Ageu

Ageu 2 – A glória do segundo templo

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Por que o povo devia aplicar-se ao trabalho no templo? Deus responde: “Porque eu sou convosco, diz o Senhor dos Exércitos, segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saíste do Egito” ( Ag 2:4 -5).


Ageu 2 – A glória do segundo templo

1 NO sétimo mês, ao vigésimo primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
2 Fala agora a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e ao restante do povo, dizendo:
3 Quem há entre vós que tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada diante dos vossos olhos, comparada com aquela?
4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o SENHOR, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforça-te, todo o povo da terra, diz o SENHOR, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o SENHOR dos Exércitos,
5 Segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do Egito, o meu Espírito permanece no meio de vós; não temais.
6 Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, farei tremer os céus e a terra, o mar e a terra seca;
7 E farei tremer todas as nações, e virão coisas preciosas de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o SENHOR dos Exércitos.
8 Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos.
9 A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos.

( Ag 2:1 -9)

 

A Glória do Segundo Templo

O Senhor convoca os velhos que anunciem diante do povo a diferença gritante entre o primeiro templo que foi destruído e o novo templo que estava sendo erguido.

Ora, somente os velhos viram a glória do Templo de Salomão e poderiam estabelecer uma relação com o templo que estava sendo erguido.

A pergunta é clara: “Quem há entre vós que, tendo edificado, viu esta casa na sua primeira glória?”. Como o cativeiro na terra dos caldeus durou 70 anos, ainda havia entre o povo quem viu o Templo de Salomão em sua magnificência arquitetônica.

Os velhos ao verem a casa do Senhor sendo construída, era como algo insignificante.

Deus esperava dos velhos que anunciassem aos jovem quão diferente eram os templos, pois este diferencial era essencial a mensagem que seria anunciada (v. 3).

Diante da aparente insignificância do novo templo, o governador de Judá tinha que ser forte. Josué tenha que ser forte. O povo tinha que ser forte, ou seja, confiar que o Senhor dos Exércitos estava com quem trabalhava na construção do novo templo.

Por que o povo devia aplicar-se ao trabalho no templo? Deus responde: “Porque eu sou convosco, diz o Senhor dos Exércitos, segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saíste do Egito” ( Ag 2:4 -5). Ou seja, a aliança do Senhor não havia sido invalidada por causa da rebeldia de Israel. Eles podiam trabalhar fiados que Deus estava com eles, apesar da aparente insignificância do templo que estava sendo erguido.

Deus é categórico ao dizer: “O meu Espírito habita no meio de vós” (v. 5b). Por que Deus habita no meio do povo de Israel, e não no interior dos homens, como é o caso da Igreja? Porque para Deus habitar no homem é preciso circuncidarem os seus corações.

A circuncisão do coração só é possível através da fé em Deus, a mesma fé que teve o crente Abraão. Quem crê em Deus receberá a circuncisão que dá vida “O Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração dos teus descendentes, a fim de que ames o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a alma, para que vivas” ( Dt 30:6 ).

Após a circuncisão do coração, obra exclusiva de Deus, é feito morada no interior do homem, pois Ele mesmo diz: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” ( Is 57:15 ).

O coração circuncidado é equivalente ao coração contrito. Somente quando Deus lança fora o coração enganoso e incorrigível ( Jr 17:9 ), é que ele torna-se contrito, e o habitar de Deus lhe concede vida, a vida que há em Deus “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo” ( Sl 51:10 -11).

Naqueles que creem Deus faz morada em seus corações, mas no povo que foi escolhido, Deus habita no meio dele, ou seja, Deus não habita no interior dos homens (indivíduos), e sim, no meio do povo (coletivo).

Por causa da aliança que Deus fez com o povo de Israel, quando eles foram tirados do Egito, é que o Espírito de Deus permanecia com o povo (v. 5). Esta promessa foi feita a Moisés, como se lê: “Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir deste lugar (…) Então disse o Senhor a Moisés: Farei também isso que disseste…” ( Ex 33:15 -17).

Deus promete ao povo e aos seus lideres que uma vez mais haveria de fazer tremer os céus e a terra, o mar e a terra. O tempo estipulado para ocorrer o evento prometido é incerto, mas Deus demonstra que será em breve. Com relação ao tempo, observe o diferencial entre esta promessa e o comentário ao verso 1, do capítulo 1, acerca das datas que Ageu colocou em cada profecia.

Embora alguns tradutores contestem a tradução de Almeida, por escrever: ‘virá o desejado de todas as nações’, ela é preferível a ideia que outros tradutores apresentam: ‘as coisas preciosas de todas as nações’.

É certo que no milênio as nações trarão das suas riquezas a Jerusalém “Então o verás, e serás iluminado, e o teu coração estremecerá e se alargará; porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas dos gentios virão a ti” ( Is 60:5 ), porém, a riqueza do qual o profeta faz referência e que as nações desejam, não diz de bens materiais.

Deus haveria de fazer tremer todas as nações e o desejo de todas elas haveria de vir. Aquele que veio e encheu de glória o templo que estava sendo construído pelo povo sob a supervisão de Zorobabel foi Cristo, o Messias. Ora, Cristo é o prometido a Israel, e o desejado de todas as nações.

Ora, todas as nações desejam ter um rei e um sacerdote como o Messias de Israel. O que as nações desejam foi concedido ao povo de Israel. Ele veio para os que eram seus, mas eles não o receberam.

As coisas preciosas (riquezas) das nações também serão levadas para um templo em Israel, porém, tal profecia não refere-se ao templo que foi construído pelo povo que retornou do cativeiro, pois ele foi destruído por Tito, General Romano, no ano 70 d. C.

Deus promete ao povo que haveria de encher a casa da sua glória. O primeiro Templo encheu-se de uma nuvem escura, e os sacerdotes não podiam ficar em pé, por causa da nuvem, pois a glória de Deus encheu a casa ( 2Cr 5:14 e 2Cr 6:1). Eles não puderam contemplar a glória do Senhor, pois nem mesmo a nuvem escura suportaram.

Porém, segundo relatou o apóstolo João, eles viram a glória do Senhor. Deus se fez carne e habitou (residiu) entre os homens. E muitos à época puderam contemplar a glória de Deus, a glória como do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade ( Jo 1:14 ).

Deus enfatiza ao povo de Israel, que à época estava empobrecido, que Ele é o dono da prata e o dono do ouro. Por que Deus enfatiza que é dono das riquezas que há no mundo? Porque os velhos iriam relatar a grandeza e a riqueza despendida na construção do primeiro templo por Salomão.

Muitos dentre o povo iriam questionar: Se Deus é o dono do ouro e da prata, por que a dificuldade na construção do templo? Por que o templo era menor e inferior ao templo construído por Salomão, se este teria maior glória? Como seria isto possível?

Deus afirma ser o dono do ouro e da prata e aponta uma glória maior para o templo que estava sendo construído, se comparado com a glória do templo de Salomão.

A glória seria proveniente do ouro e da prata a ser empregada na construção? Não! Embora Deus é o dona do ouro e da prata, a glória seria maior porque Deus haveria da a paz tão almejada ao longo dos séculos.

A glória maior do segundo templo seria proveniente da paz que Deus estabeleceria entre Ele e os homens. Como Cristo, que é a paz de Deus concedida aos homens ( Ef 2:14 ), haveria de adentrar o templo que estava sendo construído, a glória do templo superou em muito a glória do primeiro templo.

Enquanto no templo construído por Salomão os sacerdotes não conseguiram ver a glória de Deus (não aguentaram ver uma nuvem escura), no novo templo, todos os homens viram a glória de Deus manifesta aos homens, como o Unigênito de Deus.

Enquanto no primeiro templo era necessário a figura do sacerdote para o homem ter acesso a Deus, no segundo templo, todos que quisessem tiveram acesso a Cristo. Ele mesmo disse ao povo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” ( Mt 11:28 ).

Quem eram os cansado que foram convidados a ir a Cristo? Todos os pecadores, sem exceção! Observe que não há uma instituição e nem sacerdotes para fazer mediação entre Cristo e os pecadores. Ele mesmo disse: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” ( Mt 9:13 ).

 

10 Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do SENHOR por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
11 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo:
12 Se alguém leva carne santa na orla das suas vestes, e com ela tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em outro qualquer mantimento, porventura ficará isto santificado? E os sacerdotes responderam: Não.
13 E disse Ageu: Se alguém que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes responderam, dizendo: Ficará imunda.
14 Então respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o SENHOR; e assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é.
15 Agora, pois, eu vos rogo, considerai isto, desde este dia em diante, antes que se lançasse pedra sobre pedra no templo do SENHOR,
16 Antes que sucedessem estas coisas, vinha alguém a um montão de grão, de vinte medidas, e havia somente dez; quando vinha ao lagar para tirar cinqüenta, havia somente vinte.
17 Feri-vos com queimadura, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos, e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o SENHOR.

( Ag 2:10 -17)

 

Fundaram o Templo

Deus manda o profeta ao povo avisar-lhes de que deveriam ir aos sacerdotes perguntar acerca de um ponto específico da lei (v. 11). A pergunta que deveriam fazer aos sacerdotes era: “Se alguém leva carne santa na orla das suas vestes, e com ela tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em outro qualquer mantimento, porventura ficará isto santificado? (v. 12).

Eles foram ao sacerdote e a resposta foi: não! Caso alguém deixasse algo santo (separado) tocar em qualquer outro tipo de alimento, de maneira alguma haveria de ser santo “E os sacerdotes responderam: Não” (v. 12).

Do mesmo modo, se alguém tocasse um corpo morto, todas as coisas que tocassem ficaria imunda também. Ora, os sacerdotes estavam ouvindo as perguntas do profeta Ageu, e ele responderam dizendo: “Ficará imunda” (v. 13).

Com base nestas duas perguntas, que os sacerdotes conhecedores da lei auxiliaram na resposta, Ageu estabeleceu um comparativo segundo a palavra de Deus: “Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o SENHOR; e assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é” (v. 14).

Deus demonstra que, assim como alguém torna-se imundo por tocar nalgum corpo morto, e tudo quanto tocar, igualmente tornar-se-á imundo, assim era o povo de Israel. Como povo e como nação, apesar de terem sido escolhidos pelo Senhor dentre todas as nações, eles eram imundos, e tudo quanto tocavam, todas as obras que realizavam, eram imundas, e tudo que ofereciam, era imundo.

Ora, não é porque Deus escolheu o povo de Israel como seu povo especial dentre todos os povos da terra, que eles foram santificados, ou seja, mesmo após serem escolhidos, muitos deles permaneceram imundos.

Por Deus ter escolhido o povo de Israel dentre todos os povos, o povo (nação) tornou-se santo (separada) dos outros povos. Porém, individualmente, cada membro do povo de Israel em particular tinham uma condição diferenciada diante de Deus.

Aqueles que continuaram obstinados de coração, insensíveis à palavra de Deus, permaneciam imundos diante de Deus, embora fizessem parte do povo de Israel, que foi santificado pela escolha de Deus “Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o SENHOR teu Deus te dá esta boa terra para possuí-la, pois tu és povo obstinado” ( Dt 9:6 ).

Porém, aqueles que ouviram a palavra de Deus e creram, foram agraciados com um novo coração (puro), uma vez que foram circuncidados por Deus ( Sl 51:10 ; Dt 30:6 ). A circuncisão de Deus (circuncisão do coração) leva a morte da velha natureza herdada em Adão, diferente da circuncisão feita no prepúcio da carne que é feita por mão humanas, pois não livra o homem da condenação do pecado de Adão.

Caso a circuncisão na carne livrasse o homem do pecado, as mulheres, por sua vez, não haveriam de livrar-se da condição do pecado, visto que elas não são passíveis da circuncisão na carne.

Como a graça de Deus contempla todos os homens, sem distinção de sexo, nação, povo e condição social, verifica-se que todo aquele que crer (invocar o Senhor) será salvo.

Ora, se a carne santa não santifica os alimentos que são tocados por ela “Se alguém leva carne santa na orla das suas vestes, e com ela tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em outro qualquer mantimento, porventura ficará isto santificado? E os sacerdotes” (v. 12), e, se tudo que é tocado pelo imundo torna-se imundo (v. 13), o resultado é o protesto divino por intermédio do profeta Ageu: “Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o SENHOR; e assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é” (v. 14).

O maior interesse dos homens para com Deus é ofertar e sacrificar. Porém, tudo que o imundo oferece também torna-se imundo. Todas as obras do imundo também é imunda. Toda a nação, todo o povo de Israel era imundo, e nada do que procuravam oferecer era aceitável diante de Deus.

Perceba que ofertar não torna ninguém agradável a Deus, antes é preciso ao ofertante torna-se agradável, que Ele aceitará a oferta. Por exemplo: Deus aceitou a oferta de Abel porque ele foi aceito por Deus, ou seja, Deus atentou para Abel, e depois, para a oferta “Atentou o Senhor Deus para Abel e para a sua oferta” ( Gn 4:4 ).

A oferta de Caim foi rejeitada porque ele foi confiado na oferta, e não que Deus é galardoador dos que o buscam. Caso Caim tivesse confiado em Deus e não se estribado na oferta, Deus haveria de aceitá-lo, e conseqüentemente para a sua oferta “…mas para Caim e para a sua oferta não atentou” ( Gn 4:5 ).

Por que Deus deu tal aviso solene ao povo? Porque construir o templo não tornaria o povo santo perante Deus. O povo deviam lembrar que, quando Moisés pediu aos seus pais bens e materiais (oferta voluntária) para construir o tabernáculo e o santuário, o povo contribuiu muito além do que era necessário para a construção do santuário, sendo que o povo foi impedido de trazer mais bens ( Ex 25:1 -9 e Ex 36:5 -6).

Porém, eles continuaram sendo imundos e obstinados diante d e Deus. Ou seja, não é porque eles se puseram a construir o templo que houve uma mudança em seus corações. Não era porque estavam trabalhando no templo que cada integrante do povo era santo. Por que? Mesmo o templo sendo santo ao Senhor, como era o caso da carne carregada nas vestes (v. 12), o templo não tinha poder de santificar aqueles que estavam edificando o templo.

Ora, o templo era santo ao Senhor, ou seja, separado para o Senhor porque ele agradou estabelecer ali o seu nome ( 2Cr 7:12 e 16). Porém, o templo e nem o altar podia mudar-lhes a condição de imundo, a não ser o próprio Deus, concedendo-lhes um novo coração e um novo espírito por meio da fé.

Mesmo o povo não sendo santo, agora que eles haviam lançado o fundamento do templo (v. 15), podiam considerar e comparar o que aconteceria com as suas vidas terrenas. Antes de construírem o templo, a instabilidade nos alimentos era visível, pois iam até um monte de grão de vinte medidas, porém, era como se estivesse só dez medidas. Procuravam tirar uma medida de cinqüenta no lagar, e obtinham efetivamente vinte (v. 16).

Antes de lançarem os fundamentos do templo, ele foram feridos pelo Senhor conforme as palavras de Salomão, que edificou o primeiro templo. Compare o verso 17 “Feri-vos com queimadura, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos, e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o SENHOR”, com o que disse Salomão em 2Cr 6:28 -31.

Mas, agora, por terem lançado os fundamento do templo, Deus estava lhes retribuindo, dando lhes estabilidade e retirando as pragas de sobre as suas obras “Considerai, pois, vos rogo, desde este dia em diante; desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, considerai essas coisas” (v. 18).

Deus estabeleceu uma data, e, a partir dela, o povo podia ver a diferença em suas vidas terrenas. Após o vigésimo dia, do nono mês, do segundo ano do reinado de Dario, dia em que foi lançada a pedra fundamental do templo, ou quando se inaugurou as obras para a construção do templo.

 

18 Considerai, pois, vos rogo, desde este dia em diante; desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, considerai essas coisas.
19 Porventura há ainda semente no celeiro? Além disso a videira, a figueira, a romeira, a oliveira, não têm dado os seus frutos; mas desde este dia vos abençoarei.
20 E veio a palavra do SENHOR segunda vez a Ageu, aos vinte e quatro dias do mês, dizendo:
21 Fala a Zorobabel, governador de Judá, dizendo: Farei tremer os céus e a terra;

22 E transtornarei o trono dos reinos, e destruirei a força dos reinos dos gentios; e transtornarei os carros e os que neles andam; e os cavalos e os seus cavaleiros cairão, cada um pela espada do seu irmão.
23 Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz o SENHOR, e far-te-ei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o SENHOR dos Exércitos.

( Ag 2:18 -23)

 

Promessas

Deus pergunta ao povo por intermédio de Ageu: “Porventura há ainda semente no celeiro? Além disso a videira, a figueira, a romeira, a oliveira, não têm dado os seus frutos; mas desde este dia vos abençoarei” (v. 19).

A pergunta divina demonstra que o povo estava passando necessidades. O que a terra produzia não dava para o povo armazenar. Eles não tinham sementes o bastante que pudessem armazenar nos celeiros.

Eles deviam considerar que a falta não era somente de sementes, antes faltava os frutos da videira, da figueira, da romeira e da oliveira. Deus ordenou ao povo que considerassem, ou seja, que analisassem os eventos, comparando a produtividade da terra antes e depois de lançarem os fundamentos do templo.

Antes de lançarem o fundamento do templo havia instabilidade de alimentos, após iniciarem a construção do templo, deu-se inicio o tempo estipulado em que Deus os abençoaria (v. 19).

No mesmo dia, ao vigésimo quarto dia do mesmo mês, Deus falou por intermédio de Ageu ao rei de Judá, Zorobabel. Foi lhe dito: “Farei tremer os céus e a terra” ( Ag 3:21 ).

À época de Zorobabel, rei de Judá, as nações gentílicas eram muito maiores em poder e força. Israel era somente um povo sob o jugo de outras nações. Zorobabel governava Israel por concessão dos medos.

Zorobabel foi um dos descendentes na carne de Jesus, e ao profetizar a um representante legal e legítimo da linhagem de Davi, Deus deu a entender a relação que havia entre o Messias e Zorobabel ( Ag 2:23 ).

A mensagem de Deus a Zorobabel tinha o objetivo de incentivá-lo na condição de líder do povo. Novamente Deus promete fazer tremer os céus e a terra conforme foi predito no capítulo 2, versos 6 à 9.

Há um dia específico para Deus fazer tremer os céus e a terra, e este dia não compete aos homens saber, pois Deus o estabeleceu pelo seu próprio poder ( At 1:7 ). A data quando o profeta anunciou a palavra de Deus é de conhecimento, pois o profeta deixou registrado (v. 20). Agora, quando se daria os eventos anunciados pelos profetas, eles mesmos inquiriam e indagavam acerca dos tempos e da salvação ( 1Pe 1:10 -11).

Quando Deus fará a terra e os céus tremer? O tempo estabelecido por Deus é: “Ainda uma vez, dentro em pouco”, ou seja, segundo o tempo que Deus estabeleceu ( Ag 2:6 ).

Como o céu e a terra será abalado? Através de tremores de terra (terremotos)? Mudanças climáticas acentuadas?

Ora, Deus disse a Zorobabel por intermédio de Ageu que, abalar céus e terra é o mesmo que transtornar o ‘trono’ dos reis e a destruição da força que sustentem o poder dos reinos “Farei abalar o céu e a terra; derrubarei o trono dos reinos e destruirei a força dos reinos das nações…” ( Ag 2:21 -22).

Como é possível destruir a força das nações? Derribando os homens dos seus cavalos de modo sobrenatural: cada homem cairá pela espada do outro “Naquele dia também haverá da parte do Senhor grande confusão entre eles; cada um agarrará mão do seu próximo, cada um levantará a sua mão contra o seu próximo” ( Zc 14:13 ).

Ageu demonstra que Deus haverá de abater as nações de modo espantoso e maravilhoso. O tempo em que as nações serão subvertidas não compete aos homens saber, mas Deus demonstra através de varias profecias que Deus haverá de entregar o poder dos reinos ao seu Cristo, conforme diz o Salmo segundo.

Observe que Ageu aponta dois momentos distintos da vida de Cristo. Ele aponta Cristo, o desejado de todas as nações adentrando no templo, o que tornou o templo que estava sendo desprezado superior em glória ao primeiro templo (Templo de Salomão). Ageu também demonstra uma fase na vida do Cristo que é sem par na história da humanidade, e refere-se a um futuro certo, porém, indeterminado no tempo.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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