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O mesmo problema quanto ao uso do termo ‘ággelos’ ocorre na segunda carta do apóstolo Pedro:

“E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo;” (2 Pedro 2.1-4);

“Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois os que não creram; E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;” (Judas 1.4-6).

Observe a semelhança de abordagem do apóstolo Pedro e Judas:

  1. Ambos demonstram que falsos doutores ou homens ímpios se introduziram na comunidade cristã:
  2. Houve falso profeta em meio ao povo de Israel, e dos que saíram do Egito foram destruídos os que não creram;
  3. Ambos demonstram que os falsos profetas ou homens ímpios negam a Cristo;
  4. Deus não perdoou os mensageiros que pecaram, da mesma forma que os mensageiros que não guardaram o seu principado estão reservados para a destruição.

Após exortar os cristãos a considerarem as palavras dos profetas, pois as profecias não foram produzidas pela vontade dos homens, o apóstolo Pedro destaca que os profetas falavam movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1.19-21). Em seguida, o apóstolo Pedro destaca a problemática dos falsos doutores, lembrando aos cristãos que em meio ao povo de Israel também houve falsos profetas (2 Pedro 2.1).

Observe que o contexto não faz referência a seres celestiais, antes está focado em apresentar aos cristãos o povo de Israel como exemplo de desobediência e punição, posto que, para os falsos mestres o juízo já estava estabelecido (lavrado) (2 Pedro 2.3). Como a palavra das Escrituras é firme (2 Pedro 1.19), o apóstolo Pedro apresenta quatro exemplos, destacados pela partícula ‘se’:

  1. O juízo dos mensageiros que pecaram (2 Pedro 2.4);
  2. O juízo do mundo pré-diluviano (2 Pedro 2.5);
  3. O juízo de Sodoma e Gomorra (2 Pedro 2.6);
  4. O livramento do justo Ló (2 Pedro 2.7).

Após os quatros exemplos, segue uma conclusão: Deus livra os piedosos, mas reserva os injustos para o dia do juízo para serem castigados (2 Pedro 2.8; Jeremias 23.29-20).

Se há alguma dúvida com relação a abordagens de Judas e o apóstolo Pedro serem a mesma, estes versos são conclusivos:

“Mas principalmente aqueles que segundo a carne andam em concupiscências de imundícia, e desprezam as autoridades; atrevidos, obstinados, não receando blasfemar das dignidades;” (2 Pedro 2.10);

“E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades.” (Judas 1.8).

Em seguida, Judas e o apóstolo Pedro faz alusão a seres angelicais:

“Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.” (2 Pedro 2.11);

“Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.” (Judas 1.9).

A abordagem de ambos, Judas e o apóstolo Pedro, deriva de uma passagem do profeta Zacarias, no entanto, Judas cita uma passagem que não consta do Canon conhecido. Supõe-se que Judas citou passagem do livro “A Assunção de Moisés”, um livro apócrifo que continha a narrativa sobre a disputa entre Miguel e o diabo pelo corpo de Moisés, mencionado por Orígenes (c. 185-254), um estudioso e teólogo cristão primitivo. O livro judeu grego “A Assunção de Moisés” perdeu-se, e Orígenes supôs que esta era a fonte da narrativa em Judas.

“E ELE mostrou-me o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do SENHOR, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. Mas o SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreenda, ó Satanás, sim, o SENHOR, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo?” (Zacarias 3.1-2).

Ora, os seres angelicais não fazem juízo difamador, mesmo com relação aos anjos caídos, como se verifica na passagem de Zacarias, mas os homens que Judas e o apóstolo Pedro estavam abordando em suas epístolas, blasfemavam do que não compreendiam (2 Pedro 2.12; Judas 1.10). Os falsos mestres são como os animais irracionais, que nascem para serem capturados e destruídos, ao que eles receberão pela injustiça a recompensa da injustiça (2 Pedro 2.12-13), e para eles está reservada a escuridão das trevas, pois são estrelas errantes.

“Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas” (Judas 1.13);

“Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva” (2 Pedro 2.17).

Ambos, o apóstolo Pedro e Judas se socorreram do profeta Isaías:

“Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar, e as suas águas lançam de si lama e lodo.” (Isaías 57.20).

O apóstolo Pedro contrapõe os falsos mestres em meio aos cristãos com os falsos profetas que haviam em meio ao povo de Israel (2 Pedro 2.1). Em seguida, após ser dito que o juízo dos falsos mestres já está estabelecido – ‘o juízo de a muito não tarda e a destruição não dorme’ (2 Pedro 2.3) -, dos mensageiros (ággelos) é dito que não foram poupados por Deus, ou seja, a ira de Deus já sobreveio sobre eles.

“Portanto o seu caminho lhes será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados, e cairão nele; porque trarei sobre eles mal, no ano da sua visitação, diz o SENHOR (…) Eis que saiu com indignação a tempestade do SENHOR; e uma tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios.” (Jeremias 23.12 e 19).

Com relação aos seres celestiais que se rebelaram contra Deus é certo que não foram poupados, antes foram precipitados dos céus, e a eles está reservado o lago de fogo e enxofre.

“E disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu” (Lucas 10.18);

“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25.41).

É certo que o ‘lago de fogo e enxofre’ foi criado para todos os anjos que caíram, porém, Satanás e os demônios só serão lançados no lugar destinado a eles no fim dos tempos (Apocalipse 20.10), local que ainda será ‘inaugurado’ pela besta e o falso profeta (Apocalipse 19.20). Deste modo, certo é que no tempo presente não há nenhum ser celestial decaído (Satanás, demônios, diabos, etc.) que esteja preso no inferno.

A única notícia acerca de quando Satanás será preso, aponta para o início do reinado de Cristo antes do milênio.

“Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos” (Apocalipse 20.2).

A queda dos seres celestiais sujeitou a todos debaixo do pecado, e para eles não há resgate. Eles estão sob condenação, visto que não há como se livrarem do juízo estabelecido. Além da eterna condenação que Satanás trouxe sobre si e os seus seguidores, não logrou êxito na sua própria exaltação quando desejou estar acima dos outros anjos (Isaías 14.13). A queda de Lúcifer foi ilustrada como sendo conduzido à cova, o mais profundo do abismo: separação eterna de Deus (Isaías 14.15).

Embora o apóstolo Pedro tenha utilizado o termo ταρταρώσας[2] (tartaroó) para falar da punição dos mensageiros, não podemos pensar o termo do ponto de vista da mitologia grega, como se tratasse de uma região subterrânea, sombria e escura, habitação dos mortos, o local em que eram lançados os titãs e os gigantes que se rebelaram contra Zeus, e os malfeitores sofrem punição pelas suas más obras.

Se o apóstolo Pedro realmente fez referência aos seres celestiais que se rebelaram, pode-se considerar um exemplo de punição a queda dos anjos, visto que estão destinados à perdição eterna. Mas, considerando que o apóstolo Pedro não fez as suas exposições firmado em fábulas artificialmente compostas (2 Pedro 1.16), segue-se que as exposições não se firmam em questões mitológicas ou derivadas das tradições dos judeus.

“Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade” (Tito 1.14).

Neste sentido, para compreender esta passagem, não se deve lançar mão dos escritos apócrifos como os livros de Enoque, Baruque, Eclesiástico, Sabedoria, etc. As crendices judaicas, principalmente as crendices referentes aos anjos e os nomes a eles atribuídos fora do Canon, não deve ser levado em conta, pois não é essa a recomendação dos apóstolos Pedro e Paulo (2 Pedro 1.16; 1 Timóteo 1.4).

Percebe-se do evento miraculoso no qual o apóstolo Pedro é solto da prisão por um anjo, que os cristãos primitivos entenderam que quem batia à porta do recinto era o anjo de Pedro “E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo” (Atos 12.15). Alguns dos discípulos, por sua vez, acreditavam em fantasmas, como se lê: “Mas, quando eles o viram andar sobre o mar, cuidaram que era um fantasma, e deram grandes gritos” (Marcos 6.49).

Também vale destacar que, dependendo de quem é a fala nas Escrituras, a palavra deve ser considerada com reserva. Por exemplo, segue este verso: “Eis que ele não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui loucura” (Jó 4.18). Este verso reflete o pensamento de Elifaz, derivado de uma voz abafada, de um espírito que ele não conseguiu distinguir a forma, e que fez lhe arrepiar os cabelos.

O contexto deixa claro que ‘servos’ e ‘anjos’ referem-se aos seres celestiais, visto que no verso seguinte Elifaz contrapõe os que têm casas de lodo com aqueles, demonstrando que os homens são formados do pó da terra e aqueles não (Jó 4.19).

Se o leitor considerar que o verso 4, da segunda epístola de Pedro, no capítulo 2 trata dos seres celestiais, deve restringir-se a considerar a severidade de Deus, visto que é sabido que Ele castigou os anjos que se rebelaram, não os poupando da perdição. Que se dirá dos falsos mestres que se introduziram entre os cristãos?

Mas, se considerarmos que os sacerdotes e os profetas em meio ao povo de Israel eram tidos por mensageiros[3] de Deus, e por terem prevaricado quanto as suas atribuições, não foram poupados, antes foram presos, entregues às cadeias de escuridão, sendo reservados para o juízo, certo é que os falsos mestres serão especialmente castigados (2 Pedro 2.10).

“Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do SENHOR dos Exércitos (Malaquias 2.7);

“Então Ageu, o mensageiro do SENHOR, falou ao povo conforme a mensagem do SENHOR, dizendo: Eu sou convosco, diz o SENHOR” (Ageu 1.13);

“Teu primeiro pai pecou, e os teus intérpretes prevaricaram contra mim” (Isaías 43.27);

“E sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror a toda a carne” (Isaías 66.24);

Vale destacar que, na lei, estava estabelecido qual o tratamento dispensado aos falsos mensageiros:

“Mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele, para o matar; e depois a mão de todo o povo. E o apedrejarás, até que morra, pois te procurou apartar do SENHOR teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Deuteronômio 13.9-10);

“Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá” (Deuteronômio 18.20), ao que assevera o escritor aos Hebreus:

“Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas” (Hebreus 10.28).

Considerando que os cristãos são tidos por embaixadores de Deus, os mensageiros de paz (Isaías 33.7), e que os falsos apóstolos se transfiguravam em apóstolos de Cristo, o fim deles está previsto conforme as suas obras.

“Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2 Coríntios 11.13-15);

“E o forte se tornará em estopa, e a sua obra em faísca; e ambos arderão juntamente, e não haverá quem os apague” (Isaías 1.31).

Assim como o juízo dos falsos mestres que se infiltraram entre os cristãos não tarda, e a destruição deles não dorme, os falsos mensageiros infiltrados em meio ao povo de Israel não foram poupados, antes foram entregues à morte, sendo guardados para o juízo de obras no Grande Trono Branco.

“E será que naquele dia o SENHOR castigará os exércitos do alto nas alturas, e os reis da terra sobre a terra. E serão ajuntados como presos numa masmorra, e serão encerrados num cárcere; e outra vez serão castigados depois de muitos dias” (Isaías 24.21-22).

Também não poderíamos deixar de observar que o termo ‘ággelos’ utilizado no Novo Testamento refere-se a homens e anjos, entretanto, é de se estranhar que somente em duas passagens de difícil interpretação: Judas 6 e 2 Pedro 2:4, o termo seria utilizado para anjos caídos. Em todas as outras passagens, exceto essas duas, claramente o termo ‘ággelos’ se refere aos seres celestiais, ou mensageiros homens, e em nenhuma outra é utilizada para fazer referência ao inimigo das almas dos homens.

Daí vale questionar o porquê o apóstolo Pedro não utilizou o termo ‘diabo’, ‘satanás’, ‘inimigo’, ‘adversário’, em vez de ‘ággelos’ em segunda Pedro 2, verso 4, visto que os termos ‘diabo’ e ‘adversário’ foram utilizados na primeira carta “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5.8).

Observe que os quatro exemplos apresentados pelo apóstolo Pedro servem para a seguinte constatação: Deus livra os piedosos da provação e impõe castigo aos ímpios, posto que eles estão reservados para o dia do juízo.

Comparando o verso 4, de segunda Pedro 2 com outros versos, percebe-se certa semelhança na abordagem:

“Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo (2 Pedro 2.4);

“Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1.8-9);

“O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor;” (Colossenses 1.13);

“Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.” (João 12.46);

Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;” (Efésios 4.18);

“Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas.” (Isaías 42.7);

Tirou-os das trevas e sombra da morte; e quebrou as suas prisões.” (Salmos 107.14);

“O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” (Isaías 9.2).

A certeza do juízo deve soar como alerta para os incautos e impenitentes, para os que não se submetem ao Senhorio de Cristo e querem transtornar o evangelho.

É interessante o irmão Judas fazer alusão às cidades de Sodoma e Gomorra, pois os filhos de Israel são comparados a essas duas cidades pelos profetas.

“Porque a sua vinha é a vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas venenosas, cachos amargos têm.” (Deuteronômio 32.32);

“Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse deixado algum remanescente, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra. Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.” (Isaias 1.9-10);

“Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os seus moradores como Gomorra.” (Jeremias 23.14);

“Subverti a alguns dentre vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um tição arrebatado do incêndio; contudo não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.” (Amós 4.11);

“Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.” (Mateus 10.15).

As cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas ao seu tempo por causa das suas prostituições, de modo que, ao comparar os mensageiros com as cidades de Sodoma e Gomorra, Judas está denunciando as prostituições dos homens que se introduziram na comunidade cristã.

“Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. E, contudo, também estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as dignidades.” (Judas 1.7-8).

Ao considerarem as cidades de Sodoma e Gomorra, os cristãos veriam que os mensageiros foram punidos por serem promíscuos como os habitantes das cidades destruídas com fogo e enxofre, o que nos remete as considerações do apóstolo Paulo aos corintos:

“Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais” (1 Coríntios 5.11).

Nos 4 versos que se seguem, temos dois pronomes demonstrativos, que são: τροπον (a estes) e ουτοι (estes). As cidades de Sodoma e Gomorra são semelhantes τροπον (a estes) (v. 7), ‘a estes’ refere-se: a) aos homens ímpios; b) aos que não creram e foram destruídos, ou; c) aos mensageiros que estão prisioneiros? ‘Ουτοι’ (estes) que, sonhando, contaminam a carne (v. 8), refere-se: a) aos homens ímpios; b) aos que não creram e foram destruídos, ou; c) aos mensageiros que estão prisioneiros?

5 υπομνησαι δε υμας βουλομαι ειδοτας υμας απαξ τουτο οτι ο κυριος λαον εκ γης αιγυπτου σωσας το δευτερον τους μη πιστευσαντας απωλεσεν 6 αγγελους τε τους μη τηρησαντας την εαυτων αρχην αλλα απολιποντας το ιδιον οικητηριον εις κρισιν μεγαλης ημερας δεσμοις αιδιοις υπο ζοφον τετηρηκεν 7 ως σοδομα και γομορρα και αι περι αυτας πολεις τον ομοιον τουτοις τροπον εκπορνευσασαι και απελθουσαι οπισω σαρκος ετερας προκεινται δειγμα πυρος αιωνιου δικην υπεχουσαι 8 ομοιως μεντοι και ουτοι ενυπνιαζομενοι σαρκα μεν μιαινουσιν κυριοτητα δε αθετουσιν δοξας δε βλασφημουσιν” Judas 1.5-8, Scrivener’s Textus Receptus(1894).

O pronome demonstrativo ‘estes’, no plural, refere-se aos ‘homens ímpios’ do verso 4, alternativa ‘a’, assim como os pronomes demonstrativos ‘estes’ nos versos 10,12, 16 e 19. Já com relação ao pronome demonstrativo ‘a estes’, dativo, no plural, refere-se aos mensageiros do verso 6, alternativa c, de modo que, Sodoma e Gomorra e as cidades vizinhas foram imorais e foram postas como exemplo sofrendo o fogo eterno como punição, semelhantemente, de igual maneira, os mensageiros (a estes) que não guardaram o seu principado, mas deixando a própria morada, em prisão eterna sob escuridão, tem sido preservado para o juízo do grande dia.

Estas três pequenas citações de eventos do A. T. deve ser analisados e tidos como lembrete, para que os que seguem a Cristo não venha a ser enganados por homens que se intrometem em meio aos cristãos e introduzem dissimuladamente heresias com o objetivo de transtornar a doutrina do evangelho.

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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