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Os escribas e fariseus pensavam (acreditavam) que bastava ser descendente de Abraão para ter  livre acesso ao reino dos céus. Eles se sentiam em uma posição privilegiada, se comparados aos gentios, por terem recebido a circuncisão, e acreditavam que eram salvos por executarem as obras da lei. Os seguidores do judaísmo sentiam que não necessitavam mudar a concepção (arrependimento) de como alcançar a salvação.


A doutrina do arrependimento

“Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento” ( Lc 5:32 ).

O erro é um fato na vida de todos. Não há um ser humano que não tenha cometido um erro no decorrer de sua vida. Quando nos damos conta dos nossos erros, logo vem o arrependimento. Não há um ser humano que nunca tenha se arrependido no decorrer de sua vida.

O homem se arrepende de atos já realizados ou daqueles que não conseguiu realizar. A consciência diante dos erros tem uma variação de pesos. Se tomarmos uma decisão errada na vida, a consciência nos acusa de certa maneira. Se cometermos um crime perante a sociedade, a consciência nos acusará com um peso muito maior.

Quando a consciência nos intima, resta-nos a pergunta: “Como reparar o meu erro?”. O arrependimento apregoado por João Batista refere-se à conduta, a moral ou a comportamento? Reparar o erro é o bastante?

“Porque todos tropeçamos em muitas coisas” ( Tg 3:2 ).

 

João Batista

“E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judeia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” ( Mt 3:1 -2).

Estas foram as palavras de João Batista que ecoaram no deserto: Arrependei-vos! Em seguida, João Batista apresenta o motivo pelo qual os seus ouvintes deveriam arrepender-se: “…porque é chegado o reino dos céus”.

O motivo da mensagem de João Batista é específico, a proximidade do reino dos céus, e nada, além disso.

A palavra ‘arrependimento’ é tradução de um verbo grego ‘metanoeõ’, e significa mudança de concepção, ou seja, mudança de ponto de vista referente à uma determinada matéria.

Qual a matéria que os escribas e fariseus deveriam mudar de ponto de vista? Devido a proximidade do reino dos céus, que é Cristo entre os homens, que mudança se tornou necessária à concepção dos religiosos à época?

Este estudo tem o objetivo de tornar compreensíveis as concepções dos escribas e fariseus e porque precisavam arrependerem-se.

Jesus foi morar em uma cidade chamada Nazaré para que se cumprisse a profecia que diz: “Ele será chamado Nazareno ( Mt 2:23 ; Is 11:1 ).

Por aqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto, e a mensagem apregoada era: “Arrependei-vos…”, e ele deu o motivo pelo qual estava anunciando a mensagem “…porque está próximo o reino dos céus”.

A proximidade do reino dos céus é demonstrada através da urgência em chamar as pessoas ao arrependimento. João Batista estava conclamando os seus ouvintes a mudarem os seus pontos de vista, visto que, o Senhor estava próximo.

Observe que esta mensagem era direcionada a todos os ouvintes de João Batista, sem qualquer distinção.

João Batista é o personagem que Isaías anunciou que haveria de vir na condição de arauto do Messias, e Mateus dá testemunho do cumprimento da profecia: “Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas” ( Mt 3:3 ).

A missão de João Batista foi predita muito antes de ele vir a existência, e a mensagem que ele apregoou, objetivava preparar o caminho de Cristo, e que os homens endireitassem as suas veredas ( Is 40:3 ).

A proximidade ou a urgência da manifestação do reino dos céus era motivo, tanto para a mensagem de João Batista, quanto para a mudança de concepção dos ouvintes.

Entre os visitantes das cidades de Jerusalém, Judeia e toda região circunvizinha ao Jordão, muitos religiosos vinham ao batismo. Enquanto executava a sua missão, João Batista percebeu que, entre os que vinham ao batismo, haviam muitos fariseus e escribas.

A mensagem de João era idêntica a todos os seus ouvintes: “Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus” ( Mt 3:2 ), porém, ao ver os saduceus e fariseus entre os que se batizavam, João Batista disse-lhes: “Raça de víboras…”.

“E, vendo ele muitos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento. E não presumais, de vos mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão…” ( Mt 3:7 -9).

João Batista é contundente na sua mensagem: “Raça de víboras…”. Foi por raiva que João Batista nomeou os fariseus e saduceus de víboras? Foi por acaso que João Batista gritou aos saduceus e fariseus que eles eram uma espécie de víboras? Não!

Não é sem motivo que João Batista assim os nomeia. João, o Batista, durante o seu ministério fez várias citações de Isaías aos seus ouvintes, e o capitulo 59 do livro de Isaías é esclarecedor sobre o porquê João chamou-os de ‘raça de víboras’.

1. “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir” ( Is 59:1 ) – Sobre o nosso Deus, sabemos que Ele é salvador. Acerca do homem, sabemos que ele precisa de salvação, visto que em Adão o homem foi julgado e condenado. O pecado em Adão afetou a natureza do homem, deixando de ser santo e justo para ser condenável diante de Deus;

2. “As suas teias não prestam para vestes nem se poderão cobrir com as suas obras; as suas obras são obras de iniquidade, e obra de violência há em suas mãos” – Os homens foram declarados culpados e condenados em Adão. Quanto às obras dos homens, elas serão julgadas no futuro, quando todos comparecerão ante o grande Trono Branco. As suas obras serão reprovadas, visto que, aqueles que a produziram, não estavam em Deus;

3. “Chocam ovos de basilisco, e tecem teias de aranha; o que comer dos ovos deles, morrerá; e, quebrando-os, sairá uma víbora (…) Conforme forem as obras deles, assim será a sua retribuição, furor aos seus adversários, e recompensa aos seus inimigos; às ilhas dará ele a sua recompensa” ( Is 59:5 e 18). – Ao chamá-los de raça de víboras João Batista fez referência a doutrina dos escribas e fariseus. Eles eram filhos do diabo, a antiga serpente ( Jo 8:44 ). Eles eram filhos do diabo, e ‘chocavam’ ovos de serpentes através de suas doutrinas. Quem se alimentasse da doutrina dos escribas e fariseus haveria de perecer. Quando alguém entrasse pelos seus caminhos tortuosos (quebrando-os, sairá uma víbora), haveria de propagar o mesmo veneno dos seus mestres. Conforme a obra deles, Deus dará a recompensa! Não há como fugir da ira de Deus, pois ela é a recompensa de suas obras reprováveis. A condenação dos homens se deu em Adão (sem qualquer referência à ira);

4. “Não conhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas” ( Is 5:8 ). A missão de João era conscientizar os ouvintes a que endireitassem as suas veredas. Porém, primeiro precisavam reconhecer que ‘fizeram’ para si veredas tortuosas conforme se verifica nos versículos 9 e 10 de Isaías 59, e segundo, que eles estavam em inimizade com Deus. A doutrina que apregoavam não estabelecia a paz com Deus e nem eram seus caminhos conhecidos pelo Senhor.

Obs.: Leia Mt 12: 1 -37, principalmente quando Jesus também chama os fariseus de ‘raça de víboras’.

Os saduceus e fariseus viam ao batismo, porém a condição deles permanecia: eram raça de víboras. Filhos da serpente que se apresentou no Éden.

Eles seguiam uma vereda tortuosa, e por isso João Batista os questiona: “Quem vos ensinou a fugir da ira futura?”. Qual foi o ensinamento que os saduceus e fariseus obtiveram no decorrer de suas vidas? Que caminho eles trilhavam com o intuito de ter acesso a Deus?

Eles pensavam (acreditavam) que bastava ser descendente de Abraão para ter acesso livre ao reino dos céus. Pensavam que eram salvos por executarem as obras da lei; sentiam-se em uma posição privilegiada por terem recebido a circuncisão; a ponto de sentirem que não necessitavam de arrependimento (mudança de concepção).

Muitos vieram ao batismo de João Batista, entretanto a disposição inicial do coração permanecia. Por quê? Porque continuavam a pensar que bastava dizer que tinham por pai a Abraão. A concepção deles permanecia. Aquele não era e não é o caminho pelo qual o homem foge da ira futura! Quem os ensinou estava equivocado em sua carnal compreensão.

A concepção errônea dos judeus fez com que criassem uma vereda tortuosa que não conduz a Deus. Eles estavam tão apegados àquela concepção, que aceitavam a conformidade externa decorrente do batismo diante dos homens, porém, não abandonavam as suas crenças.

A mensagem de João demonstra que todos os homens precisam deixar de lado as suas concepções acerca de como se livrar da ira futura: “Arrependei-vos!”.

Nesta passagem, o ‘Arrependei-vos’ está mais para a ideia geral da mensagem, que é mudança de ponto de vista, do que uma nova doutrina, a do arrependimento, como muitos entendem.

Os religiosos vinham ao batismo, mas continuavam pensando que, por serem descendentes de Abraão, já eram filhos de Deus.

A ideia geral que o texto nos apresenta decorre de dois princípios que permeia todo o evangelho:

a) Não basta pensar ou dizer sou filho de Deus com base em elementos como: nacionalidade, religiosidade ou descendência “E não penseis que basta dizer: Temos por pai Abraão…”, pois a filiação divina só é alcançada por meio da regeneração, através do poder de Deus; a regeneração decorre do poder de Deus, como se observa em ( Jo 1:12 ).

b) Quando João batista diz: “Produzi, pois fruto digno de arrependimento…”, ele não está falando do comportamento dos ouvintes, antes ele faz referência a um princípio que Jesus demonstrou mais tarde: “Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” ( Mt 12:33 ). João Batista aponta a natureza corrompida pelo pecado de Adão, que impossibilita aos homens sem Deus produzirem frutos dignos da nova concepção.

 

“E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo” ( Mt 3:10 ).

“Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus” ( Mt 7:17 ).

“Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons” ( Mt 7:18 ).

“Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo” ( Mt 7:19 ).

“Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” ( Mt 12:33 ).

Resumo: os versículos 1 a 7 de Mateus 3 apresenta um mensageiro de Deus com uma missão específica (v. 1- 3), preparar o coração do povo para a chegada do Messias prometido nas Escrituras. Para isso, era necessário demonstrar que o caminho em que estavam não conduzia a Deus (aplainar). O povo precisava mudar de concepção acerca de como alcançar a salvação. Deveriam mudar de conceitos e deixar de trilhar o caminho tortuoso que estavam a percorrer.

Enquanto permanecessem seguros na concepção herdade de seus pais, permaneceriam na condição de filhos da ira e da desobediência. Enquanto permanecessem divulgando suas concepções, permaneceriam na condição de ‘raça de víboras’, executando as obras daquele que é o pai da mentira, e permanecendo na ira divina.

A natureza herdada em Adão é que determina a condição dos homens: pecadores, filhos da desobediência e da ira. As suas ações são segundo a natureza herdada de Adão: obras mortas. Essas obras são designadas teias de aranha, que não servem para vestes, e serão postas a julgamento no futuro, quando Deus retribuirá os homens segundo as suas obras.

 

Frutos dignos de arrependimento

O que João Batista quis dizer com “Produzi frutos digno de arrependimento” ( Mt 3:8 )?

Ele quis dizer que o comportamento dos fariseus e saduceus estavam aquém do exigido por Deus? Que precisavam se esforçar mais para agradar a Deus? Não! Observe que, diante dos homens, eles eram tidos por justos ( Mt 23:28 ), pelo caráter, pela moral e comportamento.

Aqueles que acreditam que Deus os terá em condição melhor que os seus semelhantes, simplesmente por não cometerem os mesmos pecados que eles, Jesus responde: “Pensais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus (…) Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” ( Lc 13:2 e 3).

Tantos os galileus quanto os ouvintes de Jesus necessitavam de arrependimento. A conduta dos galileus podia ser pior que as dos ouvintes de Jesus, porém, os ouvintes de Jesus também precisavam abandonar os seus conceitos acerca de como se salvarem, se não, todos haveriam de perecer de igual modo.

Os ouvintes de Jesus odiavam as condutas em desacordo com a lei, ficavam entristecidos por casa de seus erros e sempre faziam propósitos para não pecarem mais. Porém, eles de igual modo que os pecadores galileus haveriam de perecer, caso não se arrependessem. Isto demonstra que ‘arrependimento’ não tem relação com ódio ao pecado, tristeza por causa do pecado, propósito em não pecar.

Muitos dos ouvintes de Jesus, por serem religiosos e descendentes de Abraão, circuncidados, pertencentes a Israel como nação, pertencentes ao ciclo do ‘melhor’ da religião (saduceus e fariseus), achavam que produziam frutos da melhor qualidade. No entanto, quando convidados, eles não vieram a Cristo para que as suas obras não se manifestassem e fossem reprovadas, porque elas não eram feitas em Deus.

Jesus demonstrou através da conversa com Nicodemos que ‘todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas’, ou seja, é o mesmo que dizer que aqueles que são árvores más não podem produzir fruto bom.

Segue-se que ‘quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus’, isto porque aqueles que são gerados de Deus são árvores boas, e estes podem produzir frutos bons, pois os seus frutos são produzidos em Deus.

Os frutos dignos de arrependimento só surgem quando Deus cria um novo homem, onde habita a justiça!

Para aqueles que produzem maus frutos resta a horrível expectação de estar prestes a ser cortado e lançado no fogo, pois já está posto o machado à raiz das árvores ( Mt 3:10 ).

E João Batista enfatiza: “Eu vos batizo com água, para arrependimento…” ( Mt 3:11 ).

O arrependimento proclamado por João era uma mensagem que convidava o povo à uma mudança radical e profunda em suas concepções.

Para que os ouvintes de João Batista produzissem frutos dignos de arrependimento, havia a necessidade primaria de mudarem os seus conceitos e aceitassem a Cristo, o Messias (o reino de Deus próximo), e seria operada uma obra na própria natureza do ouvinte, visto que o fruto é determinado pela árvore que o produz, e não o contrário.

O fruto digno de arrependimento não vem enquanto não nascer a árvore que possa produzi-lo, isto porque, é a árvore que produz frutos conforme a sua espécie.

João Batista com esta mensagem evidencia um princípio que só é notado se observarmos o versículo dez, e que mais tarde Jesus faz referência: “Necessário vos é nascer de novo” ( Jo 3:7 ).

O fruto digno de arrependimento só é possível após o nascer da semente incorruptível que é a palavra de Deus. Sem antes nascer de Deus, jamais o homem produzirá o fruto do arrependimento.

A Bíblia diz que o povo de Jerusalém saía da Judeia e de toda a circunvizinhança do Jordão para serem batizados no rio Jordão, e estes confessavam os seus pecados.

Vendo João Batista que muitos religiosos (fariseus e saduceus) vinham ao batismo, ele protestou. Não bastava batizar-se e continuar a dizer: sou filho de Abraão “E não penseis que basta dizer: temos por pai a Abraão” ( Mt 3:9 ).

Ser fariseu, saduceu, judeu, religioso, praticante de boas maneiras, batizado, etc, não é o que produz fruto de arrependimento.

João Batista estava protestando àqueles que representavam o melhor da nação e da religião a que se arrependessem.

Os saduceus e os fariseus produziam as melhores obras, pois eram caridosos, dizimistas e zelosos da lei. Jesus nos dá um parâmetro para medirmos as obras realizadas pelos fariseus ao dizer: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” ( Mt 5:20 ). Ou seja, o povo já tinha em conta que os fariseus eram justos, e Jesus demonstra que deveriam ter uma justiça superior a dos fariseus, o que demonstra a impossibilidade do homem salvar-se por meio de comportamento, moral, religião, guarda de dias, etc.

A conduta do homem não contém os elementos que produzem frutos dignos de arrependimento. Se não mudar a árvore o fruto também não muda. O maior problema dos religiosos à época de João Batista era acreditarem que por serem descendentes de Abraão, já eram filhos de Deus.

Aqueles que recebem a palavra e a aceitam pela fé nascem da vontade de Deus, e passam a produzir frutos segundo a sua espécie (natureza), frutos bons, ou seja, frutos dignos de arrependimento.

Desta forma segue-se que toda árvore má produz maus frutos, e toda árvore boa produz bons frutos; isto porque não pode a árvore boa dar fruto mau, nem a árvore má dar bom fruto.

Àqueles que são nascidas de Deus são participantes da sua natureza. Como Deus é luz, os nascidos dele são luz. Como Deus é bom, os nascidos dele são bons. Quando a semente incorruptível germina no coração do homem, ela produz uma nova criatura (novo homem ou árvore) e os seus frutos são bons.

Quando Jesus disse: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” ( Mt 4:17 ), sobre qual arrependimento ele estava falando?

A primeira ideia que vem à mente é a de alguém arrependido, com as mãos sobre a cabeça, dizendo: “Estou arrependido do que fiz. Que peso na consciência! Que farei para reparar o meu erro?”.

Será que Jesus estava anunciando arrependimento com base nestes parâmetros? O arrependimento anunciado por João Batista se apóia na consciência e nos padrões éticos dos ouvintes? O que a Bíblia diz?

“Quando ouviram isto, redarguidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio” ( Jo 8:9 ).

Este trecho bíblico é significativo para o estudo em questão.

O erro é um fato na vida de todos. Não há um ser humano que não tenha cometido um erro no decorrer de sua vida. Quando nos damos conta de nossos erros, logo após, vem o arrependimento. Não há um ser humano que nunca tenha se arrependido no decorrer de sua vida.

O homem se arrepende de atos já realizados ou daqueles que não conseguiu realizar. A consciência diante dos erros tem uma variação de pesos. Se tomarmos uma decisão errada na vida, a consciência nos acusa de certa maneira. Se cometermos um crime perante a sociedade, a consciência nos acusa com um peso muito maior.

Quando a consciência nos intima, resta-nos a pergunta: “Como reparar o meu erro?”. Esta análise é comum no dia-a-dia da humanidade.

Porém, voltemos à pregação de João Batista: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” ( Mt 3:2 ).

João Batista conclamava aos seus ouvintes que se arrependessem, porém não se deteve em lhes apontar os erros. Por quê?

João não recomendou o arrependimento por causa das intrigas que muitos estavam envolvidos. O arrependimento não era por terem deixado de pagar os impostos. O arrependimento proclamado pelo profeta não era por causa de desavenças nas famílias, mentiras, invejas, porfias, inimizades, etc.

João dá o motivo pelo qual eles deveriam arrepender-se: porque é chegado o reino dos céus! A mensagem do profeta João em momento algum aponta a conduta dos ouvintes, mas a proximidade do reino dos céus.

O arrependimento era proveniente da proximidade do reino dos céus, e não dos erros que os ouvintes haviam cometido no decorrer de suas vidas.

Isaías e Mateus deixam claro qual foi à missão de João Batista: “Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas” ( Mt 3:3 ).

Através da mensagem de João Batista muitos vinham ao Jordão, confessavam os seus pecados e eram batizados para arrependimento.

Porém, o profeta observou que muitos dos fariseus e dos saduceus também vinham ao batismo, e ele logo protestou: “Raça de víboras!” ( Mt 3:7 ). Após nomear os fariseus e saduceus, João Batista pergunta: “Quem vos ensinou a fugir da ira futura?”.

Quem havia ensinado os fariseus e saduceus estava no mínimo equivocado. João Batista demonstrou que só é possível ser livre da ira futura quando o homem produz os frutos decorrentes do arrependimento “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” ( Mt 3:8 ).

Os fariseus e saduceus estavam apegados ao entendimento de que estavam livres da condenação eterna pelo simples fato de serem descendente de Abraão. Eles foram ensinados que bastavam terem Abraão por pai que estavam livres da condenação eterna, porém João Batista deixou-lhes o alerta: “E, não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão” ( Mt 3:9 ).

A mensagem do profeta era clara: “Arrependei-vos…”, e os fariseus e saduceus vinham ao batismo arrependidos do que? Se eles estavam vindo ao batismo, era porque estavam arrependidos de alguma coisa.

A maneira que João Batista chama os fariseus e saduceus (raça de víboras) nos faz compreender do que eles estavam arrependidos.

Muitos vinham ao batismo de João por não conseguirem mover os fardos pesados e difíceis que a religião os impunha. O que eles diziam para os homens fazerem acabava por não fazer. Mesmo tendo a aparência de justos diante dos homens, vinham ao batismo de João para se livrarem do peso na consciência, visto que eram hipócritas e cheios de iniquidades. Compare com ( Mt 23:1 -5 e 33).

Mas, não era este o arrependimento que João estava apregoando. Eles deveriam se arrepender por estar próximo o reino dos céus, ou seja, da mesma forma que é possível reconhecer a árvore pelos seus frutos, o arrependimento exigido é reconhecido pelos frutos que produz.

Como João reconheceu que eles não produziam frutos digno de arrependimento? Por ainda professarem serem salvos em Abraão. O fruto da qual o apóstolo faz referência é o frutos dos lábios. Continuar a dizer que eram filhos de Abraão era a evidência de que os escribas e fariseus não haviam se arrependido.

O pensamento de que tinham a Abraão por pai era um fruto claro de que não tinham se arrependido. Esta era uma evidência clara de que o caminho do Senhor naqueles que estavam se batizando não estava preparado. Compare ( Mt 7:20 – 21 com 1Jo 4:1 -3).

O que o homem professa é um fruto palpável do que ocorrem em seu coração. Se este homem professa a Cristo como Senhor e segundo as Escrituras, ele estará produzindo o fruto de uma nova concepção, e nela está a semente incorruptível do qual todos quantos participarem nascerão de novo.

Mas, se continuar a professar segundo a sua mente enfatuada, o seu fruto conterá o veneno da serpente. Ele anunciará um caminho tortuoso que não conduz a Deus.

Por isso o profeta João disse: “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo” ( Mt 3:11 ). O batismo de João era para o arrependimento, visto que ele estava preparando ‘… no ermo vereda a nosso Deus’ ( Is 40:3 ).

Os fariseus e saduceus, ao persistirem alegando ter por pai a Abraão, não conseguiram aceitar a mensagem de Jesus predita por Isaías: “Aqui está o vosso Deus” ( Is 40:9 ).

O arrepender-se dos erros cometidos confere vida eterna? É esta a mensagem de Jesus e João Batista? Ou a proximidade do reino dos céus é o motivo pela qual os homens devem arrepender-se?

“Responderam, e disseram-lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fósseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão” ( Jo 8:37 ).

Se os fariseus e os saduceus tivessem se arrependido conforme o alerta de João Batista, não teriam chegado ao ponto de pegarem em pedras para atirar em Jesus.

Buscaram o Batismo de João, não pela proximidade do reino dos céus, mas para se verem livres da consciência e dos seus erros do passado.

O erro é um fato na vida de todos os homens. Não há um ser humano que não tenha cometido um erro no decorrer de sua vida. Erramos em nossas tomadas de decisões. Erramos em conceitos. Erramos em fazer e ao deixar de fazer.

Quando nos damos conta de nossos erros, logo vem o arrependimento. É impossível ao homem evitar o arrependimento, visto que ela é fruto da consciência que está sempre pronta a julgar nossas ações. Não há um ser humano que nunca tenha se arrependido no decorrer de sua vida.

Observe que, mesmo os escribas e os fariseus ao serem redarguidos pela consciência se arrependeram do mal que iriam praticar: não apedrejaram a pecadora que trouxeram a Jesus.

O homem se arrepende de atos já realizados ou daqueles que não conseguiu realizar. A consciência diante dos erros tem uma variação de pesos e não é este o arrependimento que João Batista propôs aos seus ouvintes.

Quando a consciência nos intima, resta-nos reparar os nossos erros.

Quando a Bíblia nos alerta, ela aponta a nossa condição herdada em Adão: condenados e destituídos da glória de Deus, e demonstra que é impossível restaurarmos a nossa natureza.

Somente após desvencilhamos dos nossos conceitos (arrependimento) será possível alcançarmos a Cristo, o verdadeiro caminho que dá acesso a Deus.

 

O arrependimento dos fariseus e saduceus

“Quando ouviram isto, redarguidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio” ( Jo 8:9 ).

Escribas e fariseus apanharam uma mulher em adultério e trouxeram-na até Jesus para verem se o apanhavam nalgum deslize. Eles estavam procurando algum motivo para acusar Jesus.

Qual foi a surpresa dos escribas e fariseus diante da sugestão de Jesus: “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” ( Jo 8:7 ).

Todos eles sentiram o julgamento da consciência e se retiraram! Que repreensão esplendida a de Jesus! Aqueles que tentaram Jesus não aguentaram a própria consciência, e se retiraram, sem contra argumentar.

A ação da consciência foi tão efetiva diante da sugestão de Cristo que todos se retiraram, a começar pelos mais velhos.

Resta uma pergunta: Eles se arrependeram? O comportamento do povo ao se retirar demonstra que eles produziram frutos dignos de arrependimento?

Os escribas e fariseus retiraram-se e ninguém lançou pedra alguma sobre a pecadora. Por não executarem o que intentavam isto significa que se arrependeram? Este é o arrependimento exigido por Deus para que os homens possam ver o reino dos céus? Veremos!

Paulo ao escrever aos cristãos em Roma demonstra que a moralidade do homem não o torna melhor que o seu próximo mesmo que se leve em conta quem ele é (judeu ou gentil).

Paulo demonstra que, por semelhança aos judeus, os gentios também possuíam uma norma legal, mas esta estava escrita em seus corações, sendo que a Lei judaica se verificava em um código.

Na essência, a consciência dos gentios desempenha o mesmo papel que o sistema de códigos que a lei mosaica apresentava, pois os gentios, mesmo não tendo um código específico à maneira dos judeus, faziam naturalmente a as coisas da lei.

Isto demonstra que há uma lei presente no íntimo dos gentios. É a consciência e os pensamentos dos gentios que trabalham como se fosse um juiz, quer acusando, quer defendendo.

“Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” ( Rm 2:15 ).

Que tipo de arrependimento é este que os gentios apresentam através da ação da consciência e dos pensamentos? Este é o arrependimento que dá direito a vida eterna? Não!

Sobre este assunto o escritor aos hebreus nos esclarece:

“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” ( Hb 9:14 ).

A consciência do homem carnal só pode produzir obras mortas. Não há como ser diferente!

Quando os fariseus e saduceus perceberam que não podiam surpreender Jesus nalguma ofensa, para acusá-lo, e, que a condição de pecadores não os permitia serem juízes dos seus semelhantes, a consciência e os seus pensamentos emitiram um julgamento que os impediu de prosseguirem em seus intentos.

Alguns por princípios de família, outros por princípios religiosos e outros por questões filosóficas não conseguiram se permitir impor o julgamento estipulado pela lei mosaica. Pensaram duas vezes, visto que também eram pecadores.

O fato de não lançarem pedras sobre aquela mulher demonstra que eles tinham consciência de que também eram pecadores. Mas, o simples fato de reconhecer os nossos pecados (erros do dia-a-dia) já nos torna alguém que produz frutos dignos de arrependimento? Não!

É preciso reconhecer que se é pecador por causa da queda em Adão, e que, por mais que o homem se esforce para desvencilhar de tal condenação, sem Cristo, haverá de permanecer escravo do pecado.

Observe que há homens que se lançam ao roubo, à prostituição, ao homicídio, e a todo tipo de devassidão, e quando arguidos pela consciência se arrependem. Estes são salvos pelo fato de arrependerem-se dos seus feitos? Não!

Há outros que procuram viver uma vida honesta e se utilizam da consciência para guiá-los de maneira ética e moral perante a sociedade. Estes serão salvos? Também não! Como? Por quê?

A resposta é simples! Toda e qualquer ação que o homem realizar ou deixar de realizar com base em sua consciência e pensamentos, não o habilita ao reino dos céus.

O que realmente habilita alguém a ver o reino dos céus? O arrependimento em consequência da proximidade do reino dos céus.

Só o sangue de Cristo purifica a consciência do homem das obras mortas! Só o sangue de Cristo é capaz de livrá-lo da condenação em Adão e purificá-lo das acusações da consciência, deixando-o livre do pecado “Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado” ( Hb 10:2 ).

Visto que era impossível a sangue de touros e bodes tirarem pecados, Deus providenciou salvação poderosa, segundo a sua própria vontade, e todos os que creram foram santificados pela oblação do corpo de Cristo.

O que era impossível tornou-se plenamente possível, visto que Cristo ascendeu à destra de Deus nas alturas, e assentou-se, dando por concluída a redenção eterna “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” ( Hb 10:14 ).

Com base nestes argumentos Paulo concita os leitores da carta aos Gálatas: “Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma” ( Gl 2:17 ). Se estamos em Cristo, não somos mais pecadores. Se já somos justificados não há como continuarmos com consciência de pecado.

 

É possível produzir boas obras com o auxílio da consciência?

O homem pode ‘querer’ fazer o bem, mais isto é impossível realizar à parte de Cristo. O homem pode realizar boas ações, mas tais ações diante de Deus não podem livrá-lo da condição herdada em Adão.

É impossível ao velho homem produzir o bem diante de Deus, visto que todos se desviaram! Todos juntamente se desviaram e se tornaram inúteis diante de Deus; não há quem faça o bem!

“Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” ( Rm 3:12 ).

Quando a Bíblia diz que ‘não há quem faça o bem’, ela quer dizer que nunca houve sobre a face da terra quem desse um prato de sopa aos pobres? Que nunca houve quem prestasse socorro a um ‘semelhante’ caído na sarjeta? Que nunca existiu um homem, nenhum se quer, que tenha auxiliado o seu próprio pai ou mãe nalguma dificuldade?

Todos os homens que vêm ao mundo possuem um senso crítico interno que julga os seus atos praticados, o que chamamos de consciência. Mesmo de posse deste juiz natural, a Bíblia afirma que todos os homens se fizeram inúteis, o que demonstra que a consciência não torna o homem melhor ou pior diante de Deus.

Através da consciência o homem pratica o bem aos seus semelhantes (boas ações), porém, tais ações não o tornam aceitável diante de Deus.

Quando a Bíblia diz que não há quem faça o bem, ela não está se referindo as boas ações que o homem pode realizar aos seus semelhantes. Não é sobre este ‘bem’ (boas ações) que a Bíblia trata. Como ela trata de questões eternas, a Bíblia demonstra que perante Deus as ações dos homens é um produto das suas naturezas decaídas.

O bem que a Bíblia faz referência só é possível realizar quando se está em Cristo, ou seja, é possível realizá-lo quando se é nascido de Deus por meio de Cristo.

O ‘bem’ (boas ações) que os homens fazem ao seu próximo decorre do conhecimento que adquiriram da árvore do bem e do mal, fato que se deu em Adão, lá no jardim do Éden. Observe que a árvore era uma só: a árvore é do conhecimento do bem e do mal!

Se o homem faz o bem segundo a sua consciência, faz segundo a árvore do conhecimento do bem e do mal!

Se o homem ignora a sua consciência e pratica o mal, faz aquilo que é pertinente ao conhecimento adquirido da mesma árvore: a árvore do conhecimento do bem e do mal!

Diante do exposto até aqui, verifica-se que o arrependimento dos fariseus e saduceus diante da pergunta de Cristo sobre a mulher surpreendida em ato de adultério não correspondem ao verdadeiro arrependimento exigido por Cristo.

A pergunta seguinte ilustra bem as diferenças entre ‘uma boa ação’ e o ‘bem’, que só é possível realizar em Deus.

Há alguma diferença entre a água que um ímpio e um justo oferecem ao seu semelhante?

Por exemplo: um ímpio oferece um copo de água a um necessitado. Ele está fazendo o bem? Por outro lado, um justo oferece um copo de água ao mesmo necessitado. Ele está fazendo o bem?

Tanto o ímpio quanto o justo fizeram uma boa ação (o bem)! Deram um copo de água a quem precisava.

Agora, quem realizou uma boa obra? A boa ação em dar um copo de água é uma boa obra? A resposta é complexa.

O ímpio não realizou uma boa obra e sim uma boa ação. O justo, por sua vez, além de realizar uma boa ação, também realiza uma boa obra.

A boa obra não está relacionada às ações dos homens porque elas são realizadas em Deus ( Jo 3:21 ).

O ímpio não faz uma boa obra por não estar em Deus por meio de Cristo. Por outro lado, aquele que crê em Cristo, este realiza uma boa obra, visto que Ele está em Deus e Deus nele.

O que diferencia a ação do justo e a do ímpio? A água? O necessitado? Nenhum destes elementos! O que diferencia o justo e o ímpio é a união com Cristo.

As ações dos ímpios podem ser boas ou más. Mesmo que um ímpio pratique boas ações, as suas obras são más.

As ações daqueles que creem em Cristo também são boas ou más diante da sociedade. Porém, mesmo que pratique uma má ação, perante Deus ele possui boas obras.

Quando um descrente faz uma boa ação, não facilita a salvação dele. Da mesma forma, quando um crente faz uma má ação, ele não perde a salvação em Deus.

Haverá tribunal específico para julgamento de obras, tanto para crentes como para descrentes. Estes receberão a recompensa segundo as suas obras no Tribunal do Trono Branco, e permanecerão condenados, porém, àqueles serão julgados quanto as obras no Tribunal de Cristo, e permanecerão salvos.

Por que esta diferença? Ora, a Bíblia demonstra que as boas obras só são possíveis quando feitas em Deus ( Jo 3:21 )!

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” ( Ef 2:10 ).

Sabemos que a nova criatura é feitura de Deus; ou seja, a regeneração é resultado de uma nova criação de Deus por meio de Cristo Jesus, o que possibilita o novo homem praticar boas obras. Tais obras foram preparadas por Deus de antemão para que andássemos nelas.

As ações dos homens nem sempre são classificadas como sendo más. Muitos homens procuram viver pia e justamente sobre a face da terra, e para isso adotam filosofias de vida, são regrados, religiosos, prestativos, seguem a consciência, mas não praticam boas obras.

É diferente uma boa ação das boas obras. A última só é realizável em Deus, já a primeira é pertinente à filosofia, a religião, a consciência, etc.

Jesus ao falar a Nicodemos foi bem específico:

“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” ( Jo 3:19 -21).

Jesus demonstrou que a condenação dos homens decorre do fato de Ele ter vindo ao mundo para salvá-los, e eles amaram mais as trevas do que a luz. Ou seja, os homens estavam mais apegados à condição que estavam (trevas), do que a oferta de salvação em Cristo (luz).

Os fariseus e os escribas por praticarem algumas boas ações achavam que praticavam boas obras, mas na verdade as suas obras eram essencialmente más. Por que as obras deles eram más? Porquê elas não eram feitas em Deus! Para executarem boas obras os fariseus e os escribas precisavam nascer de novo, e só então, produziriam boas obras.

Se as obras deles fossem feitas em Deus, não realizariam as obras do diabo, antes creriam em Cristo, que foi enviado para desfazer as obras do diabo ( Jo 8:44 ).

Sabemos que aquele que faz o mal odeia a Cristo e não vem para Ele (não aceita o convite de salvação), pois sabem que as suas obras não são aceitas por Cristo.

Quem faz o mal? Todos aqueles que nascem segundo a carne, da vontade do homem e da vontade do sangue, ou seja, os que descendem de Adão ( Jo 1:12 -13). Em decorrência desta realidade o apóstolo Paulo cita alguns salmos: “Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um” ( Sl 14:3 ); “Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não, nem sequer um” ( Sl 53:3 ; Rm 3:12 ).

Diante destes versículos não podemos confundir o não fazer o ‘bem’ com boas ações. Os escribas e os fariseus procuravam cumprir a lei em seus vários aspectos, mas nunca realizaram o bem.

O jovem rico cumpria a lei em todos os aspectos, mas não fazia o bem “Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade” ( Lc 18:19 -21).

De igual modo os fariseus procuravam cumprir a lei, e chegavam ao cumulo de dizimarem a hortelã, o endro e o cominho. As ações que os escribas e fariseus apresentavam perante os homens faziam com que considerassem eles ‘justos’ “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” ( Mt 23:28 ).

Eles lavavam o exterior do copo e do prato “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade” ( Mt 23:24 ). A aparência exterior de um escriba ou de um fariseu impressionava os homens, pois as suas ações eram impecáveis, mas estes também não faziam o bem. Todos! Todos de igual modo se desviaram e se tornaram inúteis.

Desta maneira podemos compreender as figuras e as parábolas utilizadas por Jesus!

“Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem” ( Mt 23:3 ).

Por que Jesus disse aos seus ouvintes que podiam fazer o que os fariseus lhes diziam?

Porque quando falavam da lei e dos profetas, os fariseus estavam fazendo referencia a Cristo. Mas, quanto a crerem em Cristo, a obra de Deus por excelência, eles não realizavam “Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou” ( Jo 6:29 ).

Os aspectos externos da lei eram rigorosamente observados, mas quanto à justiça, à misericórdia e à fé, eram negligentes. Negligenciavam a fé, meio pelo qual o homem agrada a Deus; negligenciavam a misericórdia, visto que Deus enviou o seu Filho ao mundo; negligenciavam a justiça, pois Cristo é a Justiça Nossa, e estabeleceram uma justiça própria, segundo a concepção humana.

Por valorizarem os aspectos externos da religião (lavar o exterior do copo e do prato), os fariseus e escribas acabaram rejeitando a Cristo, aquele que tem poder para lavar o interior do homem.

As obras que os fariseus e escribas produziam não podiam cobrir-lhes a nudez, e por isso Cristo os chama de serpentes e raça de víboras!

O profeta Isaías também faz referência à ‘víboras’ e ‘obras’:

“Chocam ovos de basilisco, e tecem teias de aranha; o que comer dos ovos deles, morrerá; e, quebrando-os, sairá uma víbora. As suas teias não prestam para vestes nem se poderão cobrir com as suas obras; as suas obras são obras de iniquidade, e obra de violência há nas suas mãos” ( Is 59:5 -6).

O profeta Isaías há muito apontou a condição de pecado do povo de Israel comparando-os a víboras; o alimento que produzem traz morte (ovos) e as suas obras não podiam cobrir a nudez (justificar o homem perante Deus), pois eram verdadeiros trapos de imundície.

O profeta João Batista alardeou: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” ( Mt 3:7 ); Jesus complementou: “Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?” ( Mt 23:33 ).

É certo que as mãos de Deus estão estendidas para salvar o homem Is 59. 1, mas os fariseus e escribas queriam se cobrir com as suas obras (obras de iniquidade), e rejeitaram a justiça de Deus, que é Cristo “Eu publicarei a tua justiça, e as tuas obras, que não te aproveitarão” ( Is 57:12 ).

Mas Jesus dá a receita para que os fariseus e os escribas produzissem frutos dignos de arrependimento: “Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo” ( Mt 23:26 ).

Só através do lavar regenerador da palavra de Deus, o evangelho de Cristo, que é poder de Deus para todo aquele que crê, é que se tornou possível limpar o interior do homem!

Não é a religião, não é a filosofia, não é a ciência, não é o conhecimento, não é a moral, não é o caráter que limpa o interior do homem. Só o sangue de Jesus é que purifica o homem de todo o pecado!

Após o lavar regenerador da palavra o homem é de todo limpo. É limpo no interior e no exterior. “Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo, mas não todos” ( Jo 13:10 ).

Ou seja, quando o homem é limpo no seu interior através da lavagem regeneradora da palavra de Deus, tudo se torna limpo. Ele deixa de praticar ‘más’ obras e passa a produzir ‘boas’ obras em Deus.

“Ora vós Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro; Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” ( 1Pe 1:22 -23).

João Batista ao escutar que os seus batizados permaneciam atrelados à concepção errônea de que eram salvos por serem descendentes de Abraão, protesta-lhe dizendo: “E não penseis que basta dizer: Temos por pai a Abraão”.

O Povo de Israel evocavam a paternidade divina por meio da descendência de Abraão. No conceito dos fariseus e saduceus, ser filho de Abraão era o mesmo que ser filho de Deus ( Jo 8:33 e 41).

João Batista demonstra que os filhos de Deus são gerados em poder, e não por meio da descendência humana: “Eu vos digo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão”, ou seja, por intermédio de seu poder, Deus detém as condições (poder) de fazer surgir filhos para si.

O apóstolo João demonstrou que os filhos de Deus são criados em poder: “Mas a todos os que o receberam, àqueles que creem em seu nome, deu-lhes PODER de serem FEITOS filhos de Deus”. Os verdadeiros filhos de Abraão são aqueles que tiveram a mesma fé que o crente Abraão, e não o mesmo sangue.

Deste modo podemos fazer uma releitura do ministério de João Batista e sobre o arrependimento.

Muitos que vinham ao batismo de João estavam conscientes de que eram pecadores, e eram por ele batizados.

Mas, quando ele viu os escribas e os fariseus vindo ao batismo e que não haviam mudado as suas concepções acerca de suas condições e da necessidade de salvação, João Batista faz um protesto, desmascarando a intenção e a condição dos fariseus e escribas.

A doutrina deles continha do veneno da serpente do Éden, e, por isso, eram raça de víboras. Eles seguiam uma doutrina enfatuada, produto de uma mente carnal.

Eles deviam deixar o conceito de que eram salvos por serem descendentes de Abraão. Deveriam deixar de confiar na carne e na lei. Deveriam esvaziar-se da ideia de que a circuncisão os tornava melhores e aceitáveis a Deus.

Precisavam reconhecer que eram pecadores da mesma maneira que todos os outros homens são. Deveriam aceitar aquele que viria após João Batista.

Se os ouvintes de João Batista não sentissem as suas misérias, e continuassem em seus caminhos, eles haveriam de ser cortados por não produzirem bons frutos.

Aquele era o momento dos ouvintes de João Batista mudar as suas concepções e passarem a produzir os frutos do arrependimento.

Quando Jesus ouviu que João estava preso, ele deixou a cidade de Nazaré e foi morar em Cafarnaum, e passou a pregar: “Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus” ( Mt 4:17 ).

Porque Jesus continua a apregoar que é necessário o arrependimento? Por que os gentios também precisavam ter o caminho aplainado.

Quando Jesus passou a anunciar o evangelho aos gentios, ele estava cumprindo o que foi predito por Isaías: Cristo, a luz de Deus enviada ao mundo, tem o fito de dar vida àqueles que estão mortos.

Uma evidência clara de que o homem esta na luz, e quando este passa a professar segundo as Escrituras “à lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva (é porque não há luz neles)” ( Is 8:20 ).

Cristo é o reino dos céus entre os homens “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus” ( Mt 12:28 ). Somente após o arrependimento o homem consegue entender que Cristo é a única maneira do homem se achegar a Deus. A concepção antiga de salvação é descartada e o homem aceita a Cristo como seu único e suficiente salvador.

Enquanto os judeus consideravam que eram filhos de Deus por serem descendentes de Abraão, os gentios andavam na vaidade de seus pensamentos, entenebrecidos no entendimento e separados da vida que há em Deus por ignorância ( Ef 4:17 -18).

Tanto os judeus quanto os gentios foram condenados em Adão e destituídos da glória de Deus. Enquanto os judeus se apegavam à descendência e a circuncisão, os gentios se apegavam a sua consciência e a uma lei interna na tentativa de achegarem a Deus.

Todos (judeus e gentios) precisam deixar de lado os seus conceitos e concepções, e aceitarem a doutrina de Cristo ( Mc 1:15 ).

Àqueles que se arrependem, precisam crer no evangelho. Observamos que o arrependimento não diz de um posicionamento doutrinário como a justificação.

O apóstolo Paulo ao falar do arrependimento disse: “Mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judeia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento” ( At 26:20 ). Ele a mensagem do evangelho aos gentios demonstrando que era necessário abandonarem os seus conceitos, convertendo-se a Deus. Perceba que o comportamento dos gentios era aquém dos judeus. Em decorrência desta peculiaridade, Paulo insta a que pratique obras, ou que tenham um comportamento digno, visto que passaram a professar que se arrependeram de seus conceitos.

Em Atos, Paulo utiliza a palavra arrependimento em lugar da palavra mensagem. Pedro faz uso da palavra arrependimento no intuito de demonstrar o que haveriam de alcançar: remissão dos pecados ( At 2:38 ).

Cristo comissionou os seus discípulos a que apregoassem mudança de concepção para que os homens pudessem receber remissão dos pecados ( Lc 24:47 ).

Mas, em momento algum o arrependimento faz referência ao comportamento, a moral, e a ética. Em momento algum o arrependimento vem atrelado a religiosidade, a legalidade, o formalismo, o sacrifício, a oração, rezas, etc. Por quê? Porque são estes conceitos que o arrependimento visa combater.

Àqueles que acreditam que sábados, dias, comidas, comunidades, igrejas, meditações, etc, podem aproximá-lo de Deus, estes precisam abandonar os seus conceitos (arrependimento).

Estes conceitos muitas das vezes perseguem aqueles que já se achegaram a Deus, e sobre estas considerações o escritor aos Hebreus se expressa da seguinte forma:

“Cheguemos-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” ( Hb 10:22 ).

O escritor aos hebreus concita os leitores a se achegarem a Deus, ou seja, não deveriam temer estar na presença de Deus, visto que já possuíam um coração verdadeiro. Somente pode se achegar a Deus aqueles que estão de posse de um verdadeiro coração adquirido na regeneração ( Sl 51:10 ). O verdadeiro coração é adquirido quando do encontro com Cristo e decorre da nova natureza.

Devemos crer na promessa que Deus fez àqueles que se tornaram filhos. A certeza de fé faz o crente comparecer perante o trono da graça de posse de um coração purificado.

A ideia que antes tínhamos no pecado, a de não poder adentrar o Santo dos Santos, já não existe diante da certeza de fé. Temos esta ousadia porque o sangue de Jesus já nos purificou de todo pecado.

Não podemos permitir que a má consciência nos afaste do Deus vivo. Devemos estar na presença de Deus de posse de um coração livre da má consciência, certos que já fomos limpos pela palavra de Deus.

As concepções oriundas do pecado devem ser desconsideradas, visto que aqueles que creem são de novo nascidos, e as coisas velhas já passaram.

Na antiga aliança, as pessoas jamais seriam purificadas dos seus pecados, visto que é impossível o sangue de touros removerem pecados. Se o escritor aos hebreus alerta os judaizantes da impossibilidade da lei é porque a graça em Cristo supre o que a lei não podia suprir.

Hoje, em Cristo, os ministrantes são purificados uma só vez e não possuem mais consciência de pecado. O cristão pode dizer como o apóstolo Paulo: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” ( 1Tm 1:15 ). Dentre os pecadores salvos Paulo é o principal, ou seja, ele era pecador, hoje, assumiu a condição de salvo.

“Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado” ( Hb 10:2 ).

Quando o escritor aos hebreus afirma que Cristo, ao oferecer um único sacrifício pelos pecados, acabou por se assentar a destra de Deus, isto quer dizer que o sacrifício de Cristo removeu todo o pecado, o que era impossível à lei ( Hb 10:11 -12).

Desta maneira, o cristão não é mais pecador (servo do pecado) e deve estar livre também da má consciência que antes o acusava de pecado.

Sabemos que Deus jamais se lembrará dos nossos pecados, e como somos redimidos, resta que não somos mais pecadores. Se, mesmo após cremos em Cristo, ainda permanecêssemos sendo pecadores, Cristo haveria de ser ministro do pecado e não mais haveria como oferecer sacrifícios pelos pecados ( Gl 2:17 ; Hb 10:12 ; 1Jo 3:5 -6).

Diante desta verdade, o escritor aos hebreus solicita aos irmãos que orassem por ele, visto que ele próprio confiava ter uma boa consciência, e que em tudo queria porta-se de modo honesto.

Não é o portar-se honestamente que conduz o homem a Deus, antes ele se achega a Deus por intermédio de Cristo, e procura portar-se de modo a que não cause escândalo a ninguém.

“Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente” ( Hb 13:18 ).

O arrependimento apregoado por João Batista e por Cristo não é com base no comportamento das pessoas. João não estava repreendendo os fariseus por aquilo que fizeram ou deixaram de fazer, antes a repreensão tem por base a proximidade do reino dos céus, que é Cristo entre os homens.

Jesus prosseguiu anunciado que se arrependessem, mas em momento algum o arrependimento tem relação com a conduta dos homens. A mensagem de Jesus é demonstrada de maneira completa através do evangelista Marcos:

“O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho” ( Mc 1:15 ).

Os ouvintes deveriam arrepender-se, visto que Cristo estava em meio aos homens. Deveriam deixar os seus conceitos de lado e crer no evangelho. Não basta dizer temos Abraão por pai, antes deveriam crer em Cristo para receberem o poder de serem feitos filhos legítimos Mt 12:28.

“Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus” ( Mt 12:28 ).

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

One thought on “A doutrina do arrependimento

  • Deus seja louvado pela sua vida, esse estudo muito me edificou veio como um raio de luz sobre o meu coração e a minha mente. Deus abençoe e capacite cada dia mais com Sabedoria dos autos céu. Graça e Paz

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