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Estrelas errantes

“Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas. E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse” (Judas 1.13-16).

Judas compara os homens que se introduziram entre os cristãos com as impetuosas ondas do mar, que espumam (multiplicam) as suas próprias vergonha (ignominia). O apóstolo Paulo alerta os cristãos para não se deixar levar.

“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Efésios 4.14).

Eles são comparados as estrelas errantes, ou seja, embora percorram um caminho, está reservado para eles a escuridão das trevas para sempre (Judas 1.6).

Os homens sem Cristo percorrem caminhos que aos seus olhos parecem conduzir a Deus, porém, ainda permanecem no caminho largo que conduz à perdição. Por não entrar por Cristo, a porta estreita, seguem caminhos variados, mas, por descenderem de Adão, o caminho largo, todos os caminhos que seguem são contemplados pela perdição eterna decorrente da natureza pecaminosa herdada em Adão.

Judas lembra que, acerca dos homens ímpios, profetizou Enoque, o sétimo após Adão:

“E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: ‘Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele’.” (Judas 1.14-15).

No Canon sagrado não encontramos qualquer referência a Enoque como profeta ou que tenha dito algo. Acerca de Enoque temos somente esta passagem:

“E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou” (Gênesis 5.18-24).

Não é alvo deste estudo tentar descobrir a origem desta citação de Judas, porém, podemos analisá-la através de outros textos bíblicos verificando a sua veracidade e validade. A citação feita por Judas está no livro 1 Enoque 1, verso 9. Esse livro apócrifo é conhecido como Enoque Etíope, porque a cópia localizada estava preservada somente nessa língua.

Apesar de citar um verso do Livro de Enoque, tal citação não depõe em desfavor da epístola de Judas, e tão pouco inferir que o Espírito de Deus não tenha inspirado o teor da carta de Judas.

Sobre Enoque, o escritor aos Hebreus nos disse:

“Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus” (Hebreus 11.5).

O escritor da carta aos Hebreus, com base no Livro do Gênesis, afirma que Enoque alcançou testemunho de que agradara a Deus, e que pela fé foi trasladado. O testemunho das Escrituras de que Enoque andou com Deus é um testemunho fidedigno (Gênesis 5. 22 e 24).

Primeiro a Escritura diz que Enoque andou com Deus “Andou Enoque com Deus…” (Gênesis 5.22), e só é possível andar com Deus quando se é obediente a Ele. Depois, a Escritura afirma que Enoque andou com Deus, e que foi tomado para Deus: “…e já não era, porque Deus para si o tomou” (Gênesis 5.24).

A narrativa do Gênesis demonstra que Enoque era justo, pois andava segundo a palavra de Deus, e que Enoque agradou a Deus pelo testemunho de que andava com Deus. Se Enoque andou com Deus e pela fé foi trasladado, isto significa que a promessa do Messias, proveniente da semente da mulher, era a temática da vida do Enoque.

Através da revelação do Novo Testamento, sabemos que o homem se tornou desagradável a Deus por causa da queda de Adão, ou seja, todos os homens gerados de Adão são filhos da desobediência e da ira, no entanto, aqueles que creem em Cristo são de novo gerados segundo a sua palavra, tornando-se agradáveis.

A profecia de Enoque é uma constatação: ‘Eis que veio o Senhor’. A Bíblia contém vários livros que apontam a vinda do Senhor.

“Disse pois: O SENHOR veio de Sinai, e lhes subiu de Seir; resplandeceu desde o monte Parã, e veio com dez milhares de santos; à sua direita havia para eles o fogo da lei.” (Deuteronômio 33.2);

“Então virá o Senhor meu Deus e todos os santos com Ele” (Zacarias 14.5 b).

A profecia de Enoque aponta o motivo da vinda do Senhor:

“… para fazer juízo contra todos, e para fazer convictos todos os ímpios…” (Judas 1.15).

Do mesmo modo disse o Senhor ao povo de Israel:

“Se eu afiar a minha espada reluzente, e se a minha mão travar o juízo, retribuirei a vingança sobre os meus adversários, e recompensarei aos que me odeiam” (Deuteronômio 32.41).

O apóstolo Paulo enfatiza:

“Deus recompensará a cada um segundo as suas obras” (Romanos 2.6; Jeremias 17.10).

Ora, sabemos que toda a humanidade foi julgada e condenada em Adão, mas os ímpios pecadores não sabem desta verdade. Porém, no dia da ira de Deus, ele tornará manifesto o seu juízo. Dará vida eterna aos que procuraram honra e glória e perseveraram fazendo o bem, mas, trará indignação e ira aos desobedientes à verdade, e que obraram o mal (Romanos 2.7-10).

Ao retribuir a cada um segundo as suas obras, Deus fará juízo (Apocalipse 20.12), e os homens conhecerão (convictos) que estavam condenados segundo a condenação de Adão (Romanos 5.18). Na essência, essa profecia atribuída a Enoque não destoa do restante das Escrituras.

 

As aspirações segundo a carne

“Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito. Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,” (Judas 1.17-20).

Judas reforça o seu posicionamento de servo de Cristo (Judas 1.1), quando aponta a necessidade de os cristãos terem na lembrança as predições dos apóstolos do Senhor Jesus. Em momento algum Judas procura igualar as suas palavras com as palavras dos apóstolos, antes recomenda que os cristãos não se esqueçam delas.

Através deste posicionamento, Judas demonstra que as palavras anunciadas pelos apóstolos de Jesus equivalem ao anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Apesar de ter apresentado vários personagens do Antigo Testamento para dar peso aos seus argumentos, Judas demonstra que as palavras dos apóstolos não destoam dos profetas.

Mesmo sendo irmão de Jesus na carne, e irmão de Tiago, Judas não se arroga no direito de se auto intitular apóstolo, ou utilizar de autoridade sobre os irmãos. Na verdade, Judas desempenha o verdadeiro papel da autoridade: cuidado para com o rebanho de Deus.

Em nossos dias, inúmeros líderes ‘cristãos’ se auto intitulam apóstolos, e não consideram o exemplo de Judas, ou dos apóstolos. Se considerassem o exemplo de Judas e do apóstolo Paulo, jamais utilizariam este título.

“Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus” (1 Coríntios 15.9).

Ao fazer referência as palavras dos apóstolos, Judas não cita as palavras ‘ipsis litteris’, e nem atribui a algum apóstolo específico o que foi predito. Isto demonstra que as palavras preditas pelos apóstolos eram de senso comum, e que Judas não considerava um apóstolo em detrimento dos outros. Mas, verifica-se na segunda epístola de Pedro essa mesma recomendação:

“Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador.” (2 Pedro 3.2)

O alerta é específico:

“No último tempo haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias concupiscências” (Judas 1.18).

Tal alerta foi feito por Pedro:

“Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências” (2 Pedro 3.3).

Esses homens ímpios são os que provocam divisões, que pode ser no seio da comunidade, diferenciando judeus de gentios, ou escândalos na sociedade, visando afetar o evangelho.

“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.” (Romanos 16.17).

Elas agem assim porque as suas aspirações são orientadas segundo a carne, ou seja, não tem em si o espírito. Somente aqueles que creem que Jesus é o Cristo e professam que Deus o ressuscitou dentre os mortos possuem o espírito. Ou seja, para ter o espírito de Deus é preciso ser nascido de novo (João 3.6), pois o Pai e o Filho só fazem morada no novo homem criado em Cristo, em verdadeira justiça e santidade (Efésios 2.21; 4.24; 1 Pedro 2.5).

“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.” (1 João 4.6).

Quem não compreende (discerne) o que é o corpo do Senhor (assembleia de servos, livres, judeus, gregos, pobres, ricos, homens, mulheres, etc.), acaba promovendo divisão como as que o apóstolo Paulo teve que repreender na igreja de Coríntios (1 Coríntios 6.1-8 e 11.18).

Para ser espiritual é preciso tão somente cumprir com o mandamento de Deus, que é:

“…que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou” (1 João 2.3 e 23).

Basta crer em Cristo conforme diz as Escrituras, que o homem é gerado de novo, pois o velho homem é crucificado com Cristo e passa a viver segundo o evangelho de Cristo.

Judas encera a exortação acerca da ‘necessidade de se batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos’, e passa a falar da salvação que lhes é comum, o que inicialmente ele queria fazer diligentemente.

“Amados, enquanto eu empregava toda diligência para vos escrever acerca da salvação que nos é comum…” (Judas 1.3).

 

Edificados sobre a fé

“Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo. Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. E apiedai-vos de alguns, usando de discernimento; E salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém” (Judas 1.20-25)

Judas recomenda aos cristãos crescerem na graça e no conhecimento quando diz:

“…edificando-vos sobre a vossa santíssima fé…” (Judas 1.20).

No verso 3, ‘fé’ diz do evangelho que foi entregue aos santos e que os cristãos tinham incumbência de defender. Todos quantos receberam o evangelho (fé) da graça devem continuar construindo sobre o que é firme e permanente, a fé que nos foi entregue.

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;” (Efésios 2.20);

“Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (1 Coríntios 3.11).

Sobre o evangelho, o apóstolo Pedro demonstra que cada cristão é pedra viva, e que são edificados como casa espiritual sobre a Pedra de Esquina, que é Cristo (1 Pedro 2.4-5; 2 Timóteo 1.15; 4.6 e 9). Cristo, o Verbo Eterno, é a Pedra de Esquina, anunciado através do evangelho, e Ele é a fé manifesta e recebida de uma vez por todas pelos cristãos (Gálatas 3.23; Judas 1.3).

Conforme promessa a Davi, primeiro Deus edifica casa para Si por intermédio de Cristo, o descendente prometido, ou seja, a igreja, onde temos Jesus como a cabeça, e cada crente em particular são os seus membros. A Pedra de Esquina e as pedras vivas são edificados como casa Espiritual.

Cada cristão constitui-se pedra viva e precisa deixar toda malícia, todo engano, todo fingimento e toda maledicência, desejando, como crianças recém-nascidas, o puro leite espiritual. Embora os cristãos sejam idôneos para participar da herança dos santos na luz (Colossenses 1.12), precisavam ser plenos do conhecimento da vontade de Deus. Judas está recomendando aos cristãos serem exercitados na palavra da verdade, que é a fé que foi dada aos santos, sobre a qual é preciso crescer (construir) todos os dias.

O evangelho é poder de Deus para salvação dos que creem (João 1.12; Romanos 1.16; 1 Coríntios 1.24), e quando o cristão é instruído a se fortalecer no Senhor e na força do seu poder (Efésios 6.10), percebe-se a necessidade de crescer no conhecimento da palavra da verdade, que é poder de Deus (Efésios 1.18-19; Colossenses 3.16).

A única forma de um cristão conservar a si mesmo é permanecendo firme no evangelho, o amor de Deus. Sobre esta necessidade escreveu Tiago:

“…sabendo que a prova da vossa fé desenvolve a perseverança. Ora, a perseverança deve terminar a sua obra, para que sejais maduros e completos, não tendo falta de coisa alguma.” (Tiago 1.4-5).

Permanecer firme no evangelho é a temática dos apóstolos, pois ao fazer a vontade de Deus, que é crer em Cristo, é imprescindível à salvação permanecer crendo.

“Portanto, o que desde o princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também permanecereis no Filho e no Pai.” (1 João 2.24).

O crer (fé) é proveniente da mensagem do evangelho, é a fé (evangelho) que realiza a sua obra (João 6.29), pois através do evangelho é criando o novo homem, segundo Deus em verdadeira justiça e santidade (Efésios 4.24), e Deus constitui filhos para Si segundo o seu eterno poder (João 1.12).

A prova da fé, por sua vez, desenvolve a perseverança, e a perseverança conclui a obra que teve início na fé. Ora, a fé sem perseverança é inócua, assim como a fé sem a obra morta.

“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa” (Hebreus 10.36);

“No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.” (Colossenses 1.22-23).

Ora, após receber a palavra da fé, é preciso perseverar (paciência), esperando a manifestação de nosso Senhor para a vida eterna (1 Coríntios 1.7).

Judas recomenda aos cristãos que tenham piedade de alguns que vacilam na fé, ou seja, que duvidam da graça em Cristo. Outros, que sejam salvos, arrebatando-os do fogo. E, outros, é necessário se compadecer, porém, rejeitando até a vestimenta contaminada pela carne (v. 23).

A ordem para se compadecer dos que duvidam se concretiza através de instrução na verdade do evangelho, demonstrando através das Escrituras a promessa de salvação e o seu cumprimento em Cristo (Efésios 4.14; Tiago 1.6-8).

Para salvar alguns, como que os arrebatando do fogo, deve ser cumprida do modo que o escritor aos Hebreus prescreveu:

“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento” (Hebreus 5.12).

O cristão que não evolui no evangelho, que não vai além dos princípios rudimentares da palavra de Deus, corre sério risco, pois fica infrutífero (Marcos 4.19), e pode ser cortado da oliveira (João 15.2).

“Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;” (2 Tessalonicenses 1.8).

Já com relação a ‘compadecer em temor’, refere-se aos contradizentes, pois é necessário conhecimento e discernimento para convencê-los.

“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.” (Tito 1.9).

Aos vacilantes são imprescindíveis admoestações com a sã doutrina, mas aos contradizentes devem ser identificados para, com o conhecimento da doutrina, convencê-los. Dos contradizentes é necessário rejeitar até mesmo as suas ‘roupas manchadas da carne’, ou seja, rejeitar tudo o que professam e praticam.

Um contradizente, por causa da túnica manchada, ainda é carnal, e carece do evangelho (v. 19). Após a conversão é preciso rejeitar todas as práticas deles, que é a roupa manchada da carne. Mesmo que a proposta deles seja boa do ponto de vista comportamental, tem que ser rejeitado pelo princípio existente. Lavar as mãos antes das refeições é bom do ponto de vista da higiene, mas lavar as mãos para se purificar, é túnica manchada da carne.

“Agora, porém, despojai-vos também de tudo…” (Colossenses 3.8).

Ao instruí-los, tudo o que disserem deve ser rejeitado. Somente após professarem a verdade do evangelho, segundo as Escrituras, é possível dizer que tal mente foi conduzida cativa à obediência de Cristo.

“Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo.” (2 Coríntios 10.5).

Quando o apóstolo Paulo fala em se despir, ele faz referência à morte do velho homem (natureza pecaminosa), e o despojar é se desfazer das túnicas do velho homem (Colossenses 3:8-9).

Na doxologia, Judas demonstra que Deus guarda os que creem de tropeçar e de apresentar sem mácula na Sua glória radiantes de alegria (1 Coríntios 1.8; 1 Tessalonicenses 5.23). Ora, quem não tropeça na palavra da verdade é perfeito (Tiago 3.2)

A divindade de Cristo é enfatizada ao final da epístola, visto que Judas reconhece Jesus Cristo como Senhor, e a Ele atribui glória, majestade, domínio e autoridade para a eternidade, sendo que inicialmente não cria em Seu Senhor.

“Porque nem mesmo seus irmãos criam nele” (João 7.5);

A doxologia da Epístola de Judas é uníssona com o que foi dito pelos apóstolos (1 Coríntios 1.8; Filipenses 1.10; 1 Tessalonicenses 5.23-24; 1 Pedro 5.10). Esta epístola nos ensina que a palavra de um servo de Cristo precisa ser uníssona com as palavras dos apóstolos (Judas 1.1).

 

 

[1] “Todas as coisas se definem pelas suas funções” (Aristóteles, A Política. Tradução Nestor Silveira Chaves. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 22).

[2] “5020 ταρταροω tártaro de Tártaro (o abismo mais profundo do inferno); v 1) nome da região subterrânea, sombria e escura, considerada pelos antigos gregos como a habitação dos ímpios mortos, onde sofrem punição pelas suas más obras; corresponde ao “Geena” dos judeus 2) lançar ao Tártaro, manter cativo no Tártaro” Dicionário bíblico Strong.

[3] “(מלאך 04397 mal’ak procedente de uma raiz não utilizada significando despachar como um representante; DITAT – 1068a; n m 1) mensageiro, representante 1a) mensageiro 1b) anjo 1c) o anjo teofânico) de Deus” Dicionário Bíblico Strong

 

Claudio Crispim

É articulista do Portal Estudo Bíblico (https://estudobiblico.org), com mais de 360 artigos publicados e distribuídos gratuitamente na web. Nasceu em Mato Grosso do Sul, Nova Andradina, Brasil, em 1973. Aos 2 anos de idade sua família mudou-se para São Paulo, onde vive até hoje. O pai, ‘in memória’, exerceu o oficio de motorista coletivo e, a mãe, é comerciante, sendo ambos evangélicos. Cursou o Bacharelado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública na Academia de Policia Militar do Barro Branco, se formando em 2003, e, atualmente, exerce é Capitão da Policia Militar do Estado de São Paulo. Casado com a Sra. Jussara, e pai de dois filhos: Larissa e Vinícius.

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