Pecado

O homem após a queda

O homem após a queda morreu para Deus e passou a viver para o pecado, e segue o curso do mundo (existência separada da vida que há em Deus).


O homem após a queda

Com a ofensa e a condenação, Adão passou à condição de morto para Deus, e todos os seus descendentes, ao entrarem no mundo, também estão em igual condição: mortos para Deus. Todos os homens ao entrarem no mundo nascem de uma semente corruptível, a semente de Adão. Assim, estão mortos para Deus e vivos para o mundo. O homem nascido da semente de Adão não tem vínculo com Deus: está morto em delitos e pecados. Está em inimizade e não tem paz com Deus.

A penalidade descrita na ordenança divina para a desobediência de Adão foi clara:

“…pois no dia em que dela comeres, certamente morrerás” ( Gn 2:17 ).

Adão desobedeceu, foi condenado e apenado com a morte.

“E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação” ( Rm 5:18 ).

Alguns estudiosos não vêem desta maneira, pois questionam se realmente uma pena foi imposta por Deus ao primeiro homem, visto que Adão não ‘morreu’ de imediato. Por não compreenderem a penalidade descrita por ‘certamente morrerás’, pensam que a penalidade refere-se ao termino das funções vitais do corpo físico de Adão.

Mas, este não é o conceito de morte que Deus estabeleceu quando disse: “…certamente morrerás” ( Gn 2:17 ). A morte física foi estabelecida quando Deus diz: “…és pó, e ao pó tornarás” ( Gn 3:18 ), e difere da penalidade imposta pela desobediência de Adão.

Certa feita Jesus disse que todos os que desceram ao pó da terra, vivem para Deus ( Lc 20:38 ). Se os que descem ao pó da terra continuam existindo para Deus, isto demonstra que a pena de morte imposta a Adão atingiu a natureza de Adão.

Todos os que descem a tumba fria para Deus vivem (continuam a existir), mas os que permanecem vivos sob a condenação de Adão, para Deus estão mortos: alienados, separados.

Sobre este aspecto o Novo Testamento é bem esclarecedor: se o homem não houvesse morrido em Adão, jamais o apóstolo Paulo diria que estávamos mortos ( Ef 2:5 ). Por diversas vezes o apóstolo Paulo, ao se referir às pessoas que ainda não tiveram um encontro com Cristo, aponta a condição delas como ‘mortas’.

Após a queda de Adão os homens passaram a ser designados como sendo filhos da ira, filhos da desobediência, filhos da carne, filhos da vontade do varão, filhos nascidos do sangue ( Ef 2:2 e 3; Jo 1:13 ). O homem passou estar debaixo da ira divina. Por ser filho nascido da vontade da carne, passaram a ser carnais. Filhos de Adão.

Com a condenação de Adão todos os homens passaram a condição de mortos para Deus. Toda a humanidade passou a nascer da semente corruptível, a semente corrompida de Adão. Estes estão mortos para Deus, e vivos para o mundo. O homem nascido da semente de Adão não tem vínculo com Deus: está morto em delitos e pecados. Está em inimizade, não tem paz com Deus.

O homem após ter morrido para Deus passou a viver para o pecado e segue o curso do mundo (existência separada da vida que há em Deus), que é segundo Satanás. Por natureza o homem está fadado a receber a ira de Deus.

Após a separação da vida que há em Deus, a humanidade passou a viver segundo a futilidade de seus pensamentos; com o entendimento obscurecido; e, continuam separados de Deus por causa da ignorância ( Ef 4:18 ). Os incrédulos seguem entenebrecidos no entendimento e não se deixam iluminar pela luz que é Cristo ( 2Co 4:4 ; 1Jo 1:5 ).

Estes permanecem debaixo da condenação estabelecida em Adão.

Mas, alguém poderia questionar a justiça de Deus por estar a humanidade perdida em conseqüência da queda de Adão. Sobre este aspecto da queda da humanidade em Adão Paulo deixou registrado o seguinte:

“Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Dirá a coisa formada ao que a formou: Porque me fizeste assim?” ( Rm 9:20 )

Quem é o barro para contestar o Oleiro? Deus tem todo poder sobre o barro (os homens), para de uma mesma massa fazer vasos para honra e vasos para desonra ( Rm 9:21 ). O apóstolo Paulo deixa bem claro que os vasos para desonra são criados em Adão, visto que em Adão surgem ‘os vasos da ira preparados para a perdição’ ( Rm 9:22 ), porém, da mesma massa que se formou os vasos para desonra, Deus faz vasos para honra, que são criados em Cristo, o último Adão.

Todos quantos aceitam o sacrifício de Cristo na cruz do calvário, estes são de novo criados e feitos vasos para honra “… os quais somos nós…” ( Rm 9:24 ).

Antes, quando estávamos mortos em delitos e pecados, éramos vasos para desonra, preparados para a ira e perdição ( Ef 2:1 -3). Hoje, após nascermos da semente incorruptível, que é a palavra de Deus, nós que cremos em Cristo somos vasos para honra ( 1Pe 1:23 ).

Todos que nasceram somente da vontade da carne, da vontade do homem e do sangue, estão mortos perante Deus. Precisam nascer da água e do Espírito, ou seja, de Deus e da sua palavra, que é viva e eficaz ( Jo 1:12 -13).

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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