

O capítulo um da carta oferece declarações profundas sobre a pessoa de Jesus, que são significativas por si só, mas não fornecem um entendimento completo do contexto geral da carta.

“A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. (…) Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:2 e 14).

O contexto exortativo da carta se revela apenas com a leitura do versículo um do capítulo dois.

 

Os personagens do primeiro versículo da epístola aos Hebreus

A carta aos Hebreus se distingue das outras epístolas do Novo Testamento pela ausência de saudação inicial, apresentação do escritor ou indicação explícita do público-alvo. O autor não menciona para quem está escrevendo, não faz cumprimentos aos destinatários e não revela sua identidade. Qualquer tentativa de esclarecer essas questões inevitavelmente resultará em especulações.

Vamos agora destacar os personagens que compõem a estrutura do versículo 1 da carta aos Hebreus:

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho…(Hebreus 1:1).

  • Deus: O autor da carta aos Hebreus se refere a Deus, aquele que se revelou a Moisés como o “Eu Sou”: “Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êxodo 3:14).
  • Pais: Refere-se ao povo de Deus que foi escolhido desde Abraão; ou seja, “pais” representa a linhagem do povo de Israel que teve início com o patriarca Abraão. É uma referência a todas gerações anteriores do povo de Israel.
  • Profetas: Foram homens escolhidos por Deus entre os pais para transmitir mensagens ao povo de Israel.
  • Nós: Refere-se aos cristãos, aqueles que ouviram a palavra de Cristo e o aceitaram como Senhor e Salvador. O escritor da carta se inclui na narrativa usando o pronome na primeira pessoa do plural.
  • Filho: O escritor menciona Cristo, o Filho de Deus, utilizando posteriormente várias referências como: “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome? E qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?” (Provérbios 30:4).

Os registros do Antigo Testamento, de Gênesis a Malaquias, revelam como Deus falou repetidamente a um povo que frequentemente se mostrava rebelde e contraditório, como mencionado em Romanos 10:21: “Mas sobre Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo desobediente e contradizente.” Apesar da obstinação deles, Deus falou e interveio diversas vezes em favor do povo de Israel, demonstrando Seu cuidado de várias maneiras através de profetas, reis, juízes, salmistas, entre outros.

Os “últimos dias” se referem ao período conhecido como “plenitude dos gentios”, que engloba o ministério de Cristo, Sua morte, ressurreição e o surgimento da igreja como o corpo de Cristo (Romanos 11:25; Lucas 21:24).

 

Jesus, a expressa imagem do Deus invisível

1 … Filho, 2 a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. 3 O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; 4 Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.

O escritor da carta aos Hebreus interrompe o enredo principal da epístola, que é de exortação, para discorrer sobre a pessoa de Jesus Cristo ressurreto. Ele abre um adendo na carta para explicar aos cristãos hebreus quem é Jesus após Sua glorificação, já que muitos O conheciam apenas em Sua forma humana.

Se pudéssemos entrevistar o escritor da carta aos Hebreus e perguntássemos: “Quem é Jesus?”, encontraríamos a resposta nos versículos 2 a 4 (Hebreus 1:2-4). Se solicitássemos que ele apresentasse argumentos em apoio às suas declarações sobre Jesus, eles estariam expostos nos versículos 6 a 14 (Hebreus 1:6-14). Esse é um recurso conhecido na língua portuguesa como aposto explicativo.

O escritor apresenta nove declarações sobre a pessoa do Cristo glorificado, sendo que cada uma delas não depende da declaração seguinte ou anterior para dar consistência à ideia defendida. Apenas uma dessas declarações se refere ao Verbo eterno, isto é, a Jesus antes de Sua encarnação, que identifica Cristo como o Criador de todas as coisas.

Aqui estão as declarações sobre a pessoa de Jesus Cristo conforme descritas:

1. Herdeiro de tudo – Como Filho de Deus, Jesus é herdeiro de todas as coisas: “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo…” (Romanos 8:17).

2. Fez o mundo – Jesus é o Criador de todas as coisas: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra…” (Colossenses 1:16).

3. Resplendor da glória de Deus – Ele é a manifestação da glória divina: “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo.” (Tito 2:13).

4. Expressa imagem de Deus – Jesus é a imagem visível do Deus invisível: “O qual é imagem do Deus invisível…” (Colossenses 1:15).

5. Sustenta todas as coisas – Ele é antes de todas as coisas e sustenta tudo pela sua palavra poderosa: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” (Colossenses 1:17).

6. Purificou os cristãos dos seus pecados – Jesus é o Redentor que nos purifica pelo seu sacrifício na cruz: “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados.” (Colossenses 1:14).

7. Assentou-se à direita de Deus – Após a ressurreição, Jesus está à destra de Deus, demonstrando seu poder e autoridade sobre tudo: “O qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu…” (1 Pedro 3:22).

8. É mais excelente que os anjos – Ele está acima de todos os principado, poder e potestade: “Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia…” (Efésios 1:21).

9. Herdou um nome excelente – Jesus possui um nome que é sobre todo nome: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu… se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Isaías 9:6).

Essas passagens destacam a supremacia de Jesus Cristo glorificado em relação a toda a criação e seu papel central no propósito eterno estabelecido por Deus em Cristo, que transcende o plano da redenção para a humanidade e alcança a própria eternidade.

Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor,” (Efésios 3;10-11).

 

Um comparativo sobre Jesus glorificado em Hebreus e Colossenses

Analisaremos como o autor da carta aos Hebreus apresenta Jesus Cristo glorificado, comparando sua abordagem com a de outros escritores do Novo Testamento.

Após um breve comentário sobre a pessoa de Cristo ressurreto nos versículos 2 a 4, o autor de Hebreus passa a demonstrar a partir de quais passagens do Antigo Testamento ele extraiu suas considerações anteriores.

Embora muitas pessoas acreditem que a fé cristã se baseia no Novo Testamento, é interessante notar que os apóstolos e outros escritores das epístolas do Novo Testamento fundamentam suas afirmações sobre Cristo no Antigo Testamento.

“Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer,” (Atos 26 : 22).

A conexão que os escritores do Novo Testamento estabelecem com o Antigo é crucial para entendermos que o Deus do Antigo Testamento é o mesmo Deus do Novo Testamento. O Antigo Testamento é divinamente inspirado e seus livros contêm as bases do Novo Testamento. Este não subsiste sem aquele! A Bíblia é uma coleção de livros que revelam uma única ideia: Deus se revelando à humanidade.

A estrutura textual encontrada na carta aos Hebreus é similar à encontrada na Carta de Paulo aos Colossenses, onde o apóstolo escreve acerca de Cristo. Observe:

Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.” (Colossenses 1:14 -19).

O apóstolo Paulo demonstra que Cristo é a imagem de Deus, o primogênito de toda criação, por quem todas as coisas foram criadas, e que Ele é anterior a todas as coisas, sustentando tudo por sua palavra (Colossenses 1:14-19). O escritor aos Hebreus segue uma estrutura semelhante ao apresentar Cristo como aquele por quem Deus falou aos homens nos últimos dias, sendo o herdeiro de todas as coisas e o próprio resplendor da glória divina (Hebreus 1:2-4).

Na carta aos Colossenses encontramos outro texto que aborda aspectos da pessoa do Cristo glorificado:

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade; E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade; No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Colossenses 2:8 -15).

Embora os textos de Hebreus 1:3-4 e Colossenses 1:14-19 e 2:9 tenham em comum o foco na pessoa de Jesus Cristo, é importante notar que os temas e os contextos dos escritores são distintos, o que resulta em abordagens e ênfases diferentes. A seguir, verificamos como as afirmações seguintes desempenham funções semelhantes na composição dos textos de Hebreus e Colossenses:

  • Hebreus 1:3-4: “A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.”
  • Colossenses 2:9: “Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.”;
  • Colossenses 1:14-19: “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele…”.

Observa-se que tanto Hebreus quanto Colossenses apresentam Cristo como a imagem e a expressão suprema de Deus, o Criador e Sustentador de todas as coisas. No entanto, o enfoque e a ênfase variam ligeiramente devido aos contextos e propósitos diferentes de cada escritor.

O apóstolo Paulo, na carta aos Colossenses, busca demonstrar a nova condição dos cristãos em Cristo (Colossenses 2:8-15). Ele enfatiza como os crentes são completos em Cristo e exorta-os a não serem enganados por falsas doutrinas, destacando a suficiência e a supremacia de Cristo sobre todas as coisas. Por outro lado, o escritor aos Hebreus concentra-se em mostrar que Cristo, conhecido por seus contemporâneos como alguém que foi feito menor que os anjos devido à sua paixão e morte, agora está exaltado e assentado à direita do Poder nas alturas (Hebreus 1:3-4). Esse enfoque enfatiza a posição e a glória de Cristo após sua obra redentora, contrastando sua humilhação terrena com sua exaltação celestial.

A carta aos Hebreus adota um contexto de exortação, como evidenciado em Hebreus 2:1: “Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas.”

Em contraste, Colossenses apresenta um contexto de conscientização sobre a plenitude dos cristãos alcançada em Cristo (Colossenses 2:10) e a necessidade de compreender essa realidade, como descrito em Colossenses 2:9-15: “E estais perfeitos nele… estais circuncidados… sepultados com ele… nele também ressuscitastes.”

Esses diferentes contextos evidenciam como os escritores abordam a mesma verdade sobre Cristo de maneiras complementares, refletindo as necessidades e preocupações das comunidades cristãs a quem escreviam.

 

Citações dos Salmos que evidenciam quem é Jesus

O escritor aos Hebreus baseia suas declarações sobre Jesus em vários trechos do Antigo Testamento, especialmente nos Salmos. Aqui estão alguns dos trechos dos Salmos e do livro de Samuel que são fundamentais para a argumentação do escritor aos Hebreus:

“5 Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho? E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo. 8 Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino. 9 Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. 10 E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos. 11 Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão, 12 E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão. 13 E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, Até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés? 14 Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:5-14). 

Essas são algumas passagens dos Salmos que o escritor aos Hebreus utiliza para fundamentar suas declarações acerca de Cristo como superior aos anjos, eterno, e exaltado por Deus:

  1. Hebreus 1:5: “Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei?” – Esta citação é uma referência a Salmos 2:7, onde Deus diz: “Eu proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.”. O Salmo 2 é, de fato, messiânico e fundamental para entender a Filiação divina de Cristo. Nele, há a proclamação da relação especial entre Deus e seu Filho, o Messias prometido a Davi. A declaração “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” destaca a geração divina de Jesus Cristo, indicando sua origem única e especial como Filho de Deus. No Antigo Testamento, não há registro de qualquer ser celestial ou profeta que tenha recebido uma declaração divina similar à dada a Jesus. Os seres angelicais são criaturas de Deus, enquanto Jesus é o unigênito de Deus, enfatizando sua posição singular e sua natureza divina. Essa distinção é crucial na teologia cristã, pois evidencia a natureza exclusiva de Cristo como o Filho eterno de Deus, gerado e não criado, em contraste com todas as outras criaturas;
  2. Hebreus 1:5“E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?” – Esta citação é uma referência a 2 Samuel 7:14: “Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho.” Não há registro no Antigo Testamento de Deus estabelecendo uma relação de Pai e Filho com algum ser celestial ou com um profeta. Por isso, a argumentação enfática: “Porque, a qual dos anjos ele disse jamais?”;
  3. Hebreus 1:6:E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” Esta citação é uma referência ao Salmo 97:7: “Prostrai-vos diante dele, todos os deuses.” – É importante observar que nenhum ser celestial ou profeta recebeu a honra da adoração. A argumentação anterior, ‘Porque, a qual dos anjos disse jamais…’, indica claramente que aos seres celestiais ou aos profetas nunca foi concedida a mesma honra descrita nos Salmos. Além disso, o escritor aos Hebreus reforça este ponto ao mencionar ‘E outra vez…’ (versículo 6), demonstrando novamente que, quando introduziu o primogênito de Deus ao mundo, todos foram instruídos a adorá-lo;
  4. Hebreus 1:7: “E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, e de seus ministros labareda de fogo.”Esta citação é uma referência a Salmo 104:4: “Faz dos ventos os seus mensageiros, dos seus ministros um fogo abrasador.” Enquanto as Escrituras frequentemente mencionam seres celestiais ou profetas em relação ao papel que desempenham a serviço de Deus e dos seus servos, o escritor da epístola aos Hebreus destaca o que as Escrituras afirmam sobre a posição de Jesus. Ele é descrito como Deus, Senhor, Filho, Primogênito, Criador, e em outros termos que enfatizam sua supremacia e singularidade;
  5. Hebreus 1:8-9: “Mas do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.” – Esta passagem cita Salmos 45:6-7, onde o salmista profetiza acerca do rei, na verdade, o seu Descendente. O Salmo 45 declara sobre Jesus, o Filho de Deus, que Ele é Deus e possui um reinado eterno. A questão central levantada pelo escritor aos Hebreus é se algo semelhante foi dito a algum ser angelical ou a um profeta;
  6. Hebreus 1:10-12: “E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.” – Este trecho se baseia em Salmos 102:25-27, onde o salmista fala da eternidade de Deus e da criação e aponta para Cristo. O Salmo 102 é citado porque declara que no princípio Jesus fundou a terra; Ele é reconhecido como o Senhor que criou a terra, e os céus são obra das suas mãos. Esses versículos são evidências irrefutáveis da divindade de Cristo (João 1:1-3);
  7. Hebreus 1:10-13: “E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, Até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés?” Esta passagem cita Salmos 110:1: “Assenta-te à minha destra, Até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés?” – Para concluir as citações dos Salmos e profetas sobre a pessoa de Jesus, o escritor desafia seus interlocutores a considerarem se algum ser angelical ou profeta da Antiga Aliança já recebeu uma declaração semelhante das Escrituras: “Senta-te à minha direita.”

O escritor da carta aos Hebreus baseou suas declarações sobre a pessoa de Jesus em sete citações do Antigo Testamento. Ao afirmar que Jesus foi “feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles”, o escritor utiliza uma argumentação lógica, apoiada nas seis citações dos Salmos e uma do livro de Samuel. Isso demonstra que o Antigo Testamento é a base fundamental para suas afirmações sobre a superioridade de Jesus em relação aos seres celestiais e aos profetas.

 

A relação entre Jesus e os anjos revela a excelência suprema de Cristo

4 Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.

Até agora exploramos a figura glorificada de Jesus Cristo, a imagem perfeita do Deus invisível. Agora, examinaremos uma questão textual que envolve o termo grego ἄγγελος (ággelos), para determinar se o escritor se referiu a seres angelicais ou aos profetas da Antiga Aliança.

O termo grego ἄγγελος (ággelos) pode ser traduzido como “anjo” ou “mensageiro”. Quando usado no contexto das Escrituras, pode referir-se tanto a seres angelicais como a mensageiros humanos, como profetas. A determinação de seu significado específico em um texto depende do contexto em que é utilizado. Portanto, ao analisar o uso de ἄγγελος (ággelos) na carta aos Hebreus, é importante considerar o contexto específico de cada passagem para determinar se está se referindo a seres angelicais ou a mensageiros humanos, como profetas da Antiga Aliança.

Como dito no início, a abordagem do escritor aos Hebreus é permeada de inserções de explicações. Os versículos 2 e 3 explicam a condição do Cristo glorificado e os versículos 5 a 14 sevem para explicar a supremacia de Jesus em relação aos “anjos”. O texto principal sem os adendos explicativos ficaria desta forma:

“HAVENDO Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho… feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles… PORTANTO, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas…” (Hebreus 1:1, 4 e 2:1).

A interpretação predominante do capítulo 1 da epístola aos Hebreus é que onde o termo “anjo” é empregado, refere-se a seres angelicais. No entanto, considerando outras evidências internas do texto, assim como as citações do Antigo Testamento, é plausível argumentar que o escritor aos Hebreus estava realmente se referindo aos profetas como mensageiros de Deus.

Uma das evidências internas do texto é a coesão textual, onde a repetição é um recurso que evita a redundância de palavras e ideias ao longo do texto. No verso 1, o escritor já utilizou o termo “profeta”, e repeti-lo no verso 4 poderia comprometer essa coesão. Portanto, o escritor optou por usar o termo “mensageiros”, destacando a missão desempenhada pelos profetas. Enquanto os profetas exercem uma missão específica em um contexto e período determinados, a relação de Jesus com o Pai transcende essas limitações temporais, sendo eterna e única.

Uma evidencia externa ao texto de Hebreus encontra-se na carta do apóstolo Paulo aos colossenses, na qual é enfatizado a existência de um θρησκείᾳ τῶν ἀγγέλων (culto dos anjos).

“Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão,” (Colossenses 2:18).

Analisando o contexto conjuntural, é improvável que os judeus estivessem adorando seres celestiais, o que seria uma forma flagrante de idolatria. Na verdade, a abordagem do apóstolo Paulo denuncia o que poderia ser descrito como um “culto aos profetas”, caracterizado por uma reverência excessiva.

O termo grego θρησκεία, traduzido como “culto”, não se restringe apenas à adoração religiosa, mas também pode se referir a qualquer forma de cerimônia realizada em reverência a uma pessoa ou objeto. A prática dos escribas e fariseus de construir túmulos para os profetas exemplifica esse tipo de culto. Nesse sentido, eles argumentavam que, se vivessem nos dias dos profetas, não teriam participado das perseguições e assassinatos cometidos por seus antepassados (Mateus 23:30).

Ao censurar essa prática, Jesus expõe um aspecto hipócrita do culto dos escribas e fariseus, evidenciado na construção e ornamentação de sepulcros para os profetas:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Vocês constroem os sepulcros dos profetas e adornam os monumentos dos justos.” (Mateus 23:29).

Essas palavras de Jesus, registradas também em Lucas 11:47-48, apontam para a contradição entre honrar externamente os profetas através da construção de sepulcros elaborados, enquanto internamente consentiam com as mesmas atitudes que levaram à perseguição e morte dos profetas.

A prática de substituir o título da pessoa por sua missão é um recurso comum no Novo Testamento. Quando se trata do termo “mensageiro”, muitas vezes é traduzido como “anjo”. No entanto, nos versículos a seguir, a tradução mais apropriada seria “mensageiros”, pois isso ajudaria o leitor a compreender melhor o contexto e o papel específico desses enviados.

“Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes.” (Atos 7:53);

“Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.” (Gálatas 3:19);

“Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.” (1 Coríntios 11:10);

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” (1 Timóteo 3:16);

“Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.” (1 Timóteo 5:21).

É importante notar que das sete citações dos Salmos e uma do livro de Samuel na carta aos Hebreus, nenhuma delas trata diretamente de seres angelicais. Isso sugere que o escritor tinha a intenção específica de demonstrar a superioridade de Jesus em relação aos profetas da Antiga Aliança, afirmando que Ele foi feito mais excelente do que eles e herdou um nome superior (Hebreus 1:4). Cinco dessas citações descrevem Cristo como Filho, Rei, Deus, Criador e sentado à direita do Pai, enquanto apenas duas mencionam o termo “anjos”.

Por exemplo, o Salmo 97:7 proclama: “Prostrai-vos diante dele, todos os deuses”, e o Salmo 104:4 diz: “Faz dos ventos os seus mensageiros, dos seus ministros um fogo abrasador”.

É importante notar que as Escrituras chamam a congregação dos filhos de Israel de “poderosos”, e mencionam que Deus emite juízo no meio de “deuses” (Salmos 82:1). No versículo 6, do Salmo 82 fica claro que os filhos de Israel são designados como “deuses” e “filhos do Altíssimo”, mas estão fadados a perecer como homens (Salmos 82:7).

Quando o Salmo 97:7 declara: “Prostrai-vos diante dele, todos os deuses”, é uma ordem direcionada aos filhos de Israel que são de dura cerviz, e não aos seres angelicais. Essa passagem não apenas destaca a adoração a Cristo, mas a necessidade do povo de Israel santificar a Cristo como Senhor (1 Pedro 3:15).

“DEUS está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses. (…) Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo.” (Salmos 82:1 e 6; João 10:34).

O Salmo 104, especialmente o verso 4, apresenta desafios na interpretação devido aos múltiplos significados dos termos hebraicos utilizados, como ר֫וּחַ (ruach), que pode ser traduzido como “espírito”, “respiração” ou “vento”, e שָׁרַת (sharath), que pode ser traduzido como “ministrar” ou “servir”.

Ao considerar o contexto das Escrituras, como no caso do profeta Jeremias, que compara os profetas falsos de Israel ao vento (Jeremias 5:13-14), podemos perceber uma correlação com o verso 4 do Salmo 104.

“E até os profetas serão como vento, porque a palavra não está com eles; assim se lhes sucederá. Portanto assim diz o SENHOR Deus dos Exércitos: Porquanto disseste tal palavra, eis que converterei as minhas palavras na tua boca em fogo, e a este povo em lenha, eles serão consumidos.” (Jeremias 5:13-14).

No verso 4 do Salmo 104, consta que Deus faz dos ventos os Seus mensageiros e dos seus ministros um fogo abrasador. Essa mensagem sugere que Deus constitui Seus mensageiros como canais da Sua voz de comando, simbolizados pelo “espírito” ou pelo “vento” (Salmos 33:6; Isaías 34:16; Isaías 11:4).

Por outro lado, os falsos profetas de Israel são comparados ao vento, que é passageiro e sem substância duradoura. Em contraste, Jeremias é descrito como um “fogo abrasador”, pois as palavras que ele proferiria seriam como fogo consumidor, refletindo a ira divina e o juízo sobre o povo de Israel.

Além disso, o escritor aos Hebreus enfatiza que os profetas são “espíritos ministradores enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hebreus 1:14). Esse papel dos profetas como mensageiros de Deus para o povo escolhido é retomado no verso 2 do capítulo 2 da carta aos Hebreus:

“Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,” (Hebreus 2:2).

Após expor a gloriosa natureza de Jesus Cristo como revelada nos versículos 2-3 do capítulo 1, o escritor continua a desenvolver seu argumento na carta, como veremos no próximo capítulo.

 

Conclusão

O escritor da carta aos Hebreus revela que, no passado, Deus falou através dos profetas, cuja mensagem era dirigida aos ancestrais (o povo hebreu). Deus utilizou uma variedade de formas para comunicar Sua mensagem ao povo, incluindo visões, profecias, cânticos e a lei. No entanto, o diferencial nos tempos recentes é que Deus continua a falar aos seres humanos, agora por meio de Seu Filho (Mateus 3:17). “Últimos dias” mencionado pelo escritor aos Hebreus se refere ao período desde a primeira vinda de Cristo e que se estenderá até o arrebatamento da igreja.

Deus escolheu Seu próprio filho, Jesus Cristo, para transmitir Sua mensagem ao povo, demonstrando assim Sua obra de reconciliação com toda a humanidade (2 Coríntios 5:19).

Durante Seu ministério de reconciliação entre a humanidade e Deus, Jesus contou a parábola dos trabalhadores na vinha. Esta parábola, compartilhada com os fariseus, é profundamente significativa e complementa os temas abordados pelo escritor aos Hebreus. Ela ilustra vividamente o cuidado de Deus ao enviar Sua mensagem através de Seu Filho. Na parábola, o proprietário da vinha representa Deus, a vinha simboliza a nação de Israel, os trabalhadores representam os líderes do povo, e o filho representa Jesus Cristo.

Os trabalhadores na vinha rejeitaram e mataram o filho do proprietário, mostrando sua recusa e rebelião. Esta narrativa poderosa reflete a paciência de Deus ao enviar repetidamente Seus mensageiros ao povo, culminando com a vinda de Seu Filho como a mensagem definitiva de reconciliação e salvação. Ela também destaca a responsabilidade e a resposta esperada daqueles a quem a mensagem é dirigida (Mateus 20:1-16).

As declarações do escritor aos Hebreus sobre Jesus são profundamente significativas tanto historicamente quanto teologicamente. Ele enfatiza que Jesus, o Unigênito do Pai, veio à terra para purificar os pecados da humanidade, assumindo a forma humana. Muitos viram a presença de Cristo, mas nem todos compreenderam plenamente sua magnitude e divindade.

O escritor ressalta que Cristo não apenas criou o mundo, mas também foi constituído por Deus como herdeiro de tudo, sustentando todas as coisas com Seu poder. Ao enfatizar que Jesus realizou a purificação dos pecados daqueles que creem, o autor reforça a divindade de Cristo, destacando que apenas Deus possui o poder de perdoar pecados.

Para os cristãos hebreus, essas declarações são de importância monumental. Aquele que andou entre eles, compartilhando suas experiências e vivendo como homem, agora está exaltado à direita de Deus nas alturas, ocupando seu lugar legítimo como Senhor e Salvador. Esta compreensão não apenas fortalece a fé dos cristãos, mas também confirma a verdade essencial da fé cristã em Jesus como o Messias prometido e o Filho de Deus encarnado.

Hebreus 2 – O Criador de todas as coisas

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

4 thoughts on “Hebreus 1 – O testemunho de Deus acerca do seu Filho

  • Meu querido e digníssimo Amigo em Jesus Cristo, como todos os dias eu faço, costumo navegar pela internet sempre à procura de algo novo que possa enriquecer-me de algo que minha alma possa nutri, hoje, felizmente encontrei aqui Vossa Senhoria, li alguns de seus escritos e me fascinei com dados, conceitos e verdades. Gostaria de saber de V. Sa. se posso copiar e imprimir pra eu ler sempre, juro a
    V. Sa. que é pra alimentação de minha alma, nada mais do que isso.
    Um grande e sincero abraço em nome de Jesus Cristo

    Antonio Araújo

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  • A paz Pastor.
    Por favor uma duvida.
    Hoje te gerei, se cumpriu no ventre de maria ou na ressurreicao At 13 ?.
    A paz

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    • Olá, Naelma.. o ‘hoje’ refere-se ao tempo dos homens e a profecia cumpriu-se no nascimento de Cristo. Cristo é o Filho unigênito, e na ressurreição se torna o primogênito.

      Att

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