Lições bíblicas

Como falar a verdade e executar juízo de verdade e paz?

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Falar de Cristo é oferecer o fruto da árvore da vida em bandeja de prata ( Pv 11:30 ; Pv 10:20 ; Pv 25:11 ). É produzir muito fruto, e todos que dele tornam-se participantes são de novo criados (bara) em verdadeira justiça e santidade! Tornam-se uma nova criatura, pois tudo se faz novo! É criado um novo coração e um novo espírito ( Ef 4:24 ; 2Co 5:17 ; Is 57:15 ; Sl 51:10 ; Ez 36:26 ).


Como falar a verdade e executar juízo de verdade e paz?

“Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” ( Ef 4:25 )

 

A Bíblia enaltece a ideia da verdade a ponto de expressar que ‘Deus é a verdade’, e que ‘conhecer a verdade liberta o homem do pecado’, ou seja, apresenta uma ideia de verdade muito além do conceito de verdade disseminado no mundo e pouco conhecido no meio cristão.

Diante do que a Bíblia propõe não podemos aceitar que buscar eliminar as imprecisões terminológicas no trato do dia-a-dia constitui-se a verdade que liberta, ou que deixar tais imprecisões é o mesmo que deixar a mentira, conforme recomendou o apóstolo dos gentios ( Ef 4:25 ).

Cabe aos zelosos pela palavra de Deus se debruçar a uma análise mais apurada do que a Bíblia propõe.

Mesmo após Abraão mentir para Abimeleque, Deus interveio em defesa do patriarca e deu testemunho de que era seu amigo, o que demonstra que a mentira de Abraão não o tornou amigo do mundo ( Tg 4:4 ; Gn 12:13 ; Is 41:8 ).

Abraão recebeu testemunho de Deus de que era seu amigo mesmo não cumprindo, aparentemente, a determinação que nos é imposta: “Estas são as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas” ( Zc 8:16 )?

Não é proibido mentir? Ele não devia ser justo? Não é essencial que se promova e mantenha a paz com o próximo?

Não estou em defesa do mentiroso ou da mentira, pois as imprecisões terminológicas trazem muito prejuízo às relações humanas no cotidiano, sendo a vergonha uma de suas consequências quando se é desmascarado, como ocorreu com o patriarca, e a perda da credibilidade “Então chamou Abimeleque a Abraão e disse-lhe: Que nos fizeste? E em que pequei contra ti, para trazeres sobre o meu reino tamanho pecado? Tu me fizeste aquilo que não deverias ter feito” ( Gn 20:9 ).

Entretanto, tais questões são de somenos importância diante da pergunta: O que o homem deve fazer para alcançar o testemunho de Deus como Abraão alcançou? Como falar a verdade e executar juízo de verdade e de paz?

O apóstolo Paulo ao fazer alusão à mensagem do profeta Zacarias quando escreveu aos cristãos em Éfeso demonstrou que, ‘falar a verdade’ com o próximo possui uma conotação mais ampla do que não mentir. Observe: “Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade. Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” ( Ef 4:20 -25 ); “Estas são as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas” ( Zc 8:16 ).

O apóstolo Paulo demonstra que a ‘verdade’ que foi anunciada por Zacarias está em Cristo, pois os cristãos ouviram e foram ensinados que a verdade está em Cristo “Mas vós não aprendestes assim a Cristo, se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus ( Ef 4:20 -21).

O que ouviram e foram ensinados com relação à verdade (Cristo)?

  • Que deveriam se despojar de tudo que era pertinente ao velho homem “Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano” ( Ef 4:22 );
  • Que renovassem a compreensão “E vos renoveis no espírito da vossa mente” ( Ef 4:23 ; Rm 12:2 ), e;
  • Que revestissem do que é pertinente ao novo homem “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” ( Ef 4:24 ).

Por isso deveriam ‘deixar a mentira’ (lançar fora a compreensão pertinente ao ‘velho homem’ de como se adquire a salvação), e ‘falar a verdade’ cada um com o seu companheiro, ou seja, deviam falar de Cristo (como está à verdade em Cristo), conforme o anunciado pelo profeta Zacarias.

Por que deveriam falar a verdade do evangelho cada um com o seu próximo? O apóstolo Paulo responde: “Porque somos membros uns dos outros” ( Ef 4:25 ). O evangelho deve ser a temática da conversa dos cristãos porque é o evangelho que os tornou membros uns dos outros, ou seja, o ‘juízo de verdade e de paz’ (mandamento) anunciado por Zacarias refere-se a Cristo, pois Cristo é a verdade e é a paz ( Jo 14:6 ; Jo 14:27 ).

Somente Cristo faz juízo e justiça ao oprimido ( Sl 103:6 ; Ef 4:21; Ef 2:14 ; Zc 8:16 ). Somente Ele executa o juízo e estabelece a justiça de Deus necessária para o resgate da humanidade ( Rm 3:26 ). Se o homem quiser executar juízo de verdade e paz deve anunciar as virtudes daquele que chama os homens das trevas para a sua maravilhosa luz ( 1Pe 2:9 ).

Qualquer que ama a verdade e a paz, cumpre o mandamento do Senhor ( Zc 8:19 ), e será amado de Deus “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” ( Jo 14:21 ).

Por todos os homens serem gerados de Adão, o apóstolo Paulo afirma que todos são mentirosos ( Rm 3:4 ), isto conforme anunciou o salmista Davi, pois todos são concebidos em pecado e falam mentiras desde que nascem ( Sl 51:5 ; Sl 58:3 ). Ou seja, todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, pois se extraviaram juntamente e se fizeram imundos em Adão ( Rm 3:23 ; Sl 53:3 ), e falam mentiras ( Sl 62:9 ; Is 59:4 ; 1 Co 5:8 ; Gl 5:9 ).

É por isso que o profeta Jeremias alertou: o coração do homem é enganoso ( Jr 17:9 ), e Jesus interpretou: a boca fala do que o coração está cheio “Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios ficará satisfeito” ( Pv 18:20 ; Lc 6:45 ). Se o coração do homem é enganoso e a boca fala do que está cheio o coração, o homem só fala mentiras. Portanto, a conclusão do apóstolo Paulo é válida: todo homem é mentiroso, pois fala segundo o seu coração enganoso ( Rm 3:4 ).

Para falar a verdade é necessário ao homem falar segundo a palavra de Deus, pois a palavra d’Ele é a verdade ( Jo 17:17 ). Quando o homem fala a verdade (evangelho) com o seu companheiro apresenta a glória da verdade, pois o fruto dos lábios que professam a Cristo é o que o glorifica “Aquele que oferece o sacrifício de louvor me glorificará” ( Sl 50:23 compare com Hb 13:15 ).

Falar de Cristo é oferecer o fruto da árvore da vida em bandeja de prata ( Pv 11:30 ; Pv 10:20 ; Pv 25:11 ). É produzir muito fruto, e todos que dele tornam-se participantes são de novo criados (bara) em verdadeira justiça e santidade! Tornam-se uma nova criatura, pois tudo se faz novo! É criado um novo coração e um novo espírito ( Ef 4:24 ; 2Co 5:17 ; Is 57:15 ; Sl 51:10 ; Ez 36:26 ).

O novo coração não é enganoso, pois foi criado através da semente incorruptível, que é a palavra de Deus. Portanto, o coração enganoso é extirpado através da circuncisão de Cristo, onde todo o corpo da carne é lançado fora ( Cl 2:11 ), e após é gerado de novo um novo homem pela ressurreição de Cristo ( 1Pe 1:3 e 23).

Para que o homem possa falar a verdade com o seu companheiro é necessário falar segundo a ‘palavra de Deus’, como recomendou o profeta Isaías, e não as suas próprias palavras, os seus próprios conceitos ( Is 58:13 ; Zc 8:16 ; Ef 4:20 ). O Senhor Jesus, o apóstolo Paulo, o profeta Isaías e o profeta Zacarias abordaram o mesmo tema quando ordenaram: falai a verdade!

Por que falar a verdade do evangelho? Porque esta é a finalidade daqueles que estão ligados à Oliveira verdadeira: dar muito ‘fruto’ ( Jo 15:8 ). E que ‘fruto’ é esse? É o ‘fruto’ dos lábios que professa o nome de Cristo.

Para falar a verdade é necessário ao homem ouvir (alimentar-se) a palavra de Deus que concede vida ( Dt 8:3 ), ou seja, é necessário ao homem nascer de novo, sendo gerado em verdadeira justiça e santidade da semente incorruptível, que é a palavra de Deus.

Somente os gerados da palavra de Deus são amados de Deus, pois se tornaram um com a verdade (conhecer) no íntimo “Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria” ( Sl 51:6 ; Ef 4:24 ).

Do mesmo modo que a ordem para falar a verdade vai além das disposições internas do indivíduo como fidelidade, constância ou sinceridade em atos, palavras e caráter, ‘conhecer’ não se refere a ter ideia ou noção de algo, antes diz de comunhão íntima.

Para falar a verdade é necessário ‘conhecer’ a verdade, ou seja, ter comunhão íntima, algo semelhante ao marido que deixa pai e mãe e passa a ser um só corpo (conhecer) com a esposa. Este é o grande mistério ( Ef 5:32 ). Conhecer a verdade é tornar-se participante do corpo de Cristo “Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos” ( Ef 5:30 ; Jo 17:22 ; Jo 8:32 ).

Por que falar a verdade cada um com o seu companheiro? Porque somos membros um dos outros! ( Ef 4:25 )

Quando se fala a verdade os cristãos não se voltam às fábulas ( 2Tm 4:4 ). Não corrompe os bons costumes, pois vigia justamente e tem o conhecimento de Deus ( 1Co 15:33 -34). Não se envolve em questões que não produz edificação ( 1Tm 1:4 ). Jamais dará ouvidos a mandamentos de homens ( Tt 1:14 ), e jamais será levado por filosofias “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” ( Cl 2:8 ).

Quando alguém disser:

“Somente quando conhecemos a verdade e nos comprometemos a obedecê-la é que permanecemos fortes” Nada além da verdade, John MacArthur, Traduzido por Valéria Coicev, Editora Fiel 2009, original ‘And Nothing but the Thuth’.

Você será capaz de dizer: Sou forte, pois já conheci a Cristo (a verdade), portanto, a palavra de Deus (Cristo, o Verbo encarnado) está em mim e venci o maligno “Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno” ( 1Jo 2:14 ).

Diante da proposta de que é necessário ao cristão ‘conhecer a verdade e se comprometer a obedecê-la’, você será capaz de discernir que é impossível ‘conhecer a verdade’ sem antes obedecê-la! Por quê? Porque somente aqueles que obedecem e permanecem no ensino da verdade são seus verdadeiros discípulos e, portanto, conhecem (união) a verdade “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” ( Jo 8:31-32).

Você será capaz de identificar quando uma pequena frase de incentivo e exortação, como a que destacamos acima, está eivada de erros, pois nega a eficácia do evangelho de Cristo.

O compromisso do cristão está em permanecer na palavra da verdade, pois quando se permanece no ensino de Cristo torna-se seu discípulo. Quando se é discípulo, o homem torna-se um (conhece) com a verdade, ou seja, conheceu aquele que é desde o princípio, e nada depende do cristão, pois aquele que está em Cristo nova criatura é, portanto, é forte e venceu o maligno “É nele que vós também estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” ( Ef 1:13 ).

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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