Justificação

Definição bíblica de justificação

Quando Deus justifica o homem, é porque Ele criou um novo homem. Esse novo homem é criado em verdadeira justiça e santidade e, portanto, Deus o declara justo e reto (justificação). Essa declaração repousa sobre a nova criatura, pois ela está em Cristo. Portanto, está isenta de condenação e culpa.


Definição Bíblica de Justificação

“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.” (Romanos 4:25),

A justificação bíblica é uma declaração de Deus sobre a nova condição de qualquer pessoa que crê em Cristo, com base na verdade do evangelho e na fé. Esta declaração resulta de um ato criativo de Deus, que cria um novo homem em verdadeira justiça e santidade.

O homem natural não poderia ser declarado justo por Deus, pois é gerado com a natureza corruptível herdada de Adão e, devido ao julgamento e condenação estabelecidos no Éden, é culpável diante de Deus. Contudo, ao crer em Cristo, esse homem, ao ser crucificado e sepultado com Cristo, é regenerado e se torna uma nova criatura. Assim, é criado justo, tornando-se livre de culpa e de castigo.

É amplamente reconhecido que as palavras ‘justificado’ e ‘justiça’ são traduções de termos gregos semelhantes: o verbo dikaioo (tornar justo, declarar justo, justificar), o substantivo dikaiosune (justiça) e o adjetivo dikaios (justo).

Quando Deus justifica o homem, é porque Ele criou um novo homem. Esse novo homem é criado em verdadeira justiça e santidade e, portanto, Deus o declara justo e reto (justificação). Essa declaração repousa sobre a nova criatura, pois ela está em Cristo. Portanto, está isenta de condenação e culpa (Efésios 4:23).

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Coríntios 5:17);

“PORTANTO, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Romanos 8:1).

Um ato judicial ou um ato de clemência, emitido por um tribunal humano ou por uma autoridade constituída, nunca poderia estabelecer a condição de justo que é específica para a nova criatura.

O novo homem gerado em Cristo é declarado justo porque, de fato, é livre do pecado e isento de culpa. Não se trata de comportamento ou moralidade, mas de um novo nascimento. Além de ser uma nova criatura, tudo para ele é novo em Cristo.

Para muitos teólogos, incluindo E. H. Bancroft, a justificação é:

‘… o ato judicial de Deus, mediante o qual aquele que deposita sua confiança em Cristo é declarado justo a Seus olhos, e livre de toda culpa e punição’ Bancroft, Emery H., Teologia Elementar, 3º Ed, 1960, Décima Impressão, 2001, Editora Batista Regular, p. 255.

Para o Dr. Scofield, embora o crente seja justificado, ele ainda permanece pecador. Deus trata o crente como justo devido à obra de Cristo, mas isso não implica que Deus o torne perfeitamente justo.

“A Justificação é um ato de reconhecimento divino e não significa tornar uma pessoa justa” Scofield, C. I., Bíblia Scofield com Referências, Romanos 3: 28.

Verifica-se que a justificação não deve ser entendida como um ato judicial no mesmo sentido que o aplicado pelos tribunais humanos. Ao contrário dos tribunais humanos, que só declaram alguém isento de culpa se a pessoa for realmente inocente da acusação, a justificação divina opera de maneira diferente.

Deus declara justo o ímpio não por ser este inocente em si mesmo, mas porque o ímpio é justificado (livre do pecado) ao morrer com Cristo e é declarado justo (justificação) ao ressuscitar com Cristo.

Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.” (Romanos 4:5).

A justificação — o ato de declarar alguém justo — decorre de um ato criativo de Deus, pelo qual é gerado o novo homem, criado segundo Deus em verdadeira justiça e santidade (Efésios 4:24). A justificação não é um ato judicial no sentido humano, pois, em um tribunal humano, o culpado não pode ser declarado inocente. Em contraste, a justificação divina é um ato criativo que elimina o pecador e faz ressurgir um justo participante da natureza divina (2 Pedro 1:4).

“Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:10-11).

A justificação ocorre mediante a verdade do evangelho, ou seja, por meio da fé que é proclamada no evangelho, a qual foi dada aos santos (Judas 1;3; Filipenses 1:27). Não é a fé que o homem deposita em Deus que o justifica; ao contrário, a justificação é proveniente da mensagem do evangelho (fé) que contém o poder para conceder vida ao novo homem (Romanos 1:16-17; Efésios 1:13).

Esse poder é concedido aos que creem, ou seja, àqueles que descansam em Cristo, que é a semente incorruptível, que tem o poder de transformar os filhos de Adão em filhos de Deus (João 1:12-13). É por isso que Paulo afirma que a justiça de Deus é de “fé em fé”, refletindo a ideia de que a justificação se baseia na crença (fé) no evangelho (fé, fidelidade).

Para Scofield, Deus não torna uma pessoa justa, mas apenas a reconhece e trata como se fosse justa. No entanto, a palavra traduzida por “justificação” significa fazer, tornar ou declarar justo. Ao criar o novo homem em Cristo, Deus faz novas todas as coisas. Em Cristo, surge um novo homem, com uma nova condição e um novo tempo!

O novo homem é criado em verdadeira justiça e santidade. Portanto, a declaração de Deus recai sobre a nova criatura e nunca sobre o velho homem gerado em Adão. Deus não é homem para que minta; Ele não declara falsidades. Somente os justos são declarados justos. Se Deus reconhecesse e declarasse uma pessoa justa, embora ela não fosse de fato, isso não seria verdadeiro.

Porém, sabemos que Deus é verdadeiro e não estabeleceria uma mentira. Portanto, ao declarar alguém justo, Deus o faz com base na verdadeira justiça que Ele estabeleceu em Cristo. A justificação, assim, é um reflexo da nova condição do crente, criada em justiça e santidade, e não uma mera declaração sem fundamento.

“Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta.” (Hebreus 6:18).

Louis Berkhof, em sua Teologia Sistemática, define a justificação como um ato judicial, o que contrasta com as considerações anteriores:

“A justificação é um ato judicial de Deus, no qual Ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que todas as reivindicações da lei [tanto em termos daquilo que a Lei exige de nós na forma da obediência positiva quanto do julgamento do pecador quanto à condenação e morte] são satisfeitas com vistas ao pecador”. Idem.

Assim como em um tribunal humano o culpado não pode ser inocentado ou isento de pena, Deus também não justifica o ímpio, pois tal ato seria uma injustiça. Deus não trabalha com ficção.

“De palavras de falsidade te afastarás, e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio.” (Êxodo 23:7).

É por isso que, ao crer em Cristo, o homem morre com Cristo, pois a pena estabelecida não pode ser transferida para além da pessoa do transgressor (Romanos 7:4). Somente aquele que está morto está justificado do pecado:

“Porque aquele que está morto está justificado do pecado.” (Romanos 6:7).

Isso significa que Deus jamais declara o ímpio justo; os homens nascidos segundo a semente de Adão nunca serão justificados por Deus. Apenas aqueles que nasceram de novo em Cristo são declarados justos, porque morreram com Cristo e ressurgem como uma nova criatura.

Deus só declara justo os que ressurgem dentre os mortos com Cristo, pois o novo homem é gerado segundo a semente incorruptível, a semente do último Adão, que é Cristo (Isaías 61:3).

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.