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A justificação não é forense e nem um ato judicial de Deus, pelo qual Ele perdoa, isenta ou trata o homem, que não é justo, como se justo fosse. Ora, se Deus tratasse um injusto como se justo fosse, na verdade estaria cometendo injustiça. Caso Deus declarasse um pecador como sendo justo, teríamos uma declaração fictícia, imaginária, pois Deus estaria declarando algo inverídico acerca do homem.


O que é Justificação?

“Porque aquele que está morto está justificado do pecado” ( Rm 6:7 )

Definições teológicas

É comum à teologia tratar da doutrina da justificação como uma questão de ordem forense, daí as expressões ‘ato judicial de Deus’, ‘ato de reconhecimento divino’, ‘anunciar a justiça’, etc., nas definições acerca do tema justificação.

Para Scofield, embora justificado, o crente ainda é pecador. Deus reconhece e trata o crente como sendo justo, porém, isto não significa que Deus torne alguém justo.

“O pecador crente é justificado, isto é, tratado como justo (…) A justificação é um ato de reconhecimento divino e não significa tornar uma pessoa justa…” Bíblia de Scofield com Referências, Rm 3:28.

Para Charles C. Ryrie justificar significa:

“declarar que alguém é justo. Ambas as palavras em hebraico (sadaq) e em grego (dikaioõ) significam ‘anunciar’ ou ‘pronunciar’ um veredicto favorável, declarar alguém justo. Esse conceito não implica fazer que alguém seja justo, mas sim apenas anunciar a justiça”  Ryrie, Charles Caldwel, Teologia Básica – Ao alcance de todos, traduzido por Jarbas Aragão – São Paulo: Mundo cristão, 2004, pág. 345.

George Eldon Ladd entende a justificação a partir do termo grego dikaioõ, como sendo:

“‘declarar justo’, não transformar em justo’. Como veremos, a ideia principal, em justificação, é a declaração de Deus, o juiz justo, de que o homem que crê em Cristo, embora possa ser pecador, é justo – é visto como sendo justo, porque, em Cristo, ele chegou a um relacionamento justo com Deus”  Ladd, George Eldon, Teologia do Novo Testamento, tradução de Darci Dusilek e Jussara M. Pinto, 1. Ed – São Paulo: Exodus, 97, pág. 409.

A justificação não é forense e nem um ato judicial de Deus pelo qual Ele perdoa, isenta e trata o homem que não é justo como se justo fosse. Ora, se Deus tratasse um injusto como se justo fosse, na verdade estaria cometendo injustiça. Caso Deus declarasse um pecador como sendo justo, teríamos uma declaração fictícia, imaginária, pois Deus estaria declarando algo inverídico acerca do homem.

A essência da doutrina da justificação está no fato de que Deus cria um novo homem em verdadeira justiça e santidade e o declara justo porque efetivamente esse novo homem é justo. Deus não trabalha com uma justiça fictícia, imaginária, a ponto de tratar como justo aquele que de fato não é justo.

Para os teólogos da reforma a justificação é um ato judicial de Deus sem qualquer mudança em sua vida, ou seja, Deus não muda a condição do homem. Aí está o engano, pois Deus só justifica aqueles que nascem de novo ( Jo 3:3 ). Ora, se o homem é de novo gerado segundo Deus, isto significa que Deus mudou a condição do homem ( 1Pe 1:3 e 23).

A condição do crente é completamente distinta de quando não cria em Cristo. Antes de crer o homem esta sujeito à potestade das trevas e, após crer é transportado para o reino do Filho do seu amor “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” ( Cl 1:13 ). Quando na potestade das trevas o homem estava vivo para o pecado, portanto, jamais será declarado justo, mas os mortos para o pecado estão justificados do pecado.

Ora, os ordenamentos jurídicos que encontramos nos tribunais tratam de questões e relações que possuem materialidade entre vivos, já a doutrina da justificação não envolve princípios forenses, pois só quem está morto para o pecado está justificado do pecado!

A Bíblia demonstra que tanto judeus quanto gentios são salvos pela graça de Deus revelada em Cristo Jesus. Ser salvo pela graça de Deus é o mesmo que ser salvo mediante a fé, pois Jesus é a fé manifesta ( Gl 3:23 ). Jesus é o firme fundamento pelo qual o homem tem plena confiança em Deus e é justificado ( Hb 11:1 ; 2 Co 3:4 ; Cl 1:22 ).

Daniel B. Pecota afirmou que:

“A fé nunca é o fundamento da justificação. O Novo Testamento jamais afirma que a justificação é dia pistin (“em troca da fé”), mas sempre dia pisteos, (“mediante a fé”)”.

Ora, se entendermos que Cristo é a fé que havia de se manifestar, segue-se que Cristo (fé) foi, é e sempre será o fundamento da justificação. A confusão entre ‘dia pistin’ (confiança na verdade) e ‘dia pisteos’ (a própria verdade) se dá por má leitura das passagens bíblicas, visto que Cristo é o firme fundamento pelo qual os homens que creem tornam-se agradáveis a Deus, pois a justificação é mediante Cristo (dia pisteos).

O maior problema quanto à doutrina da justificação dos reformadores está em tentar dissociar a doutrina da justificação da doutrina da regeneração. Sem regeneração não há justificação e não há justificação à parte da regeneração. Quando o homem é gerado segundo a carne e o sangue tem-se o veredicto de Deus: culpado, pois esta é a condição do homem gerado segundo a carne ( Jo 1:12 ). Mas, quando o homem é gerado de novo (regenerado), o veredicto que Deus dá é: justificado, pois a pessoa efetivamente é justa.

 

Condenação em Adão

O primeiro passo para compreender a doutrina da justificação é entender que todos os homens pecaram e destituídos foram da glória de Deus ( Rm 3:23 ). Isto quer dizer que, por causa da ofensa de Adão, todos os homens juntamente, quando na ‘coxa’ de Adão, se fizeram imundos e mortos para Deus ( Sl 53:3 ; Sl 14:3 ). Após a ofensa de Adão todos os seus descendentes passaram a viver para o pecado e estavam mortos (alienados, separados) para Deus.

Ao falar desta condição herdada de Adão, o apóstolo Paulo disse que todos os homens (judeus e gentios) eram por natureza filhos da ira ( Ef 2:3 ). Por que filhos da ira? Porque eram filhos da desobediência de Adão “Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” ( Ef 5:6 ).

Por causa da ofensa de Adão o pecado entrou no mundo, e em função da desobediência dele todos os homens são pecadores “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” ( Rm 5:12 ). Todos os homens nascidos segundo a carne são pecadores porque a condenação de Adão (morte) passou a todos os seus descendentes.

Muitos desconhecem que os homens são pecadores por causa da condenação herdada de Adão, e consideram que os homens são pecadores por causa de questões comportamentais oriundas do conhecimento do bem e do mal.

É necessário divisar bem a ofensa de Adão do conhecimento adquirido do fruto do conhecimento do bem e do mal. Enquanto o conhecimento do bem e do mal não foi o que separou o homem de Deus (pecado), pois Deus é conhecedor do bem e do mal ( Gn 3:22 ), a desobediência trouxe o pecado (divisão, separação, alienação) por causa da lei que disse: certamente morrerás ( Gn 2:17 ).

O pecado mostrou-se excessivamente maligno porque através da lei santa, justa e boa o pecado dominou e matou o homem ( Rm 7:13 ). Sem a penalidade da lei: ‘certamente morrerás’, o pecado não teria poder de dominar o homem, mas através do poder da lei (certamente morrerás) o pecado achou ocasião e matou o homem ( Rm 7:11 ). A lei dada no Éden era santa, justa e boa porque alertava o homem acerca das consequências da desobediência (dela não comerás, pois no dia que dela comeres, certamente morrerás).

Por causa da ofensa os homens são formados em iniquidade e concebidos em pecado ( Sl 51:5 ). Desde a madre (desde a origem) os homens desviam-se de Deus ( Sl 58:3 ), o melhor dos homens é comparável a um espinho, e o mais reto a uma cerca feita de espinhos ( Mq 7:4 ). É por causa da ofensa de Adão que se ouviu o veredicto: culpados! ( Rm 3:23 )

Dai a pergunta de Jó: “Quem do imundo tirará o puro? Ninguém” ( Jó 14:4 ). Mas, aquilo que é impossível aos homens é possível a Deus, pois Ele tem o poder de fazer tudo novo:  “Jesus, porém, olhando para eles, disse: Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis” ( Mc 10:27 ).

A justificação é a resposta de Deus a mais importante de todas as questões humanas: Como uma pessoa pode se tornar aceitável diante de Deus? A resposta está clara no Novo Testamento, especialmente na seguinte ordem de Jesus Cristo: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” ( Jo 3:3 ). É necessário nascer da água e do Espírito, pois o que é nascido da carne é carnal, mas os nascidos do Espírito, são espirituais ( Rm 8:1 ).

O problema da separação entre Deus e os homens (pecado) decorre do nascimento natural ( 1Co 15:22 ), e não do comportamento dos homens. O pecado está relacionado com a natureza decaída do homem, e não com o seu comportamento em sociedade.

A solução para a condenação que o homem alcança na justificação em Cristo é proveniente do poder de Deus, e não em um ato judicial. Primeiro, porque bastou o homem desobedecer ao Criador para que fosse estabelecido o juízo de condenação: a morte (separação) de todos os homens ( Rm 5:18 ). Segundo, porque quando Jesus convoca os homens a tomar a sua própria cruz, deixa claro que para haver conciliação entre Deus e os homens é necessário sofrer a pena imposta: morte. Na morte com Cristo a justiça é satisfeita, pois a pena não passa da pessoa do transgressor ( Mt 10:38 ; 1Co 15:36 ; 2Co 4:14 ).

Quando foi posto um homem paraplégico na frente de Jesus, Ele disse: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa” ( Mc 2:10 -11). Esta fala de Jesus demonstra que a passagem clássica de Romanos 3, versos 21 à 25 sobre a justificação não envolve conceitos forenses.

Perdoar pecados não é demanda jurídica, é questão de poder! Só perdoa pecados aquele que tem poder sobre o barro para de uma mesma massa fazer vasos para honra ( Rm 9:21 ). É por isso que o apóstolo Paulo não se envergonhava do evangelho, pois o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo que crê ( Rm 1:16 ).

Ao falar desta questão com Jó, Deus deixa claro que, para que o homem possa declarar a si mesmo justo, seria necessário ter braços como o de Deus e trovejar como o Altíssimo. Seria necessário enfeitar-se de glória e de esplendor e vestir-se de honra e majestade. Deveria ser capaz de derramar a sua ira esmagando o ímpio em seu lugar. Somente suprindo todos os requisito enumerados anteriormente seria possível ao homem salvar-se a si mesmo ( Jó 40:8 -14).

Mas, como o homem não tem esse poder descrito por Deus, jamais poderá declarar-se justo ou salvar a si mesmo. Já o Filho do homem, Jesus Cristo, Ele pode declarar o homem justo, porque Ele mesmo revestiu-se de glória e majestade ao tornar à glória junto ao Pai “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” ( Jo 17:5 ); “Cinge a tua espada à coxa, ó valente, com a tua glória e a tua majestade” ( Sl 45:3 ).

 

Justo juiz

O segundo passo para compreender a doutrina da justificação é entender que não há como Deus declarar livre de culpa aqueles que estão condenados. Deus justo não pode deixar que a pena imposta aos transgressores não lhes seja aplicada.

Deus jamais declara (justifica) justo aquele que é ímpio “De palavras de falsidade te afastarás, e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio ( Êx 23:7 ).  Deus jamais trata o ímpio como se justo fosse “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” ( Gn 18:25). Deus jamais fará com que a pena imposta ao transgressor seja dada a outrem, como se lê: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele” ( Ez 18:20 ).

Quando Jesus disse a Nicodemos que é necessário ao homem nascer de novo, todas as questões acima foram consideradas, pois Jesus bem sabia que Deus jamais declara os nascidos segundo a carne de Adão livres de culpa.

Quando do nascimento natural o homem foi feito pecador, um vaso para desora, portanto, filho da ira e da desobediência. Para declarar o homem livre de pecado, primeiro é necessário que ele morra, pois se não morrer jamais poderá viver para Deus “Porque aquele que está morto está justificado
do pecado” ( Rm 6:7 );
 “Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer” ( 1Co 15:36 ).

Cristo morreu pelos pecadores – o justo pelos injustos – mas qualquer que não comer a carne e beber o sangue de Cristo não terá vida em si mesmo, ou seja, é imprescindível ao homem ser participante da morte de Cristo “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” ( 1Pe 3:18 ); “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos” ( Jo 6:53 ).

Comer a carne e beber o sangue de Cristo é o mesmo que crer n’Ele ( Jo 6:35 e 47 ). Crer em Cristo é o mesmo que ser crucificado com Ele. Qualquer que crê é sepultado com Ele e deixa de viver para o pecado e passa a viver para Deus “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” ( Gl 2:20 ; Rm 6:4 ).

O homem que crê em Cristo admite que é réu de morte por causa da ofensa de Adão. Implicitamente admite que Deus é justo quando fala e é puro quando julga os descendentes de Adão como culpados ( Sl 51:4 ). Admite que somente Cristo tem o poder de criar um novo homem pela ressurreição dentre os mortos, de modo que aquele que é sepultado com Ele ressurge uma nova criatura.

 

Novo homem em Cristo

O último passo para compreender a justificação é entender que do novo nascimento surge uma nova criatura criada em verdadeira justiça e santidade “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” ( 2Co 5:17 ; Ef 4:24 ). Esta nova criatura é declarada justa porque efetivamente Deus a criou de novo justa e irrepreensível diante d’Ele.

O homem que crê em Cristo é criado de novo participante da natureza divina ( 2Pe 1:4 ), pois o velho homem foi crucificado e o corpo que pertencia ao pecado desfeito. Após ter sido sepultado com Cristo na semelhança da sua morte, o homem ressurge uma nova criatura “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” ( Rm 6:6 ).

Através do evangelho, Deus não somente declara o homem justo, como também cria o novo homem essencialmente justo. Diferente do que o Dr. Scofield afirma, que Deus somente declara o pecador como sendo justo, mas não o torna justo.

A Bíblia afirma que Deus cria o novo homem em verdadeira justiça e santidade ( Ef 4:24 ), portanto, a Justificação é proveniente de um ato criativo de Deus, mediante o qual o novo homem é criado participante da natureza divina. A justificação bíblica refere-se à condição daqueles que são gerados de novo mediante a verdade do evangelho (fé): livres de culpa ou de condenação.

Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo. Porque não há nenhuma condenação?  A resposta está no fato de o homem ‘estar em Cristo’, pois os que estão em Cristo são novas criaturas “PORTANTO, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” ( Rm 8:1 ); “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” ( 2Co 5:17 ).

A justificação decorre da nova condição daqueles que estão em Cristo, pois estar em Cristo é ser uma nova criatura “E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita” ( Rm 8:10 -11).

Dai a pergunta do apóstolo Paulo: “Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma” ( Gl  2:17 ). Ora, Cristo é ministro da justiça, e de nenhum modo ministro do pecado, portanto, aquele que é justificado por Cristo não é achado pecador, pois está morto para o pecado “Porque aquele que está morto está justificado do pecado” ( Rm 6:7 ).

Quando o apóstolo Paulo afirma: é Deus quem os justifica! “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica” ( Rm 8:33 ), ele tinha plena certeza de que não era uma questão forense, pois num tribunal só declara o que é, visto que não possuem poder para mudarem a condição daqueles que comparecem perante os juízes.

Quando é dito que ‘é Deus quem justifica’, o apóstolo Paulo aponta o poder de Deus que cria um novo homem. Deus declara o homem justo porque não há condenação para aqueles que são novas criaturas. Deus não transferiu a condição do velho homem para Cristo, antes o velho homem foi crucificado e desfeito, de modo que, dentre os mortos ressurgiram novas criaturas que estão assentadas com Cristo para a glória de Deus Pai, e sobre elas não pesa condenação alguma.

Os cristãos são declarados justos porque foram transformados em justos (dikaioõ) pelo poder que há no evangelho, pelo qual o homem é participante do corpo de Cristo, pois morreu e ressurgiu juntamente com Cristo na condição de santo, irrepreensível e inculpável “No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” ( Cl 1:22 ; Ef 2:6 ; Cl 3:1 ).

Quando Paulo afirma: “Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” ( Cl 3:3 ), significa que o cristão está justificado do pecado, ou seja, morto para o pecado ( Rm 6:1 -11), e vivo para Deus “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” ( Rm 6:4 ).

Jesus foi entregue por Deus para morrer por causa do pecado da humanidade, pois é necessário aos homens morrerem para o pecado para que possam viver para Deus. É por isso que Cristo Jesus ressurgiu, para que os que ressurgem com Ele sejam declarados justos. Sem morrer não há ressurreição, sem ressurreição não há justificação “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” ( Rm 4:25 ).

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.